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segunda-feira, 23 de maio de 2011

23 de maio de 2011 - A CRÍTICA


22 de Maio de 2011



CIDADES
Feira de produtos regionais é realizada pela ADS no bairro Petrópolis

O Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), realizou neste sábado (21) um feirão de produtos regionais no Comando Geral da Polícia Militar, no bairro de Petrópolis, zona Sul de Manaus. Na feira, que reuniu a produção de cerca de 50 agricultores familiares de municípios da Região Metropolitana de Manaus, frutas, verduras e legumes foram oferecidos aos consumidores com preços mais baratos que os praticados no mercado.
De acordo com o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, a redução no preço dos produtos regionais vendidos na feira organizada pela agência é possível porque a comercialização é feita diretamente do produtor para o consumidor, sem a participação de intermediários.
“Ao abrirmos esse espaço para o produtor rural comercializar o seu produto diretamente com o consumidor não há a cadeia de intermediação. Com isso, o produtor recebe um preço justo pelo que produz e o consumidor paga um preço acessível e tem garantia de qualidade do produto a ser consumido”, disse.
O produtor rural Aloísio Pollmeier, que cultiva verduras e legumes em Iranduba, disse que chega a lucrar até 70% mais comercializando seus produtos na feira da ADS, diretamente para o consumidor. “Eu tenho larga vantagem. Só para dar um exemplo, eu vendo a pimenta de cheiro para a Manaus Moderna por cinco reais o quilo. Lá eles vendem para as pessoas por oito, dez reais, o quilo. Aqui na feira, eu posso vender por seis, sete reais o quilo que eu ganho mais e a população paga menos. Eu ganho em torno de 70% acima do que eu ganharia vendendo para um atravessador que depois ia vender para o consumidor”, disse.
Para moradores de Petrópolis, o feirão é mais que bem vindo. O bairro, que está prestes a completar 60 anos de existência, nunca teve uma feira, antiga reivindicação da comunidade. “Agora vai ser bom. O preço é mais em conta e, pelo menos, não vou ter que gastar com condução. Antes eu gastava mais com taxi do que com as compras”, relata a dona de casa Maria Celeste, 65.
Com as sacolas de compras já cheias, a dona de casa Jaqueline Cordeiro, 40, ainda procurava mais algum item com um preço vantajoso. “Está tudo tão fresquinho. Os preços bons. As frutas e as verduras de boa qualidade e agora aqui pertinho da gente. Vale a pena”, disse.
O casal Geraldo Morel e Adriana Cortes acordou cedo para fazer as compras na feira organizada pela ADS. “Estava faltando uma feira aqui no nosso bairro. A gente compra fruta, verdura, essas coisas assim, nos pequenos comércios e sai mais caro porque eles compram de outros lugares para revender. Aqui vai ser mais em conta”, disse a dona de casa. “O preço está bastante acessível”, emendou o industriário.
Segundo Cavalcante, a partir de agora, a cada quinze dias, o Comando Geral da PM vai receber o feirão, que também é realizado no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), em parceria com o Exército. “É mais uma alternativa para a população comprar mais barato e mais um auxílio que damos aos produtores rurais. Atualmente, nós auxiliamos cerca de 270 mil produtores em todo o Estado”, disse.
“Essa feira dentro do quartel vai ter uma segurança maior, pode ter certeza. É uma parceria muito boa para população. Mais um canal de integração da polícia com a comunidade”, disse o Comandante Geral da PM, Coronel Almir David.


Projetos viários da ponte do rio Negro são ignorados
Exigência do Estatuto das Cidades, o Estudo de Impacto de Vinhança encomendado pela Seinf foi ignorado

Aristide Furtado

Nenhum dos projetos viários recomendados pelo Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da ponte sobre o rio Negro saiu do papel até hoje, a cinco meses da inauguração da obra.
Exigência do Estatuto das Cidades para empreendimentos em áreas urbanas, e um dos itens cobrados pela Prefeitura de Manaus para licenciar a obra, o estudo encomendado pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) foi engavetado.
O EIV da ponte foi elaborado em 2008 por uma equipe coordenada pelo geólogo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Albertino Carvalho.
O estudo tem caráter preventivo e uma de suas maiores preocupações, no segmento de acessibilidade, são as consequências na malha viária de Manaus do aumento do trânsito de veículos de passageiros e de carga que será provocado pela travessia do rio Negro, principalmente no bairro da Compensa, Zona Oeste, e em seu entorno.
Os projetos de melhoria da acessibilidade do EIV da ponte, para promover o escoamento do trânsito, incluem a construção de três viadutos em forma de trevo com quatro alças.
O primeiro, no entroncamento da estrada da Estanave, via que leva à cabeceira da ponte, com a avenida Brasil. A estrutura, de mão-dupla, projeta-se sobre uma área do Exército e se comunica com a estrada da Ponta Negra próximo ao Porão do Alemão, permitindo a conversão em todos os sentidos por meio de alças laterais.
Na cabeceira da ponte, margem de Manaus, o EIV concebeu uma passagem de nível com duas alças, que possibilitaria o retorno à travessia, a conversão para dentro do bairro Compensa e para a estrada do bombeamento.
A via seria ampliada e interligada à avenida Rio Negro, no Santo Agostinho, para levar até o 2º viaduto, que ficaria no encontro da avenida Rio Negro com estrada da Ponta Negra, próximo a subestação da Manaus Energia.
Nos mesmos moldes da anterior, essa passagem elevada criaria um corredor que passaria sobre a estrada da Ponta Negra e desembocaria na estrada do Turismo, antes do cemitério Parque Tarumã, sentido centro-bairro, onde também haveria outro trevo.
A estratégia dos três viadutos era ligar a AM-070, que vai de Iranduba a Manacapuru, a BR-174, que conduz de Manaus a Boa Vista e à AM-010, que leva à Itacoatiara.
O projeto viário permitiria a distribuição do tráfego da ponte para as avenidas Pedro Teixeira e Jacira Reis.
Um dos técnicos que participaram da elaboração do EIV da ponte, o engenheiro e professor do curso de Engenharia Civil da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Rubelmar de Azevedo Filho, avalia que as obras viárias previstas no estudo teriam um custo aproximado de R$ 250 milhões, sem contar eventuais desapropriações.
“Essas obras teriam que ter iniciadas há bastante tempo. Quando for inaugurada a ponte vão começar os problemas de trânsito que poderiam ser evitados se os projetos de acessibilidade fossem feitos”, disse.

Praça
À revelia do estudo de acessibilidade, parte integrante do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da ponte sobre o rio Negro, a Secretaria Estadual de Infra-Estrutura (Seinf) construiu uma praça com um monumento, por R$ 5,5 milhões, no local onde estava previsto um viaduto, no encontro da avenida Brasil com a estrada da Estanave.
Professor de Engenharia da UEA na área de Estradas, Transportes e Tráfego, e membro da equipe que fez o EIV da ponte, Rubelmar de Azevedo Filho afirmou que a praça e o totem atrapalham a construção do viaduto.
“Não só a praça e o monumento, a escola erguida na entrada da estrada da Estanave e a ampliação da sede do Governo inviabilizam a intervenção viária prevista para aquela área”, disse o engenheiro.
O coordenador da Unidade de Gestão do Programa de Desenvolvimento e Integração da região Sul de Manaus (UGP-Sul), engenheiro Alberto Magno de Menezes, discorda e diz que a praça e o totem de ferro não afetam eventual construção de um viaduto.
“O monumento está fora dos eixos de entrada e saída não atrapalhando em nada”, disse ele.
Realizada pela construtora Etam a obra do totem está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE). Vai ser apurado se houve superfaturamento e improbidade administrativa.
A empreiteira foi a que mais abocanhou verbas na gestão do ex-governador e hoje senador Eduardo Braga . No período de 2007 a 2010 firmou R$ 909,9 milhões em contratos com o Governo.

Veículos
Uma das intervenções que está sendo prevista pela Secretária da Região Metropolitana de Manaus (SRMM) para o entroncamento da avenida Brasil com a estrada da Estanave, a rotatória em forma elíptica, foi descartada no ano de 2008 pelos técnicos da Prefeitura de Manaus porque não atenderia ao fluxo de carros gerado pela travessia.
A informação foi dada pelo engenheiro Rubelmar de Azevedo Filho. “Chegamos a conclusão que aquilo que era proposto e que a prefeitura já havia visto na sua pré-análise seria insuficiente para atender uma futura demanda de utilização da ponte, porque a estrutura de travessia vai ser um vetor de atração de veículos”, explicou o especialista.
Em entrevista publicada por A CRÍTICA, no último dia 9, o secretário-geral da SRMM, René Levy, informou que o viaduto para aquela área está descartado por ora, e que há uma rotatória com duas alternativas. Uma apenas com a conversão para zona de acesso à ponte.
A outra com entrada em terras do Exército levando à estrada da Ponta Negra, próximo ao bar Porão do Alemão. Rubelmar de Azevedo disse que a rotatória não vai dar conta do trânsito gerado pela ponte.
“Hoje a avenida Brasil já tem problema em horário de pico. Imagine quando a ponte começar a despejar todo o tráfego. Ou ainda com o tráfego em Manaus que vai se dirigir a ponte? Vai ter congestionamento, principalmente se for elíptica (em forma de ovo). Não é circular por falta de espaço”, disparou o engenheiro antecipando um quadro caótico.

Reunião
O secretário-geral da Região Metropolitana, René Levy, informou que, nesta semana, vai se reunir com a Manaustrans para discutir as medidas viárias que devem ser adotadas na área de influência da ponte.
“Vamos conversar com técnicos da prefeitura responsáveis pelo trânsito e sistema viário para, de forma conjunta, estabelecer a melhor alternativa para aquela área”, disse.
Ao ser perguntado se as intervenções previstas no Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), na área de acessibilidade, não deveriam ter sido realizadas paralelamente às obras da ponte, Levy argumentou que não necessariamente.
“O desenho da cidade é muito dinâmico. Tem que ser feita no momento oportuno. E o momento é agora. Há uma série de novas variáveis nessa área, como as obras de mobilidade para a Copa do Mundo”, explicou.
Sobre o terminal para receber o transporte intermunicipal de passageiros e cargas, também constante no EIV, na estrada da Estanave, ele afirma que essa estrutura está planejada para ser feita na margem de Iranduba, no encontro da estrada de acesso à ponte com a Rodovia Manuel Urbano. “A ideia hoje pelo Plano Metropolitano é fazer a estação de transbordo no entroncamento da AM-070 com o acesso à ponte”, disse.



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