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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

30 de janeiro de 2012 - JORNAL DO COMMERCIO


PRIMEIRA PÁGINA

INSS amplia lista da revisão
 Governo concede a outros 37.582 segurados o direito de receber por um erro de cálculo do Instituto entre 1998 e 2003

COLUNAS
CLÁUDIO HUMBERTO

Postura de Alves
A demissão do diretor-geral do Dnocs foi vista pelos aliados de Henrique Alves (RN), líder do PMDB, como fogo amigo do PT para queimá-lo na disputa pela presidência da Câmara. Pode ser. Mas é a presidente Dilma quem parece estar com pé-atrás nessa pretensão. Ela contou a um senador por que teme Alves presidindo a Câmara: “Com o PMDB e a pauta de votações na mão dele, o governo está morto...” Dilma achou “desequilibrada” a atitude de Henrique Alves em defesa do aliado, desafiando-a e cobrando a demissão de ministros do PT e PSB. Deixou os meios políticos estupefatos a defesa radical, por Henrique Alves, de alguém acusado de desvios de R$ 192 milhões no Dnocs. Dentro do próprio PMDB, Alves é alvo de críticas por não ter poupado nem o vice-presidente Michel Temer da confusão em que se meteu. Em conversa recente, Dilma lembrou ao PMDB que o compromisso de eleger Henrique Alves presidente da Câmara não é dela, mas do PT.

Relação já sofre desgaste
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (foto), confidenciou a um político próximo que sua relação com a presidente Dilma não anda lá das melhores. Na conversa, que aconteceu no auge das denúncias contra o ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração), Gleisi contou que estava sob forte estresse no Planalto. E que, embora cumpra todas as determinações da presidente, nem sempre concorda com elas.

Curto circuito
O deputado Pauderney Avelino evita falar sobre rodízio na liderança do DEM: “Andou dando curto circuito”. ACM Neto não quer sair.

É uma África
O governo vai gastar US$ 8 milhões na compra das residências dos embaixadores em Pretória (África do Sul) e em Gaborone (Botswana).

Nada sustentável
Para o presidente do PV, José Penna, a delegação brasileira da Rio +20 está preocupada é com europeus: “Só discutirão crise econômica”.

Rasgou a fantasia
Empacado na análise da licitação dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, o Tribunal de Contas da União vem sendo criticado no Planalto. Tudo indica que vai ficar para depois do Carnaval.

Sem limite
Um analista superior concursado da Infraero fez as contas: sem o prometido novo plano de carreira da estatal, para subir do nível 1 ao máximo 4 (R$ 5,1 mil), teria que trabalhar cem anos sem aposentadoria.

Conexão Panamá
Saiu do papel parceria entre o governo de Pernambuco e a companhia aérea Copa Airline para criar voo de Recife ao Panamá. A Copa oferece quase 200 conexões a partir da capital panamenha.


Subdiplomacia
Está criada a diplomacia do Sírio e Libanês. Após os presidentes do Uruguai e Paraguai, só falta a da Argentina, Cristina Kirchner, visitarem Lula no hospital. Dilma está adorando: mantém Lula ocupado.

Sem santos
A réplica “temporária” do Cristo Redentor, que a Embratur planeja erguer em Londres, deverá ser analisada pela prefeitura local em fevereiro, mas entidades laicas da cidade ameaçam boicotar o projeto.

Sem apoio
Para o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (SC), o senador Roberto Requião pode até vetar apoio do PMDB à candidatura de Gustavo Fruet (PDT) a prefeito de Curitiba. Mas, em caso de segundo turno, o partido vai todo contra a vontade dele: “O Requião é um voto só”.

Frase
É preciso muita conversa, diálogo e paciência” –
Ex-ministro José Dirceu sobre eventual aliança entre PT e o PSD de Gilberto Kassab

Por água abaixo
Aprovado em 2008 nas Conferências de Políticas Urbanas em Belo Horizonte, o projeto simples e barato de desvio de água de chuva por tubolões com brita e areia, do engenheiro Marcelo da Costa, jamais saiu do papel.

Boquinhas
Quarenta executivos da Infraero participam de curso para habilitá-los nos conselhos fiscais das empresas que ganharem a concessão dos aeroportos. A camisa de força imposta pelo TCU reduz a expectativa de melhoria de qualidade nos aeroportos.

POLITICA
Traição já norteou o debate interno no PT
Um dia após João da Costa ter dito que não traiu a legenda, presidente municipal do PT diz que, hoje, está claro para a militância o que houve entre o prefeito e seu antecessor
Gilvan Oliveira

De onde partiu a traição, no episódio envolvendo o rompimento entre o prefeito João da Costa (PT) e o antecessor, João Paulo (PT), é um assunto que movimenta a pauta dos debates internos entre os militantes do PT. A informação é do presidente do diretório do partido no Recife, Oscar Barreto. E por essa razão, justificou ele, é que João da Costa tocou no tema durante plenária com militantes petistas no último sábado, no Ibura. “Internamente, esse tema é recorrente e hoje está claro na militância o que houve entre os dois: uma disputa pelo poder na prefeitura”, disse.
Oscar, porém, não quis entrar no mérito da questão, apesar de ele já ter declarado à imprensa que o ex-prefeito e atual deputado federal queria “continuar mandando” na prefeitura após a eleição de João da Costa.
“Como é um tema que fica para dentro (do partido), vocês (imprensa) talvez tenham ficado surpresos. Esse tema, inclusive, já está superado internamente: todos já sabem o que houve e quem tem razão”, assegurou.
O tema traição não constam nas declarações do prefeito e do antecessor. Mas durante uma plenária petista no Ibura, após elencar várias realizações da sua gestão, João da Costa procurou afastar de si a pecha de traidor, se declarando comprometido com os princípios do PT e com a frente partidária que o elegeu em 2008.
“Fui escolhido pelo meu partido e apoiado por outros 16 para dar continuidade a esse projeto. Vamos olhar para os últimos três anos para ver se continuei os projetos políticos. Então eu, por acaso, estou traindo alguma bandeira do PT, estou traindo a cidade?” questionou o prefeito, sem citar nomes, no que foi aplaudido pelos participantes do ato.
No evento, várias lideranças petistas enalteceram o engajamento do prefeito com “as bandeiras do PT”, mas não tocaram no tema traição. “Não conheço prefeito mais comprometido com os projetos do PT que João da Costa”, afirmou, na ocasião, o ex-presidente do PT Jorge Perez. O deputado federal João Paulo não foi localizado para comentar as declarações do prefeito.

GOVERNO
Dilma adotará reforma gerencial como marca
Com o surgimento da nova classe média, que vai demandar mais serviços públicos de qualidade, presidente cobrará uma máquina administrativa mais eficiente
Agência Estado

BRASÍLIA – O governo de Dilma Rousseff terá como bandeira a reforma do Estado. Foi o que ela explicou em detalhes à sua equipe ministerial, reunida na semana passada. Não se trata, porém, de discutir o tamanho da máquina pública, como se fez no passado recente, quando ganharam força teses sobre o enxugamento estatal. O que Dilma quer é foco na gestão. “Não tem essa história de Estado mínimo. Isso é uma tese falida, usada pelos tupiniquins. O Estado tem de ser eficiente”, costuma dizer a presidente.
A reforma que Dilma tem em mente é gerencial. É fazer com que a máquina administrativa funcione e devolva ao cidadão os serviços pelos quais ele paga. “Isso é revolucionário”, definiu. É com essa estratégia que a presidente quer construir uma “marca” de governo depois da “faxina” que derrubou sete ministros no ano passado, seis deles alvejados por denúncias de corrupção.
Dilma está convencida de que o surgimento da nova classe média vai demandar cada vez mais serviços públicos de qualidade. No diagnóstico da presidente, esse grupo de pessoas saídas da pobreza não fará como a classe média tradicional, que praticamente prescindiu do Estado, recorrendo a escolas particulares, planos de saúde e previdência privada. “Não se iludam! Essas pessoas não vão deixar de procurar escolas públicas nem o SUS e o INSS”, argumentou ela.
Na primeira reunião ministerial do ano, Dilma expôs o que espera da equipe para não tropeçar na gestão, como ocorreu no primeiro ano de governo, marcado por crises políticas e pela queda no volume de investimentos do setor público, em grande parte por causa de problemas gerenciais. Obcecada por metas, ela cobrou desempenho dos auxiliares e avisou que, de agora em diante, todos serão avaliados pelos resultados apresentados a cada seis meses.
Alguns órgãos já estão adiantados no processo e fizeram exposições sobre seus sistemas de acompanhamento. O do Ministério da Previdência permite dizer, com atualização a cada 15 minutos, quantas pessoas pegaram senha nos postos do INSS e aguardam atendimento. O da Educação mostra o andamento de construção de creches em cada prefeitura.
Os aeroportos são monitorados 24 horas por dia por câmeras cujas imagens chegam até o gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Outras áreas, como Saúde e o Dnit, vão ganhar sistemas de controle semelhantes.

Marina faz cobranças ao governo

Folhapress

PORTO ALEGRE – A ex-presidenciável Marina Silva usou o Fórum Social em Porto Alegre para tentar romper o isolamento, se contrapor ao governo Dilma Rousseff e buscar apoio para uma nova candidatura ao Planalto em 2014. Em ritmo de campanha, participou de sete debates e divulgou seu movimento Nova Política, embrião do partido que, de acordo com aliados, pretende fundar para disputar a Presidência de novo.
Nos seus discursos, fez várias referências aos quase 20 milhões de votos que recebeu em 2010, quando disputou a Presidência pelo PV.
A ex-senadora admitiu, na última sexta-feira, a intenção de concorrer em nome do lema da sustentabilidade. “Se para ele continuar sendo relevante for necessário sair em 2014, eu peço a Deus que me dê coragem para fazer de novo, porque não é fácil enfrentar uma batalha como essa”, afirmou.
Ela pediu que os movimentos sociais pressionem Dilma a vetar as mudanças no Código Florestal e criticou o governo ao cobrar propostas para a Rio+20. “O Brasil precisa definir qual é a sua posição.”
Sem partido e sem mandato, Marina teve ajuda do empresário Oded Grajew, um dos organizadores do fórum, que participou de ao menos três debates ao seu lado.
Em meio a ambientalistas, hippies e outras tribos, a ex-senadora passou por momentos de constrangimento. Uma das palestras terminou com um pedido da mediadora para que a plateia fizesse silêncio e fechasse os olhos para sentir a “pulsação do planeta”. Marina manteve os olhos abertos.
No próximo mês, ela viajará pelo Nordeste para fundar novos núcleos de seu movimento com a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).

ECONOMIA
INSS amplia lista da revisão
 Governo concede a outros 37.582 segurados o direito de receber por um erro de cálculo do Instituto entre 1998 e 2003

SÃO PAULO - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) incluiu, entre agosto e dezembro de 2011, mais 37.582 aposentados na lista de pagamento da revisão pelo teto. Esses segurados juntam-se aos demais 131 mil nomes beneficiados logo quando a revisão foi anunciada, totalizando a partir deste mês 168.582 com direito.
Para saber se está o segurado está entre os que entraram nesta nova lista, o aposentado pode consultar o site da Previdência ou ligar para o 135. O INSS não informou se todos os beneficiados já foram avisados da nova decisão por carta.

Segundo o instituto, o reajuste dos benefícios já foi pago para todos os que foram incluídos na lista, restando agora o passivo gerado pelo prazo em que o pagamento foi feito abaixo do valor.
No caso desses atrasados – diferenças não pagas nos últimos cinco anos –, quem tem até R$ 15 mil para receber ganhará o pagamento no dia 31 de maio deste ano, data em que será pago o próximo lote de atrasados.
Quem tinha atrasados de até R$ 6.000 e entrou na lista até o final de outubro já recebeu naquele mês, com o primeiro lote de atrasados, segundo o INSS.
Agora, o órgão ainda analisa mais 2.788 segurados, que têm nova chance de entrar na lista, mas não há prazo para a avaliação terminar.

Para o INSS, este deve ser o último lote dos que ainda poderão entrar na lista.

Se esses aposentados forem incluídos até amanhã e tiverem até R$ 15 mil como valor de crédito receberão no dia 31 de maio.
Quem entrar na lista depois disso receberá os atrasados só no penúltimo lote, marcado para o dia 30 de novembro.
No Rio de Janeiro, dois aposentados associados à Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj) foram incluídos na lista em 2011 e avisados por meio de carta.

REVISÃO
Depois de algumas brigas na Justiça, o governo Federal, por meio do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério da Fazenda (MF) e a Advocacia Geral da União (AGU), resolveu reconhecer o direito à revisão do teto previdenciário. O próprio Supremo Tribunal Federal (STF), no RE 564.354/SE, após análise de caso concreto de um segurado, deu razão ao pleito dos aposentados, pressionando o governo a instituir administrativamente o pagamento.
A revisão busca recompor, nas datas das Emendas Constitucionais nº 20/1998 e 41/2003, do valor dos benefícios limitados ao teto previdenciário na sua data de início. Foram selecionados, para a análise da revisão, os benefícios com data de início no período de 5 de abril de 1991 a 31 de dezembro de 2003, que tiveram o salário de benefício limitado ao teto previdenciário na data da concessão.

REAJUSTE
Reajuste O INSS começou a pagar neste mês os benefícios com o reajuste -de 14,13% para o piso e de 6,08% para os que ganham mais de um mínimo. Os extratos com os novos valores estão disponíveis para consulta no site do INSS.

Em Davos, todos de olho no Brasil

DAVOS – O interesse pelo Brasil evidentemente aumentou no Fórum Econômico Social, apesar da ausência da equipe econômica nacional. Se nos anos anteriores a China e a Índia figuravam como as preferidas do mundo emergente, agora os executivos e empresários estrangeiros aproveitam seus dias em Davos para buscar oportunidades no País. Com a crise no mundo desenvolvido, a estratégia é encontrar novos mercados capazes de gerar negócios.
O chefe de Operações Globais da Ernst & Young, John Ferraro, contou que Brasil foi o mercado onde a empresa mais cresceu no ano passado. Os negócios da companhia no País tiveram avanço de cerca de 40% em 2011 e despontaram como o destaque global do grupo. “Estamos muito otimistas com nossos investimentos”, disse à Agência Estado.
O presidente da BT para a América Latina, África e Oriente Médio, Luis Alvarez, afirmou que possui ambições para o País, onde atua na área de telefonia corporativa. A companhia britânica ampliou o contrato de serviços que possui com os Correios, continua desenvolvendo negócios com a Caixa Econômica Federal. “Estamos muito satisfeitos”, afirmou em Davos.
A crítica, entretanto, recai sobre a complexidade do sistema de taxação de impostos brasileiro. “Como estamos aqui em Davos falando de desenhar novos modelos, o Brasil deveria melhorar seu modelo de taxação”, acredita.
Empresários brasileiros presentes ao Fórum Econômico Mundial, como o banqueiro Roberto Setubal, também sentiram o assédio de interessados em fazer negócios no País. Além de uma voz mais atuante no contexto global, a curiosidade é ampliada pela crise externa. “Não é à toa que o interesse pelo Brasil é fenomenal”, afirmou o presidente da Braskem, Carlos Fadigas.
Apesar de todo o interesse externo, o governo brasileiro teve presença muito reduzida neste ano em Davos. A equipe econômica ficou de fora com a ausência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini – pela primeira vez em muitos anos um presidente do BC brasileiro deixa de ir. Estiveram presentes o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Nem mesmo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, foi a Davos, embora sua pasta tenha sido responsável, por meio da Apex, pela realização da tradicional festa de gala no sábado à noite. A “cultural soirée”, principal festa do Fórum, teve o Brasil como tema, num ambiente sofisticado, verde e amarelo.

CAPA DOIS
Dilma defende Estado palestino

SALVADOR – O governo brasileiro tem a convicção de que “a criação de um Estado palestino democrático e não segregador” é condição imprescindível para que haja paz no Oriente Médio. A afirmação foi feita ontem pela presidente Dilma Rousseff, em discurso na cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
A presidente destacou que o Brasil foi a primeira nação a apoiar a criação do Estado israelense. Dilma reconheceu que há necessidade de proteção das populações civis locais, mas que isso não pode ser feito num clima de intolerância. “Nações dignas desse nome só se construíram com liberdade, democracia e igualdade”, afirmou.
Em seu discurso, Dilma classificou o Holocausto como “um dos episódios mais violentos, trágicos e horripilantes” da história da humanidade e elogiou a Confederação Israelita do Brasil (Conib) por ter escolhido Salvador, na Bahia, como palco do evento, devido à história de lutas da cidade, símbolo de comunidade “que rejeita a discriminação”.
Segundo ela, a teoria de que parte da humanidade era melhor que a outra, defendida pelos nazistas, era a mesma que o Brasil enfrentou na época da escravatura. “Esse é o princípio de todas as guerras de genocídio”, declarou.

INTERNACIONAL
Dilma inicia giro por Cuba e Haiti

BRASÍLIA – A presidente brasileira, Dilma Rousseff, inicia hoje seu primeiro giro internacional de 2012 por Cuba e Haiti, onde terá que abordar temas espinhosos de imigração e direitos humanos que se interpõem a sua mensagem de cooperação econômica, sobretudo em Havana.
Dilma escolheu estes destinos – sem grande peso na agenda comercial do Brasil – em vez do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que foi concluído na semana passada.
Sua mensagem de “preferência pelos pobres” foi reforçada pela participação no Fórum Social, que, de maneira simultânea ao evento em Davos, reuniu grupos anticapitalistas em Porto Alegre. Dilma, uma ex-guerrilheira de esquerda que foi presa e torturada sob a ditadura (1964-1985) e que mantém um discurso muito ativo em favor dos direitos humanos, estará hoje e amanhã em Havana, onde se reunirá com o presidente Raúl Castro. A visita busca “aprofundar o crescente diálogo e cooperação bilateral, com ênfase na agenda econômica”, segundo a chancelaria brasileira.
Junto com a mensagem oficial, existe uma expectativa pelo que a presidente dirá ou deixará de dizer sobre a questão das garantias fundamentais, após receber um pedido de ajuda da dissidente cubana Yoani Sánchez, famosa por seu blog crítico ao governo cubano.
Sánchez pediu por escrito a Dilma que conversasse com o governo de Havana para que a permitam sair e assistir no Brasil à apresentação de um documentário sobre direitos humanos no dia 10 de fevereiro. O Brasil respondeu concedendo a ela autorização para sua entrada como turista, mas a sua saída ainda depende da autorização do governo, que no passado a impediu de viajar.
Dilma chegará na quarta-feira a Porto Príncipe para abordar com o governo haitiano a cooperação brasileira com o país mais pobre do continente, devastado por um terremoto há dois anos.

Inspetores chegam ao Irã para vistoria

TEERÃ – Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) começaram a chegar ao Irã ontem, para três dias de verificações nas instalações nucleares do país. Essa nova rodada de inspeções é considerada crítica, num momento em que os EUA e seus aliados intensificaram as sanções econômicas contra a república islâmica.
O grupo foi recepcionado no aeroporto de Teerã por alguns estudantes, que protestavam contra a vistoria estrangeira e defendia o direito do país persa de tocar seu programa nuclear.
Segundo a AIEA, os inspetores deverão visitar a instalação nuclear subterrânea de Qom, 130 km ao sul de Teerã. No começo de janeiro, o Irã havia anunciado o início das atividades de enriquecimento de urânio nesse laboratório, que é bem menor do que aqueles que o país já vinha operando há anos em Bushehr e Natanz, mas foi construído debaixo de uma montanha para resistir a eventuais ataques aéreos.
A delegação da AIEA inclui dois especialistas em armamentos, o francês Jacques Bauté e o sul-africano Neville Whiting. Embora o Irã, que é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, tenha aberto suas instalações nucleares a inspeções internacionais, a AIEA diz que o país não liberou todos os documentos relacionados a seu programa de energia atômica.
Ainda ontem, autoridades iranianas adiaram a proposta de uma lei para suspender imediatamente as exportações de petróleo para a Europa em retaliação ao embargo europeu. “Nenhuma lei foi escrita ou enviada ao Parlamento”, afirmou Emad Hosseini, porta-voz da Comissão de En

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