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segunda-feira, 18 de abril de 2011

17 de abril de 2011 - JORNAL DE BRASILIA


VOO 447
Corpos ficarão no oceano

O resgate será somente para os destroços do avião que caiu no Atlântico
Da Redação, com agências
redacao@ jornaldebra silia. com. br

A Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France informou que os corpos dos que morreram no acidente não deverão ser resgatados. A decisão teria sido tomada durante reunião do BEA (Birô de Investigações e Análises), na noite de quinta-feira, em Paris.
"Para nós isso traz total indignação. Uma vez que foi criada uma expectativa, foi anunciado em alto e bom som o encontro dos corpos e que eles provavelmente seriam retirados. E agora, em função de uma reunião do BEA, em Paris, com alguns legistas, vem essa versão oficial", disse o diretor executivo da associação dos parentes das vítimas, Maarten Van Sluys.
Ainda de acordo com Sluys, a recomendação para que os corpos não fossem retirados partiu de médicos peritos, que disseram acreditar que eles não resistiriam ao içamento. "As famílias como um todo, no Brasil, gostariam de ter os corpos. Vou distribuir agora um comunicado aos associados", afirmou.
O Bea já havia informado que a prioridade das buscas, que devem começar nesta semana, seriam os destroços do avião que possam ajudar na elucidação das causas do acidente. Autoridades francesas já haviam adiantando que “possivelmente” os corpos ficariam no fundo  do Oceano Atlântico porque não resistiriam ao içamento, que será feito por cabos e robôs.
A equipe de buscas aos destroços do voo 447 encerrou as operações submarinas no dia 8. O BEA divulgou na semana passada as primeiras imagens dos destroços. De acordo com o órgão, foram localizadas partes do motor, fuselagem, asas e do trem de pouso do Airbus A330-203, que fazia o voo 447 da Air France e caiu em 2009 com 228 pessoas a bordo.
CAIXAS-PRETAS
A ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, afirmou que esperava "localizar rapidamente as caixas-pretas" do Airbus, um dos principais objetivos da missão e fundamentais para esclarecer as causas da tragédia. No entanto, elas não foram localizadas.
"Se não foram destruídas no choque, existem a possibilidade de que funcionem", disse Jean Paul Troadec, diretor do BEA, na  ocasião. Ele afirmou que a localização dos destroços também permitirá precisar a trajetória final da aeronave.
O BEA lançou no dia 22 de março a quarta fase de buscas para encontrar os destroços do voo 447, e iniciou os trabalhos de campo alguns dias depois. A terceira fase das buscas terminou em maio de 2010, sem sucesso.
Desta vez, foram usados três submarinos robôs do modelo Remus – dois da fundação americana Waitt e um do instituto alemão Geomar. Com quatro metros de comprimento e pesando 800 quilos, ele são capazes de chegar a 4.000 metros. Os destroços foram localizados a uma profundidade de cerca de 3.900 metros ao Norte da última posição conhecida do avião.
As buscas deveriam cobrir uma área de 10 mil quilômetros quadrados. De acordo com o birô francês, a operação foi calculada em 12,5 milhões de dólares (R$ 20,2 milhões), pagos pela Airbus e Air France. O resgate das peças será financiado pelo governo francês. As famílias da vítimas querem que o governo brasileiro acompanhe de perto todo o trabalho de investigação que será feito pela França.


GILBERTO AMARAL
ACORDO
A Embraer fechou três acordos com empresas chinesas para venda de aviões. Pelo contrato, a empresa brasileira vai fornecer 30 aeronaves modelo Embraer 190 para a companhia
FONTE: JORNAL DE BRASILIA

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