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quarta-feira, 18 de maio de 2011

17 de maio de 2011 - VALOR ECONÔMICO


5º JOGOS MUNDIAIS MILITARES
Militares tentam obter patrocínio para mundial

Paola de Moura | Do Rio

A pouco menos de dois meses dos 5º jogos Mundiais militares de 2011, as Forças Armadas ainda tentam regulamentar uma legislação federal para conseguir recursos de empresas privadas como patrocinadoras do evento. O custo total dos jogos da Paz, como foram batizados, é de R$ 1,46 bilhão. Só as três vilas, que vão abrigar os 6 mil atletas e 2 mil delegados de mais de 100 países, custarão R$ 500 milhões. Os jogos serão realizados de 16 a 24 de julho no Rio.
Segundo o general de brigada Jamil Megid Júnior, coordenador-geral do Comitê de Planejamento Operacional Rio 2011, o objetivo é adotar um modelo similar ao dos jogos Olímpicos, com prestadores de serviço que são patrocinadores e ainda fornecem seus produtos, como banco oficial, operadora de telefonia, empresa de cronometragem, sistema de informática, alimentação e assim por diante. "Já conversamos com vária empresas. Teremos 20 patrocinadores-master e fornecedores de equipamentos", conta. Segundo o general, ainda faltam alguns detalhes na regulamentação para que os acordos sejam finalizados, como a forma como os recursos serão transferidos. Os jogos estão sendo bancados pela União, que será "reembolsada" com os valores obtidos com marketing.
O general Megid explica que já foram fechados contratos de transmissão com as rede Sport TV, Globo e Record. "Isso aumenta o interesse dos patrocinadores para exibir suas marcas", acredita.
Apesar da busca por patrocinadores-masters, os contratos não impedem que os atletas tenham seus próprios patrocinadores e exibam as marcas. "A única proibição é que estes patrocínios sejam de empresas de bebidas alcoólicas ou de tabaco", esclarece o general.
Preocupação com problemas na infraestrutura não há muita. As obras estão praticamente em dia. Dos 24 locais de provas, apenas três estão com o prazo apertado, mas ainda com o sinal amarelo e, um, o Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, que seria sede do judô e de algumas partidas de futebol, apresenta sérios problemas. "O futebol pode ser todo transferido para outros estádios do Rio e estamos organizando uma solução para o judô". O estádio precisava de investimento de R$ 2 milhões da Prefeitura e de R$ 2 milhões do governo federal para ser reformado. Mas a verba federal não foi liberada.
A maioria das sedes desportivas já foi utilizada nos jogos Panamericanos de 2007, como o Estádio João Havelange - onde acontecerão as cerimônias de abertura e de encerramento, além das disputas de atletismo e futebol -, o Parque Aquático Maria Lenk, onde ocorrerão as provas de natação, ou o estádio do Maracanãzinho.
As três vilas olímpicas estão orçadas em R$ 500 milhões. Identificada pelas cores das Forças Armadas, verde, azul e branca, terão 1.206 apartamentos de três quartos com área entre 105 e 110 metros quadrados. "Depois dos jogos serão distribuídos aos militares do Rio que hoje moram em áreas de risco ou em comunidades carentes", conta o general. Os prédios já estão praticamente prontos, com um pequeno atraso na Vila Branca, que deve ser concluída ainda este mês. O imóveis foram construídos pela construtoras Carioca Engenharia, Augusto Velloso e Lopez Marinho.
A maioria dos esportes disputados nos jogos militares são os mesmos dos Olímpicos. Ao todo serão 20 modalidades, entre elas basquete, boxe, vela, tiro, atletismo e hipismo. No entanto, há quatro modalidades exclusivas disputadas pelos militares: a orientação, o pentatlo aeronáutico, o naval e o militar.
O general explica que, no pentatlo militar, há orientação e paraquedismo; no aeronáutico, há um rali aéreo em que o atleta pilota um avião tucano, provas de basquete e natação com obstáculos; enquanto no naval há provas de natação de salvamento, natação utilitária, no qual carrega fuzis de madeira semelhantes aos reais, habilidade naval e "cross country" anfíbio. As provas de paraquedismo e aéreas serão realizadas na Academia Militar das Agulhas Negras em Resende e as de orientação no Campo de Instrução de Avelar, em Paty do Alferes.


Atletas olímpicos se militarizam para participar

No dia 9, Valeska dos Santos Menezes, vestiu pela primeira vez seu uniforme de sargento do Exército. De coturno e farda camuflada, assistiu a aulas sobre hierarquia militar e a importância das Forças Armadas para o Brasil. Mais um dia na rotina da Escola de Educação Física do Exército da Urca, no Rio, se não fosse ela a Valeskinha, medalhista de ouro da seleção brasileira de vôlei feminino nas Olimpíadas de Pequim, tricampeã do Grand Prix também pela seleção e ainda três vezes campeã brasileira pela Unilever. A atleta se reuniu às 12 jogadoras de vôlei feminino que se militarizaram desde o ano passado para participar dos 5º jogos Mundiais militares que serão realizados no Rio de 16 a 24 de julho.
Todas se tornaram sargentos do Exército para participar da competição. "Eu fiquei sabendo pelas outras meninas. Elas diziam que era uma experiência única, que estavam adorando os novos conhecimentos", conta empolgada a jogadora de 35 anos, que começou a jogar vôlei aos 13, influenciada pela mãe, a também atleta olímpica Aída dos Santos. Valeskinha se referia ao treinamento militar pelo qual todos os atletas engajados nas Forças Armadas passam, que inclui tiro, marcha, pernoite na mata, construção de abrigos improvisados e retirada de alimentos da selva. "Além disso, eu vou representar meu país. Isso é sempre um orgulho. Será a mesma emoção e responsabilidade que tive na Grécia ou em Pequim", afirma.
Apesar do engajamento de Valeskinha ter ocorrido na semana passada, outras 12 atletas do vôlei feminino já estão militarizadas desde o ano passado. Elas entraram no Exército em abril, depois do lançamento de um edital. Todas passaram por uma seleção: 42 atletas se inscreveram, conta o major Chiacchio, chefe da equipe da seleção militar brasileira de vôlei feminino. "Elas foram avaliadas pelo currículo, em que times jogaram, que títulos conquistaram, fizeram teste de saúde e depois foram entrevistadas", conta o major. "Depois passaram por um treinamento militar de dois meses."
As meninas não decepcionaram na primeira competição que participaram: "foram campeãs do mundial militar realizado na Carolina do Norte, nos Estados Unidos", conta o major. Depois foram dispensadas para voltar à Superliga em seus times.
Em abril, as 12 foram reconvocadas e agora treinam de 8h às 10h30, fazem instrução militar, ordem unida e marcha, almoçam, descansam e depois voltam a treinar das 16h30 às 19h30. Apesar da rotina pesada, a líbero da seleção, a sargento Veridiana Mostácio da Fonseca, a Verê, que já passou pelo Minas Tênis Clube e jogou a última temporada pelo São Caetano, também gostou muito da rotina militar. "Moro no quartel, aprendi a atirar, todo mundo aqui teve muita paciência para nos treinar", conta. "O mais engraçado é que tenho dois irmãos que foram dispensados do serviço militar e eu estou aqui. Sou o orgulho do papai", brinca a atleta de 28 anos, que começou a jogar vôlei aos 10 anos.
Além das meninas do vôlei, atletas como Fabíola Molina, da natação, o judoca Flávio Canto, bronze nas Olimpíadas de Atenas de 2004, o jogador de vôlei da seleção brasileira Anderson de Oliveira Rodrigues, o triplista Jardel Gregório e a campeã mundial de taekwondo e medalhista de bronze olímpico em Pequim 2008, Natália Falavigna, se militarizaram e treinam em vários quartéis do país para participar dos jogos militares.
Ao todo, as Forças Armadas trouxeram para seu quadro cerca de 300 atletas do esporte brasileiro. Essa foi a primeira vez que o Brasil convocou um número tão grande de desportistas para os jogos. "Diferentemente das competições anteriores, os atletas estarão mais expostos", diz o vice-almirante Bernardo Pierantoni Gambôa, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil. "A visibilidade proporcionada pela cobertura da imprensa vai popularizar o jogos, e, sem dúvida, as expectativas serão maiores", completa.
PM


AVIAÇÃO
EUA serão base de jatos executivos da Embraer

Assis Moreira | De Genebra

O novo presidente da Embraer Jatos Executivos, Ernest Edwards, afirmou ontem que "o centro de gravidade" desse negócio da companhia brasileira vai ser Melbourne, na Flórida (EUA), para ficar mais perto dos clientes de seu maior mercado.
A Embraer vai privilegiar também uma linha de produção na China de jatos executivos Legacy 600/650, maiores e mais caros, que espera vender aos novos milionários da atual segunda maior economia do mundo.
No cargo há apenas 16 dias, Edwards falou ontem de sua estratégia a imprensa internacional, em Genebra, em meio a projeções da companhia indicando que o setor de jatos executivos, só em 2017, alcançará o nível das unidades vendidas em 2007, antes da pior crise financeira dos últimos tempos.
A ideia é produzir parte dos aviões Phenom nos Estados Unidos e ter uma linha de produção de Legacy na China, mas o Brasil continuará de longe sendo o principal centro de produção.
Na Flórida, a Embraer recebe incentivos do governo estadual para produzir localmente. O primeiro aparelho Phenom 100, jato leve que custa US$ 3,9 milhões, deve sair da fabrica até o fim do ano. Quando a operação estiver completa, a produção poderá chegar a oito jatos leves por mês. A Embraer estima que os EUA continuarão representando de longe o maior mercado para jatos executivos, podendo gerar negócios de US$ 90 bilhoes para o setor até 2020.
A China é um mercado ainda pequeno, com apenas 100 a 150 jatos executivos, comparados a mais de 500 no Brasil e 12 mil nos EUA, mas o potencial é enorme. A companhia será beneficiada, ficando isenta de pagar imposto de importação pelo componentes para montagem dos aparelhos. Um diretor da Embraer comentou que atualmente está mais caro produzir no Brasil, incluindo os impostos pagos e o cambio, enquanto os aviões estrangeiros entram sem pagar tarifa de importação no país.
Os chineses preferem os aviões executivos grandes, como o Legacy, de 13 assentos e preço de US$ 18 milhões em média. Pelas projeções de Embraer, entre 2011 e 2020 a China poderá representar 6,8% do mercado global, gerando negócios de US$ 14,3 bilhões. Em comparação, o Brasil poderia chegar a 3%, com negócios de US$ 6,3 bilhoes.
Cláudio Camelier, vice-presidente de Embraer Jatos Executivos, mostrou que no momento as vendas de jatos dessa linha continuam em baixa. As vendas de jatos leves, mais baratos, caíram bastante, e bem mais que as de aparelhos mais caros. No ano passado, houve queda líquida na venda de 155 aeronaves globalmente, e este ano a estimativa é de redução de 114. O cenário tem sido muito difícil por causa da lenta recuperação econômica na Europa e Estados Unidos. Os mercados emergentes continuam a sustentar a demanda.
A expectativa é de que as vendas de novos jatos sejam retomadas no ano que vem, embora analistas achem que as margens continuarão apertadas para as companhias. O fato é que há muito aparelho usado também a venda. Eles passaram de 1,7 mil em 2008 para 3 mil no ano passado, representando 14% do mercado.
A Embraer está, porém, otimista com base nos aumentos de 10% nos lucros de companhias americanas. Quanto mais o executivo volta a ganhar, mais o desejo de pilotar seu próprio avião. Para este ano, a companhia espera entregar 118 aparelhos executivos, sendo 100 jatos leves.
Para os próximos dez anos, Embraer projeta que o setor de jatos executivos globalmente venderá 10 mil jatos, rendendo US$ 210 milhões A companhia aumentou sua fatia para 19% do setor, só atrás dos 23% da Cessna. A concorrência é feroz, incluindo Airbus, Boeing e Bombardier. Os japoneses surgem com jato executivo da Honda.


Com atraso, Infraero contrata Exército

A Infraero assinou ontem o convênio com Exército para iniciar as obras de terraplenagem do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. No local será erguido o terceiro terminal de Cumbica. O termo de cooperação fechado com a divisão de obras e engenharia do Exército, apurou o Valor, ultrapassou o custo inicialmente previsto pela Infraero. Em vez dos R$ 350 milhões que a estatal calculava, o contrato atingiu R$ 417 milhões. Está previsto que o Exército execute sua tarefa em até 28 meses, período em que ira movimentar 77 mil caminhões de terra. O início dos trabalhos é imediato.
Com a assinatura do convênio, a Infraero conseguiu tirar da gaveta um projeto que deveria ter começado em fevereiro, mas que teve seu prazo comprometido pelas mudanças que mexeram com o setor aéreo. O local onde será construído o terceiro terminal de Cumbica já tem licenciamento ambiental e está livre para as obras. Além do espaço reservado para um novo prédio, está prevista uma área para pátio de aeronaves.
O convênio com o Exército faz parte de uma série de medidas do governo para tentar destravar o setor aéreo. Até o fim do ano, a Infraero quer licitar as obras para expansão dos principais aeroportos do país. Os modelos de licitação incluirão desde a concessão de terminais até parcerias público-privada (PPPs) para tocar as obras. Além das empreiteiras, o governo quer atrair o interesse das companhias aéreas para entrarem como investidoras nos projetos.
AB


TAM reverte prejuízo com melhora operacional

Alberto Komatsu | De São Paulo

A TAM Linhas Aéreas reverteu o prejuízo de R$ 71 milhões do primeiro trimestre de 2010 e registrou lucro líquido de R$ 128,8 milhões de janeiro a março deste ano. Em comparação com o quarto trimestre de 2010, porém, o resultado recuou 14,5% diante do lucro de R$ 150,6 milhões.
Depois da divulgação dos resultados, as ações preferenciais da TAM registraram queda de 1,84%. "Os papéis do setor aéreo estão sendo pressionados pelo cenário de alta no preço do barril de petróleo", diz o analista de aviação do banco UBS, Victor Mizusaki.
Na semana passada, lembra ele, as ações da Gol recuaram 4,15% depois da divulgação de uma revisão para baixo da margem operacional, apesar do lucro líquido de R$ 31,93 milhões, no primeiro trimestre, ter sido 33,5% superior ao do mesmo período do ano passado. Mizusaki afirma, porém, que a tendência é a de os papéis do setor aéreo terem recuperação com a melhora do atual cenário do petróleo.
O presidente-executivo da TAM, Líbano Barroso, afirma que a comparação dos resultados financeiros do primeiro trimestre com do quarto trimestre são influenciados pela sazonalidade. Isso porque o fim de ano é a alta temporada das viagens de avião.
O presidente da holding TAM S.A., Marco Antonio Bologna, acrescenta que, neste ano, o Carnaval caiu em março, o que reduziu as viagens corporativas, maior filão da companhia.
"Também tivemos a influência da valorização do real. Além disso, registramos um ganho de R$ 55,6 milhões com operações de hedge de combustível", diz Líbano. A TAM registrou receita líquida de R$ 3 bilhões no primeiro trimestre, com aumento de 16,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre, no entanto, a queda é de 7%.
A TAM teve lucro operacional de R$ 131,5 milhões, ante prejuízo operacional de R$ 79,5 milhões do primeiro trimestre do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aviões (Ebitda) foi de R$ 380,5 milhões, com crescimento de 1,15% ante o primeiro trimestre do ano passado. As despesas operacionais da TAM tiveram expansão de 16%, ao ficarem em R$ 2,9 bilhões.
A receita de passageiros da TAM no primeiro trimestre acumulou R$ 2,3 bilhões, com crescimento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita de cargas, por sua vez, foi de R$ 255,1 milhões, o que representou uma queda de 0,3% na comparação com janeiro a março de 2010.
Durante entrevista para comentar os resultados da TAM, Bologna informou que o próximo passo da fusão da companhia com a chilena LAN Airlines será a realização de uma audiência pública no dia 26 de maio. De acordo com ele, nesta quarta-feira encerra o prazo para o órgão antitruste chileno (TDLC) receber as sugestões e dúvidas de interessados nesse processo, como companhias aéreas concorrentes e consumidores.
Bologna também afirmou que a apuração do valor de 31% do capital da regional Trip Linhas Aéreas, que a TAM pretende adquiri, será concluído em junho.


INTERESSE CHINÊS
China anuncia investimentos e Brasil reclama de barreiras

O anúncio de novos investimentos milionários de empresas chinesas no Brasil fez parte dos comunicados do ministro de Comércio da China, Chen Deming, em visita ao país. Ele informou às autoridades brasileiras que a empresa de maquinário pesado Sany decidiu investir US$ 200 milhões para fabricar no Brasil equipamentos voltados ao mercado de exploração de petróleo; e a Chery pode investir até US$ 400 milhões para fabricar carros em território brasileiro. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, previu investimentos de US$ 8 bilhões dos chineses no Brasil neste ano. No comércio, contudo, o quadro é menos favorável.
Pimentel revelou que espera aumentar as vendas do Brasil à China em 20%, o menor índice de crescimento nas exportações brasileiras àquele país nos últimos anos, inferior até a 2009, quando as exportações cresceram 23%. No ano passado, o aumento foi de 46%. Na conversa entre Pimentel, Deming e o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, os brasileiros se queixaram de que, apesar do anúncio, em abril, da liberação de três frigoríficos para venda de carne de suínos à China, nenhum teve embarque autorizado até agora.
Os ministros comentaram que são muitas as queixas contra importações chinesas e que um anúncio como o de mais compras de aviões da Embraer, seria uma boa demonstração do interesse chinês em aumentar o valor agregado das vendas brasileiras ao país. Deming fez questão de repetir em público, para jornalistas e para empresários, que o governo chinês entende e quer atender às preocupações brasileiras com excesso de dependência das exportações de produtos básicos, como ferro e soja à China.
Na reunião com os ministros, Deming apresentou uma extensa lista de propostas de investimento chineses para o Brasil, para linhas de transmissão da futura hidrelétrica de Belo Monte, para oleodutos e projetos de exploração e prospecção do petróleo do pré-sal. A Sany, que deve instalar fábrica em Minas Gerais, forneceu equipamentos para salvar operários presos em minas de cobre do Chile e para o desastre na usina nuclear de Fukushima, no Japão. Deming pediu insistentemente apoio do governo brasileiro para venda direta de commodities como soja sem intermédio de trading companies, hoje responsáveis pelo negócio.
Os ministros brasileiros e chinês decidiram criar um grupo técnico só para discutir e resolver mensalmente os conflitos na área comercial e de investimentos. "Qualquer dificuldade que encontrarem, nos informem, estaremos à disposição", disse Deming, para empresários chineses e brasileiros reunidos na Confederação Nacional d a Indústria (CNI), em seminário sobre oportunidades de negócio no Brasil.
Deming informou que há interesse chinês na proposta apresentada pelo ministro Patriota, de desenvolvimento conjunto de tecnologias "verdes" (com menor emissão de carbono e poluentes) para automóveis. Patriota lembrou da necessidade de incrementar o turismo, com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, e informou que há grande interesse da TAM em criar linhas diretas para a China. O ministro chinês não comentou o assunto.
Deming garantiu que, segundo o último plano quinquenal chinês, o país e seus empresários pretendem se voltar cada vez mais para o mercado interno, aumentando o esforço de importações, o que tornará a China o primeiro mercado para produtos de luxo em pouco tempo (já é o segundo). "Nossa prioridade está em importação e investimentos no exterior", garantiu. Com o cenário de baixo crescimento nos Estados Unidos e Europa por um longo prazo, o Brasil surge como um dos destinos mais atrativos para estes investimentos, afirmou. Só os investimentos anunciados durante a visita da presidente Dilma Roussef à China somam cerca de US$ 1 bilhão, calculou.
Deming insistiu, porém, que a melhoria de qualidade da pauta de exportações brasileiras e a atração de investidores exigirá medidas adicionais do governo e do setor privado para diversificar a produção exportável e criar "ambiente mais favorável ao investimento". Os empresários chineses têm se queixado da excessiva valorização do real, relatou o ministro chinês. Mas, segundo o ministro, os chineses estão dispostos a manter o superávit comercial em favor do Brasil e não pretendem adotar medidas para reduzi-lo.
Os interesses chineses estão, principalmente, na área de infraestrutura e agricultura, mas também vêm se estendendo por outras área industriais. O ministro fez um convite, aceito por Pimentel, para participação do Brasil na próxima feira de Guagzhou (antigo Cantão), uma das maiores da Ásia, que terá um pavilhão dedicado à América Latina. O Brasil terá seu próprio pavilhão, afirmou Pimentel.
(SL)





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