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quinta-feira, 14 de abril de 2011

14 de abril de 2011 - ÚLTIMAS NOTÍCIAS - ONLINE

O GLOBO - ONLINE
14/04/2011 04h39 - Atualizado em 14/04/2011 07h04

Reforma da ONU é necessária, dizem Brics em declaração conjunta
Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, tratou reforma como 'essencial'.
Países emergentes também criticaram 'uso da força' em conflitos.

Do G1, com agências internacionais

Em declaração conjunta divulgada nesta quinta-feira (24), o grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics, insistiu na necessidade de uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o texto, a reforma é necessária para que a ONU possa "tratar dos desafios globais atuais com maior êxito".
A declaração dos Brics foi resultado da reunião entre o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh; o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev; o presidente da China, Hu Jintao; a presidente do Brasil, Dilma Rousseff; e o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
A insistência sobre a reforma da organização ocorre em um ano em que todos os membros do grupo fazem parte do Conselho de Segurançada ONU: Rússia e China como membros permanentes e Brasil, Índia e África do Sul na condição de não permanentes.
Na entrevista coletiva conjunta após o encontro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, assinalou que "a reforma da ONU e de seu Conselho de Segurança são essenciais porque não é possível iniciarmos a segunda metade do século XXI vinculados a um acordo institucional criado após a guerra".
Dilma afirmou ainda que "a diplomacia e a negociação devem ser privilegiadas" na reforma da ONU. A presidente brasileira também se referiu à necessidade de reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, outro pedido permanente dos membros do Brics.
A declaração final da cúpula afirma ainda que "China e Rússia (membros permanentes do Conselho de Segurança) reiteram a importância que dão ao status de Índia, Brasil e África do Sul nos assuntos internacionais e entendem e apoiam sua aspiração de ter um maior papel na ONU".
Esta é a terceira cúpula de líderes dos Brics, após a realizada em 2009 na Rússia e a de 2010 no Brasil, e a primeira com a participação da África do Sul, convidada a juntar-se ao grupo no ano passado.

Conflitos internacionais
Ainda na declaração, os líderes dos cinco países defenderam que o uso da força seja evitada para a resolução dos conflitos internacionais, segundo informações da agência estatal de notícias chinesa Xinhua.
"Estamos profundamente preocupados com a turbulência no Oriente Médio, o Norte e o Oeste Africano e desejamos que os países afetados alcancem a paz, estabilidade, prosperidade e progresso", afirma o comunidado. "Nós compartilhamos o princípio de que o uso da força deve ser evitado", diz o texto conforme a agência.
A Líbia enfrenta uma batalha desde o começo deste ano, quando manifestações pedindo a renúncia do ditador Muammar Kadhafi, há 42 anos no poder, se tornaram confrontos violentos e passaram a ser reprimidos com força pelo regime.
No dia 17 de março, a ONU aprovou uma resolução que valida quaisquer medidas necessárias para impedir um massacre de civis. Dois dias depois, a coalizão internacional liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha começou a bombardear a Líbia. O atual comando das ações está com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Sistema monetário internacional
Os Brics também manifestam apoio a uma reforma e melhoria no sistema monetário internacional.
Segundo informações da agência estatal de notícias chinesa Xinhua, a reforma possibilitaria o estabelecimento de um sistema monetário estável e confiável e com ampla base internacional de reserva.
"A crise financeira internacional expôs as insuficiências e deficiências do atual sistema monetário e financeiro. Apoiamos a reforma e a evolução do sistema monetário internacional, com um sistema de reserva de divisas internacional amplo que dê estabilidade e segurança".
Os cinco países-membros do Brics são a favor de discutir o papel dos Direitos Especiais de Giro (DEG), "divisa" do Fundo Monetário Internacional (FMI), no atual sistema monetário internacional, assim como sua composição. Atualmente, o valor dos DEG se baseia em um grupo de quatro moedas: o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina.
O grupo também assinalou que "a estrutura do governo das instituições financeiras internacionais deveria refletir as mudanças na economia mundial, com maior voz e representação das economias emergentes e dos países em desenvolvimento".

Energia nuclear
Na entrevista coletiva realizada após o encontro, os líderes dos cinco países expressaram seu apoio ao Japão pela situação na usina nuclear de Fukushima, embora tenham manifestado em seu documento final que a energia nuclear "continuará a ser um elemento importante" para os Brics.
"A cooperação internacional para o desenvolvimento de energia nuclear segura com fins pacíficos deveria acontecer em condições de vigilância estrita dos padrões de segurança", assinala o documento.

Próximo encontro
Segundo a agência Xinhua, Hu Jintao informou que o próximo encontro dos Brics vai ocorrer na Índia no ano que vem.
* com informações da EFE, Reuters, France Presse e Xinhua


14/04/2011 07h00 - Atualizado em 14/04/2011 07h00
Raio-X nas escolas não é solução para diminuir violência, segundo Haddad
Data do Enem deste ano sai em breve, de acordo com o ministro da Educação.

Fernanda Nogueira
Do G1, em São Paulo

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (13) em entrevista exclusiva ao G1 que é contra a instalação de raio-X nas escolas como tentativa para diminuir a violência. "Não considero que esse seja o caminho", afirmou. Segundo o ministro, a segurança das escolas só vai aumentar quando estiver aberta à comunidade.
Na Câmara, o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) apresentou neste ano um projeto que prevê a instalação de detectores de metal e aparelhos de raio-X na porta das escolas públicas e privadas como alternativa para evitar casos de violência como a morte de 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.

saiba mais
Recursos terão de subir se Congresso elevar metas do PNE, diz HaddadHaddad afirmou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve anunciar "brevemente" a data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Questionado sobre os problemas dos últimos dos anos, afirmou que os processos estão sendo aperfeiçoados. "Então, eu entendo que o de 2011 será melhor que o de 2010", disse.
O anúncio do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), previsto para março, depende agora de análises da área econômica e da Casa Civil. "Nossa expectativa é que no regresso da presidenta da China nós possamos fechar o texto final para encaminhar ao Congresso", disse. Pelo programa, serão oferecidas bolsas de estudo e financiamento estudantil.
Haddad afirmou ainda que constituiu um grupo de trabalho para estudar o uso de tablets nas escolas. "Nós constituímos um grupo de trabalho, que deve estar às vésperas de me entregar um estudo sobre a utilização de tablets em escolas."
Durante entrevista coletiva após audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, o ministro disse que estuda parceria com a Secretaria da Educação de São Paulo para oferecer bolsa de iniciação à docência para bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni). Eles atuariam como uma espécie de estagiários nas escolas públicas do estado. A secretaria, por meio da assessoria de imprensa, disse que o projeto está em fase de estudo de viabilidade. Se for considerado viável, poderá entrar em vigor ainda neste ano.

Após o ataque à escola do Rio, como a segurança das escolas pode ser aumentada?
Entendo que o que ocorreu ali foi um ato de uma pessoa doente, psicótica e que teve acesso a um armamento pesado e que a segurança de uma escola dificilmente conseguiria evitar. Isso não nos impede de refletir sobre essa questão da segurança. Mesmo chegando à conclusão de que talvez aquele ato praticado por um ex-aluno, que fez um requerimento de um histórico escolar, ao retornar para buscar esse histórico, de maneira organizada, comete aquele crime, isso não pode nos impedir de fazer uma reflexão sobre a segurança. Sob o ponto de vista do Ministério da Educação, a escola mais protegida é a escola mais aberta à comunidade. Quanto mais apropriada a escola for pela comunidade, mais a escola se tornar pública e não estatal, menos municipal, menos estadual e mais pública. Inclusive em alguns países do mundo não se trata a escola pelo seu mantenedor. Não se fala escola municipal, escola estadual, sempre escola pública. Justamente porque essa percepção de que ela é da comunidade é muito forte nesses países. Essa é a orientação do ministério, que temos que reforçar essa perspectiva, de uma escola que é apropriada pela comunidade, é aberta nos finais de semana, que é integral se possível, tem atividades no segundo turno para as crianças.

O que acha do projeto de lei que prevê a instalação de raio-X nas escolas?
Não considero que esse seja o caminho. A cada trauma deste, nós vamos dobrar a aposta nesses mecanismos e esses mecanismos não são a solução. Eu sou francamente a favor do desarmamento da população. Acho que esse é um caminho muito mais promissor do que qualquer outro. A quantidade de armas em circulação é uma coisa inaceitável. A quantidade de crimes cometidos com armas de fogo deveria fazer o país refletir mais uma vez sobre a questão do desarmamento. Já houve debate no passado recente, mas à luz dos acontecimentos, do aumento da criminalidade, é o caso de recolocar esse assunto na ordem do dia. É por aí que nós vamos construir uma sociedade de paz e não nos armando, tentando nos proteger com meios tecnológicos que são ineficazes.

Muitos profissionais da educação falam da necessidade da presença de orientadores educacionais, assistentes sociais e psicólogos nas escolas. Como o MEC pode contribuir para que isso ocorra?
Na verdade, o MEC forma cada vez mais profissionais nas universidades. Todas as matrículas em todos os cursos no país estão em expansão, inclusive desses profissionais. Depende muito mais da organização da rede do que propriamente do Ministério da Educação, em ter serviços de acompanhamento deste tipo.

O senhor estuda o uso de tablets nas escolas?
Nós constituímos um grupo de trabalho, que deve estar às vésperas de me entregar um estudo sobre a utilização de tablets em escolas. Essas coisas são tão dinâmicas que a gente tem que ser até um pouco parcimonioso nas ações e tomar os cuidados devidos. Talvez se nós tivéssemos universalizado o (programa) “Um computador por aluno”, nós estivéssemos arrependidos hoje, porque a dinâmica da mudança tecnológica implica que você tem que testar as metodologias e não se agarrar a um modelo único de solução. A cada ano surgem novidades que precisam ser consideradas do ponto de vista pedagógico.

De que forma o tablet pode ajudar na escola?
Hoje, há escolas que já adotam o tablet. Não posso te responder antes de receber esse estudo, porque ele é abrangente sobre o potencial desta utilização. Há debate público ocorrendo sobre o futuro do livro impresso, em papel, o futuro do caderno, se haverá modificação importante dos instrumentos de trabalho. Enfim, temos que contar com a opinião especializada para irmos testando modelos e colocando à disposição das redes essas novas ferramentas. Não cabe ao MEC, na minha opinião, engessar o sistema e definir um modelo de uso de tecnologia. O laboratório de informática, que é uma coisa que tem mais de dez anos, ainda se mostra muito útil. Nos laboratórios do ProInfo, nós adquirimos mais de 80 mil laboratórios nos últimos anos e hoje já temos 55 mil escolas públicas conectadas no programa “Banda Larga na Escola”. Então hoje, uma tecnologia que tem mais de dez anos ainda se mostra eficaz, mas essas novas ferramentas de uso individual, nós temos que testar todas as possibilidades e colocar à disposição dos sistemas com acompanhamento pedagógico.

Quantos computadores do programa “Um computador por aluno” foram distribuídos?
Foram 150 mil pelo governo federal e está aberta a adesão por pregão nacional, inclusive com financiamento do BNDES.

O uso dos tablets seria nas escolas públicas?
Sim, nas públicas.

A ideia seria distribuir os tablets aos alunos?
Primeiro, fazer o que fizemos com o “Um computador por aluno”. Antes de uma compra em larga escala, fizemos com o acompanhamento da USP, das universidades. Fizemos um acompanhamento pedagógico. Você pega um grupo de controle, testa a ferramenta, a metodologia, antes de fazer uma compra de maior escala. Até para que não haja desperdício de recursos.

O estudo sobre o uso dos tablets nas escolas tem a ver com os incentivos (mudar classificação do tablet para computador) para produção no Brasil?
Não, na verdade, o estudo foi encaminhado antes de essa discussão vir à tona.

Tem data marcada o Enem deste ano?
O Inep deve estar para divulgar brevemente.

Vai haver dois Enems no ano que vem?
A presidente do Inep é que está coordenado os trabalhos com todos os parceiros envolvidos. Ela depende de tanta gente. Depende de Cespe, Cesgranrio, Correios, gráfica, policiais militares. Depende de uma organização grande para poder.

O que será feito neste ano para que não ocorram problemas como os dos últimos dois anos?
Continuar aperfeiçoando o processo. O processo, inclusive, comprometendo mais os parceiros privados com a importância do exame. Nós tivemos problemas com uma gráfica por falta de segurança. Tivemos problema com a outra gráfica por falha na impressão de um lote de provas. Então, o próprio setor privado vai ganhando consciência da importância desse empreendimento e vai zelando pelos processos internos também.

Dá para dizer que neste ano não haverá problemas graves como os dos últimos anos?
Eu, sinceramente, acho que o processo de 2010 foi muito melhor que o de 2009. Então, eu entendo que o de 2011 será melhor que o de 2010.

Quando sai o Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica)?
O Pronatec não está mais no MEC, vamos dizer assim. Já está tramitando nos ministérios pertinentes, área econômica, Casa Civil. Já estamos todos debruçados sobre a minuta que o MEC apresentou, com o aval, evidente, da presidenta. Nossa expectativa é que no regresso da presidenta da China nós possamos fechar o texto final para encaminhar ao Congresso.

O que se estuda para ajudar as universidades públicas do Brasil a subir nos rankings mundiais?
Penso que o debate está entrando nos eixos. Na verdade, esses rankings são muito contestáveis. Se você abrir a caixa preta desses rankings, você vai verificar que esses indicadores mudam de instituição para instituição e nem sempre dialogam com aquilo que mais interessa à sociedade. Por exemplo, a qualidade de ensino dessas instituições. Eu entendo que o Brasil tem instituições de excelência e de padrão internacional. Algumas universidades estaduais, algumas universidades federais tem padrão de ensino e produção científica de reputação internacional. Essa é a minha compreensão. Agora, depende de como você constrói o indicador, você exclui ou inclui. No momento, de dar o peso. Pode distorcer muito esses indicadores. Mas entendo que pela avaliação nacional, temos algumas instituições de padrão internacional. Como negar que a Universidade de São Paulo tem importância internacional?

De que forma ajudar?
O secretário Luiz Claudio Costa está trabalhando esta matéria, inclusive com as universidades. Repensando arranjos, repensando, inclusive, sobre uma forma de incidir sobre o que de fato é importante para as nossas instituições.


14/04/2011 06h44 - Atualizado em 14/04/2011 06h54
Mãe de bebê abandonado entre caixas de papelão é presa em SP
Criança ficou dez dias na UTI antes de ser deixada na rua.
Mãe disse que não tinha condições de criá-la; bebê passa bem.

A mãe do bebê de 10 dias que foi encontrado na manhã desta quarta-feira (13) abandonado entre caixas de papelão nas proximidades da Estação Tamanduateí, em São Paulo, foi presa também nesta quarta pela Polícia Militar. Ela foi encontrada porque a criança ainda tinha no pulso a pulseirinha do Hospital de Vila Alpina, onde ficou internada depois de nascer.
A criança ficou dez dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Quando teve alta, a mãe, uma desempregada de 26 anos, foi buscá-la, mas abandonou o filho por volta das 22h de terça-feira (12). Apenas na manhã de quarta, por volta das 7h, a criança foi encontrada por uma mulher, que acionou a PM.
O menino foi encaminhado para o Hospital do Ipiranga, onde passa bem. Ele está sob os cuidados do Conselho Tutelar.
Aos policiais a mãe disse que não tinha condições de criar o filho. Ela foi presa em flagrante por abandono de incapaz.


CORREIO BRAZILIENSE – ONLINE

CIDADES
Ex-gestores do DFTrans são investigados por desvio de R$ 3 milhões

Lilian Tahan

Investigação realizada no Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) revela em detalhes como gestores dessa repartição do governo desviaram dinheiro público de 2007 a setembro de 2010, período em que vigorou convênio assinado entre o órgão do GDF e o Centro de Assistência Social às Pessoas Portadoras de Deficiências do DF (Casped). Entidade sem fins lucrativos, o Casped foi contratado pelo DFTrans com o objetivo de intermediar a indicação de deficientes físicos para trabalhar na autarquia sob ingerência da Secretaria de Transportes. Mas os servidores não apresentavam necessidades especiais, eram fantasmas e alguns tinham parentesco com os próprios ex-gestores do órgão.
Iniciada em novembro de 2009 — imediatamente após as revelações da Caixa de Pandora —, a sindicância no DFTrans, a que o Correio teve acesso com exclusividade, apurou desvio de dinheiro público no valor de R$ 2.931.454,16. Praticamente um ano e meio depois do início dos trabalhos, os investigadores rastrearam o paradeiro de parte da quantia roubada. Transferências bancárias anexadas a um processo que soma 1.719 páginas revelam que os valores foram depositados, por exemplo, na conta de familiares de ex-diretores do DFTrans.
Em um dos casos mais flagrantes da fraude, a sindicância reúne sete depósitos de R$ 3,5 mil, valor médio, feitos em favor de Vera Maria Pozza Urnau. Ela é mãe de Júlio Urnau, que era o secretário-adjunto da Secretaria de Transportes durante a execução do contrato com a Casped. Na época, a pasta estava sob o comando de Alberto Fraga e o governo, a cargo de José Roberto Arruda. Júlio Urnau foi um dos colaboradores, em 2006, da campanha para deputado federal de Fraga, que o indicou para o posto no governo a partir de 2007.
As transferências bancárias a Vera Urnau ocorreram em duas situações. Alguns pagamentos foram feitos sem que ela tivesse qualquer vínculo com o Casped ou com o DFTrans. E houve repasses também referentes ao período em que Vera era contratada pela entidade para prestar serviços ao órgão da Secretaria de Transportes.
Para ter o mínimo de respaldo legal, a mãe do então secretário-adjunto de Transportes precisaria ter como pré-requisito uma deficiência física, em função da natureza do convênio celebrado entre o DFTrans e o Casped. Mas segundo a sindicância, ela nunca aparecia para trabalhar e não conseguiu comprovar ser portadora de necessidades especiais. Nem Vera nem outros 16 servidores que foram empregados por meio desse contrato de prestação de serviço.

Parentes diretos
Entre os funcionários contratados como deficientes, mas que segundo as investigações não eram portadores de necessidades especiais, foram detectados três parentes diretos da ex-diretora administrativo-financeira do DFTrans, Maria Lêda de Lima e Silva, alçada ao cargo por indicação de Júlio Urnau. Uma filha, Andressa de Lima Castro Melo; a irmã, Maria Nazira de Lima e Silva; e o marido de Maria Lêda, Vinício Monteiro de Castro Melo, recebiam salários pagos pelo governo dentro do convênio com o Casped sem apresentarem nenhuma deficiência e, pior, sem nunca terem aparecido para trabalhar, como revelam os depoimentos colhidos durante as investigações.
Um dos testemunhos mais importantes para a descoberta da fraude foi o de Leni Justino, que até o fim do ano passado presidiu o Casped, quando por problemas de saúde acabou falecendo. Ela contou em depoimento que durante a vigência do convênio indicou apenas dois trabalhadores dentro dos requisitos exigidos pelo contrato para o DFTrans. Os outros teriam sido de livre escolha de Lêda. O contrato entre o centro de assistência e o governo previa a indicação de 33 servidores, o que depois acabou sendo ajustado para 42.
Os gestores do DFTrans conseguiram justificar a parceria com o Casped — realizada no fim de 2006 e que perdurou até 2010 — com base em dois argumentos: o da necessidade de mais gente para completar o quadro de funcionários do órgão e em razão cumprimento de legislação federal, que orienta às empresas a terem em seu organograma percentual de servidores com deficiência física. De acordo com Leni Justino, as pessoas contratadas pelo Casped nunca passaram por um processo de seleção, que deveria ser feito por ela própria. Eram praticamente todas indicadas por Lêda e ficavam à disposição de Júlio Urnau, que se candidatou a deputado distrital pelo PSL em 2010.
A ex-presidente do Casped admitiu ainda que havia diferença entre o valor contratual e o que era de fato transferido pelo DFTrans. Essa distorção, em média de R$ 50 mil por mês, segundo afirmou Leni Justino, era repassada para a campanha de Júlio Urnau. Se a quantia tivesse sido paga como previa o contrato entre o órgão da Secretaria de Transportes e o centro de assistência às pessoas portadoras de deficiência, o governo teria desembolsado R$ 1,137 milhão entre 2007 e 2010.
Mas a soma transferida foi três vezes maior: R$ 4 milhões, com desvio de quase R$ 2,93 milhões. “Está evidenciada a prática de inserção de nomes na lista, com o objetivo de inchar e compor os altos valores contidos nas faturas”, conclui Fernando Vieira de Farias, um dos técnicos que integra a sindicância no DFTrans. Outra forma de aumentar a quantia inicial do convênio foi promover os servidores, inicialmente contratados com instrução básica, como previa o contrato, para nível médio e superior. A promoção, no entanto, foi só de fachada, assim como as horas-extras cobradas indevidamente, pois o dinheiro era desviado em favor dos servidores que organizaram o esquema fraudulento no DFTrans.


NOVO REAJUSTE
Governo tenta segurar, mas preço da gasolina dispara e chega a R$ 2,94

Mariana Branc

O indigesto preço de R$ 2,94 para o litro de gasolina, que começou a ser aplicado nas bombas dos postos de combustível na manhã de terça-feira, espalhou-se de forma generalizada pelo Distrito Federal. O motivo alegado pelos donos de postos para o reajuste de R$ 0,07 — o terceiro aumento desde o início do ano — é o preço de custo cobrado pelas distribuidoras. Para compensar a pesada alta do derivado do petróleo, o etanol sofrerá novo recuo, de R$ 0,20, a partir de hoje. Apesar disso, continuará não valendo a pena substituir um combustível pelo outro — para que o álcool seja vantajoso, é preciso que ele custe menos de 70% do valor da gasolina. No patamar atual, deveria custar abaixo de R$ 2,05.
A escalada de preços que preocupa os consumidores tem incomodado também o governo federal. Diante do cenário de tensão no Oriente Médio, a Petrobras tem sinalizado que, caso o barril de petróleo continue subindo no mercado internacional, deve haver aumento do preço do combustível vendido nas refinarias, o que não ocorre há três anos. Com isso, o valor no mercado interno ficaria ainda mais pressionado. A presidenta Dilma Rousseff é contrária ao reajuste. Na última semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o reajuste vá ocorrer, e o titular da pasta de Minas e Energia, Edison Lobão, declarou que o governo resistirá “enquanto for possível”. Mesmo assim, anteontem, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, insistiu que a alta pode acontecer
A última alteração feita pela Petrobras no preço da gasolina tipo A, vendida às distribuidoras sem a mistura de 25% de álcool anidro, foi para baixo. Em junho de 2009, a estatal reduziu em 4,5% o valor do produto. O último aumento sobre o combustível foi efetuado em 30 de abril de 2008, quando uma alta de 10% sobre a gasolina e de 15% sobre o diesel foi autorizada.
Com base na tabela de preços da empresa até o momento, não haveria motivo para a recente alta da gasolina, registrada no DF e em outras unidades da Federação. Além disso, outro fator que influencia o preço do derivado do petróleo, o percentual de 25% de álcool anidro em sua composição, já estaria neutralizado, uma vez que, nesta semana, o etanol começou a recuar nas bombas graças ao fim do período de entressafra da cana-de-açúcar.
Alísio Vaz, vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), afirma que, mesmo com o início do período de safra e consequente queda do preço do álcool, o biocombustível continuaria influenciando o valor do derivado do petróleo. Ele alega que a colheita de cana-de-açúcar ainda não foi volumosa o suficiente para fazer baixar o valor da gasolina, a exemplo do que aconteceu com o etanol nas bombas. Vaz acredita que a situação vai se reverter no início de maio. Diz, ainda, que problemas de baixa produtividade frente a uma demanda elevada provocam a insegurança e as oscilações constantes nos preços dos dois combustíveis (leia mais no Três perguntas para).
Os proprietários de postos de combustíveis no Distrito Federal demonstram preocupação com o valor da gasolina. No início da noite de ontem, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis) divulgou nota em que festejava o decréscimo no preço do álcool anunciado pela BR Distribuidora, braço comercial da Petrobras. Para a entidade,a medida foi positiva e pode ser entendida como uma tentativa de segurar os preços da gasolina. Ainda assim, expressou repúdio quanto às altas aplicadas pelas distribuidoras.
De acordo com o Antônio Matias, proprietário da Rede Gasol — a maior do Distrito Federal, que detém o controle sobre 91 dos 320 postos de gasolina existentes —, o forte crescimento da demanda por combustíveis tem levado ao aumento desenfreado dos preços. “Eu estou preocupado, porque não tem freio. Uma hora são as usinas e refinarias, na outra é a conjuntura internacional. Eu acredito que o governo tem que tomar medidas. Os mercados interno e externo têm crescido muito, e a produção de gasolina e álcool não está acompanhando”, afirmou.

Valor uniforme
Nas ruas do DF, preço de R$ 2,94 para o litro da gasolina é cobrado quase que uniformemente nas bombas. A variação ficava por conta de poucos postos que ainda não haviam realizado a alteração, em virtude de ainda possuir estoques antigos. A maioria dos estabelecimentos vende a gasolina aditivada ao mesmo valor da comum. Entretanto, em um posto do Pistão Sul, o litro do combustível com aditivos está sendo comercializado a R$ 2,98.
A dentista Paula Porto, 40 anos, queixou-se do preço salgado da gasolina enquanto abastecia o carro ao lado da filha Júlia, em um posto no Lago Sul. “O problema é que o álcool acaba mais rápido. Então só compensa se estiver muito barato mesmo. A gente já está pagando muito caro por combustível, e ainda aumenta. Não tem para onde fugir”, comentou.

Disparada
Confira a evolução dos preços desde abril de 2008, quando a Petrobras fez a última elevação, de 10%, sobre o preço da gasolina vendida em suas refinarias (antes da adição de álcool). Em junho do ano passado, a estatal reduziu em 4,5% o valor do derivado do petróleo

Abril de 2008 R$ 2,57

Dezembro de 2008 R$ 2,65

Maio de 2009 R$ 2,67

Novembro de 2009 R$ 2,73

Fevereiro de 2009 R$ 2,75

Agosto de 2010 R$ 2,66

Novembro de 2010 R$ 2,77

Fevereiro de 2011 R$ 2,77

Março de 2011 R$ 2,89

1ª semana de

abril de 2011 R$ 2,87

Preço atual R$ 2,94

Variação 14,4%

Obs.: a última elevação da gasolina ainda não entrou na tabela da ANP

Fonte: ANP
ACIDENTE
Mulher fica ferida após colidir com poste no Eixinho L Sul

Uma mulher ficou ferida após o carro que dirigia colidir contra um poste no Eixinho L Sul, na quadra 203, próximo à Delegacia da Mulher. O acidente ocorreu por volta das 6h40 e, no momento, uma equipe do Corpo de Bombeiros está prestando os primeiros socorros para, em seguida, encaminhá-la ao hospital.
O trânsito no local está parcialmente interditado. Das duas faixas do Eixinho, apenas uma está liberada, o que complica o trânsito na via. A melhor opção para os motoristas que passam por este caminho é seguir pelo Eixão ou Eixinho W, que não registram retenção nesta manhã.
A gravidade dos ferimentos e o estado de saúde da vítima ainda não foram divulgados.


CAOS NA UNB
Perdas na UnB podem chegar a R$ 20 milhões

Thaís Paranhos

A Universidade de Brasília (UnB) precisará de pelo menos R$ 11,5 milhões para se recuperar dos estragos provocados pela chuva do último domingo. O dinheiro será necessário somente para realizar as obras no Instituto Central de Ciências (ICC), atingido pela enchente. Essa estimativa inicial foi elaborada em conjunto pelos decanatos de Administração e de Planejamento e Orçamento da instituição, mas pode sofrer alterações. A bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, por exemplo, em reunião com o vice-reitor da universidade, João Batista de Sousa, divulgou em nota que a insituição precisará de cerca de R$ 20 milhões para se reerguer. Enquanto os recursos não chegam, professores e alunos trabalham contra o tempo para recuperar o material perdido e colocar as atividades dos departamentos em ordem outra vez. As aulas foram retomadas ontem.
O subsolo do ICC Norte foi um dos mais prejudicados. O Bloco B, também na parte debaixo da edificação, continua interditado pela Defesa Civil e só deve ser reaberto após o levantamento e a recuperação dos estragos. “Ainda não podemos medir o prejuízo total, porque há salas nessa área que ainda estão fechadas”, explicou o prefeito do câmpus Darcy Ribeiro, Paulo César Marques. A UnBTV, a Rádio UnB, os anfiteatros 12, 14, 15, 16 e 19, os centros de pós-graduação em sociologia, economia e administração, os centros acadêmicos de história, filosofia e geografia, além da empresa júnior dos alunos de administração, ficaram bastante destruídos.
Enquanto um levantamento final do prejuízo sofrido não fica pronto, a universidade se recupera da inundação. Ontem, o retorno das aulas ocorreu normalmente, conforme avaliou o prefeito do câmpus. “O movimento foi normal. Apenas uma ou outra atividade que ainda está suspensa, mas foram situações pontuais”, indicou. A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) receberam as aulas de pós-graduação dos centros atingidos. A Faculdade de Tecnologia e o Instituto de Química também receberam as atividades que seriam realizadas nos espaços atingidos.
As aulas do anfiteatro 15, ocorridas das 8h às 21h, acabaram transferidas para o Auditório Roberto Salmeron, na Faculdade de Tecnologia. Uma corrente com cadeado trancava a porta do anfiteatro 16, e um papel pregado na parede indicava a mudança de local. As turmas foram direcionadas para o Instituto de Química. “Tenho aula às 19h e, como fiquei sabendo que alguns anfiteatros estavam inundados, vim me certificar de onde seria a minha”, explicou o estudante do 6º semestre de ciências sociais Caio Eduardo Leastro, 22 anos. As outras disciplinas cursadas pelo aluno não sofreram alteração.

Perdas
As colegas Helen Cristiny Carvalho, 17 anos, e Isis Santos, 18, foram à UnB na manhã de ontem sem saber se teriam aula. As alunas do 1º semestre de biblioteconomia cursam a disciplina de microinformática no Bloco B do subsolo do ICC Norte. Elas não puderam usar os computadores do laboratório de informática, atingidos pela água da chuva. “Cheguei aqui e soube na secretaria que os equipamentos não estavam funcionando. Essa situação complica um pouco, porque a gente vai ver só a teoria e ficar sem a prática”, lamentou Helen.
Na manhã de ontem, a diretora de jornalismo da UnBTV, Neuza Meller, contabilizava os danos provocados pela enchente. Um exibidor, aparelho que coloca a TV no ar, foi completamente danificado pela água da chuva. O equipamento está avaliado em R$ 500 mil e tinha apenas dois meses de uso, segundo Neuza. “Falta fazer um levantamento do nosso arquivo com todas as nossas imagens. Por sorte, conseguimos salvar os computadores, mas a secretaria ficou destruída”, lamentou a diretora de jornalismo.


ASSALTOS
Levantamento revela um roubo a cada 96 minutos no comércio

Naira Trindade

A cada 96 minutos, um comércio é alvo de assaltantes no Distrito Federal. O índice revela a vulnerabilidade e a insegurança vivida por donos de lojas na capital do país. Todos os dias, pelo menos 15 estabelecimentos são invadidos por criminosos. Levantamento do Correio mostra que, na última década, os ataques a empresas aumentaram 35,1%. Mas, apesar dos índices crescentes, houve queda de 14% nos registros de roubos e furtos em lojas em 2010 (5.444), em comparação com 2009 (6.368), segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (leia quadro). As estatísticas deste ano ainda não foram divulgadas.
Os números retratam o medo dos comerciantes. Nem os investimentos em aparelhagem tecnológica nem os gastos com segurança privada parecem conter as ações de bandidos que ameaçam, agridem e trancafiam clientes e funcionários em salas escuras, como ocorreu na noite de terça-feira em uma loja de móveis e eletrodomésticos, na Quadra 414, em Samambaia Norte. Por cerca de 40 minutos, oito pessoas ficaram reféns de homens armados (leia arte). “Estamos nos deparando com situações em que o ladrão não se incomoda mais com a presença de outras pessoas. Isso é muito preocupante. Por mais essa razão, alertamos a todos a não reagir”, aconselhou a presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Danielle Moreira.
O assalto ao local começou às 21h, momento em que empregados faziam os últimos ajustes para encerrar o expediente. Das cinco portas, quatro estavam trancadas e uma baixa. No interior do estabelecimento, havia quatro clientes — entre elas uma criança de 2 anos — e quatro funcionários. Todos acabaram surpreendidos por três homens armados, que entraram e anunciaram o assalto. Bastante alterado, o trio exigiu que as vítimas fossem para o subsolo e as amarrou com fios de telefone arrancados da parede. Dois homens davam suporte ao grupo na porta da loja. Os assaltantes fugiram com 96 telefones celulares, 10 notebooks, oito aparelhos para acesso à internet, além de R$ 2.274.
As vítimas disseram que os bandidos estavam nervosos. “Eles chutaram funcionários e clientes que estavam deitados no chão, no subsolo, onde funciona o caixa da loja. A criança que estava com a mãe não foi ferida”, contou uma mulher, que preferiu não se identificar. Ela informou ainda que dois carros — um Gol e um Kadett — estavam estacionados na esquina do estabelecimento para ajudar na fuga. “O beco é vazado, e os veículos têm acesso a outras ruas. Os que ficaram do lado de fora ajudaram a colocar os objetos roubados dentro dos veículos”, contou uma testemunha. A movimentação estranha chamou a atenção de um morador, que alertou a polícia.
Policiais militares prenderam, assim, Talmir do Nascimento Conceição, 22 anos, escondido dentro de um freezer exposto para venda no térreo da loja. Ele tinha um revólver calibre .32. Adão Marcos Santana de Lima, 21, e Wilberth Paiva Rodrigues, 19, estavam escondidos em um guarda-roupa do mostruário, no primeiro andar do estabelecimento, ambos portando armas calibre .38. “Ainda estamos investigando esse crime, mas um quarto envolvido já foi identificado e pode ser preso em breve”, informou o titular da 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia Norte, Mauro Aguiar. Os objetos levados foram restituídos, e a loja voltou a funcionar normalmente às 11h de ontem. Os detidos responderão a processo por tentativa de roubo qualificado e formação de quadrilha. Podem pegar até 15 anos de prisão.

Oportunidade
Especialista em segurança pelo Núcleo de Segurança Pública da Fundação Universa, o professor George Felipe Dantas alerta para o aumento das medidas de proteção. “Roubos e furtos são crimes de oportunidade. Ninguém vai atacar o alvo duro. Para ser atacado, o alvo é analisado quanto a sua visibilidade, inércia (valor) e acesso”, refletiu. “O aumento nos crimes é porque boa parte da polícia ostensiva da capital foi mobilizada para os postos da polícia comunitária. Ele (o assaltante) está vendo que o posto está ali, que está sem viaturas. Se a comunidade de moradores que está em volta do posto se sente segura, quem está distante se sente cada vez menos seguro”, explicou.
A presidente da Associação Comercial do DF, Danielle Moreira, acredita que a diferença entre os mais e os mais pobres na capital federal incentiva a criminalidade. “A gritante situação de desigualdade econômica no DF nos deixa mais vulneráveis que no restante do país. E isso gera violência. Espero que o governo esteja pensando em medidas estratégicas com geração de renda para diminuir a violência”, concluiu.
Em alta
Em janeiro deste ano, o Correio divulgou um balanço da criminalidade na última década. Os crimes de roubos em comércio cresceram 35,1%, saltando de 1.757 ocorrências em 2000 para 2.375 em 2009. Eles ocorrem com frequência em locais com concentração de patrimônio, casos do Plano Piloto e de Taguatinga.

Segurança
Além de ser um mecanismo de identificação de chamadas de emergência que aciona a delegacia toda vez que acontece um crime em comércio, o Sistema Sentinela também é usado em escolas e condomínios. Foi desenvolvido pela Divisão de Informática da Polícia Civil do DF (Dinf) com a finalidade de propiciar maior agilidade no combate ao crime e funciona desde 2008.

Drogaria invadida
Um homem de 20 anos foi preso e um menor de 16 anos apreendido após roubarem uma drogaria na QNO 1/3, em Ceilândia, por volta das 22h de terça-feira. De acordo com agentes da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Alex da Cruz de Sousa e o adolescente levaram cerca de R$ 195 em espécie e fugiram em uma bicicleta. A Polícia Militar conseguiu encontrar os suspeitos algum tempo depois, próximo ao terminal rodoviário do Setor O. Com um deles foi achado um revólver calibre. 32, com cinco munições intactas e uma deflagrada. Segundo os policiais, o menor tinha saído há uma semana do Caje. Alex ficou detido na 24ª DP e, depois, transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde aguardará julgamento.


ANIVERSARIO
Comemorações dos 51 anos de Brasília prometem reunir grande público

Ariadne Sakkis
Mariana Branco

Às vésperas da chegada do aniversário de 51 anos de Brasília, os preparativos para a festa estão intensificados. A capital vai sediar eventos que prometem agradar a todos os gostos. Música e esporte dominarão as atividades, principalmente porque Brasília é candidata à sede da abertura dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Ainda que o calendário das atrações não esteja confirmado, a expectativa é que pelo menos 150 atrações locais animem a comemoração, ao lado de estrelas nacionais. A celebração receberá R$ 7 milhões dos cofres do GDF e R$ 2 milhões da iniciativa privada. A organização é responsabilidade de sete secretarias.
O público deve comparecer em peso aos shows das estrelas musicais nacionais e da cidade que subirão ao palco nos dias 20 e 21 próximos. Estão previstos espetáculos com a dupla César Menotti e Fabiano, Martinho da Vila, Plebe Rude, Móveis Coloniais de Acaju e Raimundos. A Secretaria de Cultura divulga hoje a relação das bandas distritais que passaram por seleção prévia.
A partir das 15h, a programação definitiva estará no hotsite criado para celebrar os 51 anos da capital. Desenvolvido pelo Núcleo de Novas Mídias e Redes Sociais, da Secretaria de Comunicação, o hotsite fica no ar até o dia 30 e propõe maior nível de interação com a população. Moradores e apaixonados por Brasília poderão enviar fotos e depoimentos sobre a cidade. “Brasília é a cidade com o maior acesso à internet no país. Nossa intenção é criar mecanismos para que as pessoas possam participar cada vez mais das decisões da cidade”, explica Débora Cruz, coordenadora do núcleo. A página comporta ainda seções com a história da construção contada por imagens e documentos do Arquivo Público e também narradas por Ernesto Silva, médico e pioneiro importante no crescimento e desenvolvimento da nova capital. “Queremos disponibilizar esse material para as escolas. Nosso objetivo é democratizar as informações”, completa Cruz.
O coração da festa é tradicionalmente montado na Esplanada dos Ministérios, onde 10 setores serão construídos: Arena, Palco Cidades, Palco eletrônico, Palco Festas de Brasília, Palco Juventude, Palco Praça de alimentação, Palco principal, Performances, Tenda Circo e Tenda História. Cada um deles pretende atender a públicos e a interesses diferentes e terá atividades durante todo o dia do aniversário (veja quadro). Desde o início do mês, não só a Esplanada dos Ministérios, mas as cidades históricas de Gama, Planaltina, Vila Planalto, Taguatinga, Vila Telebrasília, Granja do Torto e Núcleo Bandeirante trabalham em eventos comemorativos.

Copa do Mundo
Na tentativa de turbinar a candidatura de Brasília para sediar a abertura da Copa de 2014, foi montada uma grade com diversos encontros de futebol — incluindo a participação do governador Agnelo Queiroz em um jogo com um time formado por autoridades do GDF e outro de artistas, capitaneado pelo cantor Gabriel O Pensador. A Arena, com capacidade para 25 mil pessoas, receberá competições entre as 9h e as 18h do dia 21. As partidas começam com a “Copinha do Mundo”, que terá 16 equipes infantis de escolas do DF. A seleção feminina de futebol de Brasília enfrenta o time de mulheres de diversas etnias indígenas. O jogo final será uma disputa dos craques: Zico, Andrade, Adílio, Claudio Adão, Viola, Paulo César Caju, Leandro, Paulo Roberto, Túlio Maravilha, Paulo Isidoro, Eder, Zenon, Romerito, Paulo Victor, Luisinho, Batista, Dabogerto e João Paulo. Um dos técnicos convidados, ao lado de Dino Sani, é Pepe, considerado o “canhão da vila”, o maior artilheiro do Santos, bicampeão da Copa em 1958 e 1962.

Seleção
O resultado do edital de seleção dos artistas locais saiu no dia 11 e contemplou músicos, grupos de teatro, hip-hop, circo e cultura popular com residência comprovada no DF. As propostas foram avaliadas por duas comissões compostas por três membros convidados da Secretaria de Cultura. O anúncio da programação será feito hoje. O hotsite da Secretaria é: brasilia51anos.df.gov.br.

Quem faz os shows
Apresentações previstas para os palcos da Esplanada dos Ministérios

Dia 20, quarta-feira

» Palco principal
A partir das 20h: César Menotti e Fabiano, Móveis Coloniais de Acaju, Monobloco e artistas locais. A ordem dos shows não está definida.

» Palco Praça de alimentação
A partir das 20h: Shows de conjuntos de chorinho, samba e jazz.

Dia 21, quinta-feira

» Palco principal
A partir das 16h30: Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional com convidados (Hamilton de Holanda, Eduardo Rangel, Célia Porto e Rênio Quintas), Plebe Rude e Orquestra Sinfônica com Martinho da Vila, apresentando o Concerto negro, de Leonardo Bruno. Horários não definidos.

» Praça das Crianças
A partir das 10h: Teatro infantil, teatro de bonecos, pula-pula, brinquedos e pintura de rosto.

» Praça da Juventude
A partir das 10h: Grafitagem ao vivo, duas rampas de skate e shows com as bandas In Natura, Raimundos e o rapper GOG . Ele a cantora Ellen Oléria serão mestres de cerimônia.

» Praça das Cidades
A partir das 10h: Artistas de cada uma das 30 regiões administrativas do Distrito Federal, com 10 horas de shows.O local terá praça representando a gastronomia do DF.

» Praça do Complexo Cultural da República
A partir das 10h: Festival com projeções na cúpula do Museu Honestino Guimarães e tendas de música eletrônica programadas para o fim do dia.

» Praça da Diversidade Religiosa
A partir das 10h: Shows e celebrações de diferentes religiões.

» Eventos esportivos
A partir das 8h: 5ª Maratona Brasília de Revezamento.

» A partir das 9h, na Arena
9h20: Final da Copinha do Mundo 10h45: Seleção de Brasília feminina X Seleção de Etnias Indígenas 14h: GDF X Time de artistas 15h45: Jogo da seleção de craques

FONTE: O GLOBO, CORREIO BRAZILIENSE

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