POUSO FORÇADO
Pista de Itiquira não possui homologação
Amanda Alves
Da Redação
A pista para pouso de Itiquira (357 km ao Sul da Capital) não é homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), segundo uma fonte do órgão que pediu para não se identificar. A homologação é uma garantia de segurança para pilotos e passageiros, que utilizam a pista, fato que não aconteceu no último sábado (19), quando a aeronave que carregava uma comitiva de empresários da Cuiabá à cidade, precisou fazer um pouso forçado. Falta de sinalização e a condição irregular do entorno da pista, que tinha sido arada dias antes, podem ter provocado o acidente.
O coronel da Aeronáutica, Franz Matheus, explica que para exploração de uma área para pouso é necessário realizar processo junto à ANAC. "Para ser homologada uma pista passa por determinadas exigências, é verificado o tipo de pouso, tamanho, tudo é normatizado e a ANAC é quem fiscaliza. Se pousaram irregularmente terão que responder por infração."
Entre os critérios a serem atendidos está a largura ideal da pista compatível para os tipos de aeronaves que irão utilizá-la, segundo o coronel da Aeronáutica. "A pista pode ser de cascalho, terra, grama, asfalto e cimento, mas tem que suportar o peso do avião." Franz afirma ainda não ter sido comunicado sobre o acidente em Itiquira e que não tem como avaliar se a falta de regularização afetou, mas comenta ser necessário ter uma área patrimonial cercada. "Se o piso é precário e a terra é fofa pode colocar em risco a vida das pessoas."
Segundo jornalistas que acompanharam o pouso forçado da aeronave da Piper Saratoga, de prefixo PT-PSC, e de outros aviões que transportaram a equipe do governo do Estado para o lançamento do Terminal Rodoviário, entre eles o governador Silval Barbosa (PMDB), a pista fica em um campo aberto e sem sinalização.
Estavam na aeronave o piloto William Luiz, que teve ferimento leve no rosto, o empresário e proprietário do avião, Francisco de Almeida, a namorada, Eliane Almeida, mais o casal de empresários, Luiz Buzetti e Margareth Buzetti.
O prefeito de Itiquira, Ernani José Sander (PSDB) foi procurado pela reportagem, mas não foi encontrado.
Queda de avião - Segundo o coronel da Aeronáutica não há levantamento inicial sobre a investigação do acidente em Santo Antônio do Leverger ocorrido na sexta-feira (18). Um técnico de Cuiabá, credenciado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), esteve no local fazendo coleta e 1 oficial da Aeronáutica de Brasília acompanha o trabalho. O relatório final demora 30 dias para ser concluído, podendo ser ampliado para mais tempo, caso seja necessário testes em laboratório. O piloto em instrução, Anderson Nunes de Figueiredo, que ficou gravemente continua em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital particular. (Colaborou Marcos Lemos)
ACIDENTE DA GOL
Comandante vai prestar esclarecimentos
Raquel Ferreira
Da Redação
À pedido do juiz Murilo Mendes, o comandante da TAM Linhas Aéreas, Ronaldo Jenkins de Lemos, prestará esclarecimentos técnicos no dia 11 de março no processo que apura a queda do avião da Gol, que resultou na morte de 154 pessoas em setembro de 2006. Indicado pela empresa, o profissional atuará como colaborador do processo. Ele é ex-oficial da Força Aérea e atual integrante do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Senea). A audiência será às 15h, em Sinop.
A defesa dos pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore tentou impedir que o comandante da TAM fosse ouvido, porém teve o pedido indeferido pelo juiz. Na decisão, o magistrado ratificou ainda as datas das oitivas com os pilotos que figuram como réus no processo. Eles devem ser ouvidos nos dias 30 e 31 de março.
No pedido feito pelos norte-americanos eles defendem que o piloto brasileiro poderia não ser imparcial, evitando mostrar a fragilidade do tráfego aéreo e, por receio dos órgãos do sistema aéreo nacional, tender para o lado da acusação. O Ministério Público Federal também pediu a substituição do comandante, mas não foi atendido.
Também serão ouvidas em 14 e 15 de março as testemunhas de defesa dos pilotos. A audiência será por videoconferência e ficará no Consulado Brasileiro em Washington, enquanto o Juiz Murilo Mendes, magistrado responsável pelo caso, e as partes envolvidas estarão em Brasília. São testemunhas de defesa no processo, o piloto da Delta Air Lines, Siraj Khan, Edward D. Henderson, especialista em práticas e normas internacionais de aviação; David Rimmer, executivo da ExcelAire e passageiro do Legacy no dia da colisão; Henry Yandle, da Embraer; e os pilotos Randolph Savage e Frank Lynch.
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