MEMÓRIA POLÍTICA
Comissão da Anistia visita Engenho Galileia
Aproveitando o 47º aniversário do golpe militar, grupo esteve em Vitória de Santo Antão, no local que foi o berço das Ligas Camponesas, num gesto em favor da criação da Comissão da Verdade
Berço das Ligas Camponesas, o Engenho Galileia, em Vitória de Santo Antão, recebeu a visita de integrantes da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça no último sábado (1º). O grupo foi recebido por Anacleto Julião, filho e herdeiro do então líder do movimento, Francisco Julião, e pelo proprietário do engenho, Zito da Galileia. A visita foi um gesto dos movimentos de Direitos Humanos em favor da criação da Comissão da Verdade, aproveitando a passagem dos 47 anos do golpe militar, completados no dia 31 de março. Os manifestos seguem hoje com uma homenagem a João Leonardo Rocha, guerrilheiro que lutou contra a ditadura e foi assassinado. Será em Itapetim (Sertão), com a presença do ex-ministro José Dirceu (PT).
No Engenho Galileia, estiveram presentes a historiadora Andréa Valentim, responsável pelo acervo da Comissão da Anistia, Ivan Seixas, consultor da Comissão de Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e a secretária de Direitos Humanos do Recife, Amparo Araújo. “Vimos de perto que a história do nosso país está sendo preservada. Pudemos conhecer a história de alguns moradores que fizeram parte das Ligas e recomendo a todos uma visita ao engenho”, relatou Seixas, contando que vivem hoje no local cerca de 200 famílias.
Andreia Valentim ficou bastante emocionada com a visita. Na ocasião, a comissão do Ministério da Justiça doou livros para o acervo de uma biblioteca sobre o movimento, que hoje funciona dentro da residência de Zito da Galileia. Um novo espaço está sendo construído no local bem próximo onde houve a primeira reunião das Ligas Camponesas, em 1955. Amparo avaliou que a visita ao engenho foi uma forma de alertar para a necessidade de preservar a história do local. Ela doou uma porta para a futura biblioteca e se comprometeu a fazer uma campanha de doações.
Ainda dentro da programação do 47º aniversário do golpe militar de 64, ocorreu, ontem, a última apresentação da peça Filhas da Anistia, que estava em cartaz no Teatro Apolo, no Bairro do Recife, desde o dia 31 de março. O espetáculo é um projeto da Comissão da Anistia.
JOSÉ DIRCEU
O ex-ministro do governo Lula, José Dirceu, chega hoje às 15h, ao Aeroporto de Patos (PB) e, de lá, segue para Itapetim, no Sertão pernambucano. O petista é o personagem central da homenagem que o prefeito de Itapetim, Adelmo Moura (PSB), fará a João Leonardo da Silva Rocha, o Zé Careca, guerrilheiro que lutou contra a ditadura e, anônimo, viveu por três anos como agricultor em São Vicente. Dirceu e Zé Careca estavam entre os presos políticos que foram libertados em troca do embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado em 1969. A operação foi um dos planos mais ousados contra a ditadura até então.
VOO 447
Encontrados novos destroços de avião
O BEA, escritório francês que investiga o acidente, informou ontem que foram achados pedaços da turbina e da asa da aeronave, reavivando as esperanças de localizar as caixas-pretas no oceano
PARIS – A investigação sobre o acidente com o Airbus A330 da Air France na costa brasileira ganhou ontem um grande impulso com a localização de novos destroços da asa, reavivando as esperanças de que uma solução seja encontrada para o enigma da tragédia que matou 228 pessoas na noite do dia 31 de março de 2009.
“Durante as operações de busca no mar realizadas nas últimas 24 horas e dirigidas pelo (instituto americano) WHOI, a equipe a bordo do navio Alucia localizou destroços do avião”, indicou o BEA, escritório francês encarregado da investigação técnica do acidente.
Os investigadores têm esperanças de desta vez encontrar as caixas-pretas do avião, indicou o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec. “A notícia favorável é que os destroços estão relativamente concentrados. Devido a isso, temos esperanças de encontrar as caixas-pretas”, declarou.
Apenas as caixas-pretas, que registram os dados do voo e as conversas dos pilotos, poderão explicar com exatidão o acidente.
O BEA indicou que divulgará as primeiras imagens dos destroços localizados do avião em uma coletiva à imprensa hoje à tarde. Perguntado sobre o que já foi localizado, Troadec disse que foram encontradas “as turbinas e algumas partes da asa”.
Segundo uma fonte ligada ao caso, os submarinos Remus, que realizam buscas no fundo do Oceano Atlântico, “estão fotografando os destroços do avião presentes no local do acidente em um retângulo de 500 por 300 metros”.
A ministra francesa da Ecologia e dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, e a secretária de Estado de Transportes, Thierry Mariani, saudaram ontem um “avanço essencial” na investigação.
O diretor do BEA explicou que os submarinos Remus, pequenos equipamentos de quatro metros de comprimento, indicaram indícios da presença de destroços do avião. Um segundo mergulho dos aparelhos foi realizado com uma câmera para confirmar a localização.
“Esta localização, apenas alguns dias após o lançamento da quarta fase de buscas no mar financiada pela Air France e pela Airbus (cerca de 9 milhões), é uma notícia muito boa porque traz esperanças de que possamos finalmente obter informações sobre as causas desse acidente”, declarou o diretor executivo da Air France-KLM, Pierre-Henri Gourgeon.
O presidente da associação francesa de famílias das vítimas, Jean-Baptiste Audousset, também considerou que a localização dos destroços é “uma esperança para as famílias”. “Mas vamos nos manter extremamente prudentes”, acrescentou, ressaltando que as famílias aguardam a apresentação de provas.
O BEA iniciou no dia 25 de março uma quarta fase de buscas no mar para encontrar os destroços do avião, que desapareceu no Oceano Atlântico em 31 de março de 2009 quando voava do Rio a Paris, matando os 228 passageiros e tripulantes.
INDÚSTRIA NAVAL
Último dia de prazo para concurso da Transpetro
A inscrição para o concurso de oficiais da Marinha Mercante da Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobras, termina hoje. São 342 vagas de oficiais (mais 52 de cadastro de reserva), com inscrição gratuita. Os candidatos podem retirar o edital e a ficha de inscrição no site www.transpetro.com.br ou nos endereços listados no edital. Em Pernambuco, as informações estão disponíveis no escritório da Transpetro, localizado na Rua Antonio Lumack do Monte, 128, sala 206, no Empresarial Center III, em Boa Viagem.
As vagas são para 2º oficial de náutica e 2º oficial de máquina, com remuneração mínima de R$ 7.620,93. O concurso não tem reserva de vagas para portadores de necessidades especiais, em função das condições de periculosidade, insalubridade, exposição a riscos e situações de emergência que caracterizam essas atividades profissionais. É válido salientar que o candidato deve ser formado no curso de aquaviário de Marinha mercante, ministrado pela Marinha do Brasil.
A empresa também está com outro processo seletivo público para admissão imediata de 386 suboficiais e guarnição da Marinha Mercante nos navios da sua frota. As vagas disponíveis são para as categorias de auxiliar de saúde, eletricista, mecânico, moço de convés, moço de máquinas, cozinheiro e taifeiro. A inscrição é gratuita e termina no dia 6 de junho. O edital, a ficha de inscrição e a ficha de registro de embarque (para aquaviários) podem ser acessadas no site da Transpetro: http://www.transpetro.com.br/TranspetroSite/appmanager/transpPortal/transpInternet?_nfpb=true&_windowLabel=barraMenu_3&_nffvid=%2FTranspetroSite%2Fportlets%2FbarraMenu%2FbarraMenu.faces&_pageLabel=pagina_base.
Segundo a empresa, garantia de remuneração mínima varia de R$ 2.629,87 a R$ 4.688,84, dependendo da categoria. Serão cadastrados os 483 candidatos melhor classificados no concurso. Desse total, 386 terão admissão imediata. Farão parte do cadastrado de reserva 56 candidatos para mecânico, dos quais 45 para admissão imediata, 64 para eletricista, dos quais 51 para admissão imediata, 41 para auxiliar de saúde (33 admissão imediata), 130 para moço de convés (104 imediatamente), 134 para moço de máquinas (107 de imediato), 33 cozinheiros (26 agora) e 25 para taifeiro (20 de imediato).
CLÁUDIO HUMBERTO
Bom pro fogo
A Infraero não liga para aeroportos, mas torrou R$ 236,5 mil com uma revistinha que virou lixo por criticar o governo que a financiou. Ganhou mesmo, e muito, o pseudo-intelectual que a produziu, amigo da chefe de comunicação da estatal. Os 300 mil exemplares serão incinerados.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO
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