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quinta-feira, 26 de maio de 2011

26 de maio de 2011 - JORNAL DO COMMERCIO


EUNÁPOLIS (BA)
Haitianos acusam MST de maus-tratos

Agência A Tarde

Já estão em casa três dos quatro estudantes universitários haitianos que vieram para o Brasil em setembro de 2010 participar de um programa de intercâmbio do governo brasileiro e estavam em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Itamaraju, a 743 quilômetros de Salvador. Eles chegaram ontem a Porto Príncipe e acusaram o movimento de maus-tratos.
Rony Joseph, 28 anos, Loudaline Pierre, 25, e Florence Philist, 30, deveriam ficar até setembro deste ano. Vieram com mais 73 haitianos para aprender noções de português, geografia, história e economia brasileira e latino-americana, durante um mês, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do MST, em Guararema (SP). Depois, foram distribuídos por oito Estados e passaram a viver em assentamentos.
Foi aí que começaram as dificuldades, pois eles não concordaram com a metodologia do MST e afirmam que, por isso, passaram a ser maltratados. Contaram que, em Itamaraju (BA), ficaram 14 dias sem água potável e cinco dias sem comida. Também ficaram sem contato coma família. Eles saíram de Itamaraju no fim de semana.
O retorno foi patrocinado pelo MST. Compramos as passagens de ônibus e de avião”, declarou Evanildo Costa, coordenador do MST no extremo sul baiano. “Eles não se adaptaram.
Os estudantes foram trazidos pela Via Campesina que fez o projeto de intercâmbio financiado pelo governo brasileiro. O acordo previa contato com bancos de sementes, viveiros de muda, centros de produção agroecológica e aprendizado de técnicas de captação e armazenamento de água. Tiveram, segundo Rony Joseph, aulas sobre invasões de terras. Não aprendemos nada, desabafou, antes de voltar para casa.



PORTO ALEGRE
Denúncia de abuso sexual em quartel

O Exército investiga denúncia de um suposto abuso sexual cometido por quatro militares de um quartel de Santa Maria, a 286 quilômetros de Porto Alegre, contra um soldado de 19 anos da mesma unidade.
O inquérito policial militar foi aberto no último dia 18. O fato, segundo a denúncia, ocorreu um dia antes, no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria (RS).
A família afirma que o jovemcumpria punição por falta ao serviço em um alojamento, quando o local foi invadido pelos quatro militares. Três deles teriam violentado o jovem, enquanto um ficou de vigia. Depois da agressão, o soldado teria passado mal e sido encaminhado para o Hospital da Guarnição.
Já o general Sergio Westphalen Etchegoyen, comandante da 3ª Divisão Militar do Exército, afirmou que um sargento da unidade ouviu a história e levou o soldado ao comando. O soldado confirmou, então, o abuso e apontou os quatro acusados. “Talvez o militar tenha se sentido constrangido, envergonhado de revelar o que aconteceu”, afirmou o general.
O soldado, segundo o general, foi internado no Hospital da Guarnição para realizar exame de corpo de delito e fazer exames. Ele recebeu alta ontem.
“Nós disponibilizamos ao soldado uma segurança militar, para que ele não fosse molestado, não só física mas psicologicamente”, informou o general Etchegoyen.
Como não houve flagrante, os suspeitos continuam suas atividades normais. A Justiça Militar e o Ministério Público Militar foram comunicados sobre o inquérito. As investigações devem ser concluídas em 40 dias.



REPÓRTER JC

Apoio tático
O deputado federal Mendonça Filho (DEM) conta que o Democratas, seu partido, já acertou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, apoio à criação da Comissão da Verdade, defendida pelo PT com o objetivo de “esclarecer fatos’ ocorridos na ditadura militar no Brasil (1964-1984), especialmente sobre os casos de tortura a presos políticos em instituições públicas, prisões ilegais e a chacina ocorrida na Guerrilha do Araguaia, luta armada organizada pelo PCdoB. O acerto ocorreu durante almoço com a presença do líder ACM Neto, de Mendonça Filho, do senador e do presidente do DEM, José Agripino Maia. Mendonça defende “o esclarecimento dos fatos” sem clima de “revanchismo contra os militares ou contra os militantes da esquerda”, para que a história brasileira “seja resgatada plenamente.” O DEM nasceu do PFL, criado com integrantes da extinta Arena, que apoiou a ditadura militar.

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