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segunda-feira, 9 de maio de 2011

09 de maio de 2011 - O GLOBO

DESTAQUE DE CAPA
Apenas 8% dos homicídios são solucionados no Brasil

Estudo feito em cima de dados da pesquisa Mapas da Violência 2011 mostra que a grande maioria dos crimes de homicídio no Brasil fica sem punição. Dos 50 mil assassinatos ocorridos por ano, apenas 4 mil, ou 8% do total, têm autores identificados e presos. Em Alagoas, por exemplo, apenas 2% dos casos são elucidados. Métodos defasados de investigação e falta de investimentos na polícia técnica são algumas das razões apontadas para o não esclarecimento, segundo especialistas em estudos de criminalidade. O Conselho Nacional do Ministério Público quer agilizar as investigações e chama a atenção para um número também alarmante: o país pode ter hoje mais de 100 mil assassinatos sem solução em inquéritos abertos até o ano de 2007. No Rio, de 15 mil assassinatos cometidos nesse período, 60% estão prontos para ser arquivados. Outros 39% dependem de investigação e apenas 1% tem autoria identificada.


OPINIÃO
ERRO NOS AEROPORTOS

A DECISÃO do governo de retirar o Galeão da lista de aeroportos a serem privatizados, sob a alegação de que ele não precisa de ampliação, denuncia um grave erro de percepção de Brasília.

AS CONCESSÕES são necessárias não apenas para a realização de obras sempre adiadas, mas também para estabelecer um padrão de excelência nos serviços. NÃO SE deve esquecer que a estatal Infraero, além de incapaz de administrar obras com eficiência, como está provado, não consegue, nem conseguirá, atingir esse padrão. Os usuários do Galeão são sofridas testemunhas dessa incompetência.

ESPERA-SE que a frágil justificativa não seja mais uma manobra ---- como a dos longos prazos dos estudos de viabilidade ---- com o objetivo de impedir o avanço de capitais privados no setor, única alternativa para modernizá-lo, independentemente da Copa e das Olimpíadas.


VOO 447:
Resgate entra na fase mais complexa
Especialista americano estima que ainda existam dezenas de corpos nos destroços

Mesmo com o sucesso do resgate das caixas pretas e de dois corpos que estavam nos destroços do voo 447 da Air France, a operação para retirar do fundo do Oceano Atlântico os restos mortais de outros passageiros entra agora em sua fase mais complicada. Essa é a avaliação do americano Mike Purcell, chefe da missão que encontrou o destroços do Airbus A330. Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, Purcell, lembrou que todo o trabalho é feito por equipamentos controlados da superfície:
— Teremos o imenso trabalho de içar os corpos das vítimas para a superfície. Nunca foi divulgado quantos ainda estão lá, mas se sabe que são, pelo menos, algumas dezenas. Esse é um trabalho muito delicado e delicadeza é algo que um robô não tem.
O voo 447, que fazia a rota entre o Rio e Paris, caiu no Oceano Atlântico na noite de 31 de maio de 2009, matando 228 pessoas, incluindo 58 brasileiros, entre passageiros e tripulantes. Nos dias seguintes à tragédia, 51 corpos foram encontrados na superfície, além de um grande pedaço do leme do Airbus. No dia 3 de abril, quase dois anos depois do acidente, um robô submarino controlado por especialistas americanos localizou, a uma profundidade de 3.900 metros destroços do avião, incluindo corpos.
Na entrevista ao “Fantástico”, Purcell revela que, no dia da descoberta, ondas fortes quase levaram o submarino. Com essas condições era inviável içar o robô, e a equipe se limitou a acompanhá-lo do barco. Com os destroços localizados, entrou em ação o robô Remora 6000, que possui braços mecânicos e uma cesta. O trabalho é dificultado pelo relevo do local, conhecido como Cordilheira Meso-Oceânica e tem um desenho de uma cadeia de montanhas. A temperatura da água não passa dos 2 graus, o que ajudou a conservar os corpos.
DIÁRIAS INDEVIDAS
Ana de Hollanda recebeu diárias sem trabalhar
CGU vai analisar hoje o pagamento do governo à ministra da Cultura

BRASÍLIA. A Controladoria Geral da União (CGU), órgão vinculado à Presidência da República, informou que vai analisar o fato de a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, ter recebido diárias do governo federal em sábados e domingos que, sem compromissos oficiais, passou no Rio - cidade onde tem imóvel. É o que mostra o cruzamento de dados do Portal da Transparência, da Presidência da República, onde são registradas as diárias concedidas a servidores federais, e da agenda oficial de Ana de Hollanda, na página do ministério na internet. A CGU poderá se pronunciar hoje sobre o assunto.
A informação sobre as diárias foi noticiada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Pelo menos quatro vezes, em janeiro e abril deste ano, a ministra teve compromissos no Rio, na sexta ou na segunda-feira. Assim, passou o fim de semana na cidade, recebendo sem participar de eventos ou reuniões oficiais.
O Ministério da Cultura confirmou que a ministra já recebeu diárias em dias sem agenda oficial no Rio. Segundo sua assessoria de imprensa, o procedimento não é irregular e economizaria dinheiro público, já que as diárias custariam menos ao governo do que a emissão de passagens aéreas para que ela regressasse a Brasília e voltasse ao Rio, um ou dois dias depois. A assessoria deu o exemplo do fim de semana de 16 e 17 de abril: "O último compromisso da ministra Ana de Hollanda no dia 15 de abril iniciou-se às 16h. (...) Como tinha agenda em 18 de abril às 10h, teria de retornar ao Rio no domingo à noite. O trecho de ida e volta custaria R$680,00. Uma diária paga pela estadia no Rio ficou em R$581,50".
Segundo o ministério, a ministra já cancelou passagens oficiais, arcando pessoalmente com a multa pela troca de data, para evitar receber diárias. O ministério não informou qualquer caso em que isso tenha ocorrido

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