Pesquisar

quarta-feira, 18 de maio de 2011

17 de maio de 2011 - O GLOBO


DESTAQUE DE CAPA
Nem fiança de US$1 milhão tira chefe do FMI da cadeia

A juíza Melissa Jackson, do tribunal penal de Manhattan, recusou ontem a fiança de US$1 milhão oferecida pelos advogados de defesa para  libertar o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, acusado de sete delitos, entre eles tentativa de estupro de uma camareira de hotel. Strauss-Kahn ficará detido até uma nova audiência, na sexta-feira, e pode pegar 25 anos de prisão, num caso comparado ao do diretor Roman Polanski, que escapou para a Europa, condenado nos EUA pelo estupro de uma menina de 13 anos. A juíza aceitou o argumento da Promotoria, considerando elevado o risco de que Strauss-Kahn fugisse do país.
A detenção do diretor, de 62 anos, fez com que o euro registrasse queda de 0,5% ontem, na cotação mínima do dia, e levou bolsas na Europa a fechar em baixa pelo temor de que a Grécia fique sem a ajuda de US$110 bilhões defendida por ele. Na França, o Partido Socialista já estuda nomes para substituir Strauss-Kahn nas eleições de 2012.


PANORAMA POLÍTICO
Fernanda Krakovics

Sigilo
Apesar de o discurso oficial do Itamaraty ser de apoio ao fim do sigilo eterno de documentos oficiais, o corpo diplomático está em polvorosa. Diz que isso não vai contribuir para a integração comnossos vizinhos sul-americanos.

Parceria de luxo
Mulher do ministro Nelson Jobim, Adrienne Jobim está promovendo o lançamento de um perfume de Tânia Bulhões, que foi condenada no ano passado por crimes contra o sistema financeiro, contrabando e formação de quadrilha .


ANCELMO GOIS

Air Casablanca
Em dezembro, a Royal Air Maroc volta a operar no Brasil com três voos semanais. A empresa voou para cá até 1992, época em que os bacanas de lá descobriram o Rio e o consultório do mestre Pitanguy.


TRAGÉDIA AÉREA
Justiça condena pilotos americanos por acidente com Boeing da Gol
Prisão semiaberta será trocada por serviços. Para familiares, não houve justiça

Quase cinco anos após o acidente que matou 154 pessoas no  interior de Mato Grosso, o  juiz federal Murilo Mendes, da Vara de Sinop, a  503 quilômetros de Cuiabá, decidiu condenar os pilotos americanos  Joseph Lepore e Jan Paul Paladino. Eles pilotavam o jato Legacy que colidiu com o avião da Gol, em 29 de setembro de 2006.
Os dois pilotos foram condenados a quatro anos e quatro meses de detenção, em regime semiaberto. Porém, a própria sentença indica que a pena foi substituída por prestação de serviços comunitários em órgãos brasileiros nos Estados Unidos e pela proibição do exercício da profissão.
O juiz federal afirmou, em seu despacho, que houve negligência por parte dos pilotos em relação à falta de verificação do funcionamento do  transponder (equipamento que transmite aos controladores de voo no solo  informações como a altitude,  velocidade  e  direção  do  avião)  e  do  TCAS  (que  informa  ao  piloto  a  existência  de  outras  aeronaves  nas proximidades). O juiz, porém, não determinou o pagamento de danos às vítimas.
Ontem, após a divulgação da decisão, a direção da Associação de Familiares e Amigos do Voo 1907 afirmou que a maioria dos  familiares das  vítimas está  revoltada. Segundo  uma das  diretoras da associação, Rosane Gutjahr, que perdeu o marido na tragédia, a associação considera que “a justiça não foi feita”.
— Os pilotos vêm ao Brasil, são responsáveis pela morte de 154 pessoas, entre elas meu marido, e saem ilesos, pois vão cumprir uma pena comunitária, numa instituição brasileira nos Estados Unidos.
Em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio havia decidido por dobrar a  indenização paga pela Gol a irmãs de um dos passageiros. Em dezembro, documentos revelados pelo Wikileaks mostraram que os EUA chegaram a se valer de diplomatas brasileiros para pressionar o Judiciário a liberar os pilotos para voltar a seu país. Em março e abril deste ano, os pilotos depuseram via videoconferência, negando terem cometido irregularidades.


TRAGÉDIA DO VOO 447
Dados do voo 447 são recuperados
Relatório sobre as caixas-pretas será divulgado nos próximos meses

Cláudio Motta

As informações das duas caixas-pretas do Airbus da Air France  foram recuperadas com sucesso durante o último fim de semana, de acordo com o Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês). Com esses dados, os especialistas têm chances de determinar as razões que levaram à queda do avião há dois anos no Atlântico, matando 228 pessoas. Será possível analisar todas as informações do gravador de dados do voo e ouvir as duas últimas horas de gravações de voz da cabine dos pilotos. Um relatório parcial será publicado no inverno (verão europeu), informou o BEA em nota divulgada ontem.
O processo de recuperação dos dados foi feito na presença de dois investigadores alemães, um americano, dois britânicos e dois brasileiros do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), bem como um oficial da polícia judiciária francesa e um perito judicial. As operações foram filmadas e gravadas na íntegra.
— A transparência, com a presença de observadores  internacionais e de um major aviador brasileiro especialista em caixa-preta, nos dá tranquilidade. Mas ainda há pontos obscuros. O governo francês diz que a caixa de voz não será divulgada. Isso tem que ser amplamente divulgado. Além disso, a Justiça francesa se precipitou em dizer que os corpos serão retirados seletivamente. Essa decisão tem que ser dos familiares — diz o presidente da Associação de Vítimas, Nelson Marinho.
As caixas-pretas conseguem esclarecer as causas de 90% dos acidentes aéreos, diz o especialista em aviação Robert Galan, autor do livro “Encontramos as caixas-pretas”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário