EM DIA COM A POLÍTICA
Polo aeroespacial
O vice-governador Alberto Pinto Coelho instala amanhã, em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, um grupo de trabalho para a implantação de um polo aeroespacial no município. O projeto do governo do estado é transformar Minas em referência na área de tecnologia aeroespacial no Brasil. A escolha de Tupaciguara não foi à toa. A cidade abriga uma empresa responsável pelo desenvolvimento e, futuramente, construção de um aeronave de seis lugares, destinada a aviação civil. Além disso, fica próxima a Uberlândia, onde funciona um curso federal de engenharia de aeronáutica. O projeto de construção dessa aeronave conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
QUEDA DO VOO 447
Informações resistiram intactas nas caixas-pretas
Depois de avaliarem equipamento tirado do Atlântico, franceses do Escritório de Investigação e Análises para a aviação Civil avisam que relatório parcial sobre dados sai em até quatro meses
Paris – Mesmo depois de passarem dois anos a 3,9 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico, as caixas-pretas do voo AF-447 da Air France resistiram intactas. A boa notícia foi anunciada na manhã de ontem pelo Escritório de Investigação e Análises para a aviação Civil (BEA), órgão que apura as causas do acidente do Airbus que fazia o trajeto Rio de Janeiro–Paris em 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo. De posse das informações eletrônicas do avião e dos diálogos dos pilotos, os experts esperam divulgar um relatório parcial em até quatro meses. O jornal francês Le Figaro informou em sua página na internet que uma das caixas-pretas já forneceu informações suficientes para concluir que o acidente não foi causado por uma falha no avião da Airbus, mas não explicou como as autoridades chegaram a essa conclusão. A recuperação dos dados do Flight Data Recorder (FDR), a caixa que agrega os dados eletrônicos da aeronave, e do Cockpit Voice Recorder (CVR), o gravador dos diálogos entre a tripulação e sons da cabine, foi feita ao longo de três dias. Nesse intervalo, um minucioso trabalho de abertura dos módulos, de extração dos cartões de memória e de limpeza e secagem dos microchips foi empreendido ao longo do fim de semana. Do FDR, foram extraídos 1,3 mil parâmetros eletrônicos, gravados ao longo das últimas 25 horas de funcionamento. Do CVR, as duas últimas horas de conversas e sons da cabine. “As leituras permitiram recolher a integralidade dos dados contidos no gravador de parâmetros (o FDR), assim como a integralidade das gravações fônicas (CVR) das duas horas de voo”, informou o BEA.
Em entrevista há 10 dias, Jean-Paul Troadec, diretor do escritório, havia definido as gravações como “essenciais” para esclarecer as causas do acidente – ainda que não sejam as únicas informações a serem usadas na investigação. De acordo com o comunicado distribuído pelo BEA, “o conjunto dos dados deve ser agora objeto de uma análise detalhada e profunda”. “Os trabalhos devem durar várias semanas, ao fim das quais um relatório de etapa será redigido, e então tornado público”, completa o informe. O documento deve ser publicado “durante o verão” europeu, entre junho e setembro. Ontem, Troadec reiterou que a investigação ainda será longa. “Vamos usar o tempo que for necessário antes de fornecer mais elementos sobre os resultados”, afirmou. “As gravações são um elemento essencial para a compreensão desse acidente, mas não são o único”. Uma das preocupações do BEA durante o exame das caixas-pretas foi garantir a transparência do procedimento. A extração dos dados foi filmada e gravada em áudio, diante de investigadores alemães do Escritório Federal de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (BFU), da Alemanha; do Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB), dos Estados Unidos; da Direção Geral de Investigação de Acidentes Aéreos, do Reino Unido; e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), do Brasil. Completaram a equipe dois especialistas nomeados pela Justiça e pela polícia da França.
DNA DOS CORPOS
Resta agora uma perícia também importante: os exames de DNA sobre as amostras tiradas dos dois corpos resgatados do fundo do mar pelas equipes do navio Ile de Sein. Até quinta-feira, a Justiça de Paris deve informar se foi possível ou não identificar os dois passageiros ou tripulantes retirados dos destroços. A informação é relevante porque deverá determinar o resgate ou não dos mais de 100 corpos que seguem no fundo do Atlântico. Além dos dois cadáveres recuperados recentemente pelas equipes francesas, outros 50 corpos foram resgatados no local do acidente, em 2009.
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