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segunda-feira, 9 de maio de 2011

09 de maio de 2011 - FOLHA DE SÃO PAULO

DESTAQUE DE CAPA
Jovem adia procura por trabalho e estuda mais

Jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. A proporção de adolescentes ocupados ou que buscam emprego caiu 27% em oito anos nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Em 2010, o percentual de jovens na população economicamente ativa foi de 18,9%, a menor taxa já apurada. Em 2003, era de 26%.


CONDECORAÇÃO
José Genoino ganha medalha do Exército

José Genoino foi condecorado pelo Exército ontem, no Rio, com a Medalha da Vitória. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a escolha foi sua e que foi a primeira vez que um ex-guerrilheiro do Araguaia recebeu a distinção.
Réu no processo do mensalão no STF, Genoino não se reelegeu deputado federal e foi nomeado neste ano assessor especial de Jobim.
Ele estava na primeira fila entre os 284 condecorados com a medalha, criada para homenagear os que contribuem para "difundir a atuação do Brasil em defesa da liberdade e da paz mundial" e que prestaram serviços relevantes ao Ministério da Defesa.


MERCADO ABERTO
Maria Cristina Frias - cristina.frias@uol.com.br

Novas rotas
A Webjet começa hoje as vendas de passagens para Goiânia (GO) e Uberlândia (MG). Os dois destinos terão voos a partir de Salvador. A cidade goiana também estará ligada ao Rio de Janeiro e a mineira, a Belo Horizonte.


MÔNICA BERGAMO

PARADA OBRIGATÓRIA
A Câmara dos Deputados pode votar até o fim do mês um projeto que proíbe a cobrança de estacionamento em shoppings, hipermercados e aeroportos, entre outros estabelecimentos de prestação de serviços.

NA GAVETA
O projeto, apresentado pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP) há 14 anos, rodou por várias comissões no Legislativo, recebeu dezenas de apensos e chegou a entrar na pauta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), presidida por Cunha, na semana passada, mas não foi apreciado por falta de quorum. Os setores atingidos, em especial os shoppings, fazem forte pressão para que ele seja rejeitado.

PONTO MÁXIMO
A proposta prevê que os clientes estacionem por até quatro horas de graça -desde que façam compras ou utilizem os serviços oferecidos.

MAIS TARDE
E o presidente da Infraero, Gustavo Valle, decidiu adiar a licitação de R$ 250 milhões para a construção de um novo estacionamento no aeroporto de Guarulhos. A ideia é detalhar mais o processo. O novo estacionamento deve ter cerca de 7.000 vagas -atualmente, o terminal tem cerca de 3.000.


TODA MÍDIA
NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

Sem lei?
Em texto de cinco correspondentes da Associated Press, "Gangue sérvia é varrida pela Polícia Federal, revelando o papel crescente do Brasil como corredor de drogas". Ouvindo até o general Douglas Fraser, do Comando Sul das forças americanas, em Miami, a AP destaca que "tais organizações não só desestabilizam a região, mas podem ser perigosas para os EUA, pois existem suspeitas de que grupos que financiam terror podem usar o tráfico nessas áreas sem lei".

SEM RESPOSTA
Na capa da revista do "New York Times", "O que aconteceu com o voo 447 da Air France?". Dois anos depois, "a maior parte dos destroços foi localizada no fundo do Atlântico, mas o mistério da queda será resolvido algum dia?"


DIÁRIAS INDEVIDAS
Para MinC, diárias eram "economia" aos cofres
Ana de Hollanda ganhou por dias não trabalhados FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA

Alvo de críticas e pressões de alas do PT para deixar o cargo, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, divulgou nota ontem por meio de sua assessoria rebatendo acusações de irregularidades no recebimento de diárias. Na nota, o ministério nega as acusações publicadas ontem no jornal "O Estado de S. Paulo", que aponta o pagamento de diárias à ministra por fins de semana na cidade do Rio de Janeiro sem uma agenda oficial. De acordo com a reportagem, Ana de Hollanda recebeu, nos últimos quatro meses, R$ 35,5 mil por 65 diárias. Dessas, em pelo menos 16 ela não possuía um compromisso de trabalho.
Diante do desgaste da ministra entre setores do PT, a avaliação do governo é que a informação publicada no final de semana é mais um fator negativo para a imagem de Ana de Hollanda. O Palácio do Planalto, entretanto, pretende ouvir explicações da ministra antes de tomar qualquer atitude em relação ao tema. Na nota divulgada ontem, a assessoria da pasta diz "não haver impropriedade na conduta da ministra".
O texto alega que, em alguns casos, o valor da diária para hospedagem era menor do que o necessário para pagar as passagens de ida e volta do Rio para Brasília. "A economicidade, sempre conforme a legislação, impôs adotar a opção que menos onerasse o erário público", justifica o ministério. Segundo reportagem de ontem, a pasta desembolsou R$ 17,3 mil com passagens aéreas da ministra.

DESGASTE
Desde que assumiu, Hollanda foi alvo de críticas pela montagem de sua equipe e pela gestão de políticas públicas implementadas no governo anterior. Em março, em entrevista para a Folha, o sociólogo Emir Sader chamou a ministra de "meio autista" -e teve sua nomeação para assumir a Casa de Rui Barbosa cancelada por Hollanda. A ministra ainda gerou reação de setores da cultura ao tratar da reforma na Lei do Direito Autoral, proposta por seu antecessor na pasta, Juca Ferreira.
Na gestão de Ferreira, um projeto para a reforma da lei foi encaminhado à Casa Civil. Ao assumir a pasta, em janeiro, Ana de Hollanda pediu de volta o projeto, a fim de "revê-lo". Artistas e produtores vieram a público manifestar repúdio ao que consideraram um "recuo" na discussão.
A ministra também tem sido acusada, com frequência, de defender os interesses do Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais), que recolhe e distribui os direitos de todas as músicas executadas no país.


EDITORIAIS
Fiasco em construção

Acumulam-se evidências preocupantes de que obras de infraestrutura para a Copa de 2014 vão atrasar e custar bem mais do que planejado

Começam a se avolumar indícios de que o atraso e a improvisação nas obras para a Copa de 2014 podem levar a descalabro similar ao dos Jogos Pan-Americanos de 2007, cujo custo final multiplicou por oito o primeiro valor orçado.
Quando o Brasil foi escolhido sede da Copa, quase quatro anos atrás, comprometeu-se a adaptar a infraestrutura em 12 cidades-sede, com ampliação de aeroportos, novas redes de transporte urbano e estádios à altura do megaevento.
O custo total foi calculado, em 2009, em R$ 23 bilhões. Não há estimativa oficial atualizada, mas sobram indicações de que esse valor será ultrapassado, e muito.
O preço já licitado da reforma de três estádios -Maracanã (Rio), Mineirão (Belo Horizonte) e Mané Garrincha (Brasília)- ficou, em média, 17% mais alto que a previsão inicial. No caso da arena carioca, já se projeta que chegará a R$ 1 bilhão, contra R$ 600 milhões estimados dois anos atrás.
A maioria das 12 cidades não iniciou obras viárias; Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e Cuiabá são exceções. Também estão atrasadas as ampliações de 13 aeroportos. Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao governo federal) apontou que nove deles não deverão estar prontos para a competição.
Quanto mais demoram as licitações, maior é a chance de aumento do custo e de queda na qualidade dos projetos. A pressa é amiga das empreiteiras; note-se que, com o aumento da inflação, elas já pressionam por reajustes.
Para agilizar os trabalhos, o governo quer incluir todas as obras da Copa na medida provisória nº 521, em tramitação no Congresso. A medida dribla a Lei de Licitações para permitir a contratação pelo sistema "turn key" (empreitada): construtoras apresentam preço para o valor total da obra, em vez de cifras para cada um dos itens do projeto, e se responsabilizam por eventuais imprevistos.
Esse sistema pode apressar a execução, mas tende a atrair menos concorrentes à licitação e, por isso, a encarecê-la. O empreiteiro ganha um incentivo para acelerar a obra, mas pode também tentar aumentar o ganho abatendo custos onde não deveria.
Soma-se a isso o fato de que, ao contrário do que apregoava o comitê organizador brasileiro, não haverá participação significativa da iniciativa privada nos investimentos. As obras municipais serão financiadas pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal. O restante ficará com o Tesouro.
Mesmo alertando para riscos, esta Folha assinalou que a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 poderiam impulsionar melhorias em áreas de infraestrutura. Pelo andar da cartolagem, talvez já seja hora de questionar se algum saldo positivo é de fato possível.

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