AVIAÇÃO AÉREA
Aeroporto do Cariri amarga precariedades
Sem prazo para melhorias, o Aeroporto Orlando Bezerra, em Juazeiro, não atende demanda na região
Crato - Passagens caras, falta de infraestrutura e reclamações dos passageiros e das lideranças políticas e empresariais da região. Esta é a situação do Aeroporto Regional do Cariri, denunciada pelo deputado Wellington Landim, que cobrou da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma solução para os problemas enfrentados pelos usuários do terminal em Juazeiro do Norte. Segundo ele, os passageiros vêm sendo prejudicados pelos preços das passagens e péssimas condições do aeroporto. O parlamentar fez referência à ação que tramita no Ministério Público Federal de Juazeiro do Norte, para que a Infraero reassuma a gestão do Aeroporto, conforme já noticiado por este jornal. A assessoria do procurador federal Rafael Ribeiro Rayol informou ontem que ele está acompanhando pessoalmente o caso.
O deputado atribuiu as condições do aeroporto à falta de interesse por parte da Infraero. Salientou que, atualmente, a pista tem 2.100 metros, mas a Anac só homologou 1.800 metros, fazendo com que aeronaves mais pesadas, que precisam de mais espaço para pousos e decolagens, fiquem impedidas de operar. O resultado é o encarecimento dos bilhetes fazendo com que o trecho Juazeiro/ Fortaleza custe o mesmo preço de Fortaleza/São Paulo.
"A situação do aeroporto é preocupante com a falta de condições para o atendimento à demanda de passageiros que vem crescendo consideravelmente nestes últimos anos, com um fluxo anual de 500 mil passageiros", avalia ele, advertindo que a conclusão da Ferrovia Transnordestina, a expansão do ensino superior da região e o crescimento das atividades econômicas deverão pressionar a demanda, exigindo um aeroporto maior e mais eficiente.
Solução
Landim defende que a Anac deve intervir rapidamente para a solução do problema, principalmente no terminal de passageiros, investindo na criação de um terminal de cargas e na ampliação da extensão da pista para 2.300 metros. Lembrou que o aeroporto atende as regiões Centro-sul e Cariri do Ceará, noroeste de Pernambuco, sertão da Paraíba e sudoeste do Piauí, representando um dos principais instrumentos para o desenvolvimento econômico regional.
Entre os passageiros, destacam-se professores, pesquisadores, executivos interessados no turismo religioso e científico, belezas naturais, tesouros paleontológicos da Serra do Araripe, negócios e intercâmbio cultural. Ao fazer esta observação, o parlamentar informa que, de acordo com a Infraero, os destinos mais procurados a partir do Aeroporto do Cariri foram: Fortaleza, com 55 mil passageiros; Recife, com 31 mil; Brasília, com 14 mil; e São Paulo, com 13 mil passageiros.
Em 2002, a Infraero assinou um convênio com o Governo do Estado, que ficou com a responsabilidade de administrar o local. A União repassou verbas para o Ceará investir no aeroporto, o que terminou por não acontecer. "E nem houve prestação de contas, deixando o Ceará inadimplente", apontou ele. Durante o atual governo, Cid Gomes tentou realizar a reforma e a ampliação do aeroporto, mas não consegue porque o Estado não prestou contas.
A Assessoria de Imprensa da Infraero, com sede em Recife, informou que existe um convênio entre o órgão e o Governo do Estado para gestão do Aeroporto com validade até o próximo ano. Cabe à Infraero, a gestão e desenvolvimento do aeroporto, focado nos itens de segurança aeroportuária, e administração e treinamento de pessoal. "A Superintendência Regional do Nordeste, a qual o aeroporto está vinculado, tem cumprido todas as obrigações estabelecidas no convênio", afirma a Assessoria, por e-mail.
Atualmente, o aeroporto recebe aviões 737 - 700 e MK-28. Já está confirmado para o próximo dia 15 o início da operação da empresa Azul, com equipamento Embraer 190. A Infraero disse estar informada sobre o pleito do Governo do Estado, que foi enviado ao Ministério da Defesa (ao qual a empresa estava subordinado, antes da criação da Secretaria de Aviação Civil), passando o aeroporto à administração total da Infraero. A Superintendência Regional do Nordeste ainda não conhece o resultado dessa análise.
Antônio Vicelmo
Repórter
ACORDO ASSINADO
TAM vai instalar base e hangar de reparo em Aracati
Orçado em R$ 30 mi e com área estimada de 10 mil m², o equipamento receberá do governo do Estado R$ 13 milhões
Com pista de pouso de 1.800 metros concluída e 60% das obras civis e 50% da coberta do terminal prontos, mas ainda sem data para inauguração, o Aeroporto de Aracati vai ganhar novo equipamento, que poderá dar "asas", apontar novos horizontes comerciais e tecnológicos ao novo terminal aeroportuário e ao litoral leste cearense . A TAM Aviação Executiva e Taxi Aéreo S.A assinou Termo de Compromisso com o Governo do Estado, para instalação de uma base, um hangar para reparos e manutenção de aviões executivos, de pequeno e médio portes.
Orçado em cerca de R$ 30 milhões e com área estimada de 10 mil metros quadrados, o equipamento receberá apoio financeiro do tesouro Estadual da ordem de R$ 13 milhões, o equivalente a 43% do valor total do projeto. Os recursos da contrapartida serão aplicados nas obras de infraestrutura do hangar e para capacitação de pessoal para prestação de serviços e manutenção de aeronaves.
Novos negócios
Celebrada há duas semanas, a parceria com a TAM Aviação Executiva foi anunciada na manhã de ontem, pelo governador Cid Gomes, durante solenidade de inauguração do novo sistema de abastecimento de água da cidade de Aracati, distante 140 quilômetros de Fortaleza. Segundo o secretário Estadual do Turismo, Bismarck Maia, o Termo de Compromisso foi assinado por Cid Gomes e pelo presidente da TAM Aviação Executiva, Fernando Pinho. As obras ainda serão licitadas.
Para o secretário, o novo equipamento abre novas perspectivas de negócios no setor de aviação no município e no Estado, a partir da ampliação do fluxo de aeronaves no terminal e da atração de novas companhias aéreas. "Estamos negociando a atração de uma nova companhia aérea", (para prestar serviços no aeroporto de Aracati), acrescentou Maia, sem antecipar o nome da empresa.
Plano diretor
Conforme disse, um plano diretor para divisão de áreas para instalação de "novas companhias saudáveis e estabelecidas no Brasil" estaria sendo estudado. Para tanto, o governo do Estado estabeleceu, por meio de decreto nº 30.454, de 28 de fevereiro de 2011, para fins de utilidade pública, área de 600 hectares em Aracati.
De acordo com Maia, o terreno do aeroporto foi ampliado para assegurar áreas para novos serviços e negócios, pelos próximos 15 anos. Outras expansões estarão limitadas pelo dique de contenção que protege a cidade de Aracati contra alagamentos. Sem apontar data de inauguração do aeródromo, o secretário disse que, a partir de julho, ele estará apto para operar aviões executivos, enquanto aguarda a licença da Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) para receber grandes aeronaves .
PARA AEROPORTO
Desapropriação é concluída em ´Jeri´
Governo do Estado terá de correr para elaborar o cronograma de atividades e obras do novo terminal
Com problemas de desapropriações de terrenos resolvidos ontem, o governo do Estado terá de correr para elaborar, até 30 de junho próximo, o cronograma de atividades e obras de construção do Aeroporto de Jericoacoara, sob pena de perder cerca de R$ 43 milhões do Ministério do Turismo (Mintur). Os recursos foram negociados em 2009, mas estão sob risco de contingenciamento, por parte do governo Federal, se a Setur não apresentar os projetos básico e executivo do aeródromo.
"Ontem resolvemos com a Prefeitura de Cruz (município onde será construído o aeroporto) os problemas das desapropriações e as pendências jurídicas para emissão de posse das terras", informou Bismarck. O Aeroporto de Jericoacoara terá área total de 300 hectares.
Reunião
Para traçar o cronograma de ações, com o objetivo de agilizar o processo construtivo e dar início às obras, o secretário de turismo do Estado, Bismarck Maia reúne-se hoje com representantes da Contern, - empresa paranaense vencedora da licitação das obras da pista, e da Prefeitura de Cruz. Conforme confirmou Maia, todos os projetos devem estar no papel até o fim de junho, para que o dinheiro seja assegurado.
Conforme disse, a construção da pista de pouso, com 2.300 metros de comprimento e 45 metros de largura está orçada em R$ 46 milhões, enquanto o terminal de passageiros deve absorver outros R$ 8 milhões, somando R$ 54 milhões. Desse total, estima Maia, o Estado entrará com contrapartida da ordem de 20%, o equivalente a R$ 11 milhões, sendo o restante financiado pelo Mintur. A perspectiva é de que o aeroporto de Jericoacoara esteja pronto até o fim de 2012, um ano e meio após o início das obras, previsto para julho próximo.
Outras ações
Ao mesmo tempo que a Setur corre com o Aeroporto de Jericoacoara, a partir de hoje, o secretario de turismo do Estado, Bismarck Maia, começa a receber alguns realizadores das maiores feiras do país - como Salão do Automóvel, por exemplo - para apresentá-los às obras do ExpoCeará, que deve ser inaugurado até o segundo semestre deste ano.
CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER
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