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terça-feira, 12 de abril de 2011

12 de abril de 2011 - JORNAL DO BRASIL


OPINIÃO
Jornal do Brasil, Freud e a verdade histórica

Aristóteles Drummond - Jornalista

No momento histórico que vivemos, com a informação atingindo sua plenitude, a verdade dos fatos que marcaram o século passado, no Brasil e no mundo, estão mais do que conhecidos. Portanto, seria natural que se reconhecesse que o Brasil viveu um período autoritário com Vargas e, depois, com os militares, muito mais suave do que seus vizinhos no continente latino- americano, como a ilha-prisão de Cuba. E sem comparação com as práticas da União Soviética stalinista, da China de Mao, do Camboja e Coreia do Norte, para ficarmos nos mais conhecidos.
Com Vargas, fugimos do radicalismo dos extremistas e atravessamos a Grande Guerra em paz interna. Os militares de 64 mantiveram o Congresso aberto, o direito de ir e vir garantido, a propriedade privada respeitada. Além de certa liberdade de imprensa, que também não pode ser comparada em termos de limitações com a dos países já citados e queridinhos de nossos neodemocratas.
Usa de má-fé quem se nega a ler os jornais da época, dos meses anteriores e posteriores ao 31 de março de 64. Se o fizessem, constatariam que o movimento não foi militar, mas cívico- militar, com adesão e participação decisiva de cinco governadores eleitos, livremente, em Minas, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Guanabara. O militar que assumiu, Castelo Branco, foi referendado pelo Congresso – com o voto de JK – tendo dois outros ilustres militares competindo: o marechal Dutra, ex-presidente da República, e o general de exército Amauri Kruel.
Tem muita gente ignorante que fica repetindo aleivosias como “golpe” e “ditadura” para definir o movimento que contou com amplo apoio político e da opinião pública. E outros mais, que imaginam que a juventude que apelou para a “luta armada” o fazia por amor à democracia, e não, como é fato inquestionável e confesso, pelo comunismo e com recursos vindos da Internacional Comunista. O regime era autoritário, ditadura nunca. Por estas e outras é que foi uma pena o PSDB não ter permitido a candidatura jovem de Aécio Neves, que teria virado a página da história. Ele personifica o equilíbrio, sendo filho de deputado que apoiou o regime, neto de deputado que fez oposição ao mesmo regime e colaborou para seu fim pacífico.
Curioso é que nos países europeus que sofreram no comunismo, como a Polônia e Alemanha Oriental, não se fala em revanchismo, não se foca no retrovisor; olha-se apenas para a frente, apesar de barbaridades cometidas, o que não foi o nosso caso. Só por aqui e na Argentina – que foi violenta e bárbara dos dois lados – é que reina essa ruminação suspeita e de objetivos, na maioria dos casos, meramente financeiros.
O grande desafio da presidente Dilma é virar a página, cuidar de fazer um bom governo, vencer dificuldades, conter gente que vive na utopia facilitada pelos vencimentos públicos. Está se saindo muito bem. Tem tido o reconhecimento da nação, das suas forças mais representativas em termos de cultura e progresso. Não pode e não vai perder essa oportunidade. Ela mesma sabe que lutou contra um regime fechado, pensando em outro mais fechado ainda. É honesta ideologicamente, e devemos acreditar que hoje é uma democrata convicta, que sabe que faz parte das democracias a anistia para valer. De Gaulle, por exemplo, anistiou quase 200 mil franceses, quando concluiu que teria de julgar mais de 400 mil.
Vamos mostrar grandeza, vamos cultuar a verdade, dos fatos e dos números. Os militares brasileiros são exemplares, na dignidade, na disciplina, nas afinidades com o povo de vez que são oriundos do povo. O general Augusto Heleno, dos mais admirados, acaba de mostrar que é um grande patriota. Atendeu, “numa boa” o pedido de seu comandante e abriu mão de um belo discurso que iria pronunciar. Guardou para o registro de sua vida. Atitudes assim é que mostram desprendimento e tolerância. Nem por isso deixou de ser uma referência para seus companheiros e uma esperança para os que o acompanham com admiração.


EDITORIAL
Os emergentes estão com a faca e o queijo na mão

Os sete dias que a presidente Dilma Rousseff está passando na China podem ser muito proveitosos para o Brasil, já que há uma extensa pauta de acordos a serem ratificados. Sabe-se que os chineses têm interesse em investir na exploração do petróleo brasileiro e no combustível derivado do álcool. Além dos membros do governo chinês – inclusíve o líder Hu Jintao – Dilma vai se reunir com empresários, para atrair também investimentos privados.
No entanto, o ponto culminante da viagem deve ser o encontro dos membros do Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, India e China), marcado para amanhã e quinta-feira, na cidade de Sanya. Estão encerradas nesses quatro países muitas das mais promissoras possibilidades que o planeta tem hoje.
Com o desgaste político dos Estados Unidos, empenhados em ações militares fora de suas fronteiras e que não têm o apoio consensual dos demais países, há uma espécie de lacuna a ser preenchida. Apoiados em suas economias emergentes, o Bric foi investido de um peso crescente nas discussões internacionais.
Pelo lado econômico, a crise europeia coloca países como Portugal e Grécia em sérias dificuldades financeiras. Outrora potências hegemônicas, Inglaterra, França e Itália apertam os cintos. Assim, multiplicam- se as possibilidades para que brasileiros, chineses, indianos e russos explorem seus recursos naturais e o aperfeiçoamento de sua mão de obra no intuito de galgar posições ainda melhores no cenário global. O momento é este.


CARTAS

Infraero
Em relação à nota Mais do mesmo, do Informe JB, de sexta- feira dia 8, a Infraero esclarece que, ao contrário do ali mencionado, o papel da Infraero não é “formular, coordenar e supervisionar as políticas para o desenvolvimento do setor de aviação civil e das infraestruturas aeroportuárias”.
A Infraero é responsável pela administração e manutenção dos 67 aeroportos da União sob sua administração, além de 34 terminais de Logística de Carga, 69 Grupamentos de Navegação Aérea e 51 Unidades Técnicas de Aeronavegação. As diretrizes para o setor aéreo são recomendadas pela Secretaria de Aviação Civil, à qual a Infraero está subordinada, e anteriormente eram estabelecidas pelo Ministério da Defesa.
Léa Cavallero, Superintendente de Marketing e Comunicação Social - Infraero


INFORME JB
Leandro Mazzini

A Infraero informa...
Ao contrário do mencionado em nota, o papel da Infraero não é “formular, coordenar e supervisionar políticas” para o setor aéreo, função da nova Secretaria de Aviação Civil. Informa também que o Galeão ficou fechado só das 10h40 às 11h15 no dia do vazamento na tubulação de gás.


JUSTIÇA ELEITORAL
Governadores na berlinda
Já são dez governadores eleitos em outubro que tiveram suas eleições questionadas no TSE

Luiz Orlando Carneiro

Advogados que militam na Justiça Eleitoral já estão se preparando para o que alguns chamam de “temporada de caça” aos governadores eleitos em outubro último. De 8 de fevereiro até o fim de semana passado, chegaram ao Tribunal Superior Eleitoral, oriundos dos tribunais regionais, nada menos que 11 recursos contra a expedição de diploma (Rceds) e pedindo a cassação dos mandatos dos governadores de dez estados: cinco do Nordeste, quatro da região Norte e um do Sudeste (Minas Gerais). Contra a governadora reeleita do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), há dois recursos.
Reeleita no primeiro turno, com 50,8% dos votos válidos, à frente de Flávio Dino (PCdoB), Roseana é alvo de recursos impetrados, separadamente, pelo suplente de deputado estadual José Maria Fontinele (PRTB) e pelo ex-governador e ex-aliado José Reinaldo Tavares (PSB), candidato derrotado ao Senado. Ela é acusada de abuso de poder econômico e político, uso indevido de meio de comunicação social e compra de votos. Pelos mesmos motivos vão passar pelo crivo do TSE os governadores também reeleitos (no segundo turno) do Piauí, Wilson Martins (PSB), e Teotônio Vilela (PSDB), de Alagoas. A diplomação do primeiro é contestada pelo PSDB; a do segundo, pela coligação adversária (PT–PDT –PMDB).

Nordeste é a região com mais eleições contestadas
Rosalba Ciarlini (DEM) venceu o pleito no Rio Grande do Norte no primeiro turno com a maioria absoluta de 52, 46%, mas a coligação que apoiou seu opositor – Iberê de Souza (PSB) – sustenta que ela foi beneficiada com aparições ilegais na retransmissora da TV Record, de propriedade do senador Agripino Maia (DEM). Já a reeleição no primeiro turno de Cid Gomes (PSB), no Ceará, é objeto de recurso proposto pela coligação (PR-PPS). Gomes obteve mais de 60% dos votos.
Na Região Norte, os seguintes governadores ainda vão ter de garantir a diplomação no plenário do TSE: Omar Aziz (PMN), do Amazonas, reeleito no primeiro turno com 63,80% da votação, contra apenas 25,86% do opositor Alfredo Nascimento, do PR, ex-ministro dos Transportes; Tião Viana (PT), do Acre, que venceu Tião Bocalon (PSDB), no primeiro turno, pelo apertado placar de 50,5% a 49,2%; José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima, reeleito no segundo turno com o percentual de 50,41%, contra 49,59% de Neudo Campos (PP); Siqueira Campos (PSDB), de Tocantins, eleito no primeiro turno com apenas pouco mais de 7 mil votos a mais do que Carlos Gaguim (PMDB), de um total de cerca de 700 mil votos válidos.

Abuso de poder econômico
No último dia de fevereiro, o candidato derrotado no pleito pelo governo de Minas Gerais, Hélio Costa (PMDB), entrou com recurso do TSE contra a expedição do diploma de Antonio Anastasia (PSDB), reeleito para o cargo, no primeiro turno, com 67,72% da votação, contra 34,18% do recorrente. Apesar da diferença, Hélio Costa sustenta que houve abuso de poder econômico durante a campanha de Anastasia – que foi vice de Aécio Neves.
De acordo com o ex-ministro do governo Lula, na época da campanha (entre 1º de junho e 3 de julho de 2010), o governo estadual firmou 3.545 convênios com 842 municípios, a fim de transferir recursos financeiros para serviços, obras e compras locais, o que caracterizaria conduta vedada a agente público e abuso de poder econômico e político.
Dos governadores que foram eleitos em 2006, oito chegaram a ser julgados pelo TSE por abuso de poder político e econômico no decorrer da campanha ou de compra de votos.
Três deles perderam os cargos: o da Paraíba, Cassio Cunha Lima (PSDB), em fevereiro de 2009; o do Maranhão, Jackson Lago (PDT), um mês depois; e o de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), em setembro daquele ano.
Foram absolvidos – entre maio de 2009 e setembro do ano passado – os governadores de Rondônia, Ivo Cassol (PPS); de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB); do Amapá, Waldez Góes (PDT); de Roraima, José Anchieta (PSDB); e de Sergipe, Marcelo Deda (PT).


ACIDENTE NUCLEAR
Japão iguala nível de acidente em Fukushima ao de Chernobyl

Agência AFP

O Japão decidiu elevar de 5 para 7 o nível do acidente nuclear em Fukushima, o que o coloca no grau máximo e no mesmo patamar da catástrofe de Chernobyl, revela nesta terça-feira a imprensa japonesa.
A importância do problema em um sítio nuclear é avaliada pela escala Ines, na qual o nível 0 corresponde à ausência de anomalia e o nível 7, o mais elevado, a um acidente de importância maior, como o que ocorreu na usina ucraniana de Chernobyl, em 1986.
O nível 7 atribuído a Fukushima significa uma emissão "maior de material radioativo", com "efeitos consideráveis sobre a saúde e o meio ambiente".

Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.
Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplica s do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

FONTE: JORNAL DO BRASIL

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