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sexta-feira, 27 de maio de 2011

27 de maio de 2011 - ZERO HORA


PRIMEIRA PÁGINA
EFEITO LULA
Governo se movimenta para esfriar caso Palocci.
A mão de Lula para conter a crise

 Pela primeira vez desde que surgiram suspeitas em relação ao patrimônio do ministro Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff defendeu ontem publicamente seu auxiliar. Aconselhada por Lula, que passou dois dias em Brasília, a presidente abriu um contra-ataque para evitar a perda do controle no Congresso. Além de reaparecer publicamente, Dilma assegurou aos aliados que haverá mais diálogo.
Em dois dias em Brasília, o ex-presidente Lula injetou política num governo acuado por suspeitas contra seu principal ministro e energia numa presidente abatida por uma pneumonia e pressionada por aliados.
O resultado: Dilma Rousseff reapareceu, deu a primeira entrevista depois de um mês, afirmou haver apenas “um governo” e, finalmente, defendeu Antonio Palocci, que sangra há 12 dias.
Durante uma solenidade de assinatura de convênios para a construção de quadras esportivas em escolas, a presidente disse esperar que o caso envolvendo o crescimento patrimonial do auxiliar não seja “politizado” e assegurou que Palocci vai dar “todas as explicações necessárias”. A presidente não fez defesa enfática do ministro nem opinou sobre seus negócios, mas procurou mostrar que seu principal auxiliar conta com sua confiança e aproveitou para atacar a oposição. Ela também defendeu as posições do governo diante da polêmica em torno do kit contra a homofobia e da derrota na votação do Código Florestal na Câmara.
No mesmo dia, a presidente almoçou com a bancada petista no Senado e abriu espaço para Palocci explicar aos senadores a evolução de seu patrimônio. Dilma saiu do encontro no Alvorada cercada pelos parlamentares, todos com sorriso no rosto. Em poucas horas, a presidente reapareceu publicamente, defendeu seu governo, ouviu os aliados no Congresso e assegurou a eles que as portas estarão abertas a partir de agora – um contra-ataque planejado pelo novo estrategista do governo, Lula.
Menos de seis meses após deixar o cargo, o ex-presidente voltou em socorro ao governo da sucessora. Preocupado com a possível criação de uma CPI para investigar o patrimônio do ministro da Casa Civil, Lula tentou domar as insatisfações e ameaças da base no Congresso.

Aliados se queixam de “vazio político”
O próprio ministro levou um puxão de orelha de Lula. Em conversa reservada na terça-feira, o ex-presidente avisou a Palocci que ele deveria atender os parlamentares ou enfrentar uma CPI. Palocci aproveitou o almoço de Dilma com os senadores petistas ontem para apresentar explicações sobre seu patrimônio. Ele não deu números da Projeto nem revelou seus clientes, explicando que a divulgação dos nomes tornaria as empresas vulneráveis a perseguição política.
– Nunca usei minha posição política para fazer lobby – disse o ministro, segundo relato de participantes do encontro.
Interlocutores do Planalto reconheceram que a atuação de Lula constrangeu a presidente, mas ponderaram que a interferência foi “necessária”. Segundo amigos, Lula deixou claro durante sua passagem por Brasília que se sente obrigado a ajudá-la com a base política, argumentando que a presidente tem pouca experiência na área. Ele comentou que essa tarefa cabe a Palocci, hoje mais ocupado com sua própria crise.
O ex-presidente almoçou com senadores petistas, jantou com Palocci e Dilma no Alvorada e encontrou-se com governistas do Senado, na residência do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). No périplo, ouviu repetidas queixas de um “vazio político” no governo. Dilma e Palocci foram os principais alvos das críticas. A Palocci, o ex-presidente contou que ficou impressionado ao notar que seu ex-ministro deixou de ser um político elogiado no Congresso e passou a ser um dos mais criticados.

Um mês de tempestade

1º DE MAIO
- Dilma recebe o diagnóstico de que está com pneumonia, após exame em São Paulo. Ela já apresentava sinais de gripe desde a volta da viagem à China, no dia 15 de abril. Ela passa a despachar no Alvorada, sua residência oficial.

2 DE MAIO
- Seguindo recomendação médica, a presidente reduz o ritmo. Por causa da doença, não reúne a família no Dia das Mães e cancela viagem ao Paraguai. Passa a ter poucos compromissos externos, como a Marcha dos Prefeitos, no dia 10.

15 DE MAIO
- O jornal Folha de S.Paulo revela que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. Antes de assumir a Casa Civil, ele comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões com os rendimentos de sua atuação como consultor.

17 DE MAIO
- Dilma aparece ao lado de Palocci. Ambos participam da recepção ao primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, mas o site da Presidência não divulga fotos da presidente ao lado do ministro. Dilma evita comentar a suspeita.

18 DE MAIO
- Em guerra pela convocação de Palocci, a oposição sofre derrota na Câmara. O Planalto passa a fazer concessões. Na quarta, pressionado pelos evangélicos, suspendeu o kit contra homofobia. Um dia antes, sofreu derrota no Código Florestal.

24 DE MAIO
- Lula vai a Brasília, se reúne com o PT e aliados e passa a atuar como articulador. O ex-presidente ouve queixas e orienta Dilma e Palocci a tratar a todos com mais atenção.


TARSO TENTA INIBIR APOSENTADORIAS
Tarso estuda estímulo a quem adiar aposentadoria
Governo propõe ampliar a gratificação para que servidores com tempo de serviço para deixar emprego público permaneçam

ALINE MENDES

De olho na previdência, o governo estuda a criação de estímulos para que mais servidores façam uso da gratificação de permanência em serviço. Uma das alternativas será elevar o percentual do benefício. A gratificação é um estímulo para que o funcionário público continue trabalhando depois de completar o tempo necessário para a aposentadoria.
A proposta não integra o pacote que o governador Tarso Genro encaminhou ontem à Assembleia.
Hoje, o benefício corresponde a 35% do salário básico, conforme a Secretaria da Fazenda. A intenção do governo é aumentar para 50%. Desde o começo do ano, tramitam na Assembleia dois projetos que elevam o valor da gratificação de permanência para a Brigada Militar e o Magistério.
Ao incentivar o servidor a permanecer na ativa o Estado evita pagar mais uma aposentadoria e ainda ter de preencher essa vaga com a contratação de outro funcionário.
Tarso já determinou aos secretários que busquem alternativas para incentivar a permanência de servidores em atividade depois de completarem o tempo de serviço. O Piratini também quer saber quantos estão em vias de se aposentar. Antes de ampliar o mecanismo, o governo precisará pedir autorização à Assembleia Legislativa.
– Seria mais uma alternativa para estender um pouco o tempo de serviço antes de o servidor ir para a folha dos inativos. Claro, de aproveitar também a experiência dos servidores – informou o secretário da Fazenda, Odir Tonollier.
A concessão do benefício não será uma opção somente do servidor. Será necessária ainda a anuência do respectivo secretário. A gratificação, informou Tonollier, é menor do que o custo para a contratação de um novo funcionário.
Antes de embarcar para a Coreia do Sul, Tarso também assinou um decreto em que estabelece um grupo de trabalho entre a Secretaria da Fazenda e a Procuradoria-Geral do Estado para criar novos processos de execução fiscal, que para o Estado representa um problema, uma vez que os processos são demorados.
– É um entrave grande. Os contribuintes vão para a Justiça, alargando os prazos até a exaustão – disse Odir.
As medidas que a Fazenda e PGE buscam pretendem justamente reduzir esses prazos.

A gratificação

O QUE É PRECISO
Todos os servidores regidos por estatuto têm direito a receber 35% do seu salário básico como gratificação de permanência.
- Estar em condições para aposentadoria voluntária e com rendimentos integrais.
- Ter anuência do respectivo secretário.
- Se o servidor aceitar a gratificação, se manterá como ativo e contribuirá normalmente com a previdência.
- Ele pode, inclusive, concorrer a promoções.
- O Estado já encaminhou à Assembleia proposta de elevação da gratificação de permanência para o magistério (80% do básico do nível 1, classe A) e para a Brigada Militar (80% do que ganha o 1º sargento).
Fonte: Fonte: Secretaria da Fazenda


EDITORIAL
Política de concessões

Pressionada por aliados, que tentam ocupar espaço a partir do impacto sofrido por seu governo com as suspeitas envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff vem fazendo concessões em série para integrantes de sua base parlamentar de apoio que só podem ser vistas como preocupantes numa democracia. Qual o sentido de uma base tão ampla no Congresso se, em momentos mais decisivos para o governo, como os de votações importantes ou mesmo de impasse, o governo precisa ceder para garantir apoio? Como muitos integrantes dessa coalizão estão com o poder mais por interesses específicos, e menos por afinidades programáticas, o custo do apoio tende a se mostrar alto para a democracia e para os próprios contribuintes.
Na primeira votação realmente relevante da atual gestão – a do Código Florestal –, o governo não conseguiu assegurar um mínimo de unidade entre suas bancadas. Em consequência, o texto aprovado tomou rumos tão distantes dos pretendidos pelo Planalto, que a presidente provavelmente precisará recorrer ao desgaste de vetos se não ocorrerem alterações no Senado. A derrota ainda não havia sido assimilada quando a primeira mandatária do país precisou se render aos argumentos de integrantes de bancadas religiosas no Congresso, vetando a distribuição de material preparado pelos ministérios da Saúde e da Educação, tratando da questão homofóbica para alunos do Ensino Médio. Por mais que sobrem justificativas sob o ponto de vista da inadequação do conteúdo, ficou evidente que a maior preocupação é justamente reduzir as chances de abertura de CPI para investigar a situação do ministro da Casa Civil.
Como se essas concessões não fossem suficientes, a própria presidente da República saiu ontem em defesa de seu ministro, pedindo que o caso não seja “politizado”. E o vácuo político aberto com o silêncio do chefe da Casa Civil, que optou por não se manifestar em público sobre as insinuações, acabou sendo preenchido por ninguém menos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atual governo vinha se destacando justamente pelo fato de, mesmo dando continuidade ao anterior, ter se distinguido por características muito peculiares, que agora estão no mínimo sendo postas à prova.
O vácuo político enfrentado pelo governo federal serve para reafirmar que é preciso quantidade mas também qualidade na base de apoio parlamentar para assegurar governabilidade. As dificuldades registradas agora entre representantes do Executivo e do Legislativo demonstram que, de um lado, faltam negociadores habilidosos e, de outro, políticos mais comprometidos com as linhas gerais do governo do que com as corporações que representam. Esse é o tipo de situação que impõe um custo alto para a democracia e para os próprios contribuintes e, por isso, não pode ser estender por muito tempo.


COLUNAS
Informe Econômico

Maria Isabel Hammes

Gás no fundo do mar

Está em alto-mar a segunda missão científica da PUCRS para verificar a existência de hidratos de gás na costa do Estado. Coordenada pelo Centro de Excelência em Pesquisa e Inovação em Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono da universidade, a expedição avaliará, entre outros objetivos, o volume de gás e possíveis formas de exploração.
A bordo do Marion Dufresne, moderno navio de estudos geológicos e geofísicos de bandeira francesa, a equipe conta com 30 pessoas, 25 da PUCRS, um técnico da Petrobras e quatro geólogos estrangeiros. Os pesquisadores ficarão 12 dias no mar, a cem quilômetros da costa.
Os hidratos de gás são substâncias cristalinas na forma de gelo. Em um metro cúbico de hidrato podem estar armazenados até 164 metros cúbicos de gás.

Mudanças no Fundopem
Com novos problemas enfrentados pela indústria calçadista, mudanças no Fundopem foram sugeridas ontem pela Câmara da Indústria, Comércio do Vale do Paranhana ao secretário do Desenvolvimento, Mauro Knijnik. Em documento assinado pelo presidente da entidade, Roger Ritter, é sugerida “providencial alteração do programa, estabelecendo de forma clara as contrapartidas às empresas elegíveis”. A ideia é o governo considerar a média dos últimos cinco anos de geração do ICMS, incrementando um redutor e concedendo desconto de até 50% para os próximos cinco períodos.

Para reforçar:
Até abril, a indústria calçadista gaúcha tinha 126.354 empregos diretos, número pouco superior ao do ano 2000, quando eram 120.596 empregos. Mas, em outros Estados, com incentivos e reduções tributárias, a situação é bem diferente. No Ceará, o número de empregos na indústria calçadista passou de 27.287, em 2000, para 64.064, em 2011. Na Bahia, pulou de 8.350 em 2000 para 39.875 agora.

Gerdau avança com novos investimentos
Depois de inaugurar esta semana unidade de corte e dobra de aço em Pernambuco (foto), com capacidade para atender a 300 obras simultaneamente, a Gerdau se prepara para lançar, na terça-feira, outros dois investimentos de vulto: uma nova fábrica de produtos prontos para o uso e um laminador para usina de aços especiais de Pindamonhangaba (SP).
A nova fábrica, também no município paulista, produzirá telas para concreto e para tubos, malhas e treliças, que aumentam a agilidade e reduzem os custos de obras na construção. O novo laminador para a produção de aços especiais fará com que a capacidade anual da usina, que destina 80% dos produtos ao mercado automotivo, cresça de 700 mil toneladas de laminados para 1,2 milhão de toneladas.

Silvio assediado
Quatro grupos assinaram cartas de confidencialidade com o Bradesco BBI para avaliar a rede Lojas do Baú: Magazine Luiza, Mercado Móveis, Pão de Açúcar e Máquina de Vendas. No fim de 2010, Casas Bahia e a mexicana Elektra também teriam demonstrado interesse.

Tradicional rede de Silvio Santos, a ideia é negociá-la em 60 a 90 dias.
Mas, no mercado, o Baú é visto como o “patinho feio” do grupo, que ainda enfrenta problemas pelo rombo bilionário do Banco Panamericano. Entre os obstáculos apontados estão alto endividamento, estoques desfalcados e uma marca que vem perdendo valor aos olhos do consumidor depois da descoberta da fraude no banco.

POR AQUI
Será apresentada hoje a fusão das imobiliárias Inova, de Novo Hamburgo, e Alex Borges, de São Leopoldo. Unidas, somam carteira de 4 mil imóveis.
A empresária Carmen Flores abriu mais uma franquia da loja Mundo dos Sonhos. Localizada na Avenida Nilo Peçanha, será a primeira fora do polo moveleiro da Avenida Ipiranga. Estão previstas sete lojas para a Região Metropolitana de Porto Alegre até o fim do ano.Chegada do Sam’s
O Walmart anuncia oficialmente na próxima semana a chegada da rede Sam’s Club ao Estado. No início, serão duas lojas na Capital, uma na Zona Sul, a outra guardada em segredo, por enquanto.
Basicamente um atacado, a rede vende produtos diferenciados, como importados, em grandes quantidades. Para comprar nos estabelecimentos, os clientes devem se associar e pagar anuidade.

Além do Brasil, onde tem 25 lojas, a rede opera na China, EUA, México e Porto Rico.

De novo
Como suas reivindicações ainda não foram atendidas e as obrigações com os bancos estão vencendo, produtores de arroz do Estado voltaram a chamar atenção para a situação que enfrentam.
Em ação simultânea 1,5 mil produtores se dirigiram ontem a agências bancárias, solicitando prorrogação de seus financiamentos.
Mas não só isso – eles também visitaram diretórios municipais do PT para alertar que “o prejuízo não será só nosso, mas do Estado e país”, disse o presidente da Federarroz, Renato Rocha. Hoje, o custo da saca é de R$ 29, mas o preço não ultrapassa 19, inclusive abaixo do mínimo de R$ 25,80.


POLITICA
IPE deverá assumir aposentadorias

Em até 60 dias, o governo deverá enviar outra proposta para a Assembleia com o objetivo de regulamentar o regime próprio de previdência.
Hoje, o Instituto de Previdência do Estado (IPE) paga apenas as 45 mil pensões. Com a alteração, o instituto passará a pagar também as 140 mil aposentadorias do Executivo. Os outros poderes continuarão tendo domínio sobre seus benefícios. A direção do órgão garante que os servidores não sentirão qualquer mudança.
O mesmo projeto também regulamentará o fundo de capitalização, que será gerenciado por um representante nomeado pelo IPE e por um integrante do conselho deliberativo do instituto.
Ao entregar o pacote de projetos ontem na Assembleia, o governador Tarso Genro demonstrou bom humor:
– Tenho a honra de entregar o conjunto de projetos apelidado de “Pacotarso”.
A alcunha, criada pela oposição, é uma alusão ao Twitarso lançado pelo então candidato durante a campanha eleitoral, no ano passado.
Ao lado do presidente da Assembleia, Adão Villaverde, e do chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, Tarso disse que o apelido é “bem-humorado”.


ECONOMIA
Desemprego cai na Grande Porto Alegre

As taxas de desemprego no país e em Porto Alegre foram as menores para o mês de abril desde 2002. Medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis regiões metropolitanas, o índice no mês passado foi de 6,4%. Na capital gaúcha, recuou para 4,6%, ante 5% em março. O contingente de pessoas desocupadas na Região Metropolitana de Porto Alegre caiu de 99 mil para 92 mil, na passagem de março para abril deste ano.


Cinco aeroportos gaúchos recebem investimentos

Cinco aeroportos do interior gaúcho receberão R$ 14 milhões do governo federal. Os recursos serão investidos em Caxias do Sul, Passo Fundo, Rio Grande, Santo Ângelo e Vacaria.
Conforme o Diário Oficial da União de ontem, R$ 102,3 milhões serão distribuídos para terminais de menor porte, que atendem à aviação regional, em 12 Estados.
Para o repasse dos valores, será necessário um termo de convênio para detalhar os compromissos dos Estados, que deverão dar uma contrapartida financeira.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, o governo gaúcho “está preparado para dar a contrapartida do investimento”. A previsão é de que as obras se iniciem ainda neste semestre.


Mais proteção à indústria em estudo

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse ontem que o governo avalia impor licenças não automáticas para importações em outros setores. Na segunda semana de maio, o Brasil colocou veículos sob licença não automática de importação. Segundo o ministro, a adoção de práticas mais ativas de defesa comercial será uma das estratégias do governo para proteger a indústria nacional no curto prazo. Pimentel não quis adiantar quais setores poderão ser alvo dessa ação.

Definidas empresas que poderão vender

As empresas BR Foods, Mabella e Cooperativa Central Oeste Catarinense são os três frigoríficos de carne suína brasileiros autorizados a exportar para a China, informou ontem o Ministério da Agricultura. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto, foram contempladas unidades em Santa Catarina (Mabella em Itapiranga e Cooperativa Central em Chapecó) e Goiás (BR Foods em Rio Verde).


CAMPO E LAVOURA
Plano Safra 2012 chegará a R$ 107 bi
Para gaúchos, valor é positivo, mas o que preocupa é o acesso aos recursos

O anúncio do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, de que o Plano Safra 2011/2012 chegará a R$ 107 bilhões, foi bem recebido por líderes do segmento no Estado.
Se confirmado esse valor, o volume será R$ 7 bilhões superior ao liberado no pacote do ciclo passado.
Ainda conforme antecipou Rossi, em evento realizado em São Paulo, este ano o governo pretende lançar novas linhas de crédito. Entre os destaques, investimentos no setor sucroalcooleiro e na pecuária, destinados à renovação de canaviais e de pastagens, além da melhoria genética, retenção de matrizes e compra de terneiros para engorda. O anúncio oficial do plano ainda não tem data mas, segundo o ministro, poderá ocorrer no próximo dia 31 ou até 15 de junho. Está em negociação, também, com o Ministério da Fazenda, a manutenção dos juros da safra passada, que teve taxa de custeio das lavouras de 6,75%, para as linhas de crédito da atual, que começa no dia 1° de julho.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Carlos Sperotto, o volume de crédito não é o problema:
– A dificuldade do produtor, hoje, é o acesso a esse recurso. Temos dinheiro até sobrando nos bancos.
Na próxima segunda, Rossi terá uma reunião com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para discutir a operacionalização dos programas.
Ontem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) avaliou quatro votos agrícolas relativos ao pacote: de preços mínimos para as culturas de verão regionais e da sociobiodiversidade da próxima safra, de ajustes nas normas de financiamento do crédito, de ajustes nos programas de investimento ao amparo de recursos do BNDES e de alteração de itens do MCR para financiamentos do Pronaf.
Para o financiamento à agricultura familiar, o governo repetirá o valor de R$ 16 bilhões do ano passado.


MP desmonta esquema de desvios

Uma denúncia da própria prefeitura ao Ministério Público Estadual (MP) culminou com a prisão de três funcionários públicos ontem em Rio Grande, no sul do Estado. Eles estariam envolvidos em um esquema que desviou cerca de R$ 400 mil das contas do município. Uma idosa de 81 anos seria utilizada como laranja.
Aconclusão inicial da operação foi apresentada pelos promotores José Alexandre Zachia Alan e Márcio Schlee Gomes. A investigação continua para checar se houve outros desvios. A fraude começou a ser descoberta no início de maio.
Segundo os promotores, um funcionário da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) notou uma transferência de R$ 55 mil sem comprovação em fevereiro. Ele mostrou ao secretário Edes Andrade Filho, que pediu para verificar meses anteriores. Assim, outros sete depósitos para a mesma conta foram descobertos. O relatório foi encaminhado ao prefeito Fábio Branco (PMDB), que entregou o documento ao MP.
Utilizando-se de quebras de sigilos bancários e telefônicos, os promotores chegaram aos nomes do tesoureiro da SMF, Carlos Alberto Fagundes de Oliveira, da auxiliar Nádia Mirapalheta dos Santos e de Maria do Carmo Fagundes de Oliveira, irmã de Carlos Alberto, que era procuradora da idosa.

Valor foi desviado em oito parcelas
Segundo os promotores, Carlos Alberto teria confessado o crime em depoimento. Além disso, também teria informado que os cerca de R$ 400 mil foram depositados em oito vezes, com desvios variando entre R$ 37 mil e R$ 55 mil, desde julho de 2010.
Os envolvidos responderão por peculato e lavagem de dinheiro (totalizando oito processos, um para cada depósito), podendo pegar entre cinco e 22 anos de prisão, caso condenados. Segundo Alan, os envolvidos também responderão por improbidade administrativa. Os três foram encaminhados à Penitenciária Estadual de Rio Grande.
A advogada Inadete Britto, responsável pela defesa de Carlos Alberto e Maria do Carmo, preferiu não se pronunciar sobre o caso. Já Rodrigo George, defensor de Nádia, afirmou que a servidora apenas cumpria ordens e que ela nega envolvimento no esquema. O prefeito, que ontem estava em viagem a Brasília, deve conceder entrevista hoje.
RAFAEL DIVERIO E ROBERTO WITTER | Rio Grande/Casa Zero Hora


GERAL
Sobras de vacinas serão usadas no RS
Secretaria da Saúde orienta municípios a manter imunização após término da campanha nacional

Com o término da Campanha Nacional, previsto para hoje, e sem atingir a meta de imunizados, a Secretaria Estadual da Saúde orienta a continuação da vacinação contra a gripe no Rio Grande do Sul. Pela recomendação, os integrantes dos cinco grupos de risco definidos pelo Ministério da Saúde continuarão a ter acesso à proteção.
Iniciada em 25 de abril e prorrogada por duas vezes, a campanha não atingiu as metas no Rio Grande do Sul. O objetivo é vacinar 80% da população inclusa em cinco grupos de risco – idosos, indígenas, trabalhadores da saúde, gestantes e crianças de seis meses a dois anos incompletos.
– Como não existe a tendência de prorrogar a campanha, a orientação visa a atingir os índices, a ampliar a faixa de proteção. Ainda existe a possibilidade de que outros grupos, como bombeiros, por exemplo, possam receber as doses que sobraram. No entanto, é uma decisão que cabe aos municípios – explica Celso dos Anjos, diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde.
Ao imunizar cerca de 1,44 milhão de pessoas, o Estado alcançou 75,59% da meta. Cerca de 80 mil gaúchos ainda precisam ser protegidos. Ao orientar a manutenção da campanha, que combate dois tipos de gripe comum, mais o vírus da gripe A (H1N1), a Secretaria da Saúde também quer evitar o desperdício de vacinas – o Estado recebeu cerca de 2 milhões de doses.
– As vacinas aplicadas continuarão a contar no relatório do Ministério da Saúde – salienta Celso dos Anjos.
Dos cinco grupos de risco, apenas os indígenas e os trabalhadores da saúde romperam a casa dos 80% de imunizados. Crianças e idosos passaram dos 70%, enquanto as gestantes não chegaram à metade da meta. Elas continuam sendo a faixa que mais preocupa.
GUILHERME MAZUI

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