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segunda-feira, 13 de junho de 2011

13 de junho 2011 - O GLOBO


Planalto vai abrir cofre para acalmar Congresso

A nova ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que toma posse hoje, disse ontem que uma de suas primeiras providências para melhorar a relação com o Congresso, após a crise que levou à saída de Antonio Palocci do governo, será obter a liberação de R$ 250 milhões para emendas parlamentares. Também acenou com o preenchimento de cargos no Executivo, mas frisou que os aliados precisam ter paciência. Referindo-se especialmente ao PT, disse que será preciso "capacidade política para organizar a fila" porque "não tem espaço para todos". E sinalizou uma aproximação maior com o PMDB, dizendo que um de seus primeiros encontros será com o vice-presidente Michel Temer. Ela ainda se comprometeu a adotar estilo mais ameno do que na época em que era senadora, quando travou vários embates com a oposição: "Em minha nova tarefa, o comportamento é outro."


IMPASSE MILITAR
Maré vermelha
Após passeata em Copacabana, bombeiros querem retomar diálogo com governo

Ana Claudia Costa e Vinícius Lisboa

Após uma manifestação pacífica, que, segundo a PM, reuniu cerca de 27 mil pessoas na orla de Copacabana, os bombeiros agora vão negociar com o governo do estado em tom de conciliação. Lideranças do movimento, que pede reajuste salarial, prometem deixar de lado passeatas e grandes manifestações. A partir de agora, segundo o capitão bombeiro Lauro Botto, um dos líderes da categoria, o grupo quer dialogar com o governo. A intenção foi bem aceita pelo secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Por meio de sua assessoria de imprensa, ele informou que pretende se reunir, ainda esta semana, com os representantes do movimento, para juntos elaborarem uma proposta unificada a ser levada ao governador Sérgio Cabral.

Policiais militares e civis também participaram
Sérgio Simões disse ainda que deve se encontrar com o secretário de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, a fim de discutir a questão orçamentária. Em tom pacífico e se dizendo surpreso com a mobilização popular, Botto afirma que os líderes do movimento vão se reunir hoje, às 10h30m, com deputados estaduais que apoiaram a causa:
- Faremos apenas manifestações ordeiras e pacíficas na porta da Assembleia Legislativa. Queremos, com a ajuda dos deputados, chegar ao líder do governo, deputado Paulo Melo, e ao governador para negociar.
O que os organizadores chamaram ontem de "Rio Vermelho", na orla de Copacabana, não reuniu apenas bombeiros. Misturado ao vermelho da corporação, policiais militares vestiram camisas azuis para reivindicar aumentos. Policiais civis, professores, profissionais de saúde e bombeiros de vários estados também aderiram à caminhada. Na conta das lideranças do movimento, a passeata pode ter reunido mais de 50 mil pessoas. A concentração dos bombeiros, em frente ao Hotel Copacabana Palace, começou por volta das 8h. Na areia, mais de 400 balões de gás foram soltos. Moradores da Avenida Atlântica estenderam panos e toalhas vermelhas nas janelas em apoio à caminhada.
Marcada para 10h, a passeata começou com uma hora e meia de atraso porque os organizadores aguardavam um grupo que ficou retido num engarrafamento no Túnel Santa Bárbara. A caminhada terminou três horas depois, no Posto Seis. O grande número de participantes fez com que a Avenida Atlântica, junto aos prédios, ficasse fechada em alguns momentos. Apenas moradores podiam passar de carro.
Durante o percurso, foram recolhidas assinaturas pedindo a votação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que anistiaria os bombeiros que foram presos após invadirem o Quartel Central. No meio da passeata, um grupo parou para abraçar policiais do Batalhão de Choque de plantão no local. Emocionado com a adesão da população, o cabo Benevenuto Daciolo, outro líder do movimento, discursou ao fim da caminhada. Ele disse saber do apoio popular à causa dos bombeiros, mas não imaginava tamanha adesão na orla.
- Pedimos socorro e a população veio em socorro a quem sempre a salva - disse ele, acrescentando que, na quinta-feira, haverá ato público nas escadarias da Alerj em agradecimento ao governo do estado, pois ele prevê que as negociações serão retomadas até lá.
Na passeata também havia familiares dos bombeiros, como os do cabo Michel Andrade Vieira, que deixou anteontem o quartel de Charitas, onde ficara quase uma semana preso. Ontem, ele e cerca de 20 parentes, incluindo a filha de dois meses, estavam no ato:
- Estou muito orgulhoso de ser bombeiro e de estar aqui e ver todo o apoio que a população está nos dando.
O capitão Walter Victorio veio do Espírito Santo com 30 bombeiros para apoiar os militares fluminenses. Com camisas pretas e faixas, eles contavam que a situação não é muito diferente no estado vizinho.
- Nosso problema não é tão grave quanto o dos bombeiros do Rio, que têm o pior salário. Bom seria se conseguíssemos uma mobilização nacional - avaliou ele.

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