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quinta-feira, 26 de maio de 2011

26 de maio de 2011 - ESTADO DE SÃO PAULO


Lula relata a Palocci insatisfação de aliados
Para ele, ou ministro atende parlamentares ou até base pode apoiar CPI no Senado

Vera Rosa e Christiane Samarco
Brasília

Preocupado com as insatisfações e ameaças da base governista no Congresso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem a senha da operação destinada a abafar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o patrimônio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Em conversa reservada com Palocci, na terça-feira, Lula foi taxativo: avisou que ou o ministro atendia os parlamentares ou até aliados poderiam endossar uma CPI no Senado, encurralando o Planalto.
O ex-presidente relatou o diálogo que teve com Palocci durante café da manhã com dez líderes de partidos aliados do governo, ontem, na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Você tome cuidado porque sua situação no Congresso não é boa. Todo mundo está insatisfeito com sua conduta", disse Lula a Palocci, de acordo com relatos de senadores.
Na tentativa de evitar a CPI, Palocci passou a telefonar para os senadores e pedir apoio. Disse estar sendo vítima de uma "campanha de difamação" e se prontificou a marcar conversas privadas com os parlamentares, para esclarecer as denúncias que pesam contra ele.
Lula jantou com a presidente Dilma Rousseff, Palocci, Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência), Miriam Belchior (Planejamento) e com seu assessor Luiz Dulci, na terça-feira, no Palácio da Alvorada. Cobrou de Dilma e Palocci mudanças urgentes na articulação política do governo, disse que era preciso atender os aliados na montagem do segundo escalão e acenou com um cenário nada animador. Para Lula, se o governo não agir rápido para conter os dissidentes da base aliada e estancar a crise, a CPI no Senado pode sair.

Queixas. Na manhã de ontem, um dia depois de almoçar com senadores do PT, o ex-presidente ouviu mais queixas dos líderes da base aliada - do PMDB ao PTB, passando pelo PR e PP- e assumiu as rédeas da coordenação política do governo. Em tom de apelo, Lula pediu um "voto de confiança" em Palocci e, mais uma vez, tentou contornar a crise política, sob o argumento de que o alvo da oposição é o governo Dilma.
"Palocci é o homem que prestou muitos serviços ao nosso governo e não podemos desampará-lo", disse o ex-presidente. Enquanto o café era servido, com pastel de queijo e bolo de aipim, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) "monitorava" o andamento das comissões no Senado, pelo celular, na tentativa de barrar qualquer pedido de convocação de Palocci.
Seguindo os conselhos de Lula, o ministro da Casa Civil também passou a telefonar para os senadores. Acusado de aumentar seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos e de fazer tráfico de influência por meio da empresa de consultoria Projeto, Palocci intensificou a ofensiva para impedir a CPI.
O senador Magno Malta (PR-ES) foi um dos procurados, mas não atendeu o telefonema de Palocci. "Quando a crise pega, esse pessoal do governo fica humildezinho, mas comigo não. Palocci precisa aprender com esse episódio. A arrogância precede a ruína", disse Malta.

Sinal amarelo. Palocci também ligou para o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), em busca de apoio para conter a ala descontente do PMDB. Quem avisou o Palácio do Planalto de que o sinal amarelo já estava aceso no PMDB foi o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O petista advertiu que Sarney e o líder peemedebista Renan Calheiros (AL) não têm o controle da bancada por conta de um movimento de descontentes que, nas contas do PT, soma 9 dos 18 senadores do partido.
"Lula tem razão: se esse grupo não for bem articulado, a CPI pode sair no Senado", aconselhou Lindberg. Palocci agiu rápido. Começou por um dos mais influentes senadores do chamado "PMDB contrariado", aproveitando-se da boa relação construída nos tempos em que Braga era governador do Amazonas.
O discurso de Palocci está centrado no prazo de 15 dias que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, concedeu a ele para dar as informações necessárias ao esclarecimento do caso.
Irritado com a falta de interlocução com o governo, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) lembrou que há dois meses vem pedindo uma audiência com o chefe da Casa Civil, sem nunca ter obtido nenhuma resposta.
"Temos sido ignorados. Estamos no limite da insignificância", queixou-se ontem o capixaba, que engrossa a lista dos insatisfeitos.

NOTAS&INFORMAÇÕES
Tiros na floresta

Tiros marcaram o começo do dia em Maçaranduba, no Pará, quando pistoleiros mataram José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo, extrativistas e defensores da floresta contra o desmatamento ilegal. O mesmo dia, terça-feira, terminou em Brasília com a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados. O governo é contrário a vários dispositivos aprovados. Sua bancada deverá trabalhar pela mudança do texto, quando o assunto for discutido no Senado. Se o esforço fracassar, a presidente Dilma Rousseff poderá vetar os itens considerados inconvenientes. Ruralistas, ambientalistas, governistas e oposição continuarão discutindo o assunto ainda por um bom tempo e, se o Brasil tiver sorte, talvez ganhe uma legislação melhor que a de hoje. O longo trabalho será inútil, no entanto, se a fiscalização continuar ineficiente, como sempre foi, a impunidade se perpetuar e os violadores da lei continuarem estimulados a usar a violência.
A força de grupos econômicos, a ação dos lobbies e a corrupção explicam em boa parte a devastação ambiental nas sociedades modernas. Setores importantes da indústria, por exemplo, podem ter suficiente influência para impedir a aprovação de leis mais severas. Mas, em quase todas elas, as leis, quando aprovadas e sancionadas, são normalmente eficazes e seus violadores pensam mais de uma vez antes de recorrer às armas. No Brasil a história é diferente. Conflitos de interesse ocorrem, como em qualquer país, e o debate público às vezes se torna animado. Mas falta o freio da lei. Legislação já existe, e bastante severa em vários aspectos, mas faltam a presença e a força do Estado para reprimir os abusos e punir os violadores.
E não se trata apenas das leis ambientais. A derrubada ilegal de árvores e a queima de matas são os menores crimes cometidos pelos devastadores, em muitos casos. Muito mais velho que as leis ambientais é o Código Penal, considerado por estudiosos a mais antiga forma de regulação social. Mas as leis penais, no Brasil, ainda são impostas precariamente. Só uma pequena parcela dos assassinos e agressores de todo tipo é capturada, julgada, condenada e mantida na cadeia. Muitos são devolvidos à rua em pouco tempo, graças a um sistema aberrante de progressão da pena. Matar é fácil, pouco arriscado e muito barato, mesmo nas cidades mais modernas e com os padrões culturais mais elevados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre e tantas outras. Muito mais barato e menos arriscado é matar longe dos grandes centros, como na Amazônia.
Direitos humanos são imediatamente invocados, com muita indignação, quando pessoas como José Cláudio e Maria são assassinados a mando de algum madeireiro ou fazendeiro devastador do ambiente. Mas o problema é muito mais concreto: defensores da floresta são assassinados porque os matadores e seus contratantes pouco se importam com o Código Penal e com as consequências do crime. Mesmo quando identificados e capturados ainda terão muitas ocasiões para evitar a pena ou para conseguir sua redução a proporções irrisórias. Eles têm a seu favor um Estado ineficiente na prevenção, na investigação, na captura e na punição. O Código de Processo, incrivelmente pródigo em recursos para os acusados, é um das causas dessa ineficiência.
É quase grotesco discutir os detalhes do Código Florestal quando a imposição de suas normas - e de tantas outras, a começar pelos artigos do Código Penal - é tão precária. Mas é obrigação do Executivo e do Congresso avançar no debate e cuidar do encaminhamento do assunto no Senado. Governistas prometem batalhar por mudanças. Deveriam pensar duas vezes antes de combater a Anistia a certas violações cometidas até 2008. Isso não corrigirá a ineficácia da lei até aquele momento e poderá criar dificuldades sem nenhum ganho prático. Mas seria bom corrigir um dispositivo aprovado na Câmara - a extensão aos governos estaduais do poder de regular a recomposição de matas em encostas e em margens de rios. A criação de regras locais tende a desmoralizar as normas nacionais.


NACIONAL
PMDB mostra união também contra Dilma
Depois de apoio unânime no salário mínimo, sigla se rebela e não segue orientação do governo no Código Florestal

Eugênia Lopes e Denise Madueño

BRASÍLIA - O Código Florestal mostrou o poder de fogo do PMDB no Congresso. A votação praticamente unânime do partido contra a orientação da presidente Dilma Rousseff foi um recado claro para o governo: o PMDB tem seus próprios interesses, é parceiro e não aceita ser tratado como "empregado" do Palácio do Planalto. A rebelião peemedebista já se transferiu para o Senado.
Depois de derrotar o governo e o PT na Câmara, o PMDB do Senado decidiu enfrentar o Planalto e vai indicar o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para relatar o Código Florestal em duas comissões e no plenário da Casa. Ex-governador de Santa Catarina e considerado alinhado com os ruralistas, Luiz Henrique anunciou ser favorável à emenda aprovada na Câmara que concede Anistia a quem desmatou Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens dos rios e encostas até 2008, contrariando posição do governo.
A proposta foi apresentada pelo PMDB e apoiada pela maioria dos partidos aliados e de oposição na Câmara. Dilma considerou a emenda uma "vergonha", segundo informou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Mesmo assim, a base aliada não se intimidou: dos 273 votos favoráveis à emenda, 184 foram dados por deputados governistas. O PMDB votou em peso contra o governo, enquanto o PT ficou ao lado do Planalto.
A votação do Código Florestal mostrou, que apesar de numericamente forte, a base de Dilma a abandonou. De nada adiantou ela procurar os governadores e acionar os ministros para tentar convencer os deputados a votar com o governo. Em seu discurso, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que os ministros não deveriam interferir na votação do projeto: "Antes de serem ministros, são companheiros de partido. Não constranjam a minha bancada."
Com seu discurso, o líder se cacifou como principal candidato à presidência da Câmara, em 2013, além de mandar o recado de que o PMDB não se curvará automaticamente ao governo. Foi o próprio Henrique Alves que na votação do salário mínimo subiu à tribuna para garantir que todos os votos seriam a favor do Planalto. Na época, alertou que a unidade do partido poderia ser usada contra o governo - como nesta quarta-feira, 25, em que 98,63% da bancada votou contra a orientação de Dilma.
O processo de votação teve ainda como efeito colateral o enfraquecimento dos interlocutores de Dilma no Congresso. Vaccarezza se indispôs com a base e não conseguiu derrubar a emenda do PMDB que dá Anistia aos desmatadores. Já o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), mostrou-se fraco e sem controle da bancada.

Diário londrino vê caso como "primeiro teste político"
Os problemas envolvendo o ministro Antonio Palocci marcam o primeiro teste político para Dilma Rousseff, avalia o jornal britânico Financial Times, em reportagem sobre o aumento do patrimônio dele enquanto deputado federal. “É como se a história estivesse se repetindo", afirma o FT, lembrando que Palocci deixou o governo Lula há cinco anos, envolvido em um escândalo.
O jornal questiona a habilidade política de Dilma para lidar com a situação e lembra que """a perda de Palocci também pode vir num momento em que dúvidas ressurgiram sobre a saúde de Rousseff", diz o diário, que acha surpreendente "que a lua de mel da presidente tenha durado tanto tempo". /Daniela Milanese


Câmara aprova MP que cria administradora de hospitais
26 de maio de 2011 | 5h 32

RICARDO VALOTA - Agência Estado

A Câmara do Deputados aprovou na noite de ontem a Medida Provisória (MP) 520, que autoriza o Poder Executivo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
A nova estatal tem por objetivo administrar os hospitais universitários, unidades hospitalares e a prestação de serviços de assistência médico-hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
MP 521 - A outra MP aprovada, a de número 521, reajusta o valor da bolsa para médicos residentes de R$ 1.916,45 para R$ 2.338,06, retroativo a 1º de janeiro. A medida provisória também disciplina outros direitos como as licenças-maternidade e paternidade.
A relatora da MP 521, deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) retirou do texto dispositivo que trata do regime diferenciado de contratações destinadas às licitações para obras destinadas para a realização das copas das Confederações, do Mundo e da Olimpíada.



DESMATAMENTO
Senadores pressionam governo para prorrogar moratória a produtor rural

Eugênia Lopes
Brasília

Para dar mais tempo para o Senado discutir o Código Florestal, a presidente Dilma Rousseff deve prorrogar por 120 dias o início da vigência das punições para os produtores rurais que não registraram a reserva legal em seus imóveis. O decreto com a moratória para os produtores que cometeram crimes ambientais termina em 11 de junho.
O adiamento das punições está sendo pleiteado pelos senadores, que querem um prazo maior para analisar e aprovar o Código. "Vamos solicitar a presidente Dilma a reedição do decreto. É praticamente impossível discutir e votar o Código até o dia 11", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Segundo, ele, o Código deve ser votado no "segundo semestre. "Nem admito ser o relator se precisar votar até 11 de junho. É, preciso tranquilidade em um tema complexo como esse”, afirmou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que deverá ser o relator do Código na Comissão de Meio Ambiente.
O decreto que pune os produtores rurais já foi prorrogado duas vezes. Assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o decreto prevê multas entre R$ 50 e R$ 500 por hectare para os produtores que não entrarem com processo de regularização até 11 de junho.
"Se o decreto não for prorrogado, os pequenos agricultores serão criminalizados", observou o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que deverá ser o relator do Código em duas comissões e no plenário do Senado.

Texto. O conteúdo do Código não deve mudar muito no Senado. O projeto foi aprovado na madrugada de ontem na Câmara, impondo a primeira derrota do governo Dilma. Uma emenda do PMDB apoiada por partidos aliados e de oposição concede Anistia a quem desmatou Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens dos rios e encostas até 2008. Ou seja: libera a ocupação de cerca de 420 mil km² de APPs desmatadas.
"Evidente que sou favorável à emenda do PMDB da Câmara", afirmou Henrique. "Pretendo dar meu parecer muito rapidamente. Se possível, vou operar mudanças mínimas ou nenhuma em relação ao projeto aprovado na Câmara", adiantou. No Senado, o governo vai tentar incluir emenda para que, nas pequenas propriedades (até 4 módulos fiscais), as APPs às margens dos rios possam ocupar até o limite de 20% da área.
Na Câmara, a proposta foi considerada boa pela base, mas acabou sendo incluída no relatório de Aldo Rebelo (PCdo B - SP). Os aliados alegaram que o governo demorou muito para apresentar proposta. No Senado, a expectativa é de que se chegue a um consenso e a proposta do governo seja incorporada ao texto do projeto.

Perigo de veto. "Precisamos construir uma alternativa que não leve a presidente Dilma a vetar o Código", observou Jucá. Outra mudança que deverá ser feita no Código é a retirada das áreas urbanas do projeto.
A estratégia do Palácio do Planalto é aprovar o projeto do Código Florestal apenas depois de votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A ordem é não criar "marola" no Senado com um tema tão polêmico.

Pelo veto
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas enviou ontem carta a Dilma Rousseff se posicionando favoravelmente à possibilidade de que o Código Florestal seja vetado pela presidente


O TEXTO APROVADO NA CÂMARA

Área de Preservação Ambiental (APP)
● São admitidas todas as atividades que provocaram desmatamento até julho de 2008.
● As APPs serão descontadas do cálculo da área de reserva legal das propriedades.

Reserva legal
● Proprietários de imóveis com até 4 módulos fiscais ficam dispensados de recompor o que foi desmatado antes de 2008. As multas ficam suspensas.
● Áreas desmatadas de acordo com a legislação vigente na época serão consideradas de uso econômico consolidado.
● Será permitido plantar até 50% de vegetação não nativa, como o eucalipto.

Regularização das propriedades
● Alternativas de compensação da área de reserva legal em outro Estado, mas no mesmo bioma.
● Os proprietários também poderão pagar para compensar áreas desmatadas.



Ministros vão a MT e acompanham ação contra desmate
Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e José Eduardo Cardoso, da Justiça, participam do início da operação

Marta Salomon - O Estado de S.Paulo
ENVIADA ESPECIAL A SINOP (MT)

Quatro dias depois de o governo ter anunciado a criação de um gabinete de crise para conter o avanço das motosserras na Amazônia, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagraram a ação de dois tratores em Mato Grosso, Estado líder no ranking do desmatamento recente.
Com o uso de correntões, mais de 1 quilômetro quadrado de floresta havia sido derrubado em poucos dias e outros quase 2 quilômetros quadrados já haviam sido marcados para o abate de árvores quando os fiscais do Ibama chegaram.
As máquinas e os pesados correntões aguardavam ontem a chegada do Exército a Mato Grosso para serem retirados da propriedade. A fazenda Santa Maria foi visitada pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no início da operação de combate ao desmatamento no Estado.

Megaoperação. A operação, que contará com quase 900 servidores da União em campo, tem a participação do Exército, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama. A operação é similar à deflagrada em 2008 e batizada de Boi Pirata.
"Quero desmatamento ilegal zero", insistiu Izabella Teixeira, uma semana depois da criação do gabinete de crise. Julho é o último mês de coleta da taxa anual de desmatamento de 2011, e o governo quer evitar uma taxa mais alta que os 6.451 quilômetros quadrados medidos no ano passado. Entre agosto do ano passado e abril deste ano, o desmatamento na Amazônia já aumentou em 27%.
Áreas embargadas, como a da fazenda Santa Maria, serão monitoradas, assim como as autorizações para desmatamento, concedidas pelos governos estaduais. O dono do imóvel, Nevio Manfio, produtor de arroz, teve os dois tratares apreendidos, levou multa de R$ 600 mil e não poderá comercializar a produção.
Os dois ministros explicaram o combate ao desmatamento em reunião com autoridades do Estado e representantes de produtores rurais.

Anistia. Embora o secretário do Meio Ambiente, Alexander Maia, já tenha atribuído o desmate na região à expectativa de anistia gerada pela votação do Código Florestal e pela mudança da legislação ambiental em Mato Grosso, o motivo do avanço das motosserras causa divergência.
A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) alega que a grande maioria dos produtores cumpre a legislação. "Não queremos que os produtores sejam prejudicados e repudiamos o desmatamento ilegal", disse o presidente da Federação, Rui Prado.
Dados apresentados aos ministros mostram, no entanto, que somente 5% de quase 500 quilômetros quadrados desmatados tiveram autorização do órgão estadual do meio ambiente e 95% do desmatamento em 2011 foi ilegal.
O governador Silval Barbosa (PMDB) isentou o zoneamento econômico ecológico sancionado recentemente por ele. O governo federal estuda bloquear a lei, que passará por apreciação no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da presidente da República.
"Não vamos aceitar deixar impunes os que cometeram crimes", disse o governador.
Ontem, ele anunciou que a relação dos desmatadores será encaminhada ao Banco Central para o corte de crédito. Anunciou ainda que estuda a proibição do uso de correntões no Estado.

Campeões de desmate

7 municípios deverão entrar para a lista dos que mais desmatam no País: Alto Boa Vista, Cláudia, Santa Carmem, Tapurah (MT), Boca do Acre (AM), Moju (PA) e Grajaú (MA)

41 já integram a lista e são alvo de fiscalização constante


TRÊS PERGUNTAS PARA...

KÁTIA ABREU, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA)

1. Qual sua avaliação do texto do Código Florestal aprovado pela Câmara?
O texto traz avanços enormes. Como a possibilidade de computar juntas a reserva legal e Áreas de Preservação Permanentes (APPs), o que vai aumentar a área produtiva nas propriedades em todo o País, especialmente nas pequenas. A isenção da reserva legal nas propriedades de até 4 módulos fiscais também ajuda sobretudo os pequenos produtores. Também vale destacar a consolidação das plantações em topos de morros. O produtor poderá continuar plantando em encostas, não será retirado de lá pelo órgão ambiental.

2. As modificações não podem gerar mais desmatamentos e ameaçar os compromissos ambientais assumidos pelo País?
O que o novo Código pretende é assegurar que 27% do território brasileiro seja ocupado por agricultura, o equivalente a 230 milhões de hectares. O Brasil já está no caminho de cumprir as metas climáticas que o presidente Lula firmou em Copenhague em 2009, que é de reduzir o desmatamento em 80% até 2020.

3. Mas estão ocorrendo novos desmatamentos em Mato Grosso, conforme mostraram os satélites do Inpe.
São oportunistas, que têm de ser fiscalizados pelo Ibama. Não apoiamos desmatamento a partir de 2008. / ANDREA VIALLI


PAULO ADÁRIO, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace

1. Qual sua avaliação do texto do Código Florestal aprovado pela Câmara?
O texto é um desastre para o Brasil. Não acatou as contribuições do governo, como o veto à Anistia a quem desmatou até 2008. Numa visão geral, reduz a proteção ambiental no País todo.

2. O novo Código pode trazer mais desmatamento?
Quem respeitou a lei ambiental e quem devastou passam a ser tratados da mesma forma, o que é injusto e ruim para a democracia. Mato Grosso é um exemplo. O desmatamento vinha caindo por causa da intervenção do governo federal. O recente pico de desmate ocorreu não por uma alta do preço da soja ou da carne, mas em razão da expectativa de Anistia.

3. Existe o risco de o novo Código ameaçar compromissos internacionais firmados pelo Brasil, nas áreas de clima e biodiversidade?
A situação fica muito complicada, porque em 2012 o País sediará a Rio+20, conferência da ONU que marca os 20 anos da Rio-92. Corremos o risco de mostrar ao mundo que não fizemos a lição de casa, pois é o desmatamento que mais contribui para a emissão de gases-estufa. A meta de biodiversidade firmada no Japão também fica comprometida, pois a redução das áreas de reserva legal levará à perda de espécies./ A.V.




FORÇAS ARMADAS
Exército investiga abuso sexual sofrido por soldado no RS
Segundo denúncia, quatro militares estariam envolvidos em crime na cidade de Santa Maria
25 de maio de 2011 | 15h 13

Priscila Trindade - Estadão.com.br

SÃO PAULO - A 3ª Divisão do Exército abriu inquérito para apurar suspeita de abuso sexual a um soldado de 19 anos em Santa Maria (RS). Segundo a denúncia, quatro militares estariam envolvidos no crime.
O jovem disse que o abuso ocorreu no último dia 17. Segundo a 3ª Divisão do Exército, o inquérito para investigar o caso foi aberto no dia seguinte. A Justiça Militar e o Ministério Público Militar foram informados da denúncia.




JUNDIAÍ
Bomba explode em escola e fere 12 alunos

Bomba de fabricação caseira explodiu ontem em uma escola de Jundiaí, no interior de São Paulo, e feriu levemente 12 alunos. A explosão danificou um banheiro. No fim da tarde os estudantes atendidos já haviam sido liberados. Os alunos responsáveis pela ação foram identificados e levados a uma delegacia. A direção convocou os responsáveis pelos alunos envolvidos para debater como evitar ações semelhantes.



AVIAÇÃO
Voo Paris-Rio da Air France é cancelado

A Air France cancelou um voo que deveria decolar do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 23h10 de ontem e pousar no Rio às 5h20 de hoje. Durante o dia, passageiros foram informados por e-mail que o voo AF442 havia sido remarcado para 8h10 de hoje (horário da França). A aeronave deve chegar às 14h10 no Aeroporto Internacional do Galeão. Segundo passageiros, a companhia não informou o motivo do cancelamento. Funcionários da Air France no aeroporto carioca também não deram explicações.



TAM oferecerá 20 voos extras no feriado de Corpus Christi
Além do reforço na malha aérea, quatro aeronaves de reserva estarão posicionadas em aeroportos que a empresa considera estratégicos: Guarulhos (SP), Congonhas (SP) e Tom Jobim (RJ)
25 de maio de 2011 | 16h 53

SÃO PAULO - A TAM anunciou nesta quarta-feira, 25, que programou 20 voos extras para o período de 22 a 27 de junho em várias rotas domésticas, com o objetivo de atender ao aumento esperado da demanda de passageiros que planejam viajar durante o feriado prolongado de Corpus Christi.
Além do reforço na malha aérea, quatro aeronaves de reserva estarão posicionadas em aeroportos que a empresa considera estratégicos: duas em Guarulhos (SP), uma em Congonhas (SP) e outra no Tom Jobim/Galeão (RJ).
A TAM diz que contará ainda com equipes extras de pilotos, copilotos e comissários, além de equipes de atendimento nos principais aeroportos do País, desde as lojas e os balcões de check-in aos serviços de suporte de solo, como embarque e desembarque de passageiros e suas bagagens.

Tarifas promocionais
Para o feriado de Corpus Christi, a TAM programou também tarifas promocionais, sem exigência de permanência mínima no destino, para alguns dos voos extras que estarão operando no contrafluxo do movimento de passageiros. O bilhete para o voo JJ9553 de 22 de junho, no trecho Natal/Recife, por exemplo, pode ser adquirido a partir de R$ 54,00. Os preços valem para bilhetes adquiridos com no mínimo seis dias de antecedência em relação à data do voo.



DIRETO DA FONTE
Sonia Racy - O Estado de S.Paulo

Nasp offline?
Pelo menos por ora, está congelado o projeto Nasp (Novo Aeroporto de São Paulo), proposto pela Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, com apoio informal da TAM e da Gol, à nova Secretaria de Aviação Civil.
O pedido de autorização para a construção do terceiro aeroporto em São Paulo não agradou Dilma. Ele esvaziaria os planos de valorizar a Infraero e a presidente pretende abrir o capital da empresa.

Nasp 2
A construção do novo aeroporto (com capacidade para receber 40 milhões de passageiros/ano, estacionamento para 13 mil carros, orçado em algo como R$ 5,3 bilhões) independeria de licitação, segundo um jurista de peso. Por ser operado em regime privado e em terreno particular.
Simplificando: o serviço não obrigatoriamente teria que ser delegado via contrato de concessão, que depende de loooongo certame público. Poderia sair por meio de mera autorização administrativa.
A intervenção estatal, segundo o mesmo jurista, seria limitada à segurança operacional e aspectos ambientais. Cabendo ao operador da empreitada toda a parte operacional.

Nasp 3
Do outro lado da questão, encontra-se a Odebrecht. Sem terreno próprio para construir aeroporto, depende do Estado. Isto é, de desapropriações e licitações, para concorrer à construção/operação de um pretenso terceiro aeroporto no Estado.
Limitada, estaria de olho nas obras ou "puxadinhos" emergenciais dos atuais aeroportos, como Viracopos.

Nasp 4
Quem também advoga pelo insucesso de um terceiro aeroporto é David Neeleman, que tem frequentado muito Brasília.
Enquanto isso, sua Azul, com QG justamente em Viracopos, conduz road show a pleno vapor para sua oferta pública inicial de ações.



INTERNACIONAL
Obama diz que emergentes não põem em xeque ''liderança'' anglo-americana
Em discurso no Westminster Hall, presidente defende que ascensão de países ''como China, Índia e Brasil'' não significa fim da hegemonia dos EUA e de países europeus; líderes americano e britânico prometem manter ofensiva contra Kadafi

Em discurso no Parlamento britânico, o presidente americano, Barack Obama, afirmou ontem que a liderança dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha continua "indispensável" para a paz e a estabilidade mundiais, pois atuam como os "principais catalisadores da ação global" em tempos de guerra, terrorismo e insegurança econômica.
Ao mesmo tempo que elogiou o desempenho econômico dos emergentes, o líder americano afirmou que o "crescimento de países como China, Índia e Brasil" não significa o abalo da liderança americana e europeia no mundo. "O tempo de nossa liderança é agora", afirmou, rejeitando a tese de que os emergentes "representem o futuro, num sinal de que a liderança atual já tenha passado".
Obama ressaltou a necessidade de uma "nova era de cooperação" entre Washington e Londres e estabeleceu um elo direito entre o Dia D e a missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia.
O discurso de Obama ocorreu horas depois de uma entrevista conjunta com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em que ambos voltaram a exigir a saída do ditador líbio, Muamar Kadafi (mais informações na página A15).
Obama falou da primavera árabe, afirmando que os valores perseguidos pelos manifestantes do Oriente Médio e do Norte da África são os mesmos que já causaram conflitos e revoluções em todo o mundo.
"O que vimos, o que estamos vendo em Teerã, Túnis e na Praça Tahrir é um anseio pelas mesmas liberdades que consideramos garantidas. Foi uma rejeição à noção de que povos de certas partes do mundo não querem ser livres, ou precisam que uma democracia seja imposta sobre eles. Que não fique nenhuma dúvida: os EUA e a Grã-Bretanha estão do lado dos que buscam ser livres", afirmou.
"Teria sido fácil, no início da repressão na Líbia, afirmar que nada disso era problema nosso - que a soberania de uma nação é mais importante que o massacre de civis dentro de suas fronteiras. Mas nós somos diferentes. E não vamos ceder até que o povo da Líbia esteja protegido e a sombra da tirania seja afastada", discursou.
Obama falou da retirada de tropas americanas e britânicas do Iraque dizendo que considera "terminada" a "missão de combate" no país.
Ao mencionar a guerra contra o terror, o americano mostrou-se otimista. "No Afeganistão, quebramos o ímpeto do Taleban e logo começará uma transição para uma liderança afegã. E, quase dez anos após o 11 de Setembro, desmantelamos redes terroristas e demos um grande golpe na Al-Qaeda, matando seu líder (Osama bin Laden)."

Solenidade. O discurso de Obama ecoou no Westminster Hall, o salão mais antigo do Parlamento britânico. Atualmente, o local é usado apenas em raras ocasiões. Os três oradores que antecederam o americano no local foram o papa Bento XVI, a rainha Elizabeth II e o líder sul-africano Nelson Mandela.
"Venho hoje reafirmar uma das mais antigas, uma das mais fortes alianças que o mundo já viu. Há muito é dito que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha compartilham de uma relação especial", disse o americano ao iniciar sua fala às duas Casas do Parlamento britânico. / NYT e AP

Compromisso

BARACK OBAMA - PRESIDENTE DOS EUA
"O que vimos, o que estamos vendo em Teerã, Túnis e na Praça Tahrir é um anseio pelas mesmas liberdades que consideramos garantidas"


CENÁRIO
A aliança entre EUA e Grã-Bretanha e a primavera árabe

*Roger Cohen - O Estado de S.Paulo

Ao assumir o cargo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, procurou manter relações sólidas, mas não servis, com os EUA. Uma alusão, não tão sutil, ao "complexo de poodle" de seu predecessor Tony Blair. Com a visita do presidente Barack Obama ao país, a equipe de Cameron pode declarar sua missão cumprida.
O premiê tem sido pouco servil no Oriente Médio, na economia e na Líbia. Em fevereiro, com França e Alemanha, a Grã-Bretanha votou a favor de uma resolução da ONU condenando os assentamentos de Israel, enquanto os EUA a vetaram. No campo econômico, os britânicos administraram sua crise fiscal de frente, com cortes draconianos de despesas, enquanto Obama deixou as medidas mais difíceis para o dia seguinte. Além disso, o esforço diplomático no sentido de uma intervenção na Líbia partiu de Londres e Paris, enquanto Washington, com razão, ficou preocupado com uma terceira frente militar em um país muçulmano.
A investida na Líbia foi um choque estratégico para os europeus. A intervenção destacou a extraordinária capacidade dos EUA de projetar seu poder e a enorme dependência que a Europa tem dessa projeção. Não vejo um público europeu disposto a aumentar seus gastos em defesa, mas essa necessidade existe. O não servilismo não quer dizer nada sem assumir responsabilidades.
O enfoque ocidental da revolução árabe, no entanto, deveria ter o lema: "É o Egito, estúpido". Somente se o maior Estado, o centro cultural e a referência política do mundo árabe conseguir uma transição estável para um governo representativo, a primavera árabe avançará. A Líbia não pode ter mais prioridade do que o Egito.
O interesse estratégico europeu na primavera árabe é imenso. Se as economias norte-africanas decolarem, agora que não estão mais a serviço de famílias dirigentes e seus asseclas, a vinda de imigrantes desesperados para a Europa diminuirá.
Com a União Europeia mais uma vez dividida por causa da Alemanha. Com o isolamento de Berlim, a estratégia do bloco tornou-se paradoxal. Por outro lado, Cameron livrou-se de um velho dilema: o continente ou os EUA? Com a UE desertando, a resposta é clara.
A viagem de Obama deve fazer a Europa pensar em um alívio da dívida, na concessão de incentivos comerciais, em investimentos privados e crédito para o Egito e outros países. E uma condição para a transformação árabe é a de que essa reforma seja de oportunidades iguais.
Outra condição é que o ódio saudita dessa tendência pró-democracia de Obama não se reflita em um financiamento da contrarrevolução por parte de Riad. Como os paquistaneses, os sauditas também podem mostrar sua irritação e pender para a China, que necessita de petróleo. Nunca devemos duvidar da capacidade saudita de fomentar a discórdia. E isso exige uma união sólida, não servil, entre britânicos e americanos, para evitar a mãe das explosões. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

*É COLUNISTA


BERLIM
Erupção diminui e UE deve retomar voos
Com queda na atividade de vulcão na Islândia, tráfego aéreo no norte do continente volta ao normal hoje

Com a diminuição da atividade do vulcão islandês Grimsvotn, o tráfego aéreo europeu deve voltar hoje ao normal. Ontem, aeroportos de várias cidades alemãs foram fechados pela manhã, mas reabriram no decorrer do dia (mais informações nesta página). Desde o começo da semana, a erupção provocou o cancelamento de cerca de mil voos no norte da Europa, segundo a Eurocontrol, órgão que monitora o tráfego aéreo no continente. As cinzas espalharam-se pela Grã-Bretanha, Escandinávia e norte da Alemanha.
"Ocorreram pouquíssimas erupções e o vulcão está razoavelmente calmo", disse o chefe de operações da Eurocontrol Brian Flinn. "Se continuar assim, o tráfego aéreo europeu voltará ao normal amanhã (hoje)."
De acordo com cientistas islandeses, o vulcão está expelindo vapor d"água e o pico da erupção já passou. Para o geofísico Pall Einarsson, da Universidade da Islândia, é improvável que a situação mude nos próximos dias.
"Nesse ponto, podemos dizer que o pior já passou", afirmou. A maior parte das cinzas que continua sendo produzida está se depositando na geleira ao redor da cratera."
A erupção de sábado do Grimsvotn, o vulcão mais ativo do país, foi a mais forte desde 1873. Ela superou também a do Eyjafjallajökull, que paralisou todo o tráfego aéreo europeu no ano passado.
A primeira-ministra da Islândia, Johanna Sigurdardottir, disse que o transtorno aéreo estava sendo superado. "Os problemas que os países vizinhos estão enfrentando por causa das cinzas serão resolvidos", garantiu.

Críticas. Apesar de especialistas alertarem para os riscos de voo em meio a cinzas vulcânicas, que provocaria danos aos motores, empresas aéreas europeias contestaram o veto. A British Airways e a RyanAir fizeram testes em diversas altitudes na área afetada sem danos para as aeronaves. Para o ministro dos Transportes da Alemanha, Peter Ramsauer, no entanto, as precauções são necessárias. / AP e REUTERS


Em aeroportos alemães, 450 voos são cancelados

Pelo menos 450 voos foram cancelados ontem nos aeroportos de Bremen, Hamburgo e Berlim, que chegaram a fechar por causa das cinzas do vulcão islandês Grimsvotn. Segundo a Eurocontrol, agência que monitora o tráfego aéreo na Europa, no final do dia a situação já estava normalizada.
O espaço aéreo europeu também foi totalmente reaberto ontem, após voos terem sido cancelados na Grã-Bretanha, Irlanda e na Suécia. Na terça-feira, ao menos 500 voos sofreram alterações.
Os transtornos causados pelo Grimsvotn devem ser menores do que os do Eyjafjallajokull, que em abril do ano passado fechou o espaço aéreo do continente por cinco dias. O problema afetou 20 países e milhares de passageiros. Foi a pior interrupção desde a 2ª Guerra. / EFE

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