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quinta-feira, 7 de abril de 2011

06 de abril de 2011 - ZERO HORA


PEDAÇOS DA TRAGÉDIA
Acidente ajudou a modificar a aviação
Mesmo sem que sejam totalmente conhecidas as causas da queda do Airbus A-330 que matou 228 pessoas em 2009, o acidente já provocou trocas de aparelhos e mudanças de procedimentos de pilotagem a fim de evitar novas tragédias em condições semelhantes de vôo
Três pequenos submarinos-robôs, com o tamanho de torpedos, podem solucionar um dos maiores mistérios da aviação mundial: as causas do desastre do voo AF 447 que, em 2009, matou as 228 pessoas que estavam à bordo (entre elas, 52 brasileiros). O avião, um Airbus A-330 da Air France, fazia o trajeto Rio-Paris, em 31 de maio de 2009, quando caiu no mar. Apenas 51 corpos foram resgatados.
Os submarinos-robôs, a serviço da Air France, localizaram há alguns dias destroços da aeronave. A descoberta foi anunciada no fim de semana pelo Escritório de Investigações e Análise da França (BEA, na sigla em francês).
Os investigadores afirmam ainda não ser possível tirar conclusões sobre as causas do acidente, mas hipóteses começam a ser afastadas. Uma delas é de que as turbinas tenham se desintegrado no voo, causa comum a muitos acidentes. Isso, porém, não aconteceu, pois as fotos mostram motores sem sinais de explosão, atestam peritos. A fuselagem e o leme, já encontrados, tampouco estão chamuscados, o que torna improvável que tenha ocorrido um incêndio. Tudo indica que o avião bateu no mar, após trajetória errática dentro de uma gigantesca nuvem imersa numa tempestade.
Mesmo antes de conclusões sobre as causas, o acidente já serviu para acelerar mudanças em jatos da Air France. O acidente acelerou a troca dos tubos pitot (saliência na fuselagem que mede a pressão externa para calcular a velocidade do avião) de Airbus. Conforme relatório do BEA, erros de medidas enviadas pelos tubos pitot podem ter feito os computadores do avião adotarem procedimentos equivocados, provocando a queda.
Logo depois da tragédia, a Air France informou que já havia relato de dados imprecisos enviados pelos tubos pitot – desencadeando procedimentos incoerentes. Em razão dessa instabilidade, os


Página 10
Rosane de Oliveira

COMANDANTE EM CHEFE
Ex-presa política e adversária da ditadura, a presidente Dilma Rousseff recebeu ontem uma homenagem das Forças Armadas.
Realizada no Salão Nobre do Planalto, a cerimônia foi marcada por exceções. Atendendo a um pedido do cerimonial do governo de não usar a continência como forma de deferência a Dilma, os militares limitaram-se a cumprimentá-la com um aperto de mão.
A presidente também não permitiu imagens do momento em que recebeu as insígnias da Ordem da Defesa, maior comenda da área. Dilma, porém, em frases endereçadas aos oficiais-generais, fez referências sobre o período militar, ressaltando que o país “corrigiu seus próprios caminhos”.


Novo ministro herda caos aéreo
Secretaria de Aviação

Escolhido para a Secretaria Nacional de aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira recebeu da presidente Dilma Rousseff a missão de aprofundar as negociações com a iniciativa privada para reestruturar o setor aéreo e acabar com os gargalos nos aeroportos. Pesou na decisão da presidente o fato de Oliveira, diretor de Infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ser especialista em “estruturação de negócios’’.
Apesar de ter participado no banco das discussões sobre infraestrutura aeroportuária, ele não tem experiência direta na área. O nome de Oliveira, funcionário de carreira da instituição, foi sugerido a Dilma pelo presidente do banco, Luciano Coutinho. No mesmo dia, o convite foi feito e aceito. Em almoço no Palácio do Planalto ontem, Dilma já teve sua primeira reunião com Oliveira, que tem status de ministro. Também participaram Coutinho e Gustavo Matos do Vale, presidente da Infraero, e Antonio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil.
No encontro, a presidente falou não só sobre a situação dos aeroportos. Também conversou particularmente com Oliveira sobre outras grandes obras, como as hidrelétricas de Jirau, Santo Antonio e Belo Monte. Na véspera, já discutira com o presidente da Infraero detalhes dos aeroportos, tema classificado como “prioridade zero’’ para o governo, segundo Matos do Vale.
Dilma decidiu que serão feitas reuniões periódicas para tratar da situação de cada aeroporto separadamente.

Aproximação com Dilma veio com as obras do PAC
A secretaria foi criada em 18 de março. O preferido do Planalto era Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil e hoje no comando do Grupo Safra, mas ele recusou.
O novo secretário de aviação Civil estava desde 2006 à frente da diretoria de Infraestrutura do BNDES, responsável pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nessa área, estreitou o relacionamento com Dilma.


Oliveira é desconhecido no setor
Secretaria de aviação

Wagner Bittencourt de Oliveira, o novo chefe da aviação civil no país, é praticamente desconhecido de executivos, analistas e consultores do setor aéreo.
– Não dá para dizer que é um bom nome, pois não o conhecemos – diz Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul. – Mas ele tem um perfil técnico e, ao que parece, se relaciona bem com o setor privado. Por isso estamos otimistas.
TAM e Gol não quiseram comentar a nomeação. Oliveira entrou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 1975. Tem perfil desenvolvimentista, a favor da atuação do governo no estímulo a grandes projetos.
Na gestão Coutinho, passou a lidar com Estruturação de Projetos, área relacionada a concessões públicas. Além do conhecimento sobre andamento de projetos de grande porte, está familiarizado com as grandes construtoras, tomadoras desse tipo de crédito. Ele é engenheiro metalúrgico, com especialização em finanças e em mercado de capitais.
Oliveira chegou a se afastar do banco para ocupar os cargos de secretário do Ministério de Integração Nacional, de superintendente da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e de presidente da Companhia Ferroviária do Nordeste. Para especialistas, a escolha de Oliveira é um sinal de que o governo quer acelerar o andamento das obras.

Número
O volume de passageiros transportados no mercado aéreo doméstico em fevereiro de 2011 aumentou 9,34% em relação ao mesmo mês do ano passado.

FONTE: ZERO HORA

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