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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

24 de fevereiro de 2011 - O DIA


RIO DE JANEIRO
Policia caça assassinos de militares na zona norte
PM faz operação no Lins para prender assaltantes e encontra traficante que seria do São João e teria participado de ataque a helicóptero da corporação

Marco Antonio Canoza
Vania Cunha

Dez horas após assaltantes matarem dois militares e promoverem série de roubos no Méier e Cachambi, na Zona Norte do Rio, a polícia fez operações para tentar prender os autores dos crimes. Um acusado de ser o ex-gerente-geral do tráfico do Morro São João, no Engenho Novo (ocupado pela polícia desde janeiro), que teria fugido para o Complexo do Lins, foi preso na Favela da Árvore Seca. Segundo denúncia anônima recebida pela PM, ele teria participado do ataque ao helicóptero da corporação no Morro dos Macacos, em 2009.
De acordo com o comandante do 3º BPM (Méier), tenente-coronel Rui França, criminosos que fugiram do São João estariam abrigados no Lins e podem estar envolvidos em roubos na região.
Por volta das 21h de terça-feira, o soldado PM Diego da Silva Fernandes, 25 anos, foi atacado por homens que estariam em um carro, na esquina da Avenida 24 de Maio com a Rua Pache Faria. Segundo testemunhas, ele reagiu, mas acabou baleado. Os bandidos fugiram levando a moto dele. A pistola do policial, que era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do São João, sumiu. Diego ainda foi socorrido no Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu.
Pouco depois, o coronel de Artilharia do Exército Alexandre Cardoso Rodrigues, 48, foi morto após ser rendido por bandidos que levaram seu Astra perto de um radar na Rua Hermengarda. Testemunhas contaram que o oficial foi obrigado a sair do carro e deitar no chão. Acabou morto com pelo menos quatro tiros. Os bandidos fugiram com o carro da vítima, que parou logo depois, na Rua General Bellegarde, por causa do sistema de segurança. Os assaltantes — que tinham outro carro e uma moto na cobertura — roubaram outro veículo e fugiram.
Na manhã de ontem, enquanto parte do efetivo do batalhão fazia incursão em três comunidades, por volta das 6h30, outros grupos montaram blitzes nas avenidas 24 de Maio e Marechal Rondon.
Uma denúncia fez a PM chegar a uma casa no alto da Árvore Seca. Dentro do imóvel, Carlos Eduardo da Costa de Oliveira, o Popó ou 2 P, dormia com a mulher. Policiais informaram que no imóvel havia mochila com maconha, cocaína e crack. Investigadores da 25ª DP (Engenho Novo), onde Popó foi autuado por tráfico, disseram que ele negou participação no ataque ao helicóptero abatido por traficantes em 2009.

Coronel do Exército estava animado com aposentadoria
Colegas de farda do coronel Alexandre Rodrigues contaram que ele estava muito animado com uma mudança que aconteceria em sua vida: segunda-feira, ele entraria para a reserva. A aposentadoria seria motivo de homenagem de militares, que acompanharam seus 30 anos de carreira. Ele receberia estatueta de soldado paraquedista, com uma placa. O presente foi entregue à família, durante o velório do coronel no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
O soldado Diego foi enterrado no Cemitério Parque da Colina, em Niterói. Ele estava na PM havia dois anos e seguia para o trabalho na UPP quando morreu.
A investigação dos crimes está com a Divisão de Homicídios. Ainda não há informações se houve reação ou se os bandidos descobriram que haviam atacado militares. Segundo a polícia, as armas das duas vítimas não foram encontradas. A PM informou que na 24 de Maio há viatura baseada, mas que foi deslocada mais para frente, como estabelecido pela mancha criminal da área. Já na Rua Hermengarda, outra patrulha estava a 300 metros do local onde o coronel foi morto.
Reportagem de Vania Cunha e Marco Antônio Canosa
FONTE: JORNAL O DIA

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