04/04/2011 - 14h43
Início do resgate dos corpos das vítimas do voo 447 ainda deve demorar ao menos três semanas, diz autoridade francesa
Da BBC Brasil
Brasília - A operação de resgate dos restos mortais de passageiros e de parte da fuselagem do Airbus A330, submersos no Oceano Atlântico e localizados ontem (3), deve começar entre três semanas e um mês, afirmou hoje (4) o responsável por investigar as causas do acidente, Alain Bouillard. O voo 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris. O avião transportava 228 pessoas e caiu no oceano em 31 de maio de 2009.
Bouillard confirmou que “vários corpos” foram encontrados durante a quarta operação de busca da fuselagem e das caixas-pretas do avião, iniciada em 25 de março, em uma área de 10 mil quilômetros quadrados que não havia sido vasculhada até então. Esta quarta fase de buscas era considerada a “operação da última chance” para encontrar as caixas-pretas do avião.
Em uma coletiva de imprensa ocorrida hoje, na sede do Escritório de Investigação e Análises (BEA, na sigla em francês) em Le Bourget, nos arredores de Paris, a ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse que a descoberta de parte do avião “é um momento muito importante para o luto das famílias e para permitir maior segurança no setor aeronáutico”.
De acordo com Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, já foi iniciado o processo de licitação para definir o navio e os equipamentos que serão utilizados para resgatar os destroços do avião da Air France. A ministra e Troadec não fizeram qualquer comentário sobre a localização e o resgate dos corpos, afirmando que as famílias das vítimas deverão ser informadas primeiro.
Para Alain Bouillard, “é fundamental localizar as caixas-pretas do avião para determinar as causas do acidente”. Porém, mesmo que os equipamentos sejam resgatados, os técnicos do BEA ainda não sabem se os dados técnicos sobre o voo e as conversas dos pilotos foram conservados e se poderão ser analisados.
Até o momento, o BEA afirma que um problema com os sensores de velocidade do avião, os chamados tubos pitot, teriam contribuído para o acidente.
04/04/2011 - 14h08
Aiea: uso e segurança da energia nuclear devem sofrer mudanças depois de acidentes no Japão
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, disse hoje (4) que a abordagem sobre o uso e a segurança da energia nuclear deve sofrer alterações, depois dos acidentes registrados no Japão, na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. O assunto é tema da reunião para discutir a Convenção sobre Segurança Nuclear, que começou nesta segunda-feira e vai até o dia 14, em Viena, na Áustria.
“Não podemos voltar a uma abordagem rotineira”, afirmou Amano. As informações são da Aiea e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa. O diretor-geral lembrou que depois dos episódios no Japão o comportamento do mundo mudou e as pessoas passaram a ter medo da contaminação por radiação.
Depois do terremoto seguido por um tsunami, no Nordeste do Japão, foram feitas várias operações na tentativa de conter as explosões e vazamentos nucleares registrados em Fukushima Daiichi. Porém, a empresa que administra a usina reconheceu que está com dificuldades para controlar o vazamento de água contaminada por radiação que segue em direção ao mar.
A Convenção sobre Segurança Nuclear, que foi ratificada por 72 países e entrou em vigor em outubro de 1996, tem o objetivo de melhorar a segurança na exploração dos reatores eletronucleares. A cada três anos, os peritos se reúnem para analisar os relatórios enviados por todos os que ratificaram o documento.
A convenção é um instrumento de incentivo e não estabelece a obrigação de adesão. Os acidentes no Japão foram relembrados hoje durante as discussões, quando a Aiea mostrou relatórios informando sobre as danificações registradas nos reatores, o vazamento de água contaminada e as ameaças de explosões.
A agência informou ainda que há relatos de amostras com as presenças de iodo 131, césio 134 e césio 137, mas que as autoridades afirmaram que os percentuais estavam abaixo do considerado arriscado. No entanto, houve registros de contaminação em vegetais marinhos, frutas, peixes, leite e verduras da região.
As cidades que estão em alerta são Chiba, Fukushima, Gunma, Ibaraki, Kanagawa, Quioto, Niigata, Saitama, Shizuoka, Tchigi, Tochigi e Tóquio. Para acompanhar os trabalhos dos especialistas no Japão, a Aiea enviou dois peritos em tecnologia. Por segurança, a área localizada no raio de 20 quilômetros ao redor de Fukushima Daiichi foi esvaziada.
04/04/2011 - 13h39
Avião da ONU cai ao tentar pousar na capital do Congo
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Ao menos dez pessoas morreram durante a queda de um avião utilizado em missões da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo. Segundo as primeiras notícias divulgadas por agências internacionais, o avião caiu pouco antes de pousar no aeroporto da capital, Kinshasa.
Em uma primeira nota publicada no site da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco), a ONU informa que ao menos 29 passageiros e quatro tripulantes estavam a bordo do avião. A organização, contudo, não confirma o número de mortos ou feridos.
De acordo com a agência de notícias de Portugal, Lusa, chovia forte no momento do acidente e o avião se partiu em várias partes sobre a pista de aterrissagem. As causas da queda, contudo, ainda terão que ser apuradas.
A missão de paz opera no país desde 1999 e foi criada para tentar controlar o risco de uma catástrofe humanitária na ex-colônia belga devido à guerra civil resultante dos confrontos entre tropas da República Democrática do Congo, milicianos e grupos rebeldes.
04/04/2011 - 15h33
Quinze anos após o Massacre de Carajás, MST faz Abril Vermelho para da reforma agrária
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quer aproveitar a jornada nacional de lutas, mobilização mais conhecida como Abril Vermelho, para inaugurar a agenda da reforma agrária no governo Dilma Rousseff.
De acordo com Ulisses Monaças, da coordenação nacional do movimento no Pará, “a intenção é reconduzir a pauta e colocar a reforma agrária na agenda do governo”. Segundo ele, o MST fará campanha contra o uso de agrotóxicos na lavoura. “O Brasil é o maior consumidor de veneno no mundo.”
O agrotóxico costuma ser insumo fundamental em grandes plantações. Ao abraçar a causa ambiental, o MST critica o modelo de latifúndio que combate há cerca de 28 anos. “Se pensarmos um outro tipo de utilização do solo, dos recursos naturais, da água, numa perspectiva de preservação para o futuro, evidentemente a reforma agrária passa a ser uma coisa moderna. Também queremos discutir sobre alimentação. Se a sociedade brasileira quer continuar consumindo alimentos altamente contaminados”, antecipou Gilmar Mauro, da coordenação nacional do movimento, em uma entrevista à Agência Brasil em fevereiro.
Além do retorno da pauta da reforma agrária, esquecida desde a campanha eleitoral de 2010, segundo Mauro, o Abril Vermelho marca a passagem dos 15 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás (Pará), quando 19 trabalhadores foram assassinados na Rodovia PA-150 pela Polícia Militar do estado.
“O Abril Vermelho é sempre uma mobilização simbólica contra a violência no campo”, lembrou Ulisses Monaças. Em Eldorado de Carajás, o MST fará um “acampamento pedagógico” com 500 jovens entre os dias 10 e 17 deste mês. Em Belém, 700 trabalhadores rurais ficarão acampados na Praça da Leitura entre 15 e 19 deste mês.
A coordenação nacional do MST ainda não tem a programação fechada da mobilização nos 23 estados onde o movimento está organizado e nem confirma o número de ocupações que poderão ocorrer no mês. As ocupações já começaram no sul da Bahia, em fazendas de plantação de eucalipto.
O movimento quer ser recebido pelo governo em Brasília durante o Abril Vermelho. O secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Rogério Sottili, garantiu que a reforma agrária “é uma agenda importante” da presidenta Dilma Rousseff e que “o governo sempre vai receber o movimento, que é muito reconhecido”. Na última sexta-feira (1º), Dilma recebeu de uma comitiva de representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) uma pauta de 192 itens.
Além da Contag (que em maio tem programado o Grito da Terra Brasil 2011) e do MST, outros movimentos voltados à questão agrária se preparam para fazer mobilizações em Brasília nos próximos dias. Cerca de 50 pessoas ligadas à Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf – DF) já estão acampadas na porta da sede do Instituto do Colonização e Reforma Agrária (Incra) na capital federal.
04/04/2011 - 19h39
Procon autuará TAM pela venda de “assentos conforto”
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O Procon de São Paulo (Procon-SP) irá autuar a TAM pela cobrança do serviço “assento conforto” que, mediante cobrança de valor adicional ao da passagem, permite ao passageiro sentar na primeira fileira do avião ou nas proximidades das saídas de emergência, onde os assentos são mais espaçosos.
O Procon-SP lavrou auto de infração, e encaminhou notificação a empresa aérea, que poderá receber uma multa entre R$ 400 e R$ 6 milhões. A TAM pode recorrer.
“A TAM se aproveita desse espaço maior entre a primeira fileira e às próximas a saída de emergência, que existem em todos os aviões praticamente, para arrecadar um valor maior a título de tarifa de assento conforto”, afirmou o assistente de direção do Procon-SP, Marcio Marcucci.
A empresa afirmou, por meio de nota, que ainda não tem conhecimento da autuação. "A TAM cumpre todas as normas vigentes no país e configura internamente suas aeronaves de acordo com os padrões internacionais das empresas que prezam pela qualidade de serviço”.
05/04/2011 - 6h43
Cantor popular vence eleições presidenciais no Haiti, mostram resultados preliminares
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os resultados preliminares das eleições presidenciais do Haiti, divulgados ontem (4) pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP), indicam que o cantor popular Michel Martelly, 49 anos, venceu com 67,57% dos votos a ex-senadora e ex-primeira-dama Mirlande Manigat, de 70 anos, que obteve 31,74%. As votações ocorreram no último dia 20 e foram registradas denúncias de irregularidades e fraudes. Os resultados finais devem ser divulgados no próximo dia 16.
As autoridades haitianas e estrangeiras negaram que as suspeitas tenham atrapalhado a lisura do processo eleitoral. O segundo turno das eleições no Haiti registrou elevado comparecimento às urnas. As informações são da Rádio França Internacional (RFI), da BBC Brasil e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.
Do lado de fora da casa de Martelly, em Porto Príncipe, a capital do Haiti, eleitores e aliados fazem festa. As músicas do cantor conduzem a festa. Há cartazes e faixas, nos quais se lê que a vitória do artista representa a esperança de futuro melhor para o país.
Desde janeiro de 2010, o Haiti tenta se recuperar do terremoto que devastou o país e deixou mais de 200 mil mortos, além da destruição de prédios públicos e privados, assim como de documentos. Muitos sobreviventes da catástrofe ainda vivem em barracas improvisadas. A situação se agravou ainda mais com a epidemia de cólera que já matou cerca de 4 mil pessoas.
Sem experiência política, Martelly defendeu reformas amplas no Haiti e a mensagem foi bem recebida pela população. Segundo analistas políticos internacionais, o artista representa o novo e a mudança. O cantor se beneficiou do apoio de cinco candidatos eliminados no primeiro turno. O músico Wyclef Jean, que teve sua candidatura impugnada ainda no primeiro turno, também apoiou Martelly.
O mandato do atual presidente do Haiti, René Préval, acabou em 7 de fevereiro, mas ele recebeu aprovação parlamentar para permanecer até o dia 14 de maio em decorrência do atraso na realização do segundo turno.
05/04/2011 - 7h03
Governo da Venezuela volta a adotar medidas de contenção de energia
Da Agência Lusa
Brasília - As autoridades da Venezuela anunciaram que adotarão medidas para reduzir o consumo de eletricidade no país. A iniciativa ocorre na sequência de uma crise no setor de energia, que começou em 2009 e agravou-se no ano passado devido à seca que afetou o país. O ministro de Energia Elétrica da Venezuela e presidente da Corporação Elétrica Nacional, Alí Rodríguez Araque, afirmou que se o consumo ultrapassar a capacidade de geração e transmissão, serão feitos cortes.
Sem revelar quais são as medidas, Araque disse que elas vão ser aplicadas rapidamente. “Trabalhamos arduamente para a instalação de mais capacidade e geração térmica e hidráulica. É indispensável que se apliquem medidas de eficiência energética porque há desperdício”, disse ele.
Segundo o ministro, o aumento de aproximadamente 6% no consumo de energia foi causado pelas altas temperaturas registradas no país. Além desse fator, de acordo com ele, os venezuelanos retomaram antigos hábitos que geram mais consumo.
Nas últimas semanas, houve registros de vários apagões que se intensificaram na frequência e duração, obrigando os consumidores a recorrer à compra de aparelhos para produzir eletricidade. Analistas insistem na existência de problemas estruturais relacionados com a distribuição de energia e investimentos insuficientes na área de produção.
Os peritos defendem também que em El Guri, a principal barragem do país, persistem falhas do passado e que foram criadas centrais termoelétricas que não podem ligar-se ao sistema nacional.
A falta de chuva agrava o baixo nível das águas do Rio Caroní, no estado venezuelano de Bolívar, que acabou afetando as barragens hidrelétricas da Venezuela, principalmente a de El Guri, responsável pela produção de 72% da energia consumida no país.
A situação levou o governo venezuelano a decretar estado de emergência em fevereiro de 2010, determinar racionamento no abastecimento e a redução no horário de funcionamento do comércio e de órgãos públicos.
Aqueles que desobedeceram as ordens para a contenção no uso de energia estavam sujeitos a multas. Em maio de 2010, Chávez suspendeu o racionamento de energia, afastando a hipótese de colapso do sistema elétrico nacional.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
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