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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

15 de fevereiro de 2011 Jornal O Estado de Minas


POLÍTICA
Ministro nega afastamento

Buenos Aires – O ministro Nelson Jobim (Defesa) negou estar desprestigiado no governo Dilma Rousseff e afirmou ontem que vai participar da compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele negou também que o governo brasileiro tenha suspendido a negociação, o que chamou de "invenção" da imprensa.
Há informações de que a presidente Dilma teria decidido adiar a decisão da compra dos novos caças para o fim do ano por causa do aperto fiscal. O governo anunciou corte no Orçamento deste ano de R$ 50 bilhões. Dilma, também, optou por consultar outras pessoas sobre a negociação, entregando documentos referentes à compra ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), seu amigo.
Sobre um suposto mal-estar com Dilma, Jobim disse que essas informação são plantadas por "lobistas" e negou ter mandado recado para a presidente. "Minha relação com ela está ótima. Se estivesse desprestigiado não estaria aqui (em viagem oficial a Buenos Aires). Não mando recado, no Rio Grande não é assim."
O ministro disse que vai se reunir com a presidente, hoje em Brasília, para tratar de vários assuntos, como a compra dos novos caças da FAB. Ele também afirmou que desconhece a participação de Fernando Pimentel na negociação, como pediu Dilma. "Perguntei ao Pimentel e ele disse que não foi escolhido e que não recebeu nada."
Ministro da Defesa de Lula, Jobim continuou no cargo no governo Dilma. Ele está em Buenos Aires para a assinatura de acordos bilaterais com seu equivalente argentino.
Anúncio O exército anunciou o cancelamento da publicação de peças publicitárias da Fundação Habitacional do exército, entidade sob sua supervisão, em um jornal mensal que faz ataques à presidente Dilma Rousseff. O fim do patrocínio no jornal Inconfidência, de Belo Horizonte, foi informado após questionamento feito pela imprensa.
Antes da nota do exército anunciando o cancelamento dos anúncios, a FHE havia argumentado que anunciava no jornal para atingir seu público alvo militar. Segundo o coronel de reserva Carlos Miguez, responsável pelo jornal, a FHE publicava os anúncios "há sete ou oito anos". A propaganda aparece na edição do mês passado. A edição de fevereiro ainda não foi finalizada.
Textos do jornal relacionam a eleição de Dilma ao analfabetismo e compilam informações sobre a "vida clandestina" dela durante o regime militar (1964-1985). O jornal entra nas recentes polêmicas do governo com os militares, expondo a resistência que Dilma sofre em setores das Forças Armadas.
Um texto faz um desagravo ao general José Elito Siqueira, do Gabinete de Segurança Institucional, que disse que os desaparecidos políticos não são motivo nem de vergonha ou vanglória. Outro texto diz que Elito estava certo e que não deveria ter se explicado à presidente. Há também críticas ao convite ao ex-deputado José Genoíno (PT-SP) para uma assessoria especial no Ministério da Defesa.


OPINIÃO
O destino da Abin
Presidente Dilma Rousseff vive o recrudescimento desse problema, deparando-se com a recorrente questão

André Soares –
Especialista em inteligência, autor de livro sobre o tema

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi criada pela Lei 9.883, de 7 de dezembro de 1999, como órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), para assessorar a Presidência da República produzindo informações de interesse do Estado, salvaguardando-o de ameaças à nossa sociedade e à soberania nacional. Contudo, a verdade inconveniente que nossos governantes não revelam, por temer retaliação da fúria da “comunidade de inteligência”, é a sua ineficiência generalizada. Isso decorre de sua perigosa instabilidade institucional, constituindo-se numa caixa-preta invencível e sem controle, que o Estado constituído – poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e Ministério Público – teme fiscalizar. O que ocorre na Abin? Ninguém sabe. Nem nossas autoridades e governantes, nem seus próprios dirigentes.
Todavia, o próprio Estado brasileiro predestinou a Abin a esses desígnios, pois uma instituição criada sob o corporativismo de uma comunidade obscura nasce desajustada. A Abin tem seus cargos de direção contaminados pelo nepotismo, exceção feita aos integrantes que nela ingressaram posteriormente, pela legitimidade da aprovação em concurso público, mas que são internamente preteridos e pejorativamente discriminados de “concursados”. Isso porque, em sua criação, a agência foi “aparelhada” com os grupos dessa comunidade, tornando-se reduto de grupos de ex-integrantes do Serviço Nacional de Informações (SNI); militares temporários da reserva do exército desempregados e muitos “amigos dos amigos”, que se digladiam-se inescrupulosamente pelo poder. Obviamente que o resultado não poderia ser diferente dos sucessivos escândalos nacionais e internacionais que maculam sua atuação, cujo agravamento conduziu nosso país à maior e pior crise institucional de inteligência de sua história.
Em uma década de existência, a Abin conturbou os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, seu idealizador, e Luiz Inácio Lula da Silva, herdeiro desse explosivo legado, conquistando o infeliz recorde da exoneração de cinco diretores-gerais, todos envolvidos em sérias irregularidades, inexplicavelmente não apuradas.
Agora, a presidente Dilma Rousseff, com mais de um mês no poder, vive o recrudescimento desse grave problema, deparando-se com a recorrente questão: o que fazer com a Abin? O receio deste ensejo desencadeou recentemente uma avassaladora ação de seus “arapongas”, pressionando a Presidência da República e a sociedade, tomando como pretexto uma pseudorrepresentatividade nacional de suas associações, ferindo de morte os princípios da hierarquia, disciplina, e do sigilo institucional, sempre convenientemente evocado para encobrir a publicidade de suas ações. Todavia, essa é apenas uma inexpressiva parcela da guerra clandestinamente travada pela autofágica comunidade de inteligência, que alcança diversas instâncias do poder público.
Vale dizer que a Abin foi criada originalmente subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), sucedâneo da antiga Casa Militar, o qual é chefiado exclusivamente pelos generais da cúpula do exército, principal protagonista da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI), em 1967, no então regime militar. Lembremos que, não por acaso, o grande mentor da criação da Abin foi o general Alberto Mendes Cardoso, que foi também o primeiro chefe do GSI, legitimando a influência militar na atividade de inteligência. Porém, atribuir à subordinação da Abin ao GSI a causa da crise nacional de inteligência é desconhecer completamente essa problemática. A presidente Dilma Rousseff, em especial, compreende os riscos potenciais que essa conjuntura representa para a segurança nacional, pois o Brasil sequer tem uma política nacional de inteligência.
Ao que na verdade estamos assistindo são as manifestações explícitas de uma metástase institucional, por sua degenerescência aquiescida em mais de 11 anos de inépcia e diletantismo irresponsável de nossas autoridades. Se este é um problema afeto à inteligência de Estado, sua solução é exclusivamente de ordem moral, pois demanda de nossos dirigentes ter a coragem de enfrentá-lo, atitude que os antecessores da presidente Dilma Rousseff não tiveram. A sociedade brasileira vive a expectativa histórica e a esperança de que ela tenha esse mérito. Porque o destino de histórias dessa natureza já é conhecido de sobejo pela sabedoria popular que professa: “Do pau que nasce torto, até a cinza é torta”.



ECONOMIA
Meio mundo a bordo de aviões
Associação do transporte aéreo prevê que 3,3 bilhões de pessoas voarão ao menos uma vez em 2014, 32% a mais que em 2009. No Brasil, fluxo de passageiros cresceu 16,4% em janeiro

Geórgea Choucair

 O mundo vai ganhar mais 800 milhões de passageiros de avião até 2014, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), que representa as companhias aéreas de todo o mundo. Esses marinheiros de primeira viagem vão fazer com que 3,3 bilhões de pessoas usem pelo menos uma vez o avião daqui a três anos, crescimento de 32% em relação a 2009, quando foram transportados 2,5 bilhões de passageiros. Do total de passageiros previstos para 2014, 1,3 bilhão de pessoas vão fazer viagens internacionais.
A Iata informa que a maior parte dos novos passageiros virá da China. Do total de 800 milhões de novos viajantes previstos em 2014, 360 milhões vão viajar nas rotas da Ásia-Pacífico e, destes, 214 milhões estão associados à China. O número de passageiros de voos internos será de 2 bilhões no total, frente ao 1,5 bilhão de 2009. A previsão da Iata é que os Estados Unidos vão se manter em 2014 como o mercado nacional mais importante, com 671 milhões de passageiros, seguido da China, Japão, Brasil e Índia. O diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, afirmou que tudo indica que “o mundo se tornará mais móvel”, criando ao mesmo tempo oportunidades e desafios, não só no setor de transporte de pessoas, mas também no de mercadorias.
As entradas das classes C, D e E no mercado, a melhoria de renda e a queda nas taxas de desemprego devem ajudar a alavancar o mercado de aviação no Brasil, segundo os analistas. O setor transportou 154,32 milhões de passageiros em 2010 no Brasil, segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (infraero). O crescimento foi de 20,4% em relação a 2009, quando foram transportados 128,13 milhões de passageiros.
“A recuperação do poder aquisitivo e a redução do desemprego permitem aumento na demanda no mercado de aviação. A chamada nova classe média vai ter participação importante nesse crescimento”, avalia Rosângela Ribeiro, analista especializada em aviação da SLW Investimentos.
E o mercado de aviação inaugurou o ano de 2011 em ritmo acelerado. A demanda por transporte aéreo no mercado doméstico cresceu 16,43% em janeiro de 2011, em comparação com o mesmo mês do ano passado. A oferta de assentos das companhias áreas também cresceu 13,8% nos voos domésticos em janeiro de 2011, ante o mesmo mês do ano anterior.
O Grupo TAM (que compreende a TAM e a Pantanal) mantém-se na liderança do setor, ocupando 85,2% do mercado internacional operado pelas empresas brasileiras e 43,35% do mercado doméstico, seguido pela Gol/Varig, com 37,27% nos voos domésticos e 13,35% nos internacionais. A diretora de projetos e estudos de mercado da ALL Consulting, Simone Escudero, avalia que esse ritmo de crescimento do mercado de aviação está limitado aos próximos dois anos. “Temos hoje novos consumidores entrando nos voos. Mas depois, esse ritmo tende a desacelerar, até atingir a estabilidade”, diz. (Com agências)

O NOVO JUMBO
A Boeing lançou um novo jumbo esperando reviver o glamour do nascimento do modelo 747 de 40 anos atrás e usar isso para acelerar suas vendas. O 747-8 Intercontinental terá capacidade para 467 passageiros, 51 a mais que a versão atual do jato, e vai consumir menos combustível, afirmou a fabricante. "De todos os aviões que nós já construímos, há um que é mais identificado com a Boeing que qualquer outro, e é o 747", disse James Albaugh, diretor da unidade de aviões comerciais da Boeing. Ele apresentou a aeronave no domingo para uma multidão de quase 10 mil funcionários da Boeing, familiares e um grupo de notáveis da indústria. O novo avião é lançado quase 42 anos depois do voo inicial do 747, que se tornou o jato de passageiros mais conhecido do mundo e transformou a indústria global de viagens. O 747 perdeu sua coroa de maior jato comercial do mundo quando a Airbus lançou em 2005 o A380, um superjumbo com 525 assentos. Mas o modelo da Boeing, com 19 pés mais longo que seus predecessores, será o mais comprido.

Indiano diz que fez carro voar

Paulo Henrique Lobato

Quase 26 anos depois de o filme De volta para o futuro (Back to the Future, 1985) projetar o ator Michael J. Fox para o mundo na pele do franzino Marty McFly, que viajava pelo tempo a bordo de um esportivo e incrementado carro voador, o indiano A.K. Vishwanath, de 52, foi destaque ontem em vários veículos de comunicação dos cinco continentes. Ele assegura ter criado, bem ao estilo da famosa trilogia do cinema americano, o primeiro automóvel voador do planeta. Ao estilo do Professor Pardal – personagem da história em quadrinhos criada por Carl Barks, em 1952, para a Walt Disney – o indiano diz que transformou um modelo Maruti, primeiro carro de pequeno porte daquele país, fabricado pela Suzuki, na década de 1980, numa máquina voadora.
Segundo o inventor, o veículo é movido a gerador elétrico. Os fãs da película americana também se recordam que o esportivo usado na primeira série da trilogia, um modelo DeLorean, foi abastecido por eletricidade: a ficção permitiu a McFly que aproveitasse como combustível um raio que cairia sobre uma igreja – afinal, como ele estava no passado, sabia o dia e a hora exata da descarga elétrica. De volta ao futuro, o primeiro jornal a noticiar a criação do indiano, o periódico Daily Mail, informou que o Maruti é uma das atrações principais do show aéreo Aero Índia 2011, que ocorre em Bangalore.
Já o inventor afirmou aos repórteres que o automóvel, que também conta com uma seção a vácuo, foi testado num túnel de vento. O professor Pardal indiano afirma ter recebido 40 patentes e revelou que sua inspiração veio de várias fontes, incluindo a capacidade de voo de abelhas. Acrescentou ainda que a decolagem do carro é vertical. O veículo do futuro foi desenvolvido pela Vishwanath, B"Lorean, em homenagem a sua casa de Lisboa, e ao carro esportivo DeLorean, de 1980, modelo usado como máquina do tempo em De Volta para o Futuro.
O veículo esportivo usado na trilogia americana chega a 100 km/h em 9,5 segundos, mas pode alcançar, pouco tempo depois, 200 km/h, devido ao motor V6 e aos 141 cavalos.
O professor Paulo Iscold, do departamento de engenharia mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e projetista de engenharia aeroespacial da mesma instituição, faz a seguinte observação: “O que é um carro voador? É um veículo que vai abrir as asas e sair voando? Fazer algo como o DeLorean é difícil, pois não temos propulsão para isso Para chamar de invenção, tem que mostrar voando”. O especialista cita publicações especializadas para ressaltar algumas diferenças envolvendo carros e aviões.
A primeira é o motor, pois o do automóvel é projetado para várias rotações: “O carro acelera e desacelera”. A segunda é as rodas, pois “todo o peso do automóvel está nelas”. Já as dos aviões “têm pequeno diâmetro” e usadas “para linha reta”. (com agências)

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