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Demissões marcam mudança de modelo no Vale Calçadista
Ao desempregar 840 em Parobé, fechamento de unidade da Azaleia expõe desafio do Rio Grande do Sul de transformar segmento atingido pela concorrência externa.
Demissões apressam apoio a calçadistas
Embora ainda não tenha anunciado medidas de apoio ao setor calçadista, o governo gaúcho começa hoje a estudar programa que sirva para revitalizar o segmento, cuja situação foi agravada pela demissão de 840 funcionários da tradicional produtora de calçados femininos. Uma das ideias em análise será tornar o Vale do Sinos uma região considerada prioritária para receber novos investimentos de empresas interessadas em se expandir ou em se instalar no Rio Grande do Sul
Um dia depois de o fechamento da unidade industrial da Azaleia em Parobé surpreender os gaúchos, o governo Tarso prometeu ontem adotar medidas para retomar a competitividade do setor no Rio Grande do Sul. O Vale Calçadista está desafiado a se remodelar para reagir ao aumento da concorrência externa e à consolidação do deslocamento da produção para o Nordeste.
A extinção da linha produtiva deixou mais evidente a urgência de melhorar a competitividade da indústria calçadista gaúcha, modelo internacional de produção até a década de 90, apesar de o setor já ter aberto no município uma seleção para absorver os 840 trabalhadores demitidos.
A câmara temática do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que seria instalada apenas na semana que vem, terá sua primeira reunião hoje. O encontro será reforçado com a presença de representantes do Banrisul e do Badesul, além do presidente da Agência Gaúcha de Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester. O fechamento industrial da Azaleia provocou mal-estar no governo, pego de surpresa pela decisão.
A decisão foi decorrência da guerra fiscal, que incentivou a migração da empresa e de outras indústrias calçadistas para o Nordeste ainda nos anos 90. Depois disso, a fábrica, que já teve 10 mil funcionários no Estado, implantou unidades na Argentina e na Índia voltadas para o mercado externo – caminho que vem sendo seguido por outras empresas. Pesou também para o cenário de crise o fator cambial, já que a Azaleia exporta cerca de 30% da sua produção.
A Azaleia desativou a última unidade industrial que mantinha no Rio Grande do Sul depois de 53 anos de atividade. A empresa afirma que perdeu competitividade no Estado – a companhia emprega 44 mil pessoas em 27 unidades industriais no Nordeste, na Argentina e na Índia.
– Entre as fábricas que temos no Brasil, era a de maior custo e de menor escala. Por isso a opção pelo encerramento – disse o presidente da Azaleia, Milton Cardoso.
Para Hélio Henkin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS e consultor na área de competitividade industrial, a valorização do real ante o dólar, a fuga de mecanismos oficiais de proteção à concorrência externa desleal e a alta dos custos de produção são os três fatores que, conjugados, estão dificultando a vida de setores intensivos em mão de obra. Segundo Henkin, especialista nos setores de calçados, têxteis e móveis, o problema do custo se agrava no Rio Grande do Sul devido aos maiores salários e a preços de serviços valorizados.
Reunião emergencial traçou estratégias
Segundo Henkin, a saída para escapar da concorrência dos calçados asiáticos, por exemplo, é evitar a disputa por preço ao direcionar a produção para um calçado “de mais conteúdo, design e qualidade intrínseca”. Outra saída é apostar no mercado interno.
O governo estadual não anunciou nenhuma medida, mas estuda incluir o Vale do Sinos como uma das áreas prioritárias para a atração de novos investimentos. Aos poucos, o Piratini quer modificar a vocação industrial da região, que tem a maior concentração de indústrias calçadistas do Estado.
Ontem, uma reunião de emergência entre o governador Tarso Genro e os secretários de Desenvolvimento, Mauro Knijnik, do Trabalho, Luis Augusto Lara, e da Economia Solidária, Maurício Dziedricki, traçou as primeiras estratégias para amenizar o drama social causado pela demissão coletiva.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566349
Queda no álcool alivia a pressão sobre a gasolina
Em 32 postos conferidos por ZH, preço do litro do etanol chegou a cair para R$ 2,379.
Etanol começa a baixar
Apesar da redução no preço, abastecer carros flex com gasolina continua mais vantajoso na Capital
O preço do etanol começa a cair nos postos na Capital. Conforme levantamento realizado ontem e segunda-feira por ZH em 32 pontos de venda, apenas seis baixaram o valor do álcool. A redução média chegou a 1,25%.
Na Capital, o preço médio do etanol estava, no meio da tarde de ontem, em R$ 2,535 o litro e o mais baixo, R$ 2,379, de acordo com a pesquisa. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o álcool apresentaria queda a partir de ontem.
Se comparados ao levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), apurados em Porto Alegre no dia 4 de maio e divulgados ontem, a queda em menos de uma semana é mais significativa: o etanol era vendido a um preço médio de R$ 2,803, com valor mínimo de R$ 2,599.
Mesmo com a redução no álcool, a gasolina ainda segue mais vantajosa na hora de abastecer um carro flex. Na Capital, o preço da gasolina ficou estável nos 32 postos pesquisados.
Queda no consumo de álcool chegou a 42%
Para Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), a redução deve ser ainda maior, já que o álcool hidratado (vendido nas bombas) está mais barato nas refinarias. O levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP aponta que, na última semana, o etanol era vendido nas usinas a R$ 1,0651, ante R$ 1,3374 entre 25 e 29 de abril, redução de 20,3% – nas duas últimas semanas, o recuo é de 26%.
– A queda deve ser ainda maior nos postos, mas vai depender da renovação dos estoques. Os proprietários não vão vender o combustível a um preço menor do que pagaram por ele – explica Vaz.
Como o etanol estava sendo vendido a preços muito parecidos com o da gasolina – para ser vantajoso, precisa custar até 70% do preço do combustível fóssil – houve redução no consumo, conforme Vaz. Levantamento do Sindicom mostra queda de 42% nas vendas do álcool hidratado em abril, na comparação com março. No mesmo período, a demanda por gasolina subiu 4%.
TÁSSIA KASTNER
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566353
COLUNAS
Conforme Econômico
Maria Isabel Hammes
Precisa avançar mais
Os números da balança comercial brasileira no primeiro trimestre de 2011, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, mostram que 2.057 municípios brasileiros realizaram operações com o estrangeiro.
O Rio Grande do Sul não tem posição privilegiada no ranking – apenas nove municípios ocupam posições entre os cem maiores exportadores. O maior exportador é Triunfo (na foto acima, o polo petroquímico), que ocupa a 25ª posição na lista nacional, seguido de Rio Grande, em 27º.
No ranking por Estados, o Rio Grande do Sul é o quarto em volume de exportações, com US$ 3,8 bilhões, atrás de São Paulo (US$ 12,1 bilhões), Minas Gerais (US$ 8,5 bilhões) e Rio de Janeiro (US$ 5,6 bilhões).
Disputa com energia
É com quatro prefeituras que a Stemac, líder nacional no segmento de geradores de energia negocia possível área e incentivos para receber o seu novo parque industrial e administrativo, hoje localizado na zona norte da Capital, onde não dispõe de espaço para se expandir.
Nada está decidido, mas as negociações se mostram mais adiantadas com Nova Santa Rita, onde aliás, o prefeito Francisco Brandão entrega amanhã à Câmara projeto de lei com incentivos fiscais à indústria. E, depois, apresenta no Legislativo o impacto financeiro da proposta.
A definição sobre o novo local que abrigará o complexo de mais de 80 mil m2, onde 2 mil funcionários vão trabalhar em 10 prédios, deve sair até a metade de junho.
Perdão, domésticas
O ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto fez um pedido público de desculpas, registrado em cartório, às domésticas. Delfim pisou na bola em um programa de TV dizendo que “quem teve este animal, teve, e quem não teve nunca mais vai ter”.
Agora, garantiu que, em momento algum, desejou referir-se à classe das domésticas de maneira pejorativa. A intenção foi mostrar que no processo de ascensão social em curso na sociedade brasileira, a figura desse profissional tende a desaparecer.
Corrida intelectual
Melhorou, mas ainda precisa avançar bem mais. Enquanto a China terminou 2010 com mais de 293 mil solicitações de patentes – 30% acima de 2009 –, as empresas brasileiras fecharam o último ano com quase 130 mil pedidos, dos quais apenas 3,6 mil foram concedidos.
Guilherme Spiller, diretor da Creazione Marcas e Patentes, analisa que o governo chinês tem um projeto de investimento agressivo no setor de inovação, área em que o Brasil ainda dá os primeiros passos. A Creazione, que teve no ano passado alta de 42% no número de pedidos de patentes em relação a 2009, inaugurou nova sede na Capital neste ano.
POR AQUI
Com 485 pontos de venda, a rede gaúcha Farmácias Associadas aprimora a qualidade da linha ambulatorial a partir de novas parcerias. A fabricação passa a ser da paulista Sanfarma, que atua nas linhas farmacêutica e hospitalar, e a distribuição está com a Neosul, de Porto Alegre.
A Get Way inicia neste mês a venda do GWS, plug-in desenvolvido com aporte financeiro do Ministério da Ciência e Tecnologia por intermédio da Finep.
Colaborou Tássia Kastner
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566320
Olhar do Campo
Irineu Guarnier Filho
Novela cansativa
Adiada mais uma vez a votação do novo Código Florestal, resta aos produtores esperar que hoje parlamentares e governo se entendam para que essa novela que já cansou o país chegue ao fim. O governo não quer enfrentar votação no plenário da Câmara, porque teme ser derrotado. O relator da proposta de mudanças, deputado Aldo Rebelo, acha que já fez as concessões que podia fazer. E ainda existem os que querem que as coisas mudem para continuarem como estão ou seja, mudança nenhuma em uma legislação de 1934, sabidamente em descompasso com a realidade brasileira atual.
Percorrendo a Serra do Rio Rastro e o Planalto catarinense nos últimos dias, chamou-me a atenção a força da produção local de maçãs – exportada para muitos países – e o avanço da vitivinicultura de altitude no município de São Joaquim. São atividades que empregam muita gente e desenvolvem social e economicamente a região.
Pelo código em vigor, esses produtores certamente estão produzindo em desconformidade com a lei, porque aqui as terras são dobradas e há pouco espaço para produzir, à margem das matas preservadas. O que fazer com esses que produzem em áreas já consolidadas por décadas de plantio? Esse é um dos pontos que têm emperrado as tentativas de votações e que terá de ser resolvido hoje.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566323
Brasília
Carolina Bahia
Do campo ao gabinete
O Código Florestal possível deverá ser votado hoje na Câmara. O argumento de que a discussão ocorreu de afogadilho, sem tempo para que entidades ambientais se posicionassem, não é verdadeiro. Há pelo menos três anos esse assunto está sendo discutido em Brasília. Entidades ambientalistas e ruralistas conversaram várias vezes e chegaram a fechar pontos de acordo. Mas a disputa política, o discurso para a opinião pública, sempre foi mais forte do que o debate equilibrado. E mais: o adiamento da nova lei nunca assegurou a floresta em pé. O mais importante é ter regras claras para o plantio e a preservação daqui para frente, inclusive com fiscalização, impedindo novos desmatamentos sem prejudicar a safra. No caso específico do Rio Grande do Sul, o que não se podia permitir é que pequenos agricultores abrissem mão de áreas tradicionais de produção, fonte de renda para a família. Isso pode parecer absolutamente factível para quem está dentro de um gabinete e não tira o sustento da terra. Que a mesma lógica, baseada na harmonia entre produção e preservação ambiental sem revanchismos, se repita no Senado.
Bate-bola
Representantes do setor varejista do Rio Grande do Sul vão participar do programa Brasil Sem Miséria. Eles se reuniram ontem com a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello (foto), para acertar a parceria. O compromisso é contratar trabalhadores inscritos nos programas de qualificação de mão de obra que serão implantados pelo governo federal.
Showbiz
Enquanto Lula transformava o encontro com prefeitos em show de auditório, Dilma Rousseff manteve o estilo sóbrio e recorreu à protocolar promessa de liberação de recursos.
Desperdício
O deputado Osmar Terra (PMDB) tem todo direito de promover um final de semana de luxo para os funcionários de seu gabinete, mas não às custas do contribuinte.
Check-list
Durante o encontro de representantes de associações de supermercados com a ministra Tereza Campello, ficou acertado ainda que as empresas comprarão produtos diretamente de agricultores familiares. A medida já atende à reivindicação do Grito da Terra, movimento de pequenos produtores que chega na próxima semana a Brasília.
JOGO RÁPIDO
O empresário Jorge Gerdau será empossado hoje, no Palácio do Planalto, presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade do governo federal.
O prefeito José Fortunati estará amanhã em Brasília para detalhar o projeto do metrô de Porto Alegre. É mais uma etapa do processo de análise da obra gaúcha no Ministério das Cidades.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566355
ARTIGOS
Estado mínimo e previdência
Paulo Squeff Conceição
Em simpósio promovido pelos próceres do capitalismo liberal em Porto Alegre, neste ano, não faltaram críticas ao “tamanho” do Estado gaúcho. Houve, inclusive, quem dissesse que quase nada fora feito para diminuí-lo. Pois bem, para os cultores do nanismo estatal, relembramos o que segue: foram extintas neste Estado, em pouco mais de duas décadas, entre empresas públicas, de economia mista e fundações, Agasa, Ageusa, Badesul, Caixa Econômica Estadual, Cedro, CRTur, Cedic, Cintea, Corlac, Cohab, Clavesul, Divergs, Fundasul, Instucarne, Progasa e Vinosul. Foram, ainda, incorporados a outros órgãos: o Departamento Aeroviário do Estado e o Deprc, e privatizadas a CRT, a Cia. União de Seguros e grande parte da CEEE, além de esvaziados, estruturalmente, o Daer e as fundações remanescentes.
Com a defecção dos organismos estatais referidos, o ingresso de novos servidores foi se limitando, o que, forçosamente, diminuiu a estrutura funcional. Destaque-se, ainda, que o PDV de 1996 retirou do setor público mais de 9 mil servidores. É, aliás, nesse quadro que se insere a atual superação do número de funcionários ativos pelo de inativos. Sobre contenção salarial e consequente repercussão nos custos previdenciários – o que também é matéria de enxugamento –, conta-se a edição de três leis esta- duais restringindo incorporações de FGs e vantagens temporais (nºs 10.530/95, 10.795/96 e 10.845/96) e, do flanco federal, a reforma administrativa (EC nº 19/98). Na mesma linha, deve-se considerar: a primeira reforma da Previdência (EC nº 20/98), a Lei de Responsabilidade Fiscal e a segunda reforma da Previdência (EC nº 41/2003), a qual – importante lembrar – determinou aumento substancial na contribuição dos ativos, além de instituir o, sempre injustificável, desconto dos inativos. Foram tantos cortes, reduções e gravames impostos ao funcionalismo, que, se detalhados, ocupariam todo o espaço deste comentário. A olhos impacientes, no entanto, nada parece ter surtido efeito. Assim, desce, mais uma vez, a marreta reformista com novo aumento da contribuição previdenciária.
O vezo de atacar sempre o mesmo e já exaurido inimigo parece não ter fim. Na verdade, o que vem escamoteado nesta história toda é a incapacidade de uma articulação política que leve à redistribuição do bolo tributário na federação, que proponha uma rediscussão da dívida do Estado para com a União, que reveja a Lei Kandir, que tanto nos prejudica, que acabe com a guerra fiscal da qual se aproveitam, inclusive, mentores da tal agenda 2020 e, ainda, a necessidade de uma gestão que dê real combate à evasão fiscal.
*Auditor público
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566350
POLÍTICA
Paraná teve alíquotas barradas
Sistema paranaense de previdência teve contribuições por faixa salarial suspensas, mas fundos colocaram dinheiro em caixa
O modelo de previdência que o governo Tarso Genro pretende adotar no Estado tem 13 anos de funcionamento e dinheiro em caixa, mas já precisa de uma correção de rota. Decisões judiciais que barraram a elevação das alíquotas de contribuição para diferentes faixas salariais, o aumento da expectativa de vida dos participantes e a complacência de governantes, obrigaram o governo do Paraná a elaborar um novo plano de custeio para a previdência dos servidores que será enviado ao Legislativo.
Aprevidência paranaense foi citada pelo Piratini na semana passada como modelo a ser seguido no Estado. Tarso quer criar uma alíquota maior para salários mais altos e um fundo de capitalização para futuros servidores.
– Estamos com um pequeno déficit atuarial projetado para daqui a uns 20 anos, quando o volume de aposentados deve aumentar muito. Mas não é nada expressivo. O sistema é sustentável e funciona bem. Já paga 20% das pensões e aposentadorias com o fundo – diz Jayme de Azevedo Lima, presidente da ParanaPrevidência.
Criado em 1998, durante o governo Jaime Lerner, o sistema adota um modelo chamado de segregação de massas, que consiste em dividir os servidores em dois grupos. O primeiro, dos funcionários mais velhos, tem seus benefícios cobertos basicamente pelo Tesouro do Estado, que coloca quase R$ 200 milhões mensais (os servidores contribuem com cerca de R$ 50 milhões/mês).
O segundo grupo inclui os funcionários mais jovens e os que entraram no serviço público após a criação da ParanaPrevidência. Seus futuros benefícios serão pagos com um fundo criado em 1998 e que já soma R$ 5,4 bilhões com as contribuições dos servidores, do Estado e de aplicações financeiras.
– Temos 99% dos recursos do fundo aplicados em títulos imobiliários, títulos públicos e ações – diz Lima.
ELTON WERB
FONTE: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566311
Governo acumulou débito que chega a R$ 4 bilhões
Além de não prever situações como o inchaço da máquina pública (que aumentará o número de futuros aposentados), a previdência do Paraná também sofre com a falta dos repasses devidos pelo governo.
A lei que criou o fundo permitiu que o Estado depositasse inicialmente apenas 20% do valor descontado do servidor. Isso produziu um débito do governo com o sistema que chega a R$ 4 bilhões.
Outra dificuldade foram as ações judiciais que contestaram as alíquotas de 10% a 14% previstas inicialmente. Hoje, elas são de 11,5%, mas muitos servidores pagam apenas 10% (índice original) amparados em decisões do Supremo Tribunal Federal. A estimativa é de que as contestações judiciais causem prejuízo anual de R$ 3,6 milhões à ParanaPrevidência.
Em relação ao Rio Grande do Sul, o Paraná tem uma vantagem importante. Enquanto 52% da folha gaúcha é formada por inativos, no caso paranaense os aposentados e pensionistas correspondem a 40% do quadro de beneficiados.
FONTE: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566312
“Não há prejuízo para o trabalhador”
Renato Follador, Consultor em previdência pública e privada
A experiência com a criação do fundo previdenciário dos funcionários de Itaipu foi o que motivou o então governador Jaime Lerner a delegar ao consultor Renato Follador uma tarefa espinhosa: reformar a previdência do Paraná. Follador produziu um modelo que, segundo ele, hoje é adotado em quase todo o país.
ZH – Qual é o quadro no Paraná?
Follador – Hoje, o fundo tem R$ 5,4 bilhões. Cerca de 1,5 mil municípios e todos os Estados seguem a metodologia, com exceção de Rio Grande do Sul, que adota agora, e São Paulo.
ZH – Qual é a garantia para o servidor?
Follador – Não há prejuízo para o trabalhador. Ele preserva os direitos adquiridos e ainda tem a garantia de que haverá dinheiro para a sua aposentadoria, o que não tem hoje.
ZH – Mas o Estado fica com o ônus das atuais aposentadorias.
Follador – Isso vai diminuindo ao longo do tempo até acabar. É um processo que demora 30 anos, mas conduz à desoneração do Tesouro.
ZH – Como o fundo é gerido?
Follador – Deve ser partilhado entre todos os envolvidos. Há normas federais também muito rígidas.
ZH – Não há risco de o governador sacar o dinheiro para outras finalidades?
Follador – Não se pode fazer a capitalização sem blindar o fundo. Um exemplo vem do Paraná. O ex-governador Roberto Requião conseguiu mexer em todos os contratos feitos por Lerner, mas não no fundo.
FONTE: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566315
Deputado reúne equipe com custo de R$ 18,9 mil
Com a finalidade de discutir sua atuação parlamentar, o deputado gaúcho Osmar Terra (PMDB) gastou R$ 18,9 mil em dinheiro público para hospedar 20 funcionários de seu gabinete em um hotel Durante três dias, os servidores ficaram hospedados no hotel Capo Zorial, um hotel com spa, piscinas, sauna, salão de beleza e quadras esportivas em São João do Polêsine, na região central do Estado.
As despesas foram pagas com recursos da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, uma espécie de bônus pago pela Câmara para que os deputados cubram despesas do mandato. Conforme consta no site Transparência da Câmara, Terra apresentou 15 notas fiscais, em série, no valor unitário de R$ 1.260 cada e teve os gastos reembolsados no mês passado.
O encontro do deputado com os servidores ocorreu de 14 a 16 de abril – de quinta-feira a sábado. Terra chegou a divulgar o evento em seu próprio site, informando que a reunião serviu para definir metas para o seu mandato e a “atuação futura dentro do PMDB visando às eleições municipais de 2012”.
Situado a 35 quilômetros de Santa Maria, o Capo Zorial não recebe hóspedes individuais – apenas grupos acima de 15 pessoas.
Terra diz que local escolhido apresentou menor custo
O uso da cota foi regulamentado pelo ato nº 43, de 2009, e prevê que os recursos devem ser destinados a “custear gastos exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar”.
Cada deputado gaúcho tem direito ao reembolso mensal de R$ 30.671,69, livres de Imposto de Renda. Além disso, eles recebem salário de R$ 26,7 mil.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA), não quis se manifestar sobre o episódio de Terra. Disse que estaria prejulgando o deputado gaúcho e, se porventura o caso for encaminhado ao conselho, estaria impedido de arbitrar um eventual julgamento. A opção pelo hotel em São João do Polêsine, segundo Terra, foi a mais econômica.
– Fizemos um levantamento de preços com vários hotéis, inclusive de Brasília e da serra gaúcha, e lá foi o que apresentou o menor custo, já com as refeições incluídas.
Ele explica ainda que todos os participantes do encontro são vinculados ao gabinete.
– Foi uma reunião de trabalho com a equipe. Reuni o pessoal que trabalha em Brasília, Porto Alegre, Santa Maria, Erechim, Santa Rosa e Santo Ângelo. Escolhi fazer lá porque seria difícil levar todo mundo a Brasília – afirma.
Para Terra, o encontro foi importante para discutir assuntos estratégicos da atuação parlamentar.
FÁBIO SCHAFFNER | Brasília
FONTE: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566335
Ministra descarta deixar comando da Cultura
Cercada de apoiadores e rivais, a ministra da Cultura Ana de Hollanda descartou deixar o cargo. Ontem ela ouviu por cerca de três horas as reivindicações por parte de artistas e entidades do setor cultural, durante um encontro em São Paulo.
O ministério foi duramente criticado pelo atraso no pagamento de convênios e contratos e por não ter ainda lançado novos editais de fomento. Os ataques mais contundentes, no entanto, vieram na forma de uma carta à presidente Dilma Rousseff, redigida pelo movimento Mobiliza Cultura – organização ligada à cultura digital – e lida em voz alta no auditório.
Ana, que comentou cada uma das críticas apontadas à gestão do Iphan, ao atraso nos pagamentos e burocratização dos processos do ministério, disse que não iria comentar a carta.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566339
ECONOMIA
Etanol começa a baixar
Apesar da redução no preço, abastecer carros flex com gasolina continua mais vantajoso na Capital
O preço do etanol começa a cair nos postos na Capital. Conforme levantamento realizado ontem e segunda-feira por ZH em 32 pontos de venda, apenas seis baixaram o valor do álcool. A redução média chegou a 1,25%.
Na Capital, o preço médio do etanol estava, no meio da tarde de ontem, em R$ 2,535 o litro e o mais baixo, R$ 2,379, de acordo com a pesquisa. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o álcool apresentaria queda a partir de ontem.
Se comparados ao levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), apurados em Porto Alegre no dia 4 de maio e divulgados ontem, a queda em menos de uma semana é mais significativa: o etanol era vendido a um preço médio de R$ 2,803, com valor mínimo de R$ 2,599.
Mesmo com a redução no álcool, a gasolina ainda segue mais vantajosa na hora de abastecer um carro flex. Na Capital, o preço da gasolina ficou estável nos 32 postos pesquisados.
Queda no consumo de álcool chegou a 42%
Para Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), a redução deve ser ainda maior, já que o álcool hidratado (vendido nas bombas) está mais barato nas refinarias. O levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP aponta que, na última semana, o etanol era vendido nas usinas a R$ 1,0651, ante R$ 1,3374 entre 25 e 29 de abril, redução de 20,3% – nas duas últimas semanas, o recuo é de 26%.
– A queda deve ser ainda maior nos postos, mas vai depender da renovação dos estoques. Os proprietários não vão vender o combustível a um preço menor do que pagaram por ele – explica Vaz.
Como o etanol estava sendo vendido a preços muito parecidos com o da gasolina – para ser vantajoso, precisa custar até 70% do preço do combustível fóssil – houve redução no consumo, conforme Vaz. Levantamento do Sindicom mostra queda de 42% nas vendas do álcool hidratado em abril, na comparação com março. No mesmo período, a demanda por gasolina subiu 4%.
TÁSSIA KASTNER
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566317
Telefônica muda gestão no país
A Telefônica aprovou ontem nova estrutura de gestão no Brasil. Haverá a integração dos negócios fixo e móvel e organização das operações comerciais em duas unidades: uma de Mercado Individual (individual e residencial), liderada por Paulo Cesar Teixeira, atual vice-presidente Executivo da Vivo. E outra de Mercado Empresas, que terá no comando Mariano de Beer, atual diretor-geral da Telesp. O CEO desta empresa integrada será Luis Miguel Gilpérez, reportando diretamente aos conselhos de administração.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566319
CAMPO E LAVOURA
Governo cede, mas votação é adiada
Planalto decide perdoar plantações e pastos já existentes em APP
À beira do consenso, a Câmara e o Planalto empurraram para a manhã de hoje, a partir das 9h, a votação do novo Código Florestal. No penúltimo round da batalha ambiental, o governo cedeu para costurar um acordo com os aliados e a oposição e espantar uma derrota constrangedora no plenário.
Apadrinhada por 19 partidos, a bancada ruralista arrancou do Planalto o compromisso de perdoar plantações e pastos mantidos em Áreas de Preservação Permanente (APP). Pressentindo que iria perder no voto, o Planalto se empenhou para construir uma fórmula que agradasse aos produtores rurais, mas o isentasse de eventuais críticas por omissão. Ainda na segunda-feira, o governo chegou a tentar adiar a votação para a semana que vem, mas foi emparedado pelos ruralistas.
As áreas consolidadas eram um dos maiores impasses do projeto e impediram a votação na última quarta-feira. No entanto, por conta das pressões internacionais, o governo desenhou com os parlamentares a aplicação de um verniz sobre a proposta. Em vez de abrir mão das APPs no relatório do deputado Aldo Rebelo, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, articulou a manutenção das proteções em encostas de morros e margens de rios, porém, liberando da regra as culturas já existentes. As exceções serão incluídas no texto do parlamentar, que também irá prever um dispositivo para adicionar futuramente novos itens por meio de decreto presidencial.
– É diferente dizer que vai respeitar as APPs, mas irá flexibilizar as plantações para produções de alimentos. Ninguém lá fora poderá dizer que estamos destruindo florestas – enfatizou o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), ex-ministro da Agricultura.
No final do dia, mais uma divergência
Apesar de ter costurado a liberação de reflorestamento para os produtores rurais com áreas de até quatro módulos fiscais, no final do dia o governo endureceu o discurso. Após encontro com líderes das bancadas na casa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT), Palocci e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), voltaram a exigir que o benefício fosse concedido apenas para pequenos agricultores e produtores cooperativados. A divergência amarrou o anúncio do acordo e adiou a votação.
– Como tratar as pequenas propriedades e as reservas legais é o único ponto em que ainda não tem acordo. Temos consenso em todo o restante do texto – afirmou Vaccarezza.
Mais tarde, à noite, Aldo disse que irá manter a liberação de reflorestamento para todas as propriedades até quatro módulos. Segundo o relator, se o governo não ceder, o assunto será decidido no voto.
Aproveitando o adiamento, Aldo se comprometeu com as bancadas a arrematar durante a madrugada as dissonâncias no texto do código.
– Esperar um dia a mais para quem já aguarda há 12 anos não é nada – disse Assuero Veronez, presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA.
FABIANO COSTA | Brasília
O que é
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- São nascentes, matas ciliares, banhados e encostas de morros que precisam ser preservados para assegurar a manutenção da vegetação nativa, de recursos hídricos, do solo e da biodiversidade local
RESERVA LEGAL
- São as áreas que as propriedades precisam manter para conservar a vegetação original, o ecossistema e a biodiversidade, mantendo o equilíbrio ecológico e diminuindo o risco da extinção de espécies. Os percentuais de reserva legal são: 80% para Amazônia, 20% para o Cerrado e demais biomas e 35% para áreas de transição entre Cerrado e Amazônia.
ÁREAS CONSOLIDADAS
- São culturas existentes em áreas de APP, como plantações de arroz em várzea
Fonte:
http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566321
GERAL
TCE reprovará as contas de municípios que não multam
Mais da metade de cidades gaúchas não se integrou a sistema e não pode aplicar multas
Os municípios gaúchos que continuarem alheios ao Sistema Nacional de Trânsito poderão ter as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ontem, Zero Hora revelou com exclusividade que quase metade das cidades do Rio Grande do Sul simplesmente não se integrou ao sistema, apesar da exigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), um estímulo à imprudência ao volante.
Adecisão foi anunciada no fim da manhã de ontem, durante reunião entre representantes do TCE, da Federação das Associações dos Municípios do Estado (Famurs) e do Conselho Estadual do Trânsito (Cetran).
Conforme o presidente do TCE, conselheiro João Osório Martins, a instituição já vinha apontando as irregularidades e aplicando multas em função do problema desde 2009, quando a gestão municipal do trânsito passou a ser item obrigatório de auditoria. Para o órgão, a situação se caracteriza como renúncia de receita.
A partir de agora, a intenção do TCE é fechar o cerco às cidades que não aderiram – conforme levantamento de ZH, o número chega a 53% das prefeituras. Nesses locais, devido à não inclusão no sistema, que perdura há 13 anos, os motoristas se beneficiam da impunidade ao cometer infrações graves, como andar na contramão, avançar o sinal vermelho ou exceder a velocidade, já que não podem ser multados ou receber pontos na carteira.
– Há dois anos apontamos irregularidades nos processos, mas agora pretendemos fixar um prazo para esses municípios se adequarem, sob pena de receberem parecer desfavorável à aprovação de suas contas – disse Martins.
O prazo segue indefinido. A intenção do TCE, porém, é de que seja de pelo menos dois anos.
Assunto será discutido por prefeitos no dia 31
Para o presidente do Cetran, Jaime Lobo Pereira, a decisão é importante e merece elogios. Conforme Pereira, em 31 de maio, durante encontro de prefeitos na sede da Famurs, em Porto Alegre, o assunto será colocado em pauta. A intenção é orientar os gestores públicos sobre como agir para regularizar a situação.
– Estamos preocupados com a preservação da vida. Queremos que os prefeitos sejam parceiros e que façam a sua parte. Não pode continuar como está – disse Pereira.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566330
França não resgatará corpos em mau estado
Justiça justificou que medida visa a “preservar a dignidade” das vítimas
A Justiça da França enviou carta aos parentes das 228 vítimas do voo AF-447, acidentado no Oceano Atlântico há dois anos, afirmando que decidiu não resgatar os corpos muito deteriorados após o desastre. A determinação desmente nota oficial da polícia militar francesa de que “todos os corpos que pudessem resgatar seriam recuperados do fundo do mar”.
A correspondência foi assinada pelos juízes de instrução Sylvie Zimmerman e Yann Daurelle, do Ministério Público de Paris. O texto alega que a decisão visa a “preservar a dignidade e o respeito das infelizes vítimas e dos que os choram”. A documento explica ainda que “os restos mortais que se localizam no fundo estão inevitavelmente em um estado degradado, em razão do choque particularmente violento, do tempo passado e do ambiente em torno”.
Há cinco dias, a Direção Geral de Gendarmerie Nationale, a polícia militar francesa, divulgou nota informando que uma dúzia de especialistas seriam enviados ao Atlântico para, durante cerca de 15 dias, efetuar o resgate de “todos os corpos e objetos pessoais que poderão ser recuperados.”
Desde a sexta-feira, dois corpos foram resgatados dentre os destroços do Airbus A-330 da Air France. Segundo os juízes, os cadáveres coletados têm estados de conservação diferentes. Amostras de DNA foram coletadas e estão a caminho de Caiena, capital da Guiana Francesa, antes de serem transferidas para Paris, junto das caixas-pretas do voo AF-447, encontradas nos dias 1º e 3 de maio. A partir de amanhã, exames laboratoriais serão realizados para descobrir se será possível identificar as vítimas.
Em Paris para participar de uma reunião ministerial do G-8, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encontrou-se ontem Michel Mercier, titular francês da pasta. Na conversa, debateram as investigações sobre o acidente do voo AF-447. Cardozo se disse satisfeito com o grau de transparência da apuração, conduzida pelo Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil.
– A verdade se colocará. Não há por que termos suspeitas – afirmou ministro brasileiro.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566331
Plano para erradicar analfabetismo até 2020
Projeto de lei estabelece 20 metas para mudar cenário educacional no país
O Plano Nacional de Educação, projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, estabelece 20 metas a cumprir até 2020 – entre elas, erradicar o analfabetismo e aumentar o investimento no setor gradativamente, até alcançar o índice de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em um encontro promovido pelo movimento Todos pela Educação, em São Paulo, representantes do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Educação e especialistas na área discutiram os prós e os contras do plano.
O projeto, que reúne objetivos relacionados ao desenvolvimento dos alunos, à formação de professores e ao financiamento da educação está sendo discutido em uma comissão especial da Câmara. A estimativa é de que seja aprovado até o fim deste ano.
Entre as metas, estão oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica e universalizar o atendimento escolar para estudantes com deficiência, transtornos de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
Para Ricardo Martins, cientista econômico membro da Comissão Técnica do Todos pela Educação, o plano dá ênfase maior à quantidade e deveria dar mais atenção à qualidade.
– Falta um diagnóstico da educação brasileira no plano e ainda uma estimativa de custos que mostre como a sociedade vai repartir essa responsabilidade. Estamos em um momento em que, mais do que o direito de acesso à educação, o importante é o direito de aprender, o direito da qualidade – diz.
O presidente do Conselho Nacional de Educação, Antonio Carlos Ronca, elogiou o avanço do projeto em relação ao anterior, mas criticou o índice de 7% do PIB:
– O plano atual é melhor do que o anterior, mas falta clareza na meta em relação ao PIB. Não está sinalizada a urgência da educação. Falta dizer quanto vamos investir, dar uma arrancada.
Carlos Abicalil, secretário de Educação Especial do MEC, salientou a importância de o novo plano colocar em seu texto a estratégia de confrontar os resultados obtidos no IDEB com a média dos resultados em matemática, leitura e ciências das provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
Ângela Ravazzolo viajou a São Paulo a convite do Movimento Todos Pela Educação
ÂNGELA RAVAZZOLO* | São Paulo
Algumas metas
Confira seis das 20 metas do Plano Nacional de Educação
- Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.
- Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda população de seis a 14 anos.
- Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85%, nessa faixa etária.
- Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, oito anos de idade.
- Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de Educação Básica.
- Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de Educação Superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566333
Roupa íntima trará alerta para o câncer
Roupas íntimas terão de ser vendidas com etiquetas que alertarão para o câncer de mama, de colo de útero e de próstata. O projeto de lei que prevê a nova regra foi aprovado ontem, de forma conclusiva, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Como o projeto já havia passado pelo Senado, o texto seguirá para a sanção presidencial, caso não haja recursos em cinco dias.
O projeto foi apresentado pelo ex-deputado Barbosa Neto (PMDB-GO) e tramita no Congresso desde março de 1999. Pela proposta, as cuecas de tamanho adulto terão de trazer uma etiqueta com advertência sobre a importância do exame de câncer de próstata para os homens com mais de 40 anos.
Também será obrigatória a fixação de mensagem em calcinhas no tamanho adulto sobre “a importância do uso de preservativos como forma de prevenção do câncer de colo de útero e da realização periódica, por todas as mulheres com vida sexual ativa, de exames de detecção precoce dessa doença.
Nos sutiãs, a etiqueta deverá alertar para a importância do auto-exame dos seios para detecção precoce de câncer de mama, além de informações sobre como fazer o exame.
O projeto prevê ainda punições para as empresas que descumprirem a regra, como apreensão do produto, suspensão da venda ou da fabricação.
O Ministério da Saúde irá definir como será a aplicação e a fiscalização da nova regra. Após a sanção, fabricantes e comerciantes terão 180 dias para se adaptar.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566334
MUNDO
Bin Laden morto será visto pelo Congresso
A oportunidade de ver as fotos de Bin Laden morto será concedida a membros do comitê de serviços armados e do comitê de inteligência do Senado dos EUA, assim como a membros de dois comitês equivalentes da Câmara dos Deputados americana. O material levantou uma crescente polêmica mundial, que culminou no anúncio da Casa Branca de que elas seriam mantidas ocultas.
As informações são do site da rede americana CNN, que informou não haver ainda uma data definida para as imagens serem vistas. A senadora Dianne Feinstein confirmou que o Comitê de Inteligência e o Comitê de Serviços Armados do Senado terão oportunidade de ver as fotos. Questionada pela CNN se ela mesma veria as imagens, respondeu:
– Não pensei muito nisso, mas, provavelmente, vou fazê-lo.
Sob pressão para tornar público o material, o presidente americano Barack Obama anunciou na última quarta-feira que não liberaria as fotografias.
– É muito importante impedir a divulgação das provas fotográficas como um instrumento de incitação (à violência). Não queremos divulgar esse material como se fosse um troféu – disse Obama.
Ainda ontem, a Al-Qaeda afirmou, pela internet, que os vídeos de Bin Laden divulgados no sábado pela Casa Branca são falsos. A mensagem da rede terrorista destaca diferenças, em particular nas orelhas e olhos, entre Bin Laden e o homem que aparece nas imagens divulgadas pelos EUA.
A tensão entre EUA e Paquistão aumentou com outra mensagem, dos filhos de Bin Laden – eles ameaçaram levar Obama à Justiça como “responsável” pelo destino de seu pai, e consideraram “inaceitável” e “humilhante” que seu corpo tenha sido lançado ao mar, segundo mensagem publicada ontem pelo centro americano de vigilância de sites islâmicos.
Nova York
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566327
REPORTAGEM ESPECIAL
Demissões apressam apoio a calçadistas
Embora ainda não tenha anunciado medidas de apoio ao setor calçadista, o governo gaúcho começa hoje a estudar programa que sirva para revitalizar o segmento, cuja situação foi agravada pela demissão de 840 funcionários da tradicional produtora de calçados femininos. Uma das ideias em análise será tornar o Vale do Sinos uma região considerada prioritária para receber novos investimentos de empresas interessadas em se expandir ou em se instalar no Rio Grande do Sul
Um dia depois de o fechamento da unidade industrial da Azaleia em Parobé surpreender os gaúchos, o governo Tarso prometeu ontem adotar medidas para retomar a competitividade do setor no Rio Grande do Sul. O Vale Calçadista está desafiado a se remodelar para reagir ao aumento da concorrência externa e à consolidação do deslocamento da produção para o Nordeste.
A extinção da linha produtiva deixou mais evidente a urgência de melhorar a competitividade da indústria calçadista gaúcha, modelo internacional de produção até a década de 90, apesar de o setor já ter aberto no município uma seleção para absorver os 840 trabalhadores demitidos.
A câmara temática do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que seria instalada apenas na semana que vem, terá sua primeira reunião hoje. O encontro será reforçado com a presença de representantes do Banrisul e do Badesul, além do presidente da Agência Gaúcha de Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester. O fechamento industrial da Azaleia provocou mal-estar no governo, pego de surpresa pela decisão.
A decisão foi decorrência da guerra fiscal, que incentivou a migração da empresa e de outras indústrias calçadistas para o Nordeste ainda nos anos 90. Depois disso, a fábrica, que já teve 10 mil funcionários no Estado, implantou unidades na Argentina e na Índia voltadas para o mercado externo – caminho que vem sendo seguido por outras empresas. Pesou também para o cenário de crise o fator cambial, já que a Azaleia exporta cerca de 30% da sua produção.
A Azaleia desativou a última unidade industrial que mantinha no Rio Grande do Sul depois de 53 anos de atividade. A empresa afirma que perdeu competitividade no Estado – a companhia emprega 44 mil pessoas em 27 unidades industriais no Nordeste, na Argentina e na Índia.
– Entre as fábricas que temos no Brasil, era a de maior custo e de menor escala. Por isso a opção pelo encerramento – disse o presidente da Azaleia, Milton Cardoso.
Para Hélio Henkin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS e consultor na área de competitividade industrial, a valorização do real ante o dólar, a fuga de mecanismos oficiais de proteção à concorrência externa desleal e a alta dos custos de produção são os três fatores que, conjugados, estão dificultando a vida de setores intensivos em mão de obra. Segundo Henkin, especialista nos setores de calçados, têxteis e móveis, o problema do custo se agrava no Rio Grande do Sul devido aos maiores salários e a preços de serviços valorizados.
Reunião emergencial traçou estratégias
Segundo Henkin, a saída para escapar da concorrência dos calçados asiáticos, por exemplo, é evitar a disputa por preço ao direcionar a produção para um calçado “de mais conteúdo, design e qualidade intrínseca”. Outra saída é apostar no mercado interno.
O governo estadual não anunciou nenhuma medida, mas estuda incluir o Vale do Sinos como uma das áreas prioritárias para a atração de novos investimentos. Aos poucos, o Piratini quer modificar a vocação industrial da região, que tem a maior concentração de indústrias calçadistas do Estado.
Ontem, uma reunião de emergência entre o governador Tarso Genro e os secretários de Desenvolvimento, Mauro Knijnik, do Trabalho, Luis Augusto Lara, e da Economia Solidária, Maurício Dziedricki, traçou as primeiras estratégias para amenizar o drama social causado pela demissão coletiva.
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566302
Orgulho de calçar a brasileira
Apesar de emblemática pelo fato de que a companhia já foi a maior produtora de calçados femininos do país e de todo o envolvimento social que carregava em suas atividades e ao longo dos anos de sua história, a notícia extremamente preocupante da demissão em massa da Azaleia nem de longe significa o fim da produção no Vale do Sinos.
O drama do desligamento de mais de 800 pessoas pode ser amenizado com a absorção de parte deles na região mesmo. O mercado está aquecido no Vale do Sapateiro (Sinos e Paranhana). Nunca o Estado teve tantas empresas de porte e com produção tão relevante de calçados femininos.
Mas tem bem mais. Muitas das companhias resolveram deixar um pouco de lado os instáveis humores do mercado externo, influenciado pelo câmbio depreciado e pela concorrência asiática. E se viraram para o Brasil, apostando no bom momento da economia, com aumento de renda e baixo desemprego. A tal ponto que a gigante Grendene prever para daqui a quatro anos a absorção de 1 bilhão de pares pelo Brasil afora, mais de 200 milhões do volume atual.
E você quer saber mais deste novo momento que vive o Vale? Ontem mesmo, indústrias já anunciaram disposição de absorver parte do pessoal da Azaleia, uma das primeiras produtoras de tênis e uma das pioneiras a exportar com marca própria e a montar lojas ao redor do mundo com sua marca? E outras continuaram na região com alto-falantes à procura de funcionários.
Tomara que, em pouco tempo, o orgulho que qualquer funcionário não disfarçava por usar o crachá da gigante fundada por Nestor de Paula se transfira para o seu próximo emprego. Que a desesperança de agora vire orgulho, entre outros pontos, do slogan renovado – calçar a mulher brasileira da manhã à noite.
MARIA ISABEL HAMMES | Editora executiva de Economia
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566306
Fábricas gaúchas vicejam no sertão
Há mais de uma década, as vagas da indústria calçadista gaúcha trocaram de endereço. Cultivadas por incentivos públicos generosos e mão de obra barata, minguam no Vale do Sinos, mas vicejam no sertão. A partir do final da década de 1980, cidadezinhas esquecidas de Bahia, Sergipe e Ceará inauguraram as primeiras cooperativas de produção. Os moradores, praticamente analfabetos e sem qualificação, aprenderam a fazer sapato com os gaúchos. Desde então, a produção estabeleceu uma trilha de mão única, reservando os investimentos em expansão para suas unidades nordestinas, driblando o câmbio desfavorável e a concorrência asiática.
Itapajé, na Serra da Uruburetama, foi o destino escolhido pelos primeiros gaúchos a se estabelecerem no Ceará. Nos anos 1990, quando em reportagem para ZH visitei a cidade, era um pequeno município de ruas empoeiradas, dias preguiçosos e bares toscos onde os moradores gastavam o tempo. A economia local rodava devagar, impulsionada pela renda dos aposentados rurais, dos funcionários da prefeitura e das famílias que viviam de bordados. Os funcionários da pioneira Paquetá iam trabalhar a pé, no máximo, de bicicleta.
Em pouco mais de uma década, em 2009, em nova visita, constatei que a paisagem de Itapajé ganhou edifícios, lojas de eletrodomésticos, várias agências bancárias. Os botequins perderam grande parte de seus frequentadores, que passaram a ir para o trabalho de motocicleta. O Ceará se estabeleceu no topo das exportações de calçados. As grandes marcas preferem manter no Rio Grande do Sul as áreas de desenvolvimento e marketing. Mas os gaúchos não podem respirar aliviados. Há um longa corrida na busca por especialização, a rota mais segura para manter as vagas em meio a concorrência que não é apenas nordestina, mas global.
LÚCIA RITZEL
Fonte: http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Materia&veiculo=19&ID=1566310
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