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quinta-feira, 19 de maio de 2011

19 de maio de 2011 - JORNAL DE BRASILIA


ACIDENTE AÉREO
Família de luto em Taguatinga
Um dos quatro mortos na queda Paulo era nascido em Brasília

Soraya Sobreira

Está previsto para as 10h de hoje o sepultamento do brasiliense Diego Pereira da Costa, 25 anos. Ele foi vítima de um acidente com um avião bimotor em São Paulo. O jovem era aluno da escola de aviação civil Aeroclube de Piracicaba e tinha o sonho de se tornar piloto. “Já havia cinco anos que ele vinha estudando, tanto que estava na fase final do curso, a chamada hora de voo”, comenta o pai Enoque Bezerra Costa, 57 anos, comerciante.
Diego morava com o pai em Taguatinga. O jovem trabalhou em Brasília como atendente da empresa Fácil e do Banco de Brasília (BRB). “Foi uma fatalidade o que aconteceu. Sinto muita falta dele, era só nós dois em casa. Enquanto, ele estava em São Paulo já sentia bastante saudade”, lamenta. Havia 15 dias que Diego estava em Piracicaba (SP) para concluir o curso.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que uma equipe da Aeronaútica foi encaminhada para o local do acidente para apurar as possíveis causas da queda. Enoque Costa, que tinha chegado ontem de São Paulo, foi avisado que o resultado do laudo sairá em 90 dias.
A diretoria do Aeroclube de Piracicaba está cobrindo com todas as despesas, inclusive os de deslocamento das famílias das vítimas. “Não tenho do reclamar, o tratamento que recebi foi bom, houve uma fatalidade e infelizmente ocorreu. Estamos muito abalados”, conta o pai. O corpo da vítima estava previsto para chegar ontem à noite ao Cemitério de Taguatinga.

LOCALIZAÇÃO
De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA), a aeronave teria sumido na segunda-feira, depois de sair pra realizar a instrução de um voo noturno. O avião foi localizado na terça, numa área entre a Serra de São Pedro e Taquiri a aproximadamente 38 quilômetros de Piracicaba.
O presidente do aeroclube da cidade, Fernando do Vale Pavan, disse que o avião que caiu havia passado por uma revisão. A vistoria ocorreu na última sexta-feira . Ainda segundo Pavan, o ELT, equipamento que emite um sinal em caso de choque da aeronave, não funcionou – por isso, a localização dos destroços e dos corpos das quatro vítimas foi mais demorada.
“Ele estava em ótimo estado, passou por uma revisão de cem horas na sexta, foi feita uma revisão em Americana (SP). Ele estava totalmente homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voo. Estava com motor novo há quatro meses. Operacionalmente, estava perfeito”, explicou Pavan.
Uma clareira indicou o local onde os corpos foram encontrados, lugar avaliado como de difícil acesso, por isso, um helicóptero e um avião da FAB, além de um helicóptero da Polícia Militar, participaram das buscas. A polícia ainda investiga as causas do acidente em sigilo.
Uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4) , de São Paulo, também investiga as possíveis causas da queda.


SAIBA +

O bimotor Sêneca foi de Piracicaba até São José do Rio Preto e voltava para a cidade quando, por volta das 22h30 da segunda-feira, fez o último contato avisando que estava a 10 minutos de Piracicaba. O voo era a última etapa do curso.
Além de Diego, o instrutor Job de Oliveira, 36 anos, e os estudantes Rodrigo Matos Gomes, 27, e Jean Carlos Capelin, 30, também morreram. Os aprendizes eram moradores de Recife e São José do Rio Preto, respectivamente . 


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