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terça-feira, 12 de abril de 2011

11 de abril de 2011 - ESTADO DE SÃO PAULO


DESTAQUE DE CAPA
Menos de 1% das multas do Ibama são quitadas

Menos de 1% do valor das multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por infrações ambientais chega efetivamente aos cofres públicos, informa a repórter Andrea Vialli. Relatório do Ibama diz que o porcentual médio de multas pagas entre 2005 e 2010 foi de 0,75%. No ano passado, o índice foi de 2%. Os dados mostram ainda que o número de multas aplicadas caiu 42% no período – de 32.577 em 2005 para 18.686 em 2010, bem como os valores relacionados a elas. A maior parte das autuações está associada a crimes contra a flora, o que inclui desmatamentos, queimadas e venda de madeira ilegal. Há ainda Estados com autuações bilionárias. É o caso do Pará, que desde 2005 encabeça a lista de recordistas em multas por infrações ambientais. Só em 2010, o valor das autuações soma R$ 1,02 bilhão. O baixo porcentual de multas efetivamente pagas reflete, segundo o Ibama e especialistas, a complexa tramitação dos processos de apuração de infrações ambientais.


NACIONAL
Rainha lidera onda de invasões do MST no Estado
Desde a madrugada de sábado, 36 fazendas já foram tomadas no oeste paulista; ação faz parte do "abril vermelho" e líder promete outras até dia 17

José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo
SOROCABA

Subiu para 36 o número de fazendas invadidas pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) nas regiões do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Araçatuba, no oeste do Estado, desde a madrugada de sábado. Pelo menos seis áreas foram invadidas na manhã de ontem. As ações fazem parte do "abril vermelho", a jornada de lutas do movimento.
Os militantes, liderados pelo dissidente José Rainha Júnior, reivindicam a retomada da reforma agrária na região, com a criação de assentamentos para seis mil famílias que estão em acampamentos. Querem, ainda, que o governo estadual apresse a obtenção da posse de uma área de 92,6 mil hectares considerada devoluta pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Pontal.
As terras de duas usinas de açúcar e álcool do grupo Odebrecht instaladas em parte dessa área, converteram-se no principal alvo do movimento. Seis fazendas do grupo - Copacabana, Galpão de Zinco, Timburi, Lago Azul, São José e Pontal Agropecuária - foram invadidas em Teodoro Sampaio. De acordo com Rainha, para instalar uma das usinas, o grupo investiu em terras que o governo estadual considera como devolutas. "Parte do investimento foi financiada pelo governo federal, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)." Rainha divulgou uma relação das áreas invadidas em 19 municípios dessas regiões. Em Dracena, foram ocupadas as fazendas Turmalina, Santo Antonio, Vista Alegre e Cobras.
Rainha afirma que as ocupações vão continuar até o dia 17, data em que 19 sem-terra foram mortos pela Polícia Militar, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. O "massacre de Eldorado dos Carajás" foi adotado como símbolo da luta pela terra no País. Representantes do grupo de Rainha vão se reunir com integrantes da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) no dia 14 para discutir a questão agrária na região. Em janeiro, os sem-terra liderados por Rainha Júnior já haviam invadido 23 propriedades na região, na ação que ele denominou "janeiro quente".

Deboche. O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse ontem que as invasões são um "deboche" à lei. Segundo ele, Rainha Júnior é um dos poucos brasileiros que possuem "alvará de impunidade". "Ele já foi condenado, tem dezenas de processos, anuncia previamente seus crimes e não vai preso." Para Nabhan, o julgamento das terras devolutas do Pontal não é definitivo. "Há recursos pendentes que podem modificar a decisão do STJ." Ele atribui ao governo estadual a responsabilidade pelo conflito no Pontal. "É o Estado que está dizendo que somos grileiros. O proprietário rural que produz há 100 anos corre o risco de ter de entregar a terra para esses invasores."


ESPAÇO ABERTO
Democracia e liberdade de imprensa

Denis Lerrer Rosenfield

A América Latina apresenta uma situação bastante curiosa, pois há uma tendência crescente a dissociar a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral da democracia. É como se o fato de realizar periodicamente eleições, frequentemente com abusos de poder ou simulacros de igualdade na competição partidária, fosse suficiente para um país ser, sem mais, qualificado como uma democracia. Mas um aspecto da maior importância é simplesmente desconsiderado: as condições de exercício da democracia, como a liberdade de pensamento e de expressão, no seu sentido mais amplo, terão sido observadas?
Uma democracia, no sentido político do termo, só cobra o seu pleno significado como realização de direitos civis, que são, assim, observados. Dentre eles devemos destacar a liberdade de ir e vir, a liberdade de organização sindical e partidária, a liberdade de pensamento, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação. Um Estado que não observa esses direitos civis, por mais que procure encobrir os seus atos como "legais", nada mais é do que uma ditadura explícita ou em via de se consumar.
Antes, no entanto, de atentarmos para casos próximos a nós, seria interessante recorrer a exemplos históricos das sociedades que fizeram a experiência do socialismo. Tomemos o caso dos países do "socialismo real", como a antiga Checoslováquia, o seu exemplo valendo para todos os demais. No início de suas manifestações, na década de 1960, por mais liberdades, que culminaram com a invasão das tropas comunistas soviéticas, os cidadãos checos não lutavam para eleger seus governantes, mas para poderem livremente expor seus pensamentos. Propugnavam uma imprensa livre, combatiam para poder expressar suas opiniões.
Muito tempo depois, quando do desmoronamento da União Soviética, com seus reflexos em todos aqueles países, muitos dos contestadores do comunismo/socialismo continuavam ainda lutando por direitos civis, por estimarem, naquele então, que as liberdades políticas não estavam no horizonte próprio, oprimidas que se encontravam pelos respectivos Partidos Comunistas e seus aparatos policiais. Para eles, tratava-se de um direito básico, condição, por assim dizer, de todos os demais. Aqueles que se recusavam a conceder tais direitos, pretendendo guardar o monopólio do poder, eram os que temiam a propagação política das liberdades civis assim conquistadas. Não há nenhum país "socialista" ou "comunista" que tenha reconhecido os direitos civis - em particular a liberdade de imprensa e expressão -, salvo em seu ocaso.
Nesse sentido, o mundo político do século 20 tinha uma vantagem sobre o do século 21: a clareza. Os socialistas, com diferentes usos de retórica, eram contra a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral, não escondendo seu propósito de silenciá-los. Os atuais, porém, são mais ardilosos: eles silenciam a liberdade de imprensa em nome da "verdadeira" liberdade de imprensa! Pervertem a democracia em nome da democracia!
Exemplo particularmente paradigmático é o fato de o presidente venezuelano, Hugo Chávez, autocrata assumido, ter recebido da Universidade de La Plata, na Argentina, um prêmio de reconhecimento por seu "trabalho" em prol da liberdade de imprensa. Ou seja, um liberticida é agraciado por "seu apreço pela liberdade de imprensa". Um protoditador que silencia empresas de rádio e televisão, ocupa despudoradamente a mídia, aniquila o Estado de Direito em seu país é "reconhecido" pelos "socialistas" como digno defensor da liberdade de imprensa. O deboche é total. E o pior de tudo é que não se trata de um programa de humor, nem mesmo de humor negro!
O prêmio, ademais, foi concedido por uma universidade, que se desonra, evidentemente, como lugar por excelência da liberdade de pensamento, compactuando com os que procuram, por todos os meios, sua eliminação. Um reitor desse tipo deveria ser nomeado pela presidente Cristina Kirchner para presidir a Comissão Pública de Censura. Pelo menos as coisas estariam no seu lugar!
A própria Cristina Kirchner, aliás, empreende luta ferrenha contra um dos mais importantes conglomerados de comunicação da Argentina, o Grupo Clarín. Recentemente, o jornal El Clarín não pôde circular por causa de piquetes organizados por sindicalistas peronistas, a serviço do mesmo grupo político. Vale simplesmente a força, tendo até ordens judiciais sido descumpridas. A polícia, por sua vez, observou o ato de violência sem agir.
Há uma espécie de tolerância com esse tipo de atos que é extremamente preocupante. Alguns fazem o "torto" - para não dizer "esquizoide" - raciocínio de que, como há eleições nesses países, tudo pode, então, ser resolvido. O problema é, porém, muito mais grave, porque as próprias eleições estão sendo deformadas, graças ao progressivo controle político dos órgãos de imprensa e de comunicação em geral e, de maneira mais precisa, do processo de formação da opinião pública.
Tais exemplos deveriam ser levados seriamente em consideração em nosso país, pois no governo anterior eles começaram a ser imitados. Tivemos uma sucessão de iniciativas e conferências nacionais que compartilhavam o mesmo princípio de que deveria haver um controle de conteúdo, de que deveriam ser levadas em conta propostas de uma sociedade civil - manipulada, diga-se de passagem - que instalariam a "verdadeira" liberdade de imprensa. Estamos diante do mesmo ardil, o de suprimir as liberdades em nome da "verdadeira" liberdade. São crias do mesmo projeto autoritário.
Se é bem verdade que o Brasil precisa de uma nova legislação para o setor de audiovisual e telecomunicações, pois as leis dessa área datam da década de 70 do século passado e nesse meio tempo houve toda a revolução digital, por outro lado convém não confundir a necessária modernização do setor com a instauração velada de novas formas de silenciar os direitos civis.

*PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS.


NOTAS & INFORMAÇÕES
O dinheiro fácil das centrais

Sem nenhum esforço, pois o dinheiro lhes é repassado automaticamente pelo governo, as centrais sindicais receberam no ano passado R$ 102,2 milhões, que gastaram do jeito que quiseram, sem se preocupar em prestar contas ao poder público. Com o aumento do número de trabalhadores com registro em carteira e da renda real média dos brasileiros, em razão do crescimento da economia, também as receitas das centrais aumentam. No ano passado, elas foram 20,8% superiores às de 2009, quando haviam crescido 21,6% em relação ao ano anterior.
A legislação que lhes assegura o direito de apropriar-se de uma parte do salário dos brasileiros não as obriga a informar, nem mesmo aos trabalhadores que dizem representar, o que fazem com tanto dinheiro. Fazem o que bem entendem.
Como mostrou o jornal Valor na segunda-feira, algumas compram ou constroem sede para abrigar com mais comodidade e conforto seus dirigentes e sua burocracia, afirmam realizar cursos de formação sindical, organizam convenções ou congressos e, sobretudo, procuram atrair mais sindicatos, pois a distribuição do bolo do imposto sindical é proporcional ao número de entidades e de trabalhadores da base que, teoricamente, elas representam. Gastam também com passagens aéreas, hospedagens, alimentação e outras despesas de viagem.
A transferência também para as centrais de parte do valor retirado anualmente do salário de cada trabalhador com registro em carteira, sindicalizado ou não, para, em tese, sustentar a representação dos trabalhadores é apenas a mais recente de um série de graves distorções e anomalias no campo trabalhista geradas pelo imposto sindical. Criado na década de 1940, durante a ditadura varguista do Estado Novo, o imposto sindical é cobrado em março de todos os trabalhadores, na base de um dia de trabalho. Mudou de nome em 1966, para "contribuição sindical", mas manteve suas características originais e continuou a gerar distorções na estrutura sindical, à custa do trabalhador.
Ao longo dos anos, a distribuição automática da arrecadação desse imposto, que no ano passado superou R$ 1 bilhão, gerou um sindicalismo estruturado primordialmente para receber esse dinheiro, e não, como é legítimo nas sociedades organizadas, para representar os trabalhadores de sua base e defender seus interesses profissionais. A maioria dos sindicatos habilitados a receber parte do imposto sindical não tem representatividade, não atua na defesa daqueles que deveria representar e serve apenas para sustentar uma casta de dirigentes que vive à custa daqueles que deveria defender. E certamente vive em condições muito melhores do que esses.
Durante o segundo mandato de Lula, as centrais sindicais foram incluídas entre as entidades sindicais habilitadas a receber uma fatia do bolo do imposto sindical. Até então, esse bolo era distribuído entre os sindicatos (60%), as federações (15%) e as confederações (5%), cabendo ao governo os restantes 20%. O governo Lula abriu mão de metade de sua fatia, cedendo-a às centrais; as demais entidades sindicais mantiveram sua participação no bolo.
A maior das centrais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), vinculada ao PT, e também a que recebe a maior fatia do bolo sindical (no ano passado, teve direito a R$ 31,9 milhões), diz-se contra o imposto sindical, mas não abre mão do dinheiro que o imposto lhe assegura. Outras centrais defendem essa tributação sobre o salário do trabalhador alegando que, sem ela, não haveria como sustentar um sistema de representação sindical. Ou seja, sem o imposto, a estrutura sindical brasileira ruiria.
Mas seria melhor para o País, e sobretudo para os trabalhadores, se acabasse essa estrutura anômala, formada por sindicatos que na grande maioria só existem para sustentar seus dirigentes, e que se mostrou totalmente incapaz de acompanhar as transformações do mundo do trabalho, que criou novas realidades e novas demandas. Sobre ela se construiria um sindicalismo melhor, mais decente e eficaz, verdadeiramente vinculado às bases profissionais. Ou seja, sem pelegos.



DILMA NA CHINA
País quer parceria chinesa em inovação
Busca por novos investimentos em tecnologia no Brasil será um dos principais pontos discutidos entre brasileiros e chineses

Cláudia Trevisan CORRESPONDENTE / PEQUIM e Vera Rosa ENVIADA ESPECIAL - O Estado de S.Paulo

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem em Pequim que a exploração das reservas do pré-sal vai aumentar ainda mais o peso dos bens básicos na pauta de exportações do Brasil, que corre o risco de "ficar prisioneiro da doença holandesa", fenômeno que provoca a desindustrialização em razão da forte apreciação do câmbio decorrente da exportação de produtos básicos.
A entrada de dólares já levou a uma significativa alta do real, que hoje é o "problema fundamental" da falta de competitividade brasileira, avaliou Mercadante, que chegou ontem à capital chinesa para acompanhar a visita que a presidente Dilma Rousseff inicia hoje ao país.
"Por que nosso superávit comercial caiu de US$ 40 bilhões para US$ 20 bilhões?", questionou o ministro. Segundo ele, não foi por causa dos juros altos, da carga tributária nem das deficiências de infraestrutura, outros fatores responsáveis pela falta de competitividade brasileira. Foi por causa do câmbio.
O ministro não disse, mas o problema é especialmente agudo na relação com a China, país que intervém pesadamente para manter sua moeda em patamar depreciado em relação ao dólar, enquanto o real se valoriza de maneira constante.
Em sua opinião, o caminho para mudar o perfil das exportações e da economia brasileira é o investimento em inovação, e um dos pontos altos da visita presidencial será a busca de parcerias com os chineses nessa área. Parte dos recursos para esses investimentos deve vir da receita obtida na exploração de recursos naturais, como petróleo e minério, observou.
O desequilíbrio na qualidade da pauta do comércio bilateral foi demonstrado por Mercadante com números enfáticos: o preço médio do que a China exporta para o Brasil é de US$ 3 mil a tonelada, enquanto o do que o Brasil vende para a China é de US$ 163.

Inovação. O Brasil também quer aprender com a experiência da China, que investe quase 2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento e colocou a inovação no centro do Plano Quinquenal para o período 2011-2015, disse Mercadante. Em sua opinião, sem uma estratégia clara nesse setor, o Brasil tende a ser um exportador de produtos primários, como minério de ferro, petróleo e soja, e importador de bens de alto valor agregado. "Ou nos acomodamos em ser exportadores de commodities ou enfrentamos a agenda da inovação."
A situação se agrava mais ainda com a clara estratégia chinesa para a inovação, que leva ao aumento constante do valor agregado de sua pauta de exportações.
Mercadante deu outros números para mostrar a disparidade entre exportar commodities e bens de alta tecnologia: o Brasil precisa vender 21,5 mil toneladas de minério de ferro para comprar 1 tonelada de semicondutores, um dos principais produtos que o país importa da China. No caso da soja, a relação é de 1.700 toneladas para 1.
Dilma quer atrair investimentos chineses para a área de alta tecnologia no Brasil e terá encontros com os dirigentes das fabricantes de equipamentos de telecomunicações ZTE e Huawei, que já atuam no Brasil e podem anunciar expansão de seus negócios no país durante a visita. A presidente também vai se reunir com representante da Foxconn, a maior fabricante de eletrônicos do mundo, que trabalha em esquema de terceirização para marcas globais como Apple, Dell e HP.
Mercadante ressaltou que o Brasil já tem produtos de alta tecnologia para vender para a China, entre os quais estão os aviões da Embraer e os ônibus da Marcopolo. O problema é que as duas empresas enfrentam barreiras para entrar no mercado local, que refletem a política industrial chinesa de dar prioridade aos produtores nacionais.
Amanhã, Mercadante e outros representantes brasileiros da área de ciência e tecnologia se reunirão com seus pares chineses para definir áreas de cooperação para desenvolvimento de projetos conjuntos em ciência e tecnologia.
Será o mais importante encontro do tipo já realizado entre os dois países e a intenção é que as discussões gerem medidas concretas, a primeira das quais já vai ser anunciada na visita: a criação do Centro Brasil-China de Nanociência e Nanotecnologia.
Os setores identificados pelos dois lados para possível cooperação são: energias renováveis, nanociência, tecnologia da informação, tecnologias agrícolas e ciências espaciais. Todas foram declaradas como estratégicas pela China no Plano Quinquenal 2011-2015 e em algumas delas o Brasil já obteve progressos, como tecnologias agrícolas e energias renováveis.

DILMA NA CHINA

Hoje
Chegada a Pequim.
Dia livre.

12/04 - Terça
Encontro com Hu Jintao, presidente da China
Encerramento do Fórum de Empresários

13/4 - Quarta
Encontro com o primeiro-ministro Wen Jiabao.
Encontro com o presidente da Assembleia do Povo, Wu Bangguo.

14/4 - Quinta
III Cúpula dos Brics e reuniões bilaterais

15/4 - Sexta
10.º Fórum Asiático de Boao.

16/4 - Sábado
Visita aos guerreiros de terracota.
Embarque para o Brasil.


AVIAÇÃO
Dreamliner vira pesadelo
A Boeing pretendia revolucionar a aviação com seu novo modelo. Mas exagerou na terceirização. Com problemas de produção e atraso na entrega dos aviões, a empresa poderá milhões de dólares de prejuízo

Dinah Deckstein - O Estado de S.Paulo
DER SPIEGEL

Há oito anos, a direção da americana Boeing fez um brainstorm. A ideia era construir aviões da mesma maneira que a indústria automotiva constrói carros, deixando às empresas fornecedoras a fabricação de componentes completos que seriam montados na fase final. O sonho resultou no Boeing 787 de longo alcance, o primeiro modelo a ser construído usando o princípio modular. E é provável que a ideia tenha inspirado o nome do avião: Dreamliner.
Uma visita à fabrica da Boeing em Everett, no Estado americano de Washington, mostra em que ponto se encontra o audacioso projeto. Fileiras de fuselagens de aviões resplandecentes aguardam, em um enorme galpão de fábrica, como se estivessem na linha de montagem. A maioria delas já recebeu a última camada de tinta com os logotipos das companhias aéreas, como Air India e Japan Airlines.
Entretanto, até agora, nenhum dos aviões foi entregue aos compradores. Eles sequer receberam a autorização oficial, por causa dos problemas de software e eletrônica. Há ainda cerca de vinte aviões esperando ali, e muitos outros chegarão nas próximas semanas e meses. Este espetacular estoque de aviões poderá entrar para a história da aviação - como um monumento à arrogância dos executivos da Boeing e uma advertência às gerações futuras.
Nenhum outro projeto, com exceção do A380 da Airbus, entusiasmou tanto especialistas e fãs da aviação quanto o hipermoderno jato da Boeing.
Quando o projeto decolou oficialmente, em 2003, os executivos da Boeing prometeram mais espaço aos passageiros, uma economia de 20% de combustível e facilidade de manutenção.
Além disso, o processo de produção do avião parecia ainda mais revolucionário do que a tecnologia utilizada. De acordo com os projetos da Boeing, a montagem final do novo jato levaria apenas três dias. Para cumprir a meta, a Boeing terceirizou a produção de componentes importantes da aeronave para cerca de 50 fornecedores.
Mas as revoluções exigem sempre sacrifícios. E esta foi uma lição que a Boeing aprendeu a um custo muito elevado. Cerca de 60 clientes aguardam o 787 no mundo inteiro, e agora as primeiras entregas foram adiadas pela sétima vez. Mesmo que a primeira leva dos 843 jatos encomendados até o momento seja entregue à All Nippon Airways perto do outono, conforme planejado, será difícil compensar o atraso que agora chega a três anos.

Mudança cultural. O atraso é causado por uma série de problemas na produção. Em novembro de 2010, uma caixa de controle chegou a pegar fogo durante um voo-teste, provocando uma reação em cadeia que causou a falha em sistemas essenciais de bordo. O que implicou a necessidade de inspeções no fornecimento de energia e a instalação de um novo software de controle.
Outros novos modelos - como o Airbus A380 - também sofreram vários reveses. Na maior parte das vezes, a causa está no fato de que as fabricantes estabeleceram prazos ambiciosos e abarrotaram os aviões de novas tecnologias.
No entanto, estes fatores não são suficientes para explicar a falta de sorte da Boeing. Os executivos da empresa foram vítimas de uma mudança cultural que eles próprios contribuíram para criar antes da decisão de construir o 787.
Começou com a fusão da Boeing com a concorrente McDonnell Douglas, no final dos anos 90. Harry Stonecipher, ex-presidente da McDonnell Douglas e posteriormente da Boeing, chegou à conclusão de que a construção de aviões oferecia um retorno apenas modesto comparado aos altos investimentos e aos riscos envolvidos. Ele e sua equipe procuraram, então, construir o 787 usando o mínimo possível de recursos da companhia, e a solução que encontraram foi a terceirização em larga escala.
Alguns dos fornecedores da Boeing acabaram ficando assoberbados com as tarefas que lhes foram atribuídas. Alguns inclusive terceirizaram partes dos seus contratos para outras empresas, embaralhando ainda mais a comunicação e a coordenação.

Ambição. Em seu desespero, a Boeing não teve outra escolha senão absorver alguns dos fornecedores. Jim McNerney, presidente da Boeing, admitiu que o cronograma de produção 787 foi "excessivamente ambicioso".
A Boeing não apresentou uma cifra exata dos custos adicionais dos ajustes técnicos, da ajuda aos fornecedores e das multas pagas aos clientes insatisfeitos, mas especialistas acreditam que deve superar os US$ 10 bilhões.
Até o momento, esse montante teve apenas um efeito limitado no balanço da companhia. Ao contrário da Airbus, por exemplo, a Boeing tem condições de distribuir os custos num período de tempo maior e entre um número muito grande de aviões que foram vendidos ou ainda não foram encomendados. No entanto, a empresa admitiu no final de janeiro que, neste ano, seus lucros poderão cair 15% devido aos atrasos nas entregas do modelo 787.
Os próximos meses mostrarão se o ambicioso projeto ainda conseguirá se provar um sucesso - ou não. Se tudo correr como o planejado, neste ano, a Boeing entregará cerca de doze aviões. Até 2013, ela pretende produzir dez aviões por mês, bem mais que os dois atuais.
Talvez os executivos da empresa tenham resolvido dar um passo maior do que as pernas. "É um mistério para mim como eles conseguirão fazer isto", diz um executivo de alto escalão da Airbus. "Em geral, no nosso ramo, é preciso dispor do dobro ou do triplo de tempo para acelerar a produção de maneira tão ambiciosa"./TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Boeing 787
US$ 185 milhões é o preço do Dreamliner, novo modelo da fabricante americana Boeing

843 jatos foram encomendados até agora por cerca de 60 clientes

A DOR DE CABEÇA DA BOEING

1. Na tentativa de produzir aviões em um sistema modular, a Boeing deixou de lado as normas da indústria tradicional segundo as quais a construção de aviões complexos deve ser realizada por equipes experientes e componentes importantes devem ser produzidos nas próprias fábricas da companhia

2. A companhia terceirizou a produção de componentes para cerca de 50 fornecedores espalhados pelo mundo. O excesso de terceirização ajuda a explicar uma série de problemas técnicos - de bolhas que apareceram nos enormes componentes de plástico da fuselagem durante o processo de endurecimento a temperaturas muito elevadas à falta de rebites e parafusos

JIM ALBAUGH - PRESIDENTE DE AVIÕES COMERCIAIS DA BOEING
"Fomos longe demais com a terceirização"
"Precisamos voltar a um nível mais prudente"

INTERNACIONAL/PERU
Ex-chavista sai na frente, mas boletim não define rivais do 2º turno no Peru
Primeiros resultados oficiais contradizem institutos de pesquisas e apresentam resultado apertado entre os três favoritos, desenhando o cenário da disputa final entre o esquerdista Humala e o governista Kuczynski; filha de Fujimori mantém chance

Renata Miranda - O Estado de S.Paulo
ENVIADA ESPECIAL / LIMA

Contrariando as pesquisas de boca de urna de todos os institutos peruanos e as cifras da contagem paralela - com base em votos reais e critérios estatísticos de amostragem -, o segundo boletim oficial de apuração da eleição peruana, com 43% das urnas, apresentou uma disputa apertada entre os três primeiros colocados.
O nacionalista Ollanta Humala obtinha 26,9% dos votos; o ex-ministro Pedro Paulo Kuczynski tinha 23,6%; e a filha do ex-presidente Alberto Fujimori, Keiko, vinha em terceiro, com 21,8%.
Números muito distintos, por exemplo, da apuração paralela do Instituto Ipsos, que deu a Humala 31,8%; a Keiko Fujimori, 22,8%; e a Kuczynski, 19,6%. As pesquisas de boca de urna do Ipsos e das empresas Datum e Apoyo também traziam Humala na frente - com mais de 30% dos votos - e Keiko em segundo lugar, com entre 3 e 5 pontos porcentuais na frente de Kuczynski.
"Esperemos o resultado final com serenidade", disse o candidato governista, pouco depois da divulgação do boletim oficial. "Tenho certeza de que ele será positivo." "Estávamos mortos e, de repente, ressuscitamos", ironizou, referindo-se aos resultados dos institutos de pesquisa.
Os dois primeiros colocados na votação de ontem se enfrentarão no segundo turno marcado para 5 de junho. Após o anúncio da Justiça eleitoral, Humala - que deve encontrar sérias resistências em firmar alianças com as forças derrotadas no 1.º turno em razão da identificação histórica com o líder venezuelano Hugo Chávez - restringiu-se a um discurso anódino, no qual agradeceu cada região do país e propôs genericamente fazer "concessões" para obter "a união de todos os peruanos".
O grande derrotado do dia foi o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, que chegou a liderar as pesquisas, mas não passou da quarta colocação na votação.
O Partido Nacionalista Peruano (PNP), de Humala, também deve obter a maior bancada do Congresso, seguido de perto pelos fujimoristas.
"Tenham a plena segurança de que os resultados serão o reflexo exato da vontade do eleitor", disse no começo do dia Magdalena Chú, chefe da Oficina Nacional de Procesos Electorales (Onpe).
Humala foi o primeiro candidato a votar. Acompanhado da mulher, Nadine Heredia, e de um grande número de seguranças, ele pediu que os eleitores votassem em massa. "Peço aos peruanos que votem com confiança e sem medo", disse ao sair do colégio eleitoral. "Estamos todos a favor da democracia, da consolidação das liberdades civis e da liberdade de imprensa e de expressão."
O candidato, no entanto, foi hostilizado ao chegar no local de votação de sua mulher. "Ditadura não! Democracia sim!", gritavam eleitores a Humala. Apesar de o candidato ter tentado se distanciar de Hugo Chávez durante toda a campanha, eleitores também gritaram para ele: "Chávez não!". Tumultos também foram registrados durante a votação de Keiko e de Kuczynski, mas estavam mais relacionados ao grande número de partidários e jornalistas do que a insultos contra os candidatos.
Nas proximidades dos centros de votação visitados pela reportagem do Estado, a movimentação era intensa. No bairro de Miraflores, integrantes da Guarda Nacional faziam a segurança dos portões de um colégio eleitoral, permitindo a entrada apenas depois que eleitores apresentassem os documentos necessários para votar. Em San Isidro, o trânsito ficou carregado e as filas para votar eram longas, enquanto soldados do Exército armados com fuzis auxiliavam os eleitores. Desde o início da semana, mais de 122 mil militares foram mobilizados para garantir a segurança durante o processo eleitoral, elogiado pelos observadores internacionais.

Resultado parcial

Com 43% das atas de votação apuradas oficialmente, o, segundo turno seria entre Ollanta Humala e Pedro Paulo Kuczynski

26,9% dos votos foram para Ollanta Humala, com grandes chances de ir ao 2º turno

23,6% dos votos eram de para Kuczynski, o candidato do governo

21,8% era a votação de Keiko Fujimori, herdeira do fujimorismo


CENÁRIO
Nacionalista injeta mais incertezas na política de Lima

*Simon Romero e Andrea Zarate - O Estado de S.Paulo

Líder de uma fracassada revolta do Exército em 2000, o favorito das pesquisas nas eleições peruanas, o oficial da reserva do Exército peruano Ollanta Humala, injeta novas incertezas no sistema político do país andino. Sua rápida ascensão nas pesquisas antes da votação de ontem - ele ultrapassou candidatos do establishment que apoiam mais estreitamente as políticas orientadas para a economia de mercado implementadas pelo governo - ressaltou também um aparente paradoxo no qual a economia em forte expansão do Peru mascara profundos descontentamentos com a política.
Embora o cenário lembre a corrida de 2006, quando Humala perdeu no segundo turno para atual presidente Alan García, ele fez uma campanha mais sofisticada desta vez: trocou as camisetas vermelhas por paletó e gravata, contratou consultores de imagem brasileiros e repensou sua admiração pública pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Quando Chávez chamou Humala de "um bom soldado", em março, o candidato aproveitou a oportunidade para afirmar sua independência, pedindo ao líder venezuelano para que ficasse "fora da campanha eleitoral" e insistindo: "Não preciso de ninguém para me dizer se eu sou um bom soldado ou não".
Analistas políticos ainda estão tentando determinar se o abrandamento de Humala após a campanha de 2006 é cosmético ou mais profundo.
Dada a relativa estabilidade do Peru nos últimos anos, alguns consideram impróprio agrupá-lo apressadamente com outros esquerdistas nacionalistas na região. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
*SÃO JORNALISTAS DO "NYT"


TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO
Otan e rebeldes fazem forças de Kadafi recuar
Após ofensiva do regime, oposição retoma controle sobre Ajdabiya com forte apoio de bombardeio aliado; combates deixam ao menos 19 mortos

BENGHAZI, LÍBIA

Com forte apoio aéreo da Otan, rebeldes líbios retomaram ontem o controle sobre a cidade de Ajdabiya, 150 km a oeste de Benghazi, palco de uma sangrenta ofensiva das forças do ditador Muamar Kadafi no sábado. Bombardeios aliados destruíram 11 tanques na região e pelo menos 15 soldados do regime e 4 rebeldes morreram nos confrontos.
Ao mesmo tempo que sofria uma nova derrota no campo de batalha, Kadafi prometia a uma delegação de líderes africanos discutir um "mapa da estrada" para encontrar uma solução política para a crise. O grupo de presidentes que se reuniu com o líder líbio foi liderado pelo sul-africano Jacob Zuma. Analistas, porém, duvidam que Kadafi leve a sério a promessa de diálogo.
Em Bruxelas, o comando da Otan anunciou que, ao todo, foram destruídos ontem 25 blindados de Kadafi - 11 em Ajdabiya e 14 em Misrata, único reduto rebelde no oeste da Líbia, sitiado há seis semanas.
"A Otan deve fazer isso todo dia para nos ajudar. É a única forma de ganharmos essa guerra", disse Tarek Obeidy, rebelde de 25 anos, diante de corpos enfileirados de militares pró-Kadafi, em Ajdabiya. Perto dali, corpos de quatro rebeldes degolados foram encontrados.
As forças opositoras reclamaram na semana passada do apoio "insuficiente" da aliança ocidental e cobraram mais bombardeios para ajudá-los a ganhar terreno. Ontem, muitos comemoravam a intensificação dos ataques aéreos contra alvos do regime.
"A situação em Ajdabiya e Misrata, em particular, é desesperadora para os líbios, que estão sendo brutalmente alvejados por Kadafi", disse o tenente-coronel Charles Bouchard, que integra o comando das operações da Otan na Líbia.
No sábado, forças de Kadafi surpreenderam os rebeldes que pensavam ter assegurado o controle sobre Ajdabiya. Atiradores leais a Trípoli conseguiram se infiltrar na cidade. Em seguida, o intenso fogo de artilharia obrigou rebeldes a recuar.
Líderes opositores voltaram a denunciar o uso de mercenários recrutados em países vizinhos. Hazim Ahmed, que tentou conter a ofensiva em Adjabiya, mostrou ao repórter da agência Reuters na cidade uma trilha de sangue em uma escola primária. "Um dos atiradores, um argelino, estava agachado aqui no canto, quando o cercamos. Ele disparou contra o próprio pescoço", disse o combatente rebelde.
No hospital da região, rebeldes mostravam o corpo de um "mercenário vindo da Argélia" - não estava claro se era o atirador da escola - aos gritos de "cão argelino"
Parte dos ataques da Otan tinha por objetivo romper as linhas de suprimento das forças do regime. O terreno desértico e extenso, com poucas estradas, torna os soldados de Trípoli que seguem para o front de Adjabiya especialmente vulneráveis.
"Estamos atacando as instalações logísticas do regime, assim como suas armas pesadas", disse Bouchard. / REUTERS



ÁFRICA
ONU e França voltam a atacar Gbagbo
Em ''retaliação'' a agressões, helicópteros da força internacional retomam bombardeio a palácio onde líder da Costa da Marfim está isolado

Jamil Chade - O Estado de S.Paulo
CORRESPONDENTE/GENEBRA

Helicópteros da ONU e da França dispararam ontem foguetes contra a residência do líder Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder na Costa do Marfim. O ataque seria uma resposta às agressões de partidários de Gbagbo.
"Foi uma retaliação à série de ataques dos últimos quatro dias não apenas contra a ONU, mas também contra civis", declarou o porta-voz da ONU, Hamadoun Toure. As forças de Gbagbo estariam usando "armamento pesado" em suas ofensivas, completou Toure.
O líder marfinense recusa-se a deixar oficialmente a presidência, embora a ONU e praticamente toda a comunidade reconheçam seu rival, Alassane Ouattara, como o legítimo vencedor da eleição de novembro. Ao aferrar-se ao poder, Gbagbo lançou novamente a Costa do Marfim em uma espiral de violência.
Ouattara declarou-se na semana passada presidente legítimo do país. ONGs e observadores internacionais, porém, acusam suas tropas de promover estupros, assassinatos, queimas de vilarejos e massacres na guerra pelo poder.
Uma investigação da ONU já havia alertado para os crimes por parte de milícias ligadas ao campo de Ouattara, o que obrigou a cúpula das Nações Unidas a se reunir com o presidente eleito para cobrar explicações. Uma análise da Human Rights Watch revelou que as "operações" trataram-se de verdadeiros massacres no oeste do País.
Por dias, a ONU tentou mediar uma negociação entre a França e Gbagbo para permitir a rendição do líder marfinense. Fechado em sua residência e protegido por um pequeno exército, Gbagbo é acusado pela ONU de ter usado o período da negociação para rearmar suas tropas e lançar um contra-ataque.
Ouattara tentou dar a impressão de que controlava o país e a cidade, anunciando que Gbagbo estava cercado e serviços básicos voltariam a ser oferecidos à população. Mas, no sábado, o hotel que serve de sede do governo de Ouattara foi bombardeado pelas forças de Gbagbo.
A atitude de Gbagbo foi duramente criticada pelo governo dos EUA e pela ONU, que o acusam de estar "prolongando o sofrimento de milhares de pessoas". Ahoua Don Mello, porta-voz de Gbagbo, negou que o ataque tenha ocorrido. Mas confirmou que o presidente apela para que a população resista às tropas francesas, "mascaradas de tropas de paz da ONU."C
 FONTE: ESTADO DE SÃO PAULO

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