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terça-feira, 21 de junho de 2011

21 de junho 2011 - JORNAL DE BRASILIA



AEROPORTO JK
Maior controle das aves
Em 2010 foram 53 colisões entre pássaros e aeronaves. Meta é reduzir número

Da Redação

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) firmou convênio com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) para controlar a população de aves na Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que atinge um raio de 20 quilômetros do Aeroporto Internacional de Brasília, e assim evitar colisões com as aeronaves. Somente em 2010, foram registradas 53 colisões entre os pássaros e aeronaves no local, mas nenhuma com maior gravidade.
Biólogos da Infraero fazem esse trabalho constantemente em aeroportos de todo o País. Em Brasília, a ação foi intensificada por causa do aumento da população de pássaros, como o carcará, o gavião e, principalmente, o urubu na ASA.

OBJETIVO
O objetivo da parceria é diminuir o número de acidentes que envolvam animais silvestres, especialmente os que voam, em ações de pouso e decolagem, já que o risco preocupa autoridades.
Há algum tempo, após observação, foi constatado que o aumento de urubus na região do Zoológico ocorria devido à alimentação dos lobos-guará, que era feita a céu aberto. Com isso, o Zoo passou a cobrir o local onde os animais eram alimentados e o número de urubus diminuiu. A parte da UnB nessa parceria é fazer as vistorias dentro do aeroporto e na parte de risco. Duas vezes por semana uma equipe da universidade é encarregada da vistoria e, se detectado algo diferente, a equipe aciona o órgão responsável.

IMPACTO
De acordo com a Infraero, uma ave de dois quilos, por exemplo, ao se chocar com um avião a 300 km/h, gera um impacto de sete toneladas.
Profissionais da Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB), que está dentro do raio de proteção, vão fazer um trabalho de limpeza da área. O objetivo é eliminar entulhos que servem de atrativos para urubus e outras aves de rapina. Segundo a Assessoria de Comunicação do Zoológico de Brasília, os urubus são atraídos pelo lixo acumulado no Santuário da Vida Silvestre, situado entre o Jardim Zoológico e a Candangolândia. Além disso, serão feitas campanhas educativas para que a população não jogue mais lixo na região.


Bom para os dois lados

O projeto também vai ajudar o Jardim Zoológico, que está enfrentando sérios problemas com o número de pombos. A equipe de biólogos da Infraero estuda uma forma de amenizar a situação. De acordo com a bióloga da Infraero, Camila Lopes, a parceria acaba sendo boa para todos os lados, pois se há um aumento de pombos, também haverá um aumento de carcarás, que se alimentam de pombos, e a área aeroportuária estará em risco. “Uma mão lava a outra. Ajudando o Zoo com os pombos, também estamos nos ajudando e evitando futuros acidentes”, diz.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), em 2010 foram 110 acidentes envolvendo aeronaves no País. Sendo que das colisões reportadas por tipo de fauna, as de motivo desconhecido ficaram em primeiro lugar, seguidas por quero-quero, urubu, carcará e coruja.
O CDT/UnB não quis se pronunciar sobre o projeto, pois, de acordo com a Assessoria de Comunicação, a Infraero é a responsável pelos estudos.


CLÁUDIO HUMBERTO

APAGÃO
A tragédia em Trancoso poderia ter sido evitada se o aeroporto de Porto Seguro, de onde decolou, tivesse fiscalização do DAC, fechada pela Anac. Sem brevê, piloto não chegaria perto do helicóptero.

TRAGÉDIA NA ÁGUA
Prazo não deve ser prorrogado
Naufrágio do Imagination faz 30 dias e polícia quer urgência para concluir caso

Gabriella Bontempo

A tragédia com o barco Imagination, que causou a morte de nove pessoas, completa amanhã um mês. Para a polícia, o momento é de conclusão do caso. Para os familiares é tempo de superar as perdas.
O inquérito expira amanhã, quando completará 30 dias da abertura. Segundo o delegado-chefe da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Adval Cardoso, após essa data, o processo será encaminhado à Justiça com um pedido imediato de retorno, para que a apuração seja finalizada. “A prorrogação do prazo é de mais 30 dias, mas esperamos não utilizar todo esse tempo. Assim que o laudo pericial for concluído, terminaremos nossa parte”.
Segundo ele, quase cem pessoas prestaram depoimentos na delegacia. “Faltam ainda algumas pessoas, mas esperamos ouví-las ao longo desta semana”. A polícia também tinha interesse de ouvir os responsáveis pela reforma do barco para ter um parecer sobre o estado dele antes da tragédia, mas apenas um foi ouvido. O laudo pericial do Instituto de Criminalística, importante para a definição criminal, pode ficar pronto em 60 dias.

RECUPERAÇÃO
Agnaldo Dias da Silva, um dos proprietários do AV Buffet, que organizou a confraternização, conta que a família está se recuperando do acidente. “O tempo é que faz todas as coisas, mas a ferida vai demorar muito para fechar. Estamos levantando a cabeça”. A irmã da mulher dele, Flávia Dornel, de 22 anos, foi uma das vítimas.
Segundo ele, o momento é de aguardar o resultado do inquérito. “Fazemos questão de saber o que aconteceu com o barco. Tentamos entrar em contato com as pessoas que estavam a bordo do Imagination. Somos todos vítimas”. A tia do garçom Hadnilton José de Oliveira, última vítima a ser encontrada, Marlene Lisboa, disse que lembra, todas as noites, da angústia que a família viveu com o desaparecimento. “Toda noite revejo as matérias sobre o caso. A família ainda não acredita que a tragédia aconteceu. Só queríamos que a dor aliviasse um pouco”.


Ainda na margem

Os proprietários da embarcação, Flávia Carolina de Paula e Marlon José de Almeida, foram notificados pela Marinha sobre a retirada do barco no dia 2 de junho. O prazo inicial estipulado foi de 15 dias, mas ficou acordado entre as partes que a data seria prorrogada por mais 15, ou seja, até 5 de julho. Segundo a tenente-capitão Andrea Delduque, a dificuldade maior é porque no DF não há equipamento que suporte o peso do barco. “A embarcação é muito pesada e a madeira já está cheia de água. O barco está bem próximo da margem, sinalizado e não prejudica a navegação do Lago Paranoá”.
O advogado dos proprietários, Raul Livino, informou que contratou técnicos para avaliarem a retirada do barco. “É impossível o proprietário fazer isso. Se o Corpo de Bombeiros e a Marinha tiveram dificuldades, como uma pessoa vai conseguir? Ele não tem disponibilidade física, financeira ou técnica para retirar a embarcação”, alega. De acordo com ele, os donos do barco ainda estão muito abalados. “Eles ainda estão chocados com tudo o que aconteceu”. Além disso, Livino explicou que, futuramente, um novo processo, agora contra a União e o GDF poderá ser feito. “Vamos avaliar a dimensão do dano no barco e o que agravou o insucesso da operação. Poderemos, futuramente, entrar com um processo contra a União e o DF por conta de uma suspensão danosa de estrutura”. 


GILBERTO AMARAL

PRONTAS EM 2013
O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, informou, no Senado, que as obras de readequação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, ficarão prontas em dezembro de 2013, quatro anos antes do prazo avaliado pelo Ipea com base na demora do início dos serviços. O atraso colocava em risco Manaus como uma das sedes do mundial.

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