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terça-feira, 12 de abril de 2011

11 de abril de 2011 - VALOR ECONÔMICO


SERGIO LEO

Dúvidas na política externa brasileira
É difícil falar com segurança que houve uma guinada sensível na política externa brasileira. A mudança de estilo é inegável: o gosto pelo improviso e aparições públicas de Luiz Inácio Lula da Silva deu lugar à dosagem homeopática de pronunciamentos da sucessora, Dilma Rousseff, o empenho elétrico em abrir frentes de ação nas esferas internacionais, puxado pelo ex-chanceler Celso Amorim, foi substituído pela ação discreta e comedida do novo ministro, Antonio Patriota, nas instâncias desbravadas pelo antecessor.
Houve, é claro, a nova ênfase em direitos humanos, provocada pessoalmente pela presidente ex-militante nos movimentos armados de esquerda durante a ditadura militar, presa e torturada pelos agentes de repressão política. A novidade traduziu-se em uma votação, na qual foi nomeado um relator para verificar possíveis abusos no Irã dos aiatolás. A determinação de Dilma levou o Itamaraty a uma reavaliação do modus operandi diplomático, que resistia a um engajamento brasileiro em condenações individualizadas e seletivas de países-problemas na comunidade internacional.
Não há ainda, porém, uma nova linha de ação nem disposição do governo em pautar as relações internacionais por ações sistemáticas em direitos humanos. Dilma visita a China a partir de hoje sem planos de mencionar a prisão e isolamento, há uma semana, do artista Ai Weiwei - um dos expoentes da vanguarda chinesa, crítico severo do regime, colaborador na concepção do estádio Ninho de Pássaro para a Olimpíada na China. Weiwei foi destaque da última Bienal de São Paulo, com a obra "Cabeças do Zodíaco", uma crítica cifrada ao colonialismo ocidental, que será exibida em maio, em Nova York.
As autoridades chinesas, alvo de campanha de militantes de direitos humanos e governos ocidentais, acusaram o artista de "crimes econômicos", após mantê-lo preso por quatro dias, sem informar seu paradeiro. Diferentemente do que houve em casos como o de Sakineh Ashtiani, no Irã, o governo nem reservadamente cogitou tratar do tema com autoridades da China.
"Por que Líbia, e não Bahrein?", perguntava, em seminário da semana passada promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pela britânica Chatham House, o ministro de Defesa, Nelson Jobim. O ministro respondia a comentários sobre a abstenção brasileira na votação do bloqueio ao espaço aéreo líbio, citando outro país árabe onde governantes autoritários massacram a própria população - com a diferença de que, além de não ter o passado de apoio ao terrorismo do líbio Muammar Gadafi, os governantes do Bahrein hospedam a esquadra militar dos EUA no golfo Pérsico.
Aponta-se como indício de mudança na política externa o esforço de aproximação com os EUA. Declarações como a de Jobim, que ecoam outras feitas mais reservadamente no Itamaraty e no Planalto, mostram que a aliança com o governo americano é mais condicional do que se apreciaria em Washington. Afinal, os reparos a ações como as guerras no Iraque e no Afeganistão e a resistência a ações armadas não são, no Brasil, exclusivas dos partidos no poder.
Permanece na prioridade diplomática a política de "paciência estratégica" com arroubos protecionistas da Argentina, e de atenção generosa a vizinhos como o Paraguai, para quem se concedeu aumento em uma parcela dos pagamentos por Itaipu. Saíram apenas de cena as manifestações públicas de carinho a líderes polêmicos como Hugo Chávez. Mas o governo continua empenhado em inserir a Venezuela no Mercosul.
O Brasil conseguiu ter reconhecido seu papel de protagonista em decisões mundiais, em temas como finanças, comércio e ambiente, e não há dúvidas sobre o aumento do peso do país na economia mundial, como grande mercado, alvo estratégico de investimentos e gigantesco fornecedor de matéria-prima. Com a campanha ativa por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas o Brasil passou a receber cobranças para se engajar mais ativamente em ações como as da Líbia, ou o cerco diplomático ao regime iraniano.
É frequente entre diplomatas e autoridades estrangeiras uma pergunta ouvida no seminário de que participou Jobim: conquistada a cadeira nos centros de decisões mundiais, qual será a contribuição do Brasil? O país não fará o que as potências mundiais querem que faça, mas o que considerar correto, respondeu o embaixador Roberto Jaguaribe, atualmente na representação do Brasil em Londres.
O desafio do Brasil é concentrar-se em agendas nas quais "a competência do país na articulação de consensos pode desempenhar um papel", comentou o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Lafer, sugerindo prioridade para as agendas econômica e ambiental, após lembrar a tradição brasileira contrária a ações militares e em favor de solução negociada para conflitos.
Muitos sucessos na exportação de commodities brasileiras, um de seus trunfos na cena internacional, estão ligados a centros importantes de geração de tecnologia, como a Petrobras e a Embrapa, lembrou, no mesmo seminário, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey. Um desafio para aumentar os recursos de poder do Brasil é aproveitar a demanda pelos recursos naturais para desenvolver tecnologias de ponta associadas a eles.
Não apenas na economia, ainda faltam ao Brasil instrumentos para assumir todas as responsabilidades que vêm com a maior presença do país nos centros de decisão mundial, apontou Cozendey. O país ganhou ingresso no clube das elites, mas ainda depende, para legitimar sua atuação, de pertencer à turma dos países em desenvolvimento, com os quais se assemelha em vários aspectos. Esse paradoxo será, ainda, fonte de muita crítica à política externa brasileira.



ECONOMIA
Empresas chinesas decidem comprar 35 jatos da Embraer

Sergio Leo | De Pequim

Duas empresas chinesas, a China Southern e a Hebei Airlines, aproveitarão a viagem da presidente Dilma Rousseff à China para anunciar a compra de jatos EMB 190, fabricados pela Embraer, em resposta à reivindicação brasileira de vendas de maior valor agregado ao país asiático.
A Hebei, lançada no ano passado, comprará 25 jatos, e a China Southern, que já havia anunciado em janeiro a compra de dez EMB-190, por intermédio da chinesa CDB Leasing, confirmará a aquisição de mais dez. O jato tem capacidade para transportar até 114 passageiros. Dilma chega hoje e fica na China até o dia 18. É a terceira viagem internacional da presidente e a primeira à Ásia.
O Brasil negocia ainda a transformação da fábrica da Embraer na China, para que ela possa montar no país o jato executivo Legacy 600. A unidade está ameaçada de fechamento, por causa da decisão dos chineses de não comprar mais os jatos EMB 145, de 50 lugares, fabricados lá pela associação entre a chinesa Avic e a Embraer. Os contratos com a Embraer fazem parte de um pacote de cerca de 20 acordos e memorandos de entendimento, que devem ser assinados durante a visita de Dilma.
Entre os gestos de aproximação feitos pelos chineses, estará o credenciamento de dez frigoríficos, que serão autorizados a exportar, pela primeira vez, carne de porco do Brasil diretamente à China. Com a medida, a associação dos exportadores de carne suína do Brasil estima que a China, em cinco anos, poderá absorver cerca de 200 mil toneladas anuais, 37% das exportações brasileiros do produto em 2010.
A Petrobras, como antecipou o Valor, assinará contratos com as chinesas Sinochem e Sinopec, para, respectivamente, recuperação de petróleo em reservas de difícil extração e para iniciar exploração de dois blocos no litoral dos Estados do Pará e Maranhão. A Eletrobras e a chinesa State Grid assinarão parceria, o que deve facilitar a entrada da empresa da China nos leilões de energia no Brasil.
A fabricação dos Legacy na China, para aproveitar o crescente mercado de aviação executiva, é o principal objetivo das negociações entre Embraer e chineses, com apoio do governo brasileiro. A retomada das compras de aviões brasileiros, após um período de incerteza, em que a concorrente canadense Bombardier começa a produzir também na China, é, porém, a primeira demonstração concreta dos chineses no interesse em prestigiar a relação bilateral.
Os dois países assinarão, ainda, acordo de defesa, que prevê troca de tecnologias e informações, ações conjuntas e intercâmbio de especialistas. No comunicado conjunto a ser assinado amanhã pela presidente e pelo presidente chinês, Hu Jintao, a China deverá acompanhar o Brasil na defesa de uma reforma nos mecanismos de decisão da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas rejeitava, até ontem, qualquer menção específica ao Conselho de Segurança, em que o governo brasileiro reivindica um assento permanente.
Os últimos gestos chineses, contrários a mudanças nas Nações Unidas por temor de abrir espaço para maior influência de Índia e Japão, concorrentes asiáticos, fazem com que o governo brasileiro já considere uma vitória a concordância em mencionar favoravelmente a reforma na instituição.
Brasil e China devem firmar, também, acordos para instalação de um centro de pesquisas em ciência e tecnologia, com ênfase em nanotecnologia, acordos de troca de informações e experiências entre seus institutos de metrologia, além de cooperação em biocombustíveis e para maior uso do bambu como material em setores como têxtil e construção civil. A Embrapa firmará dois acordos, para projetos de agricultura sustentável e intercâmbio de pesquisadores.
Dilma visita a China acompanhada por uma comitiva de ministros e de 250 empresários, que representam distintos setores da economia. Para os empresários brasileiros, o mercado chinês é fundamental, mas eles também cobram limites para as importações oriundas da China.
Na semana passada, o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena Soares, disse que a expectativa da viagem é que as conversas levem à abertura de oportunidades em vários setores do comércio na China.
Com agências noticiosas


DEFESA
Onda de aquisições e fusões vai acirrar competição no setor

Virgínia Silveira | De São Paulo

O setor de defesa e segurança vive neste ano um processo de consolidação intenso, com a aquisição de empresas de pequeno e médio portes, localizadas no polo tecnológico de São José dos Campos por grandes grupos nacionais.
Depois da Odebrecht / Mectron e da Embraer / Orbisat, agora é a vez da Sinergy Defesa e Segurança (SDS), que acaba de ser formada com a participação EAE Soluções Aeroespaciais (joint venture entre a Sinergy e a Israel Aerospace Industries), a Flight Technologies, a Digex Aircraft Maintenance, e o Estaleiro EISA, do grupo Synergy. O grupo atua também em transporte aéreo e em óleo e gás. As empresas que compõem a SDS faturam mais de US$ 8 bilhões e empregam 40 mil pessoas.
O alvo dessas operações é o promissor negócio gerado pelos programas de reaparelhamento das Forças Armadas brasileiras e pelo incentivo à capacitação da indústria nacional em tecnologias estratégicas para o país. Os projetos de modernização dos equipamentos militares brasileiros estão previstos na Estratégia Nacional de Defesa e projeções feitas por especialistas do setor apontam para investimentos da ordem de R$ 150 bilhões nos próximos 30 anos.
De olho nas novas oportunidades de negócio nesse mercado, a Embraer foi a primeira empresa a divulgar seus planos de fortalecimento na área de defesa, com a criação da Embraer Defesa e Segurança em dezembro do ano passado. Mais recentemente, no dia 15 de março, a companhia adquiriu a divisão de radares da Orbisat, um negócio avaliado em R$ 28,5 milhões. Nesta semana deve anunciar a aquisição da Atech.
Na quinta-feira, a Odebrecht anunciou a criação da Odebrecht Defesa e Tecnologia. A nova empresa do grupo foi estruturada após a consolidação de uma série de iniciativas estratégicas na área de defesa: a aquisição do controle da fabricante de mísseis Mectron, a joint-venture com a empresa Cassidian, braço de defesa da gigante europeia EADS e a parceria com a francesa DCNS no Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil.
No mercado brasileiro, segundo as principais empresas do setor, ainda há espaço para mais aquisições, visando agregar valor às operações dos novos conglomerados de defesa que estão se formando em torno da Embraer, Odebrecht, Synergy e Camargo Corrêa. "Ainda há algumas empresas brasileiras com ativos importantes sob o ponto de vista tecnológico estratégico", disse o presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia, Roberto Simões.
Segundo Nei Brasil, que é presidente da Flight Technologies, a SDS tem planos de oferecer ao mercado brasileiro e latino-americano produtos e serviços nas áreas de vants (veículos aéreos não tripulados), satélites de observação e comunicação, radares de aplicação militar, sensores e dispositivos para segurança interna, centros integrados de inteligência e serviços de manutenção e modificação de aeronaves e embarcações.
"Queremos ocupar mais espaço no bojo da Estratégia Nacional de Defesa e, posteriormente, nos posicionar como player global em sistemas robóticos e integrados para defesa e segurança", afirmou. A parceria com a Synergy, segundo Brasil, ajudará a empresa a alavancar seus projetos no mercado de defesa. Para isso, está fazendo investimento de R$ 40 milhões em sua expansão. A empresa ganhará novas instalações em uma área de 600 metros quadrados no Centro Empresarial do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
O representante da EAE, joint-venture entre o grupo Synergy e a israelense IAI, Moshe Cytter, disse que o objetivo da empresa no Brasil é construir alianças estratégicas que viabilizem a atuação da companhia em diferentes projetos de interesse da defesa nacional.
A EAE já tem um contrato de fornecimento de vants para a Polícia Federal, avaliado em US$ 30 milhões. O grupo israelense IAI, que fatura US$ 3,15 bilhões por ano e tem cerca de 17 mil funcionários, também participa de projetos com a Marinha na área de navios patrulha de 500 toneladas, fornecimento de radares para as aeronaves P-3 de patrulha marítima da Força Aérea Brasileira (FAB) e para os caças A-4 da Marinha. Os executivos não informaram qual será a receita da Sinergy Defesa e Segurança.


CEM DIAS
Segurança na fronteira pauta parceria no PR
Beto Richa busca ajuda do governo federal para conter entrada de armas e drogas pelo Estado

Marli Lima e Cristiane Agostine | De Curitiba e São Paulo

A construção de um gabinete de gestão integrada em Foz do Iguaçu para combater o tráfico de drogas e de armas na fronteira é um exemplo da cooperação entre o governo federal e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). A medida, negociada entre o tucano, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será uma das principais marcas do governo estadual na área de Segurança no começo da gestão.
Richa fez questão de deixar claro desde o início do governo que não faria oposição a Dilma e que pretendia trabalhar em parceria com o governo federal. Na semana passada, Richa esteve com a presidente em Brasília, em busca de recursos federais. Na volta, divulgou texto para informar que foi bem recebido e que Dilma "se mostrou interessada" em ajudar, "principalmente nas áreas de segurança pública e infraestrutura", o que incluiria combate ao crime organizado e à violência na fronteira. Richa também busca recursos para obras no porto de Paranaguá e para reforçar os investimentos em infraestrutura no Estado.
O governador paranaense começou sua gestão alegando que a situação financeira do Estado era precária. Suspendeu por 90 dias o pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços e anunciou auditoria nas contas. Segundo o tucano, estão em análise R$ 550 milhões de contratos. "Encontramos alguns indícios de irregularidade e boa parte das obras foi assinada ou publicada durante o período eleitoral", afirma Richa. Para enxugar despesas, exigiu aos secretários o corte de 15% dos gastos de custeio. "O Estado está com uma dificuldade financeira muito grande, uma capacidade de investimento reduzidíssima", diz.
Em relação a recursos privados, como já em 2010 a nova equipe divulgava conversas com grandes empresas que estariam interessadas em investir no Paraná e que só esperavam a saída de Roberto Requião (PMDB), criou-se a expectativa de que ele faria algum grande anúncio, como uma possível ampliação da atuação da Ambev, com nova fábrica no município de Ponta Grossa. Em fevereiro, foi anunciada a flexibilização das regras de concessão de incentivo fiscal, para tornar viáveis as negociações em andamento. Nenhum resultado foi mostrado até o momento.
O governador, no entanto, argumenta que "a expectativa de retomada de industrialização do Estado é muito forte". "Muitas empresas têm nos procurado para instalar suas indústrias. Hoje existe segurança jurídica", afirma. Richa diz ter enviado à Assembleia Legislativa um projeto de lei para criar Parcerias Público Privadas (PPPs).
Logo que assumiu, sem preocupar-se com críticas, Richa manteve a postura de Requião, seu antecessor, e nomeou parentes para secretarias importantes. "Isso não é nepotismo", rebate. "Meu irmão e minha esposa foram secretários no meu governo de Curitiba. Não enganei ninguém", diz. Também levou para o governo ex-aliados de Requião e do ex-governador Jaime Lerner.
O começo do governo de Richa foi atribulado. Depois de declarar a suspensão de pagamentos, autorizar o uso da Polícia Militar para fazer a segurança da Assembleia Legislativa e de enfrentar deslizamentos de terra que arrasaram cidades do litoral do Estado e interditaram rodovias, um dos assuntos que ganharam destaque no período foi a sucessão na prefeitura de Curitiba, na qual o tucano terá peso. O que está em discussão é se ele vai apoiar seu ex-vice, Luciano Ducci (PSB), ou o ex-senador Gustavo Fruet, companheiro de partido.
Richa fez sucesso nas duas vezes em que foi eleito prefeito da capital. No governo, os primeiros cem dias são vistos com decepção por alguns e com expectativa por outros. "Aconteceu alguma coisa nesse período?", questiona o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Adriano Codato. Para o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), aconteceu o que era esperado, "que ele botasse os pés no freio". Na opinião de Másimo Della Justina, professor de Ciências Econômicas da PUC do Paraná, o tucano demonstrou mais pragmatismo e menos viés ideológico, mas "está lento e não trouxe novidades".
"Não dá para cobrar promessas de campanha, porque são tão genéricas. Falam em mais verbas para a educação e saúde, mas o político não se compromete", reclama Codato. "Podem alegar que o Estado estava falido, mas não sinalizam para onde vão e ficam só no dia a dia apagando incêndios", completa, em referência às ações de emergência para resolver problemas provocados pelas chuvas.
Para Della Justina, um fato positivo foi a preocupação com transparência na Assembleia, mesmo com o choque inicial da polícia ocupando o prédio. No retorno dos trabalhos da Assembleia, o deputado tucano Valdir Rossoni, presidente da Casa, disse ter sido ameaçado por seguranças comissionados dispensados por ele e pediu ajuda de Richa, que autorizou o envio da Polícia Militar. Richa conta com apoio de 48 dos 54 deputados, mas nos primeiros três meses não enviou mensagens para lá. "As coisas não vão ser tão simples como pareciam no palanque", afirma o deputado Tadeu Veneri (PT), que critica promessas que julga difíceis de cumprir, como zerar o número de presos em delegacias.
As primeiras duas mensagens de Richa tratam da extinção da empresa de energia Gralha Azul, criada para participar de leilão de linha de transmissão no interior, e torna obrigatória apresentação de Certidão Negativa de Débitos junto à Fazenda de qualquer alteração contratual promovida por empresas. Até agora não criou cargos, mas fez substituições em cargos comissionados - em janeiro, ele exonerou 3,5 mil pessoas contratadas com cargos em comissão. "Cem dias podem não significar nada, mas podem significar muito do que serão os próximos quatro anos", diz Veneri, que critica, ainda, o polêmico aluguel sem licitação de um avião a jato e de um helicóptero pelo período de três meses.
Pessoas ouvidas pelo Valor citaram algumas pendências que precisam ser resolvidas pelo novo governo, entre elas, ter ambição para reduzir a violência no Estado. Também faltariam decisões concretas para a redução dos preços dos pedágios.

FONTE: VALOR ECONôMICO

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