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quarta-feira, 11 de maio de 2011

11 de maio de 2011 - BRASIL ECONÔMICO


PRIMEIRA PÁGINA
Disputa por novos correntistas pressiona custos dos bancos

Gastos também são acentuados pela inflação, como lembra o diretor de controladoria do Itaú, Rogério Calderón. Mas aumento de despesas é necessário para reforçar marca diante de um cenário de crescimento econômico e do maior volume de negócios. No Itaú, o plano é abrir de 120 a 150 agências neste ano. No Bradesco, são 183 novos pontos previstos e, no Banco do Brasil, 200 agências de varejo e mais 150 para o público de alto poder aquisitivo.

Plano de abertura de agências pressiona despesas dos bancos

Inauguração de no mínimo 1.016 novos pontos de atendimento em 2011 trará maior volume de gastos com aluguel, folha de pagamento e treinamento de funcionários

Ana Paula Ribeiro

Em um ambiente de crescimento econômico, os bancos reforçam a rede de atendimento para não correr o risco de perder mercado. No entanto, as despesas necessárias para cumprir esses planos de expansão são elevadas e sofrem ainda a pressão de mais um ingrediente, a inflação. “Isso de fato impacta os custos, que estão proporcionalmente maiores por causa da inflação”, afirma o diretor corporativo de Controladoria do Itaú, Rogério Calderón. Na maior parte dos casos, o aumento das despesas de pessoal e administrativas — que incluem gastos com aluguel e serviços de comunicação, entre outros itens — é conseqüência dos investimentos feitos na abertura de novas agências, na contratação de pessoal, treinamento e publicidade. “Todos os bancos voltaram a investir fortemente na abertura de agências. Isso decorre do crescimento econômico, mas também é uma forma de reforçar a marca da instituição”, avalia o analista da Lopes&Filho Consultoria, João Augusto Salles. Na visão do analista, esses desembolsos são justificáveis porque podem gerar maior retorno no futuro. No entanto, acrescenta que embora o índice de eficiência dos grandes bancos esteja em patamares bons, há espaço para reduções. O índice de eficiência é a relação entre despesas e receitas de uma instituição financeira e o ideal é que o indica-dor fique abaixo de 50%. Calderón, do Itaú, admite que a migração das agências do Unibanco para o Itaú pressionou o volume de despesas, o que fez com que o índice de eficiência passasse de 45,4% em março do ano passado para 47,8%no primeiro trimestre de 2011. Ou seja, para cada R$ 100 em receitas, a instituição gasta R$ 47,80.
O objetivo é que o indicador tenha queda de 2,5 pontos percentuais até dezembro. O executivo acredita que o cenário está mais favorável. O plano de abrir entre 120 a 150 agências em 2011 e reformar outras 600 consumirá menos que os R$ 800 milhões desembolsados no processo de migração. A estimativa de Calderón é que os gastos em expansão dos pontos de atendimento fiquem em torno de 60% da despesa com a migração.
Ele admite que, se a inflação sair ainda mais do controle, ao final do ano os bancos podem se surpreender com um reajuste salarial maior o dissídio da categoria ocorre em setembro. No Bradesco, as despesas de pessoal e administrativas também tiveram forte elevação no primeiro trimestre em relação a igual período de 2010. “O crescimento das despesas está compatível com a evolução da rede de atendimento e do volume de negócios”, disse o vice-presidente, Domingos Figueiredo de Abreu, em teleconferência a analistas. Nos 12 meses encerrados em março, o banco contratou 8 mil funcionários e abriu 196 agências.
Essa aceleração dos gastos administrativos deve continuar em 2011, já que o Bradesco arcará com os custos decorrentes da abertura de 183 agências, o que significa mais gasto com aluguel e pessoal. A previsão é de expansão das despesas entre 11%e 15% em 2011, acima da projeção para elevação das receitas com prestação de serviços (9%a 13%). Para o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil (BB), Ivan Monteiro, um ritmo mais ameno na expansão das despesas é importante para permitir que uma instituição continue competitiva em um cenário de redução dos spreads no longo prazo. “Tem que apertar os gastos.
Tem que “ser eficiente não para trabalhar como spread atual, mas com o spread futuro”, afirma. No entanto, o BB deve ter as despesas pressionadas neste ano pelo plano expressivo de abertura de agências e contratação de pessoal. A meta é abrir 200 agências de varejo, além de 150 Estilo — destinadas ao público de alta renda—e outras 250 complementares. É também o ritmo de investimentos em agências—100 novos pontos de atendimento devem ser inaugurados até dezembro— e o reforço de atendimento em determinas áreas que permitirão que o Santander economize menos do que o esperado. Ao incorporar o Real, o banco de capital espanhol esperava atingir sinergias de R$ 2,4 bilhões até o final de 2011. No entanto, esse número deve ficar entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,2 bilhões. ■

Fonte:http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566086

Brasil convence OMC a analisar efeito do câmbio no comércio internacional

OMC vai analisar efeito do câmbio no comércio

Brasil convence 21 países que integram a organização a aprovar requisição sobre o tema

Simone Cavalcanti

O Brasil deu o primeiro passo para trazer à luz a relação entre as oscilações da taxa de câmbio e sua influência direta no comércio internacional de bens e mercadorias. Ontem, as delegações de pelomenos 21 países representadas no comitê de comércio e finanças da Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovaram a requisição brasileira para que sejam realizados estudos e pesquisas, além da formação de grupos de trabalho para analisar o tema. O Japão se mostrou favorável à proposta e é o único que enviará aprovação formal ao pedido. Ao trazer a discussão à tona, o Brasil quer forçar uma conscientização geral sobre os problemas que advém das políticas de câmbio, com perda de competitividade da maioria dos países que têm sido impactados com a forte valorização de suas moedas frente ao dólar. A ideia já havia sido defendida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em abril passado, e criticada por alguns países. O objetivo do Brasil é que, com o passar do tempo, seja possível chegar ao ponto de levar os membros da própria OMC a propor uma revisão das tarifas comerciais em vigor. Afinal, as vantagens comerciais que se obtinha com as regras tarifárias mínguam a partir do momento em que a moeda local torna-se mais forte.
Ao BRASIL ECONÔMICO, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey, calculou que amoeda brasileira acumula apreciação de 47% em relação ao dólar desde 2005. Apenas em 2009, ela chegou a 28% e a 33,8% quando comparação a uma cesta de moedas. O movimento teve continuidade no ano passado, com valorização de 7,3% e 7,8%, respectivamente.
 A variação lembra Cozendey, está ligada com a prática das políticas monetárias fortemente expansionistas — como taxa de juros negativas ou ainda a injeção de dólares no mercado americano por meio da recompra de títulos do governo —, o que gera excesso de liquidez global, alta nos preços das commodities e, também, canaliza volumosos fluxos de capitais voláteis para os emergentes. Esse conjunto de ações acaba levando à maior apreciação do câmbio. “No caso da Rodada Doha, os países desenvolvidos iam reduzir suas tarifas para produtos industriais em 20% na média. Mas só essa desvalorização do dólar já comeu tudo que a gente iria ganhar.
” O lado mais estrutural para o qual o governo brasileiro quer chamar atenção é o de que as regras do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês), em sua maioria, ainda são as mesmas criadas no pós-guerra, em 1947. Uma época em que ainda vigorava o sistema de Bretton Woods, que previa, entre outras regras, taxas fixas de câmbio. “Portanto, quando no artigo 15 do GATT se menciona essa relação é sempre pensando que existe uma regra de taxa fixa e que, portanto, se alguém fugir daquela regra vai estar claramente manipulando o câmbio e isso vai ter um efeito sobre o comércio”, ressaltou Cozendey. “Os países hoje são livres para tratar de seu câmbio de uma maneira praticamente unilateral, que é um problema, temos uma necessidade maior de coordenação”.

Boas perspectivas
O embaixador Roberto Azevedo, chefe da delegação do Brasil na OMC, se mostrou muito animado com a reunião no comitê de finanças. De Genebra, ele disse ao BRASIL ECONÔMICO que o encontro superou as expectativas, despertando o interesse de representantes dos Estados Unidos, União Européia, Argentina e Índia. “Todos, sem exceção, reconheceram a relevância do assunto e a necessidade de iniciar as discussões”, afirmou, ressaltando que 21 delegações pediram para se pronunciar, algo incomum nesse comitê. Azevedo ressaltou que, a despeito das sessões de estudo que serão feitas na OMC, não haverá mudança de fórum para discutir assuntos cambiais. Os outros organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) poderão ser subsidiados com os dados e compilações da OMC. ■

fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566087


Crescimento das reservas perde fôlego com menor entrada de dólar

Desaceleração no fluxo cambial vai frear reservas

A partir de 28 de abril, ritmo médio diário de acúmulo do estoque caiu de US$ 460 milhões para US$ 20 milhões

Natália Flach e Priscila Dadona

O ritmo de crescimento das reservas cambiais que, no ano até 9 de maio, cresceram quase 14% para US$ 328,1 bilhões, deve diminuir até dezembro. Isso porque, embora o Banco Central continue a atuar “enxugando” o excesso da moeda no mercado (já comprou US$ 31,7 bilhões até abril, entre à vista e termo), especialistas vêem uma redução na entrada de recursos externos ainda neste mês, fenômeno que já ocorreu em abril.
A conseqüência seria o BC reduzir as compras, acumulando menos. Hoje, às 12h30, a autoridade monetária divulga a primeira prévia do fluxo cambial demaio. O crescimento das reservas no acumulado até o dia 9 é mais da metade dos 24% (US$ 288,5 bilhões) registrados em todo o ano de 2010.
No entanto, a média diária vem perdendo força. Até 28 de abril, cresciam US$ 460 milhões por dia. De lá pra cá, o avanço caiu para US$ 20 milhões diários, em média. Esta redução do volume de recursos é atribuída em parte ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos de menor prazo (até dois anos), instituída no final de março, e também à expectativa de que, com o fim do programa de incentivo de US$ 600 bilhões do governo americano, a taxa de juros nos Estados Unidos possa subir.
Apesar das projeções, há um dilema que o governo brasileiro tem de resolver: uma das maiores taxas de juros do mundo. Com a inflação estourando o teto da meta (6,53%) pode ser que o BC não tenha outra saída se- não continuar o aperto monetário, iniciado em janeiro. “As medidas que o BC tomou no sentido de evitar a sobrevalorização do real são contraditórias porque ao mesmo tempo em que as institui, aumentou os juros”, enfatiza Antonio Correa de Lacerda, professor da PUC-SP e do Conselho Regional de Economia de São Paulo.
O economista Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, acredita que o “boom” do fluxo cambial, principalmente o especulativo, que o Brasil sofreu no primeiro trimestre já terminou. Mas, para ele, o governo não tem intenção de descontinuar a comprar dólar e reduzir as posições vendidas dos bancos, porque o real valorizado ajuda no combate da inflação. “Faz pelo inevitável e não pelo desejável”, avalia.
O economista-chefe do Deutsche Bank, José Carlos Faria, acredita ainda que o forte investimento direto (IED) de US$ 70 bilhões previstos para o ano não deve ocorrer, mas não descarta que chegue a US$ 55 bilhões até dezembro. “O processo de juros ainda não acabou”, pondera, lembrando que na última semana de abril o BC já reduziu a compra de dólares no mercado. “Temos de esperar, pois não está claro se é uma tendência”, pondera Faria. Para Nehme, o BC tem pouca alternativa senão continuar a engordar as reservas, já que o país não possui poupança interna. “Acaba prevalecendo o benefício que as reservas trazem do que o ônus de carregá-las”.

Contraponto
Marcos Forgione, diretor da Valorisa Câmbio, não acredita que o ritmo do fluxo de capitais deve arrefecer nos próximos meses. “As condições externas não devem sofrer qualquer alteração que justificariam essa mudança”, afirma. Para o especialista, as reservas devem registrar um crescimento semelhante ao do ano passado, na casa dos 20%.
“Mas acredito que o cenário para 2012 será muito melhor.” Para José Loreiro, professor do departamento de economia da Universidade Federal de Brasília, as medidas macroeconômicas são simplesmente paliativas. “A eficácia será pequena na contenção da entrada do dólar.” ■

Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566088



COLUNAS

Thais Foelgo

Surpresinha no balanço faz ação despencar

A safra de balanços segue forte essa semana no Brasil, o que tem trazido forte movimentação no preço de algumas ações. O mercado tem pesado a mão nas ações de empresas que entregam resultados muito abaixo do projetado — os papéis da Hypermarcas que o digam. Na segunda-feira, a companhia divulgou lucro do primeiro semestre 40% abaixo do que no mesmo período de 2010.
O resultado não agradou e, naquele dia, as ações despencaram 10,6% e continuaram amargando queda ontem, superior a 7,8%. Situação parecida nesta semana ocorreu com ALL, que depois de divulgar resultados viu sua ação cair 2,7%, e Gafisa, cuja queda foi de 3,4%. “Esses casos de variações abruptas são pontuais e têm a ver com algum aspecto particular da empresa. No caso da Hypermarcas, por exemplo, a empresa mudou sua política comercial, o que afetou seus resultados, sem avisar isso ao mercado”, explica Hugo Rosa, analista da Citi Corretora.
Segundo ele, casos de grandes oscilações normalmente acontecem por falhas de comunicação com o mercado, o que causa falta de previsibilidade e, conseqüentemente, surpresa na divulgação do balanço. “O mercado faz estimativas e as precifica na ação. Se o resultado vem muito fora das projeções, ele corrige o preço, para cima ou para baixo , diz Guilherme Pellegrini Burger, gerente de investimentos da InTrader.
Exemplo de correção para cima ocorreu com as ações do setor de cartões de crédito Redecard e Cielo na semana passada. Com balanços melhores que o esperado, as ações da Redecard subiram 5,9% e Cielo 11,2%, nas respectivas divulgações. “Também foi uma questão específica do setor, em que as tarifas cobradas dos lojistas não caiu como o mercado esperava, o que surpreendeu”, comenta Fernando Siqueira, economista-chefe da Citi Corretora. Para Siqueira, como a bolsa mostra indefinição e o país está num momento diferente de expansão econômica em relação há dois anos, o resultado de qualquer empresa pode surpreender. “Por isso tem que se avaliar caso a caso”, diz.
Para ele, vale a pena ficar de olho nos balanços das companhias de construção civil, que já mostravam pressão em suas margens por conta de aumento de custos no último trimestre. Rosa recomenda atenção às ações de empresas dos setores de educação e saúde, que são relativamente novas na bolsa, e tem alta correlação como crescimento da economia. ■

Fonte:http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566083


OPINIÃO
O censo 2010 e o varejo da construção

Cláudio Conz

Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)

Muito se tem falado sobre os números divulgados pelo Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o que vemos é que o número de brasileiros em idade ativa está em seu auge e atinge dois terços da população. Mas na prática, o que isto significa? Do ponto de vista do varejo de material de construção, esta atividade intensa do trabalhador brasileiro em faixa etária produtiva, somada ao mercado aquecido e pleno de oportunidades, agita nosso segmento sobremaneira. Esse trabalhador quer reformar a casa, melhorar suas condições de vida, quer ter acesso à moradia digna. O aumento do número de pessoas trabalhando dentro de uma casa e—a consequente ampliação da renda familiar - aumenta o consumo do varejo como um todo, em especial do comércio de material de construção. Paralelamente a esse fenômeno demográfico, vemos mudanças sensíveis na economia brasileira.
Nos últimos anos, milhões de pessoas migraram da linha da pobreza para a classe C. No período do governo Lula, a economia cresceu 37,3%. As exportações do país mais que triplicaram. A inflação caiu de 12,5%, para 5,6% ao ano. A taxa básica de juros reais também cedeu de 15%, para 6%. O desemprego foi reduzido à metade. A dívi- da externa com o FMI foi paga e mais de 14 milhões de novos empregos foram criados. Esse período foi marcado pelo crescimento econômico, expansão dos programas de transferência de renda, do crédito popular e aumento do salário mínimo. A população mais carente diminuiu de 33% do total dos brasileiros em 2001, para 15,5% em 2008. E esta tendência continua.
Diante deste quadro, para o brasileiro desta classe C ascendente, hoje em dia, reformar a casa é sinal de status. Assim, o varejo de material de construção é favorecido. É esta classe social que tem puxado nossas vendas, com um perfil cada vez mais exigente. Ela quer ter cerâmica em casa, quer ter acesso a itens de decoração, quer ter uma casa pintada e bem acabada.
De acordo com os especialistas, este pico de trabalhadores na ativa deve durar uns 30 anos. Eles também apontam a necessidade de se criar espaços para absorver todo esse potencial de trabalho. Para nos sairmos bem nesta tarefa, temos de manter um crescimento de 4% ao ano, para que neste período de 30 anos possamos duplicar nosso PIB (Produto Interno Bruto).
E como fazer para que esta força produtiva gere mais riqueza para mantermos o crescimento? A chave para a questão está num ponto que venho repetindo já há algum tempo: a qualificação da mão de obra. Com um real aumento da produtividade poderíamos criar uma “poupança” para aliviar, no futuro, a assistência social das pessoas já emidade avançada. Este é o momento de colocarmos nossas forças produtivas empenhadas ao máximo. Trabalhar muito, investir em qualificação profissional, gerar renda e aproveitar o potencial de consumo da nossa população economicamente ativa são pontos fundamentais para aproveitarmos este momento peculiar. ■


Inflação e desindexação
Rogério Mori

Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas

Recentemente ressurgiu o debate sobre a necessidade de novos avanços em torno da desindexação da economia brasileira. De fato, pouco se avançou nesse sentido nos últimos anos.
Sob essa perspectiva, vale lembrar que até o sucesso da estabilização da inflação em patamar baixo, a partir da implementação do Plano Real em 1994, a economia brasileira era altamente indexada. Isso era um claro reflexo do período de inflação alta com o qual o país conviveu ao longo de décadas, quando o sistema criou dispositivos automáticos de reajustes de preços e salários pela inflação passada.Os dispositivos contribuíam para retroalimentar o processo inflacionário e, conjugados com os equívocos econômicos do passado, tornavam inúteis a utilização de instrumentos convencionais de política econômica para controlar a inflação. Os programas de estabilização da década de 1980 e do início da década seguinte não conseguiram lidar de forma adequada com a problemática da indexação, o que contribuiu para que estes fracassassem e a inflação voltasse com mais vigor. O Plano Real e suas medidas complementares foram relativamente bem-sucedidos em lidar com a indexação, não permitindo reajustes nos contratos com periodicidade inferior a 12 meses.
No entanto, passados mais de 15 anos, ainda persistem resquícios do período de inflação alta na nossa economia. Inúmeros contratos possuem dispositivos de reajuste automático pela inflação passada, ainda que em periodicidade anual. Esse tipo de instrumento só tem sentido se os agentes não confiarem inteiramente na manutenção da inflação em patamar baixo e desejarem uma espécie de defesa automática contra a aceleração da inflação. Do ponto de vista econômico, porém, a existência de algum grau de indexação na nossa economia impõe um esforço maior do governo no sentido de trazer a inflação a um patamar mais baixo.
Nesse contexto, a indexação promove uma espécie de rigidez da inflação, uma vez que uma parcela significativa dos preços e contratos são reajustados pela inflação passada. Fica claro, nesse sentido, que para se reduzir o patamar inflacionário, os preços dos itens não sujeitos à indexação devem variar a um nível mais baixo em relação à inflação passada. Nessa lógica, a comparação relativa com um ambiente econômico onde a indexação não está presente é digna de nota. Na ausência de indexação, o comportamento dos preços reflete de maneira mais clara as condições do mercado (oferta e demanda). Isso significa que, caso o Banco Central deseje derrubar a inflação, uma política monetária contracionista tem efeito sobre o conjunto de preços da economia e não apenas sobre aqueles não indexados (ou conhecidos como livres).
Em outras palavras, na ausência de indexação, a tendência é que a inflação caia mais rapidamente e que a política monetária não tenha que ser tão contracionista para reduzir o ritmo de alta dos preços (ou pelo menos não por um prazo tão prolongado). O governo reintroduziu o tema da desindexação nas últimas semanas e se move na direção correta. A questão, nesse sentido, é saber se o ressurgimento desse tema é oportuno em um momento em que a inflação medida pelo IPCA em12 meses superou o limite superior dameta estabelecida. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566059

AVANÇO/RETROCESSO
Exportações brasileiras para os países árabes continuam em alta

Os países que ainda não vivenciaram a onda de protestos contra os governantes mantiveram as encomendas em alta, principalmente, de alimentos. De janeiro a abril deste ano, as exportações brasileiras para membros da Liga Árabe, formada por 22 países (incluindo a Líbia para onde as vendas estão suspensas), aumentaram 44,78%, com volume de US$ 4,08 bilhões. Considerando apenas os embarques para países sob levante popular, como Iraque, Jordânia, Líbia e Síria, a queda é de 2,1%. De acordo com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, entre 2000 e 2010, as exportações brasileiras para os árabes passaram de US$ 3 bilhões para US$ 20 bilhões.

RETROCESSO
Presidente da CBF é acusado de negociar voto em decisões da Fifa

David Triesman, ex-chairman da Associação Inglesa de Futebol (FA), acusou membros do comitê executivo da Fifa, entre eles Ricardo Teixeira, de pedir favores em troca dos seus votos para a tentativa da Inglaterra de sediar a Copa do Mundo de 2018. Além do presidente da CBF, Triesman citou Jack Warner, Worawi Makudi e Nicolás Leoz, que é presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, de também pedir favores em troca de votos. O ex-executivo da FA foi ouvido por uma comissão do Parlamento britânico que questiona quais as razões da Inglaterra ter falhado na tentativa de sediar o torneio. A Rússia acabou sendo a sede escolhida.


Governo contesta fim de isenções na UE
Para secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, argumento é “falacioso”

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey, afirmou que a União Europeia (UE) está usando um argumento falacioso para tirar o Brasil de seu
Sistema Geral de Preferências (SGP). Ontem, a UE confirmou que vai eliminar os benefícios tarifários concedidos ao país a partir de 2014 por considerar que o Brasil não é mais uma nação pobre —hoje, 12% das exportações brasileiras para a Europa têm isenções. A medida, que ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu, inclui também Argentina, Rússia, China, Índia e África do Sul.
“Não deveria haver uma diferenciação entre países em desenvolvimento. Acho que os europeus estão usando uma desculpa para eliminar uma parte da concorrência. É um reflexo meio protecionista”, afirmou Cozendey. Ele explica que, para os países aproveitarem o SGP, têm de ter capacidade produtiva para isso. Cozendey lembra que a saída do Brasil do SGP trará prejuízo para algumas regiões do país que ainda precisam dessa modalidade de incentivo para ter acesso ao mercado internacional de modo competitivo.
Ele lembra ainda que dar essa vantagem a outros países em desenvolvimento mais pobres, pode não surtir efeito, pois eles não têm como atender a mesma demanda que é atendida pelo Brasil. “Dependendo do tipo de produto, a única coisa que faz, no fundo, é dar vantagem a outros países desenvolvidos, que têm condições de exportar determinado produto”, afirmou.
“Na verdade, eu acho que foge ao objetivo do SGP, que é permitir aos países emergentes que desenvolvam indústrias que ainda não têm como competir no mercado internacional”, diz. Ele lembra que o Brasil, embora tenha melhorado muito, ainda é um país muito heterogêneo. Com base nisso, Cozendey defende um sistema mais atento às diferenças regionais ou de setores. “Fazer uma diferenciação é uma coisa. Agora, excluir um país inteiro, é ignorar o fato de que parte das indústrias e regiões ainda têm necessidade desse benefício”. ■ S.C.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566068

Burocracia emperra investimento em prevenção
Liberação de recursos para reconstruções, após desastres naturais, é mais rápida e exige menos trâmites legais

Priscilla Arroyo

Investimentos em medidas de prevenção aos desastres naturais deveriam ser prioridade, porém a realidade é bem diferente. Somente no ano passado, o Ministério da Integração
Social destinou à prevenção pouco mais de R$ 6 milhões, enquanto desembolsou cerca de R$ 1,7 bilhão em reconstruções. Neste ano, uma Medida Provisória em favor do ministério já liberou R$ 410 milhões para reconstruções, dos quais cerca de R$ 300 milhões já foram repassados para estados e municípios; nenhum valor para prevenção foi liberado até agora, embora cerca de R$ 30 milhões já estejam disponíveis para esse fim.
Os ministérios da Integração Nacional e das Cidades recebem recursos para que obras de prevenção sejam construídas. Porém, a burocracia dificulta o recebimento desses recursos pelos municípios, segundo Celso Carvalho, Diretor da Secretaria de Planejamento Urbano, ligada ao Ministério das Cidades. “Parte da burocracia é necessária para garantir que o dinheiro seja utilizado conforme seu propósito Quando acontece um acidente, é necessário que esse controle seja afrouxado como medida de urgência”, disse.
A Secretaria de Planejamento Urbano entrou no orçamento do segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), devendo administrar e distribuir R$ 1 bilhão até o ano de 2014, destinado a investimentos em obras que tenham como função impedir o deslizamento de encostas, desastre natural que mais causa mortes. Ou seja, encaminhar verba proveniente de
MP para os estados e municípios que já sofreram catástrofes é mais rápido do que percorrer todos os processos legais que acarretam o caminho da verba destinada à prevenção. Até agora mais de R$ 500 milhões desta verba já têm destino certo. Quarenta municípios foram selecionados para receber o financiamento de obras que impeçam o deslizamento de encostas. Elas devem começar, se todo processo ocorrer dentro do prazo mínimo, em novembro. A demora é decorrente do longo processo, que, apoiado em leis, atrasa o repasse de verbas.
Carvalho acrescenta que os municípios contemplados já entregaram todos os documentos necessários para a Caixa Econômica Federal, que tem até o final de junho para analisar os papéis. O próximo passo é a liberação das prefeituras para início do processo de licitação. A previsão otimista é de que as obras estejam prontas no primeiro semestre de 2012. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566070


Notas
Leilão de transmissão será em junho

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o edital do primeiro leilão de transmissão de 2011, marcado para 10 de junho, na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. A disputa será dividida em três lotes de empreendimentos com extensão total de 430 quilômetros, investimentos da ordem de R$ 750 milhões e criação de 4,5 mil empregos diretos. O objetivo do leilão é contratar concessões de empreendimentos que integrarão a Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

DIPLOMACIA
Encontro entre Dilma e Chávez é adiado para junho

A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conversaram por telefone e remarcaram para o mês de junho a visita do venezuelano ao Brasil. O encontro, que estava agendado para ontem, foi adiado após Chávez receber determinação médica para que ficasse em repouso devido a uma lesão no joelho e cancelar a viagem ao território brasileiro. Chávez cancelou também as viagens a Cuba e ao Equador.

AGRICULTURA
Produção de grãos deste ano deve atingir recorde de 158,7 milhões de toneladas

A produção de grãos do Brasil neste ano deverá crescer 6% em relação à safra de 2010, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa de abril do instituto aponta para uma safra de 158,7 milhões de toneladas, ante o recorde de 149,7 milhões de toneladas no ano anterior. As três principais culturas do país continuam sendo o arroz, o milho e a soja, que respondem por 82,5% da área a ser colhida.

COMÉRCIO
Inadimplência dos consumidores cai 1,55% de março para abril

A inadimplência dos consumidores caiu 1,55% em abril na comparação com março, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em relação a igual mês de 2010, houve um aumento de 3,5%. “Essa alta se deve ao fato de o brasileiro ter se endividado um pouco acima da sua capacidade. Mas a tendência é haver uma acomodação”, afirmou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.


INDÚSTRIA
Produção cresce na metade das regiões pesquisadas em março

A produção industrial cresceu, em março, em sete das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os maiores  avanços foram registrados nos locais que tinham apresentado queda em fevereiro, como a Bahia, que no levantamento atual mostra aumento  de 7%, e a Região Nordeste, com crescimento de 6,2%. O crescimento médio nacional do setor em março foi de 0,5% sobre fevereiro.

Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566071


MUNDO
ONU alerta para aumento de prejuízos com catástrofes
Em relatório, organização diz que danos à infraestrutura estão crescendo em países de baixa e média renda

O risco de morte em um desastre relacionado como clima está diminuindo no mundo inteiro, mas os prejuízos econômicos gerados pelas catástrofes estão aumentando em todas as regiões devido à falta de investimentos, alertou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU). Danos à infraestrutura — escolas, centros de saúde, estradas, pontes — estão crescendo exponencialmente em vários países de baixa ou média renda, apesar das melhorias nos sistemas de alertas, afirmou a ONU em seu relatório global de redução dos riscos em desastres.
Países ricos também estão mais expostos, com aumentos dos danos depois das inundações na Austrália e os terremotos no Japão e na Nova Zelândia neste ano. “O progresso é ambivalente”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no relatório apresentado em Genebra. “Os atuais acontecimentos no Japão apontam para riscos novos e catastróficos que precisam ser antecipados”, acrescentou, referindo-se ao terremoto e o tsunami que atingiram o nordeste do país asiático em março e culminaram na pior crise nuclear do mundo nos últimos 25 anos.
Desastres já causaram mais de US$ 300 bilhões em prejuízos neste ano, praticamente o mesmo valor de todo o ano de 2010, disse um porta-voz da ONU, citando estatísticas do Centro de Pesquisa de Epidemiologia de Desastres. As mortes em desastres relacionados com o clima, como inundações ou ciclones tropicais, estão concentradas na Ásia e o risco de fatalidades nestes eventos está caindo, segundo o relatório, que analisou dados enviados por 130 países. “Todas as evidências que temos mostram que a mortalidade ainda cresce no caso de terremotos”, disse Andrew Maskrey, principal autor do relatório, em apresentação para a imprensa. Muitas mortes e ferimentos estão concentradas em catástrofes extremamente raras, como os 200 mil mortos no terremoto do Haiti em janeiro de 2010, disse.
Ainda que exista um bom progresso na criação de sistemas de alertas para retirar a população em caso de desastres, muitos países ainda não investem corretamente no combate às construções em áreas de risco, acrescentou o relatório. “Uma das razões que explica o motivo dos países ainda não investirem em gestão de riscos para desastres está, para colocar de maneira simples, na natureza humana”, disse Maskrey. “Todos nós, seja como indivíduos ou como governos, tendemos a desacreditar enormemente em acontecimentos futuros de baixa possibilidade. Mas está claro pela evidência econômica que prevenir é sempre melhor”, acrescentou. ■ Reuters


DESTAQUES
Aumenta a briga por folha de pagamento e crédito consignado
Leilões são contestados na Justiça e instituições de menor porte reclamam de contratos de exclusividade

Ana Paula Ribeiro
Em um mercado competitivo em que os lucros cada vez mais dependem de ganhos de escala, se acirra a disputa dos bancos pela conquista de folha de pagamento de servidores públicos e de contratos de crédito consignado. Com essas folhas de pagamento, as instituições financeiras conseguem não só aumentar a base de clientes, como também ganham correntistas com melhor poder de compra e estabilidade de emprego, o que reduz o risco da operação em empréstimos em geral e, mais especificamente, naqueles de longo prazo, como financiamentos imobiliário e de veículos.
Uma das disputas mais recentes nesse segmento é protagonizada entre Bradesco e Itaú. No final de abril, o Bradesco recuperou o direito de administrar a folha dos servidores de Olinda (PE). Isso só foi possível após entrar na Justiça contra o vencedor do leilão realizado em novembro do ano passado, o Itaú. O Bradesco alegou que a documentação do concorrente não atendia ao edital.
A juíza Luciana Araújo, da 1ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu a licitação e estipulou multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento. Em nota, o Itaú afirmou que o processo de licitação foi regular e todos os requisitos legais foram observados. Outro item que é alvo de disputas judiciais é o contrato de exclusividade para a concessão de crédito consignado presente nos contratos de folha de pagamentos que são firmados por bancos públicos, em especial o Banco do Brasil.
Essa exclusividade desagrada não só aos bancos de menor porte que são especialistas em crédito consignado — e que possuem no funcionalismo público a principal base de clientes —, mas também as associações de servidores, que acreditam que estão impedidas de procurar a melhor opção de financiamento.
“O servidor precisa ter o direito de escolher a instituição que ofereça a melhor taxa”, diz o advogado Rafael Matos, do escritório Bianchini Advogados, que representa a Federação dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (Fesempre). Em janeiro, o Banco Central divulgou uma circular que impede que instituições financeiras celebrem contratos de exclusividade de crédito consignado. No entanto, essa medida não é retroativa, por isso as federações de servidores e a Associação Brasileira dos Bancos
(ABBC) ainda tentam na Justiça derrubar a exclusividade dos contratos antigos. O vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, afirma que não há ilegalidade nos contratos anteriores e que contestará na Justiça essas liminares. “Estamos atuando dentro da base legal”, diz. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566063


Leilão do Banco Postal está previsto para 31 de maio

Além dos leilões para conquistar a folha de pagamento de Estados e municípios, os grandes bancos se prepararam para a disputa em torno do leilão para administrar o Banco Postal, que está marcado para o dia 31 de maio. Esse serviço permite que as agências dos Correios atuem como correspondentes bancários. O serviço é administrado pelo Bradesco desde 2001, mas o atual contrato vence no final do ano. Esse serviço está presente hoje em 6.195 pontos em todo o país. Para participar da disputa, o banco deve ter patrimônio líquido de, no mínimo, R$ 2,160 bilhão e ao menos R$ 21,6 bilhões em ativos.
O lance mínimo será de R$ 500 milhões. Segundo o edital da licitação, o banco vencedor poderá explorar os serviços de abertura de contas corrente e de poupança; receber pagamentos; receber e encaminhar propostas para operações de crédito; gerenciar propostas de cartões de crédito; e realizar operações de câmbio, entre outros serviços. Apesar da possibilidade de receber propostas de cartões de crédito, a instituição vencedora poderá não ser a escolhida pelos Correios para ser a emissora de cartões de crédito e pré-pagos. A cláusula está presente no edital, mas gerou descontentamento por parte das instituições financeiras, em especial do Bradesco, que é o atual administrador do Banco Postal. A.P.R.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566064


INOVAÇÃO & GESTÃO
BB terá juros diferenciados para cada perfil de pessoa física
Análise individual do cliente definirá os produtos que serão ofertados e os respectivos preços

Ana Paula Ribeiro

O Banco do Brasil trabalha para ser mais competitivo no crédito da pessoa física e assim alcançar a liderança nesse segmento. Internamente a instituição desenvolveu modelos que irão permitir a oferta de taxas e produtos de acordo com o perfil de cada cliente. “Queremos fugir da taxa média. Será uma sofisticação no atendimento”, afirma o vice-presidente de Finanças, Ivan Monteiro. Essa oferta diferenciada já está presente nas concessões para empresas, e foi ajustada também para atender as pessoas físicas. Chamado de BB 2.0, os primeiros resultados do projeto devem ser percebidos no decorrer dos próximos seis meses. “Vai ser uma modernização na relação.
“É uma espécie de premiação para o bom cliente”, diz o vice-presidente de negócios de varejo, Paulo Rogério Caffarelli. O banco espera, como resultado, um maior controle nos índices de inadimplência. O crédito para pessoas físicas no banco apresentou evolução de 22,5% nos 12 meses encerrados em março e de 3% em relação a dezembro, chegando a R$ 116,4 bilhões. Caffarelli reforçou que o objetivo da instituição é alcançar a liderança do segmento.
A instituição está na segunda colocação com participação de 22% no mercado, atrás do Itaú. Para 2011, a projeção do BB é que o crédito a pessoa física apresente uma expansão entre 19% e 23%, com alta maior nas linhas consideradas de menos risco, como financiamento imobiliário e de veículos. Para o vice-presidente de negócios de varejo, o BB tem espaço para crescimento porque tira participação de mercado de outras instituições. “Há um reordenamento do sistema financeiro. Bancos de menor porte que trabalhavam com consignado e veículos estão revisando os volumes de originação após as medidas macro prudenciais do governo”, diz Caffarelli.

Empresas
No segmento corporativo, a instituição quer estimular o crédito para investimento. Essa modalidade de empréstimo atingiu, em março, um total de R$ 34,2 bilhões, alta de 30,1% em relação ao registrado em igual mês do ano passado. Além das linhas para investimento, o banco elevou em 74,7%a carteira formada por títulos e valores mobiliários emitidos por empresas.
O volume chegou a R$ 19,6 bilhões. Esses recursos em geral também são destinados a investimentos. “Conseguimos reforçar a nossa parceria de longo prazo com as empresas”, diz o vice-presidente de atacado, Allan Simões Toledo. O BB espera que a carteira de crédito para pessoas jurídicas apresente avanço entre 17%e 20%este ano. Uma das estratégias para atingir a meta é reforçar a parceria com construtoras e incorporadoras.
Só na carteira de crédito imobiliário, essas empresas têm R$ 1 bilhão em crédito, além de R$ 2,7 bilhões contratados e que devem ser liberados nos próximos meses. Outros R$ 2,5 bilhões em acordos operacionais estão para ser concluídos. Além de parcerias com grandes construtoras, o Banco do Brasil também irá lançar novos produtos destinados a pequenas e médias empresas. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566065


JUSTIÇA
Portugal registra novas empresas em 37 minutos
Governo brasileiro estuda uso de tecnologia criada pelo Instituto dos Registros e do Notariado do Ministério da Justiça português

Ricardo Rego Monteiro

Classificado nas piores colocações do ranking mundial da burocracia, o Brasil está perto de ganhar alguns pontos em sua defasagem e reduzir os prazos e custos de abertura de empresas e registros comerciais. Desde o ano passado, o Instituto dos Registros e do Notariado de Portugal (IRN), vinculado ao Ministério da Justiça daquele país, discute com órgãos e instituições do governo brasileiro a transferência de uma tecnologia responsável pelo que é considerada uma verdadeira revolução na burocracia portuguesa. Por meio de uma espécie de balcão unificado de informações, o país conseguiu, entre outras coisas, reduzir de 37 dias para 37 minutos o prazo para o registro de novas empresas no país. A reforma, implementada pelo IRN nos últimos cinco anos, demandou investimento de€100 milhões na aquisição de novos equipamentos (hardware) e na manutenção do sistema. Com obalcão único, o órgão agora não só concentra e armazena informações de todos os cidadãos do país, como realiza o registro comercial de empresas, imóveis e cidadãos mesmo à distância. Presidente do IRN, António Figueiredo lembra que o sistema, na prática, se resume a uma base unificada de dados e um cartão plástico, batizado de Cartão Ci-dadão. Dotado de chip, armazena todas as informações e dados cadastrais do portador.



Economia
Por meio do sistema, o IRN conseguiu implementar uma série de programas como o Casa Pronta, o Informação Predial Simplificada (IPS) e o Empresa na Hora, responsáveis pelo registro predial de imóveis e de empresas. Figueiredo lembra que os ganhos alcançados pelos programas, com a redução de custos e prazos de registros, mereceram o prêmio Doing Business, concedido todo ano pelo Banco Mundial (Bird).
“No ano passado, o Banco Mundial colocou Portugal na liderança entre os países onde é mais rápido comprar e registrar um imóvel”, exalta Figueiredo, ao lembrar que, do ponto de vista econômico, o Empresa na Hora permitiu uma redução superior a 10 vezes nos custos para abertura de empresas no país. “Hoje, para abrir uma empresa em Portugal, o custo é de € 365; antes do programa, os custos diretos chegavam a € 1000. Somados aos indiretos, uma pessoa chegava a desembolsar de 4mil euros a 5mil euros para abrir uma empresa.”
Elogios de Lula O presidente do IRN esteve no Brasil no fim de abril, para uma visita que incluiu, entre outros compromissos, uma palestra na Câmara Portuguesa do Comércio e Indústria do Rio de Janeiro. Desde o ano passado, porém, tem mantido contatos com representantes do Ministério da Justiça do país e órgãos da administração pública brasileira. Durante visita à Portugal, no ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva conheceu o sistema de registro civil do país. Na ocasião, relata Figueiredo, chegou a manifestar intenção de implementá-lo no Brasil. O executivo revela, também, entendimentos como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O ministro, ainda de acordo com Figueiredo, manifestou interesse em visitar a sede do IRN, em Lisboa, ainda este ano. Órgão integrado à administração indireta do Estado português, o IRN dispõe de autonomia administrativa e patrimônio próprio. Foi criado com objetivo de executar e acompanhar as políticas e serviços de registro civil aos cidadãos e empresas do país. Para o presidente do IRN, a revolução só foi bem-sucedida, porém, com a reengenharia de processos implementada paralelamente às inovações tecnológicas.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566077


Como simplificar a burocracia

1. Informática cria base unificada de dados dos cidadãos
Novo sistema foi implantado em Portugal em 2005. Desde então, foram investidos € 100 milhões não só na aquisição de equipamentos e softwares desenvolvidos por empresas portuguesas, mas também na manutenção do sistema. Modelo consiste em um cartão plástico, com dados cadastrais de cada cidadão, e uma base unificada de dados comerciais, dos cidadãos e de imóveis do país. A partir desse esforço, foi criada uma grande rede que interliga o Ministério da Justiça português com todos os seus órgãos e cidadãos.

2. Ganho de tempo reduz custos e aumenta eficiência na gestão
O modelo obteve reconhecimento do Banco Mundial que, por duas vezes, concedeu o prêmio máximo da eficiência para o IRN em 2007 e em 2010. Na prática, o novo programa permitiu ganhos de tempo não só no registro de empresas, hoje realizado em apenas 37 minutos, como também na consulta e registro de bens imóveis. O projeto, no entanto, só foi bem-sucedido porque, além de envolver uma ampla reengenharia de processos no IRN, demandou o investimento na qualificação dos funcionários públicos portugueses.


EMPRESAS
Negociação é a saída para BRF evitar a rejeição do Cade
Advogados avaliam que a companhia de alimentos terá que ceder para manter principais negócios da Sadia e Perdigão

Luiz Silveira

Os advogados da Brasil Foods (BRF) junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se reunirão amanhã com dois conselheiros, no primeiro encontro após um novo parecer contrário à aprovação total da fusão entre a Sadia e a Perdigão. Na noite de segunda-feira, a Procuradoria do Cade (ProCade) emitiu um duro parecer sugerindo a rejeição do negócio ou, pelo menos, restrições ainda mais duras do que as já sugeridas pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda. A reunião de amanhã pode ser a primeira oportunidade para a empresa sinalizar a busca por uma saída negociada com o Cade para o processo. Até agora, a BRF defendia publicamente que o negócio deveria ser aprovado integralmente,mesmo depois de a Seae ter recomendado que o Cade exija a venda de uma das marcas principais (Sadia ou Perdigão) ou de um pacote de marcas menores.
Em nota, a BRF disse que “Nos termos do parecer, a hipótese de reprovação somente se daria se não for encontrada uma alternativa que atenda as premissas indicadas, fato não considerado ou cogitado pela empresa que durante todo o processo esteve, e está, aberta a uma solução negociada”. O advogado da BRF é o ex- ministro da Justiça Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, que se reunirá com os conselheiros Marcos Paulo Veríssimo e Alessando Octaviani Luis. O relator do processo, no entanto, é o conselheiro Carlos Ragazzo.
A hora de negociar um acordo com o Cade é agora, segundo quatro advogados da área de concorrência ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO. Eles descartam a aprovação total da união de Sa-dia e Perdigão por conta da grande concentração gerada em vários mercados.
A assinatura de um termo de compromisso de desempenho como conselho seria o caminho para encontrar as soluções mais interessantes para a empresa resolver os problemas de concorrência identificados pelo relator. Esse termo pode prever a venda de alguns negócios ou a adoção de posturas que permitam a entrada de concorrentes.
Para um advogado com diversos casos no Cade, o acordo seria importante para a empresa negociar formas de impedir a concentração nos mercados domésticos sem afetar negativamente as exportações. O poder de barganha da BRF é limitado. O relator do caso, Carlos Ragazzo, é considerado pelos advogados como o mais técnico e rigoroso da atual formação do Cade. Para eles, Ragazzo tende a concordar coma Pro Cade em rejeitar a sugestão do Seae: a venda das marcas Batavo, Rezende, Confiança, Wilson e Escolha Saudável. Isso porque a soma de Sadia e Perdigão em diversos mercados supera os 70%.
O endurecimento das análises técnicas do Cade também afasta a hipótese de que a venda de marcas menores satisfaça o conselho. Não se acredita, por exemplo, que o Cade repetiria uma decisão como a da fusão entre as cervejarias Brahma e Antarctica, em2000.
À época, o conselho aprovou o negócio desde que uma marca secundária, a Bavária, fosse vendida. Outra opção seria a empresa vender parcialmente as marcas principais, apenas nos mercados de maior concentração. Além de poder não satisfazer o órgão antitruste, essa saída pressupõe que a empresa compartilhe suas marcas com concorrentes, o que não é com um e eficiente do ponto de vista de marketing. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566073


Desafio é evitar o caso Nestlé-Garoto

HISTÓRICO ANÁLISES DO CADE

Maior negócio já vetada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a compra da Garoto pela Nestlé é considerada uma das principais referências para a análise da fusão entre Sadia e Perdigão, que deu origem à Brasil Foods (BRF). Além de jurisprudência para a união de duas marcas líderes em diversos segmentos em que atuam, o processo da compra da Garoto mostra que às vezes é melhor abrir mão de alguns negócios por meio de um acordo para evitar a reprovação da transação.
O caso da compra da Garoto pela Nestlé foi umdos primeiros após uma redefinição do funcionamento do Cade, em 2002, que reduziu o número de processos que passavam pelo conselho e permitiu uma análise mais aprofundada sobre aqueles mais significativos. “Com seu amadurecimento, o Cade tende a ser mais intervencionista, até em vista dos processos cada vez maiores de concentração”, avalia o advogado Bruno Drago, do escritório Demarest Almeida. Ou seja, alémde o Cade já ter mostrado que pode reprovar um negócio caso não encontre restrições capazes de preservar a concorrência, a Brasil Foods encontra um conselho ainda mais técnico e aprofundado do que aquele que analisou a aquisição da Garoto.
À época do processo da Garoto, a Nestlé descartou a hipótese de vender parte do negócio, alegando que ele só fazia sentido em sua totalidade. O discurso é similar ao que o co-presidente do conselho de administração da BRF, Luiz Fernando Furlan, adotou no passado em entrevista ao BRASIL ECONÔMICO. Novamente, o Cade pode oferecer essa opção às empresas envolvidas na fusão. ■ L.S.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566074


A pressão dos investidores

A negociação de um acordo com o Cade parece ser a única—enão só a melhor — saída para a Brasil Foods conseguir a aprovação de sua criação, a partir da fusão entre Sadia e Perdigão. Mas para o presidente da Brasil Foods, José Antonio  do Prado Fay, essas negociações podem representar ainda mais dificuldades em gerar ganhos de eficiência e em entregar os resultados da fusão para os acionistas. As ações caíram 7,13% ontem após o parecer da Procuradoria do Cade.
A previsão original, de que o processo seria julgado no plenário até junho, fica no mínimo apertada se a companhia conseguir negociar em detalhes um acordo com o conselheiro relator, Carlos Ragazzo. O processo se arrasta desde 2009.
Além disso, o fato de o presidente do Cade ser primo de um dos co-presidentes do conselho da BRF mais atrapalha do que ajuda, segundo advogados da área. O presidente Fernando Furlan declarou-se impedido de votar sobre a empresa do primo, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan. Sem seu voto, o processo ficou fora da pauta por três meses por falta de quórum e pode levar os conselheiros a serem mais rigorosos para mostrar independência.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566075


NOTAS
Cimpor irá investir R$ 441 mi em fábrica de cimento no Paraná

A cimenteira portuguesa, que tem entre seus sócios controladores a Votorantim e a Camargo Corrêa, irá erguer uma fábrica integrada de produção de clínquer e cimento em Cerrado Grande, no Paraná. A nova unidade, que deverá entrar em operação em 2014, utilizará uma pedreira de calcário que já é de propriedade da companhia e terá uma capacidade de produção de 1,2 milhões de toneladas de cimento por ano. Em novembro, a Cimpor já havia anunciado o investimento de outros € 240 milhões no Brasil no aumento da sua capacidade de produção em Caxitú, na Paraíba e Cezarina, Goiás. Com os três investimentos, a Cimpor irá aumentar a sua capacidade produtiva no Brasil em 2,6 milhões de toneladas, atingindo uma capacidade total de 9,1 milhões de toneladas.

AUTOMOBILÍSTICA
Volkswagen não conclui acordo com metalúrgicos e fábrica continua parada

Os funcionários da fábrica de veículos da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) decidiram manuter pelo menos até quinta-feira a greve iniciada na semana passada. O impasse entre as partes se dá em relação a participação nos lucros. Os metalúrgicos cobram R$ 12 mil para cada trabalhador e a Volkswagen propôs R$4,6 mil. Nos primeiros quatro dias de paralisão deixaram de ser produzidos 3.600 carros.

ENERGIA
Eletrobras investirá R$ 260 milhões em melhorias na rede elétrica de Alagoas

A Eletrobras Distribuição Alagoas apresentou ao Ministério Público Estadual os números dos investimentos destinados à melhoria do fornecimento de energia elétrica no estado. Serão destinados R$ 112 milhões para empreendimentos de transmissão e R$ 105 milhões para obras de distribuição em média e baixa tensão. Entre 2011 e 2013, outros R$ 43 milhões serão aplicados na construção de subestações.

RESINAS
Unigel vai produzir resinas ABS no Brasil para substituir importações

A Unigel S.A., empresa controladora da CBE – Companhia Brasileira de Estireno, irá produzir 90 mil toneladas/ano de resina ABS (Acrilonitrila – Butadieno – Estireno) em sua unidade localizada em Guarujá, SP. A iniciativa permitirá ao país substituir importações por produção nacional. O investimento na unidade de produção será de R$ 70 milhões e permitirá à Unigel faturamento anual adicional de R$ 330 milhões.
INFORMÁTICA
Venda de computadores crescerá 13% em 2011 na América Latina, informa o IDC

Segundo pesquisas da consultoria IDC, apesar do arrefecimento da expansão econômica na região, o total de vendas de computadores deve atingir a marca de 36,3 milhões de unidades. A venda de netbooks deve apresentar o melhor desempenho, com volume 29% superior ao ano passado, com a comercialização de 7,4 milhões de unidades. Políticas públicas na Argentina, no Brasil e na Venezuela devem puxar as vendas.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566076


FINANÇAS

NOTAS
Inflação entra em tendência de queda, diz BC

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, disse que as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o final do ano passado não substituem e sim complementam as medidas tradicionais de política monetária. Ele disse também que a atividade da economia brasileira mostra “alguma acomodação” e que a inflação no Brasil está entrando em tendência de queda. Disse ainda que o movimento de alta de juros “vai durar o tempo que for necessário para o centro da meta.”

LEILÃO
Tesouro brasileiro vende 2,38 milhões de títulos indexados à inflação

O Tesouro Nacional vendeu em leilão ontem 2,38 milhões de um totalde 2,5 milhões de Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) ofertadas, com vencimentos em 2014, 2016, 2020, 2030, 2040 e em 2050. A NTN-B tem rentabilidade vinculada à variação do IPCA mais taxa da emissão. O maior volume foi de notas com vencimento mais próximo, com taxa média de 6,72%, seguida dos títulos para 2016, com taxa de 6,55%.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566081


Política dos EUA manterá dólar baixo
O que pode mudar o rumo do fluxo de capitais atualmente é a saída da Grécia da Zona do Euro

O esforço do Banco Central e do Ministério da Fazenda em conter o excesso de valorização do dólar sobre o real, com medidas como IOF e compra da moeda, pode estar comprometido pela política externa. Para Evaldo Alves, professor de economia e comércio exterior da Fundação Getulio Vargas, a desvalorização da moeda americana veio para ficar, uma vez que os Estados Unidos vão continuar injetando dólar no mundo para compensar a queda de produtividade.
“Essa é a política monetária deles. Obama vai pedir outros US$ 600 bilhões, não importa se antes ou depois da eleição presidencial. Fato é que eles não têm outro remédio”, afirma. Independentemente de quanto será emitido, esse dinheiro tem um único destino: os países emergentes. Na China, por exemplo, grande parte do fluxo é usado para comprar títulos dos Estados Unidos, o que acaba servindo como poder de barganha.
“Os chineses ameaçam vender os papéis quando os americanos tentam barrar a entrada de produtos deles”, explica Alves. O Brasil tambémfaz estoque de títulos americanos (hoje são US$ 150 bilhões), mas o total nem se compara às reservas chinesas. Para José Loreiro, professor do departamento de economia da Universidade Federal de Brasília, o único fato que pode mudar o rumo do fluxo de capitais atualmente é a saída da Grécia da Zona do Euro ou a reestruturação de sua dívida.
“Caso isso ocorra de fato, o euro vai se desvalorizar perante o dólar, e esse novo risco de crise pode forçar os investidores a procurarem ativos como a moeda americana”, analisa. Loreiro acrescenta que há representantes do governo que já aceitam depreciar o câmbio para se livrar das pressões inflacionárias, enquanto outros discordam. “O país está dividido.” ■ N.F.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566082
ÚLTIMA HORA
Impasse na Câmara adia mais uma vez votação de novo Código Florestal

A votação do texto de um novo Código Florestal brasileiro, marcada para ontem pelo presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) mais uma vez foi derrubada pela falta de um acordo entre o governo e o relator da proposta, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Depois de intensas negociações ao longo do dia, o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT SP), anunciou consenso em um dos dois principais pontos do impasse: a regularização de atividades agrícolas em áreas de preservação permanentes (APPs).
Segundo Vaccarezza, as atividades consolidadas em APPs serão legalizadas desde que estejam enquadradas em um dos três critérios definidos em lei: o interesse social (que abraça o agricultor que planta para a própria subsistência), o interesse público (que atende a plantações de café e maçã em encostas de morros, além do arroz cultivado em áreas de várzea) e as atividades consideradas de baixo impactos ambientais. “Quem apostou no fracasso de um acordo perdeu”, afirma Vaccarezza.
O líder governista disse que restava apenas um ponto que era a forma como a lei trataria a pequena propriedade para fins de dispensa da exigência de manter uma área de reserva legal – que dependendo da região pode variar de 20%, na região sudeste, a 80%, na Amazônia, da extensão de uma propriedade.  O relator quer que sejam considerados isentos os agricultores donos de terras com até quatro módulos fiscais – que de acordo com a região pode ir de 20 a até 400 hectares.
A perspectiva de um acordo definitivo em torno do tema é positiva. E no final da noite de ontem a votação foi marcada para iniciar nesta manhã. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, diz que a bancada está unida e só vota a matéria depois de um acordo final.
Diretamente envolvida nas negociações como representante da sociedade civil, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ao BRASIL ECONÔMICO que, após reunião na tarde de ontem com o Ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, a posição do governo era de impedir retirada da exigência de reserva legal para propriedades de até quatro módulos fiscais e anistiar todas as ocupações ilegais até junho de 2008 (como propõe o relatório de Rebelo). Segundo ela, não há discordâncias em dispensar proprietários da agricultura familiar de manter a reserva legal, já que trata-se de uma questão já regulamentada pela Constituição de 1988.
“A agricultura familiar são os pequenos agricultores responsáveis pela produção de alimentos, o que não se coaduna com a definição abrangente e difusa do critério dos quatro módulos fiscais”, diz Marina. Estudo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência mostra que existem cerca de 83 milhões de hectares utilizados irregularmente. ■ Ruy Barata Net
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566084


A economia avança, mas as ideias recuam
Ricardo Galuppo

Diretor de Redação

Participei ontem, em São Paulo, de um almoço promovido pelo Experience Club, no qual compartilhei a mesa com André Loes, economista-chefe do HSBC. Na plateia, cerca de 40 presidentes de empresas de grande relevância. Numa exposição profunda e clara, Loes traçou um cenário que, na maioria dos pontos, coincide com a visão de outros analistas sobre o destino da economia brasileira.
Ele diz que a inflação seguirá dando trabalho ao longo de 2011 e entende que o câmbio continuará apreciado. Os problemas, é claro, merecerão atenção da autoridade monetária e, assim, não representarão, ao final das contas, uma ameaça capaz de desviar o país da rota do crescimento. Loes se mostra otimista.
A maioria dos analistas acha que o país deverá se dar por satisfeito caso consiga acrescentar ao longo deste ano mais 4 pontos percentuais ao PIB. Bancos de primeira linha apostam num crescimento mais modesto, de 3,8%. Loes não se espantará diante de uma taxa próxima ou um pouco acima de 5%. A razão do otimismo está nos preços das commodities: pode ser que não evoluam nos próximos anos no ritmo da última década. Mas permanecerão altos e continuarão injetando recursos na economia.
O cenário é virtuoso e, naquilo que depende do potencial da economia e das expectativas do setor privado, está cada vez mais claro que o país tem chances reais de ir adiante. Estamos, então, no melhor dos mundos, certo? Quem dera! De nada adiantará os economistas traçarem cenários de crescimento e os empresários continuarem investindo se não houver uma rápida evolução em mentalidades que parecem empacadas no século passado.
Ontem foi divulgado que o Cade, órgão que cuida da concorrência no Brasil, quer porque quer impedir a fusão da Sadia coma Perdigão. As duas líderes do mercado brasileiro de alimentos querem se transformar numa só companhia. Para isso precisam da anuência do órgão. O problema é que o Cade acha que esse movimento será lesivo ao consumidor. Todo zelo é pouco numa questão tão delicada, mas, nessa questão específica, os obstáculos à fusão são de uma miopia assustadora. Quanto atraso, meu Deus! Precisamos paciência para mostrar ao Cade que o mundo mudou e a competição não se dá mais entre um pequeno frigorífico da cidade catarinense de Concórdia (berço da Sadia) e uma granja da cidade de Videira (berço da Perdigão), no mesmo estado.
A briga é com gigantes internacionais da indústria de alimentos, que podem invadir o Brasil com seus produtos caso os preços da BRF (nome da nova empresa) não sejam interessantes para o consumidor. Por essa mesma razão — escala —, a BRF precisa ser grande para competir no exterior. Defender ideias de bom senso é difícil num país onde há pessoas que se recusam a evoluir. Mas o cenário geral é de otimismo, e isso nos mostra que, no fim das contas, chegaremos lá. ■
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=50&ID=1566085

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