04/05/2011 11:05:00
AVIAÇÃO MILITAR
LAAD 2011 a todo vapor
Oitava edição da feira de defesa e segurança movimentou o setor
Realizada bienalmente, a feira ocorreu entre os dias 12 e 15 de abril e reuniu autoridades e os principais fabricantes da indústria de defesa brasileira e mundial. Esta edição ocupou os pavilhões 3 e 4 do Riocentro, além da área externa, que abrigou a exposição estática, totalizando 47 000 m² de área, quase o dobro da edição anterior.
O evento é promovido e organizado pela empresa Clarion Events e conta com o apoio institucional do Ministério da Defesa, das três Forças Armadas do Brasil, da ABIMDE – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança – e da AIAB – Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil.
Para saber como foram os preparativos para a LAAD 2011, visitamos Sergio Jardim, diretor da Clarion Events e diretor-geral da LAAD. Acompanhe:
AVIÃO REVUE - Qual foi a principal conquista da feira para este ano?
JARDIM - Diria que foi a participação das autoridades policiais brasileiras. Conseguimos convidar grupos importantes, como as polícias militar e civil, secretários estaduais de segurança pública e guardas municipais. Todos esses grupos têm conselhos nacionais, nos quais as maiores autoridades de cada Estado possuem assentos. Eles estarão presentes na LAAD 2011 e nos deram apoio institucional.
AVIÃO REVUE - E com relação aos novos negócios?
JARDIM - Não conseguimos antecipar os contratos na área de defesa. São sempre negócios de grande porte e realizados em longo prazo. Além disso, os compradores são os governos. Então, os acordos geralmente não são anunciados na feira, pois o processo é demorado. O que sabemos é que as conversas começam no salão. A LAAD é um evento estritamente de negócios.
AVIÃO REVUE - Qual é a importância do evento para o setor aeronáutico?
JARDIM - A feira tem muitos representantes de empresas que fornecem produtos e serviços para o segmento de aviação militar. Quem desenvolveu a LAAD foi o setor aéreo. Os três finalistas do programa FX-2 da FAB (Boeing, Dassault e SAAB) estarão presentes mostrando os simuladores dos três aviões concorrentes.
AVIÃO REVUE - Como a concorrência para o programa FX-2 interfere na feira?
JARDIM - O FX-2 é extremamente positivo para a LAAD. Primeiramente, os três candidatos estarão expondo na feira. Isso é muito bom, pois as autoridades poderão novamente ter contato com os produtos. Além do mais, sabemos que o fabricante vencedor irá agregar várias outras empresas, que se associarão ao ganhador para entregar a aeronave ao Brasil dentro das condições que o Ministério da Defesa deseja.
AVIÃO REVUE - No que se refere aos expositores, o que tivemos de novidade?
JARDIM - Pela primeira vez, recebemos a norueguesa Kongsberg. Confirmaram presença quatro empresas chinesas, entre elas a Norinco. Há outras que não são novas, mas que ampliaram o seu espaço, como a inglesa BAE System, que praticamente dobrou a área. Entre as mais conhecidas, cito a brasileira Embraer, que estará na LAAD com um mock-up do KC-390. No que se refere a outras novidades, teremos dois segmentos específicos dentro da feira. Um deles é a chamada Space Zone, que irá reunir empresas que atuam na área de espaço, como foguetes e satélites. Haverá também outro grupo de empresas dedicadas aos setores de treinamento e simulação, que são temas muito importantes. Além disso, teremos também dois seminários: um voltado para segurança e outro para defesa.
AVIÃO REVUE - O que os visitantes puderam conferir na exposição estática?
JARDIM - Basicamente helicópteros e VANTs – Veículos Aéreos Não Tripulados. A Avibras, por exemplo, que nas edições anteriores estava dentro do pavilhão, agora teve um espaço externo com algum equipamento. Já a Helibras levou entre cinco e sete helicópteros.
AVIÃO REVUE - Atualmente, como está o mercado de defesa sul-americano?
JARDIM - Temos algumas informações de especialistas do setor que indicam vários programas e projetos em andamento em vários países da América do Sul. Acredito que isso motiva ainda mais os visitantes da LAAD.
AVIÃO REVUE - O que as delegações estrangeiras comentam sobre a LAAD?
JARDIM - As delegações oficiais visitam a maioria dos estandes porque têm interesse em conhecer tudo o que está sendo exposto. Tivemos 10 ministros e mais de 30 comandantes militares na LAAD 2011. São essas pessoas que no fundo tomam as decisões. Mas isso é feito com base em estudos realizados pelo setor técnico, que influencia diretamente nas compras. Esse nicho também foi convidado. Há muita novidade no salão que não chega ao público, pois são equipamentos muito complexos. No entanto, posso garantir que todos os produtos que serão expostos certamente tiveram alguma melhoria nos últimos dois anos. A maior repercussão que ouvimos é dos expositores, que ficam satisfeitos por encontrar o público de interesse deles.
AVIÃO REVUE - Qual é a representação de cada segmento na feira?
JARDIM - Diria que o setor aeronáutico e a parte terrestre correspondem a cerca de 30% cada. O naval deve chegar a 15% e o restante está relacionado à segurança pública em geral.
AVIÃO REVUE - Até que ponto os eventos esportivos de 2014 e 2016 contribuem para o surgimento de novos negócios em feiras como a LAAD?
JARDIM - O que sabemos de especialistas ligados ao setor é que haverá uma demanda por equipamentos de alta tecnologia que serão usados na segurança desses eventos. Mas ainda há tempo hábil para isso. Podemos estar atrasados em outros setores, como infraestrutura e estádios, mas para a segurança, não.
Amanda Cardoso / Texto de Tiago Dupim
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