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terça-feira, 5 de abril de 2011

05 de abril de 2011 - BRASIL ECONÔMICO


Iveco abre unidade de defesa no Brasil para atender o Exército
Companhia do grupo Fiat vai investir R$ 75 milhões em fábrica que produzirá 2.044 blindados até 2029

Ana Paula Machado

A Iveco Latin America entra com toda força no mercado de defesa. A companhia do grupo Fiat vai investir R$ 75 milhões em uma nova unidade de blindados no complexo da empresa em Sete Lagoas, em Minas Gerais. A Iveco Defense será responsável pela produção de veículos de transporte de tropas para o Exército Brasileiro, chamado de Guarani. O presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, disse que além dos recursos anunciados, serão aplicados outros R$ 40 milhões empesquisa e desenvol- vimento e R$ 20milhões que serão aportados pela Fiat Powertrain (FPT), para os estudos do motor que equipará o blindado. A unidade entra em operação em 2012, quando serão produzidos os primeiros 16 veículos que serão entregues ao Exército. “Depois disso, ao final de 2012 começamos a produção emsérie. A fábrica está dimensionada para uma capacidade de 10 blindados por mês”, disseMazzu. O contrato com o Exército prevê a produção de 2.044 unidades do Guarani com entregas até 2029. “Para a produção dos protótipos, já definimos os fornecedores. Agora, com o início da fabricação em série dos blindados, vamos iniciar as conversas para a formação de umpólo de fornecedores para atender a nova unidade da Iveco”, afirmou Mazzu.
Boa parte dos componentes do protótipo e do lote piloto de 16 veículos será importada, mas o projeto tem como diretiva elevar o conteúdo nacional acima dos 60%, com o objetivo de reduzir custos de produção e de manutenção. Segundo a Iveco, a cadeia produtiva deve envolver
cerca de 110 fornecedores diretos e até 600 indiretos. A Iveco Veículos de Defesa será instalada em uma área de 18 mil metros quadrados. A plena carga, a nova unidade vai empregar 350 pessoas, muitas das quais treinadas para tarefas especializadas e raras no mercado, como solda de aço balístico. “Coma Iveco Veículos de Defesa poderemos não só melhor atender ao nosso parceiro e cliente, o Exército, como também desenvolver novos produtos para o segmento militar, seja para o Brasil, seja para a exportação”, disse o executivo.

Projeto brasileiro
O Guarani é fruto de uma licitação de 2007 promovida pelo Exército Brasileiro e vencida pela Iveco. O primeiro protótipo do veículo blindado para transporte de tropa foi desenvolvido no Brasil por uma equipe conjunta do Exército brasileiro e da Iveco, além de especialistas da Comau, empresa de engenharia automotiva do Grupo Fiat, numtotal de 30 pessoas. O Guarani terá capacidade de transportar 11 pessoas e é um veículo blindado anfíbio de 18 toneladas e tração 6x6. Ele mede 6,91 metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,34metros de altura.
O blindado pode ser equipado com torre de canhão automático ou de metralhadora, operada por controle remoto. Além disso, poderá ser aerotransportado por um avião tipo Hercules C-130. O Guarani servirá, ainda, como plataforma base de uma família de blindados médios de rodas que poderá ter até mais dez versões diferentes, incluindo veículos de reconhecimento, carro de combate, socorro, posto de comando, comunicações, morteiro leve, morteiro pesado, central diretora de tiro, oficina e ambulância.

Reforço na estratégia
Mazzu ressaltou que a criação da unidade de defesa só vem reforçar a estratégia da empresa no país. “Estamos na fase 2 de nosso projeto para o mercado brasileiro. Queremos expandir nossa atuação, tanto em veículos comerciais como em outros segmentos e o segmento de defesa é um dos nossos focos de negócios’, diz o executivo.


Notas

Aviação I
Embraer faz acordo de cooperação com a chinesa Minsheng Financial Leasing
O negócio da empresa brasileira com a subsidiária do China Minsheng Banking, tem como objetivo criar oportunidades de financiamento para a venda de aeronaves da Embraer no mercado chinês e promover a aviação executiva naquele país. “Após dois anos de atuação, a Minsheng Financial Leasing tornou-se uma das principais instituições financeiras a oferecer este serviço na China”, informou a Embraer.

Aviação II
KLM Cityhopper compra cinco jatos
Embraer 190 no valor de R$ 214 milhões A Embraer assinou com a KLM Cityhopper, subsidiária da holandesa KLM, um contrato de venda de cinco jatos Embraer 190, o que confirma opções contratadas em 2007. O valor do negócio é de R$ 214 milhões nas condições econômicas de janeiro de 2011. As aeronaves começam a ser entregues no primeiro semestre de 2012. A companhia holandesa ainda possui opções para a compra de outros dois jatos Embraer 190.


ENCONTRO DE CONTAS
Lurdete Ertel

Agitação de asas
Cerca de 3,2 milhões de passageiros a mais voaram no Brasil no primeiro bimestre deste ano, revelam dados consolidados pela Infraero.
O número total de pessoas que passaram pelos terminais da empresa entre janeiro e fevereiro alcançou 28,12 milhões, um aumento de 12,8% sobre igual período de 2010. Também decolou o número de voos no Brasil no período, de 394,5 mil entre janeiro e fevereiro de 2010 para 448,1 mil neste ano. Ou seja: um aumento de 13,5% no vai-vém de aviões nos aeroportos brasileiros. Igualmente avançou a ligação com o Exterior:
em dois meses, 3,07 milhões de passageiros embarcaram ou desembacaram em voos internacionais no país, ante 2,7 milhões de 2010.


Trip adia abertura de capital e prevê alta de 74% na receita 
Depois da venda de 31% das ações para a Tam, companhia prevê entrar no mercado de ações em 2013 e projeta receita de R$ 1,3 bilhão para 2011

 Michele Loureiro mloureiro@brasileconomico.com.br

A mudança na estrutura societária da Trip Linhas Aéreas — que assinou acordo de venda de 31% de suas ações para a Tam, sem revelar o valor do processo — vai protelar a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia aérea. Segundo Marcello  Mascotto Iannalfo, diretor Financeiro e Relações com Investidores da Trip, o IPO continua no radar, mas só deve acontecer em 2013. “O processo com a Tam não invalida a oferta pública de ações, mas a programação foi adiada por um ano para nos adaptarmos à nova realidade.” A mudança societária da Trip, que depende da aprovação de autoridades regulatórias, deve ser concretizada em 90 dias. Assim, a participação da empresa aérea americana Skywest no capital total passará de 26% para 18,9%. A Trip Participações terá 50,1% e a Tam os 31% restantes. Iannalfo destacou que a parceria com a Tam vai auxiliar na unificação de malhas e impulsionar as vendas de bilhetes. “Estamos estruturando um sistema universal, no qual será possível comprar passagens das duas companhias”, afirma.

Resultados
O processo com a Tam, a aquisição de novas aeronaves e o aumento do número de rotas são as estratégias da companhia para elevar seu faturamento em 74% neste ano. Em 2010, a empresa registrou montante  de R$ 747 milhões, alta de 66,4% em relação a 2009. O lucro líquido atingiu os R$ 20 milhões. “Nossa meta é alcançar R$ 1,3 bilhão de faturamento em 2011. Para isso, aumentaremos os destinos dos atuais 82 para 91 e a frota de aeronaves de 43 para 57”, disse o executivo. Até 2012, a frota alcançará 70 aeronaves. As regiões Centro-Oeste e Nordeste vão concentrar a maioria dos novos destinos. “Estas localidades apresentam crescimento superior ao restante do país, cerca de 35%. Mas o Sudeste e o Norte também terão novas rotas”, ressaltou o executivo.
 No ano passado, a Trip transportou 3,3 milhões de passageiros e a meta da companhia é ampliar este número para 5,4 milhões neste ano. Para isto, além da frota de aviões maior, a empresa aposta em preços competitivos. “Mesmo com o valor do combustível em alta, não há previsão de repasses aos consumidores. Nossas aeronaves de porte menor são mais econômicas e o custo com combustível representa cerca de 28% de nossas despesas, valor menor que o das outras companhias”, disse Iannalfo.
O executivo garantiu que nos últimos três anos houve um recuo no valor dos bilhetes da companhia. Dado certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que aponta redução de 38,7% no valor das passagens entre dezembro de 2007 e dezembro de 2010. ■

fonte: BRASIL ECONÔMICO

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