CLÁUDIO HUMBERTO
Diretor da Anac na berlinda
Um documento produzido pelo especialista em regulação da Agência Nacional de aviação Civil, Tito Walker, comandante aposentado da Varig, questiona os “atributos” do coronel Cláudio Passos Simão na diretoria da Anac. Indicado por Solange Vieira para substituí-la, ele será sabatinado no Senado para possível recondução cargo. O relatório aponta irregularidades em licitação e convênio, e favorecimento à GOL. O especialista aponta prejuízo de R$ 19 milhões à União na gestão Passos por “erros primários” nos autos de multas à GOL. O relatório questiona também a exclusividade da agência Promotional Travel em passagens aéreas para a Anac – inspetores viajam de graça. A Anac nega irregularidades no convênio com a DCA-BR e em multas à GOL. Licitada, a Promotional Travel “moralizou” o tal “passe livre”.
Experiência
O ministro Valmir Campelo, do TCU, aprontou parecer aprovando o modelo de concessão onerosa para o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, perto de Natal (RN). Será o primeiro do gênero, no País. O edital sairá ainda este mês. Serão investidos mais de R$ 1 bilhão.
INTERNACIONAL
Catherine Ashton visitará Brasil
Clóvis Andrade
Enviado especial
BRUXELAS – A alta representante da União Europeia (UE) para Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, fará sua primeira visita ao Brasil nos dias 17 e 18 de maio. Durante a sua estada no País, a inglesa tratará com o chanceler Antônio Patriota de temas considerados cruciais pelos dois lados no contexto internacional. Além de direitos humanos e aquecimento global, ela deverá cobrar do governo brasileiro uma cooperação maior em missões de manutenção da paz promovidas pela UE em países que atravessam crises internas ou que tenham passado recentemente de conflitos, algumas das quais no norte da África.
Esses assuntos são parte de uma pauta de cerca de 20 pontos que constam do Plano de Ação Conjunta entre Brasil e UE – firmado em 2007 e que expira este ano – e que devem ser aprofundados visando à assinatura do novo plano para o próximo triênio, que deve ocorrer durante a Cúpula Brasil-União Européia, marcada para outubro, em Bruxelas. Ainda não está confirmado, mas, além de Patriota, lady Ashton também poderá se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, naquele que será sua estreia na América Latina. Ela passará dois dias no México antes de embarcar para Brasília.
Uma fonte diplomática em Bruxelas explica que essa participação do Brasil em missões pós-conflito poderá se dar de diversas maneiras. “Pode ser um pouco de tudo, como participação militar ou civis especializados para que sejam promovidas reformas no sistema judiciário e na força policial desses países”, diz, explicando, porém, que em caso de envio de militares a ação não seria de combate, mas semelhante à já desempenhada pelo País no comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
Em Bruxelas, ninguém se apressa em revelar em quais das missões Catherine Ashton tentará envolver o País – ao todo são 23 atualmente, entre operações civis e militares –, mas não se descarta uma cooperação em alguns países do norte da África.
O pleito de Catherine, que também é vice-presidente da Comissão Europeia, é atribuído por fontes diplomáticas ao papel de protagonista no cenário mundial cada vez mais ocupado pelo Brasil. “O Brasil quer assumir uma posição na manutenção da paz mundial, quer ser membro do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Então também precisa assumir algumas responsabilidades inerentes ao posto”, comenta um assessor da presidência da comissão.
Catherine pretende ainda abordar outros assuntos caros ao bloco, para chegar a um consenso ou aumentar a proximidade de opiniões entre os dois lados naqueles pontos em que já houver uma concordância. E entre eles o mais citado é a proteção dos direitos humanos no âmbito das Nações Unidas.
Os representantes da UE se entusiasmaram com a postura adotada até agora por Dilma, que tem demonstrado uma mudança de posição em certos casos em comparação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O exemplo mais claro ocorreu na votação no Conselho de Segurança para o envio de um inspetor da ONU ao Irã, apoiada pelo Brasi.
“O Brasil é um dos nossos principais parceiros estratégicos. Por isso, e pelo fato de ser um líder entre os países em desenvolvimento, queremos seu apoio em algumas áreas para o futuro”, externou o porta-voz de Catherine Ashton, Michael Mann, em entrevista a jornalistas brasileiros, ontem.
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