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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

06 de janeiro de 2012 - ESTADO DE MINAS


PRIMEIRA PÁGINA
Isolados

Temporais destroem pontes e acessos, impedindo ou tornando precária a ligação com várias comunidadesEnquanto o maior volume de chuva se deslocou para o Leste, atingindo principalmente Governador Valadares e Caratinga, na Região Central e Zona da Mata cidades ainda sofrem para atender populações presas pelos alagamentos em bairros e distritos. Na Grande BH, estão fechadas as saídas de Mário Campos para Betim e Brumadinho, que também têm áreas inacessíveis, assim como Moeda, Juatuba, Jeceaba, Congonhas, Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete e várias outras. Nos municípios mais castigados, escolas e igrejas estão cheias de desabrigados e desalojados das 3.301 casas danificadas e 101 derrubadas.

Verba de Pernambuco é o triplo da de Minas
No orçamento de 2012 do Ministério da Integração Nacional estão destinados para prevenção de desastres naturais R$ 81,4 milhões (11,5% do total) ao estado do ministro Fernando Bezerra e apenas R$ 27,7 milhões (3,9%) para Minas. Petrolina (PE), base eleitoral de Bezerra, receberá 38% das 60 mil cisternas plásticas compradas pelo ministério para o Nordeste e Minas

EDITORIAL
NOVAS CHUVAS, DRAMA ANTIGO
Cheias ajudam a piorar ainda mais as rodovias que cortam Minas

O fato de se repetir todos os anos não faz do estrago em rodovias causado pelas chuvas uma coisa normal, aceitável. Além de previsíveis, as chuvas são inevitáveis e, na verdade, bem-vindas, indispensáveis ao clima da região e à fertilidade do solo. Os feriadões do tempo seco reforçam ao longo do ano a constatação de que o país há anos vem tratando mal um de seus patrimônios mais valiosos: milhares de quilômetros de estradas asfaltadas, pontes, túneis, passagens rasgadas em colinas e elevados que serpenteiam montanhas. As estatísticas macabras são patrocinadas não apenas pela imprudência do motorista deseducado como pelas más condições de conservação e falta de atualização de vias que, de canais de escoamento da produção e de aproximação do desenvolvimento, tornam-se corredores da morte.
O que a chuva faz com as estradas é, na maioria dos casos, transformar o abandono e desleixo em fissuras, erosões, desabamentos e impedimentos por inundação.
Às tragédias e transtornos que causaram mortes e destruição a mais de 70 cidades mineiras, somam-se números também impressionantes de problemas de toda ordem nas rodovias que cortam o estado. Dono de ampla malha de estradas que garantem capilaridade ao transporte de passageiros pelo interior de Minas, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG) informa que até ontem pelo menos 96 trechos estavam com problemas, sendo que em 14 deles o trânsito foi totalmente impedido. É verdade que em muitos casos se trata de vias não pavimentadas, o que as torna naturalmente mais precárias. Ainda mais consequente é a situação das rodovias federais de Minas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) divulgou ontem relatório apontando problemas provocados pela chuvarada em 24 estradas federais. A maioria delas, nada menos do que 19, estão em Minas. É o caso da BR-356, próximo a Ouro Preto e Itabirito, com pelo menos três ocorrências que provocaram interrupções parciais, e em Ervália, com trânsito totalmente impedido. As BRs 534, em Campo Belo, 040, em Conselheiro Lafaiete, a 393 e a 116 (Rio-Bahia), na região de Além Paraíba, tiveram queda de barreiras e afundamento da pista.
E, para não deixar saudade dos velhos problemas, o Anel Rodoviário de Belo Horizonte, para o qual se reclamam a tanto tempo obras de ampliação e atualização para tirá-lo da condição de matadouro asfaltado, não ficou de fora. O piso sofrido e as obras de arte envelhecidas não resistiram a mais essa prova do tempo. A chuvarada não encontrou resistência para fazer estragos e agravou a situação das trincas na pista próxima ao Viaduto São Francisco, que passa sobre a Avenida Antônio Carlos. As trincas estão recebendo um selamento de emergência, mas todo mundo sabe que a situação do Anel Rodoviário não comporta mais maquiagens. Assim como os mais experientes sabem que o sol que brilhou ontem em Belo Horizonte não veio para encerrar a temporada de chuvas em Minas, ninguém se arrisca a dar respostas a pelo menos duas perguntas que não querem calar: o que mais falta para piorar as rodovias que cortam Minas, com ou sem chuva? Os atuais estragos podem pelo menos servir para mover o governo federal a uma nova postura em relação a esse patrimônio deixado ao relento?

POLÍTICA
Risco grande, verba curta
Com o maior número de municípios no país, Minas receberá quase um terço das verbas reservadas pelo ministro da Integração ao estado dele

Amanda Almeida

As chuvas de 2011 em Minas Gerais mataram 23 pessoas, afetaram 216 municípios e tiraram 40 mil moradores de suas casas, mas não foram capazes de equiparar o estado às maiores verbas do Ministério da Integração Nacional para 2012 destinadas a obras preventivas a desastres. Minas receberá quase três vezes menos do que Pernambuco, estado do responsável pela pasta, Fernando Bezerra. O estado com mais municípios no país é apenas o sétimo no ranking dos recursos do Programa de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres.
Aprovada pelo Congresso, a Lei Orçamentária Anual 2012 prevê R$ 27.700.000, ou 3,9% do total, do recurso para obras preventivas em Minas. Pelo mesmo programa, estão destinados R$ 81.407.796, ou 11,5% do total, para Pernambuco. Se a comparação com a verba de outros estados não é animadora, a execução do orçamento é ainda menos. No ano passado, foram gastos apenas R$ 314.053,79 em obras do Programa Prevenção e Preparação para Desastres, valor que nem era do orçamento de 2011, mas de restos a pagar de outros anos. Com pouco investimento em prevenção, o governo federal acabou gastando R$ 78,7 milhões em recuperação de cidades atingidas em 2011.
O Programa de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres é novo na pasta. Até o ano passado, as ações relativas aos desastres naturais eram focadas pelos programas Prevenção e Preparação para Desastre e Resposta aos Desastres e Reconstrução.
O Ministério da Integração Nacional não é a única pasta que destina verba para prevenção de enchentes. O Ministério das Cidades também tem programas do tipo. Mas, como mostrou o Estado de Minas ontem, a execução do orçamento da pasta passou longe do previsto. Fechou 2011 com apenas R$ 7,9 bilhões gastos frente à previsão que destinava R$ 19 bilhões para pasta. Já a Integração Nacional privilegiou Pernambuco.
Entre as ações previstas pela Integração Nacional em 2011, foram incluídas no orçamento 34 propostas dos estados e municípios afetados pela chuva, totalizando R$ 218 milhões. Oito dos projetos aceitos vieram de Pernambuco, que conseguiu reservar R$ 98 milhões dos cofres da União. Minas Gerais conseguiu aprovar apenas uma proposta, garantindo R$ 10 milhões em ação preventiva, fora do Programa de Prevenção e Preparação para Enchentes.

Desastre de volta antes das obras

Alice Maciel

Atingidas pelas águas neste janeiro, 26 cidades mineiras que integraram a lista das 109 em estado de emergência em 2011 ainda não tiveram as obras para recuperação dos desastres causados pelo período chuvoso anterior concluídas. Quatro delas,  incluindo Ervália, que voltou à lista de alto risco da Defesa Civil, ainda não receberam recursos do estado sequer para dar início às obras. Outras 10 só foram autorizadas a iniciar os trabalhos ontem. Até o momento, foram efetivamente aplicados apenas R$ 39,6 milhões dos R$ 70 milhões anunciados em fevereiro de 2011 pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra e pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) para os municípios atingidos pelas chuvas. O valor já investido equivale a 56,5% do previsto.
Ontem, representantes da Defesa Civil estadual se reuniram com agentes do governo federal pressionando-os para agilizar os procedimentos de reconhecimento, por parte da União, de situação de emergência nos municípios mineiros mais afetados pelas chuvas neste ano. A expectativa é facilitar a liberação de recursos da União para as cidades.
Hoje, o ministro volta a se reunir com o governador mineiro para discutir o tema. Ele encontrará uma situação bem semelhante à de 2011: já são 87 cidades em situação de emergência e oito mortes. Bezerra estará acompanhado do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Conforme uma fonte ligada a Anastasia, que não quis ser identificada, o governador quer pelo menos R$ 200 milhões do governo federal para atender as cidades prejudicadas.
Quando fez o acordo com Bezerra no ano passado, Anastasia destacou que o dinheiro – R$ 50 milhões do ministério e R$ 20 milhões do estado – seria aplicado na recuperação da infraestrutura das cidades atingidas, como vias públicas, estradas, pontes e casas. Entretanto, das 109 em emergência, apenas 30 tiveram as obras concluídas. Em 65, os trabalhos ainda estão em andamento e em 10 tiveram início ontem e em quatro nem sequer foram iniciados. Em entrevista na terça-feira, o governador creditou a demora ao "ritmo próprio" das empreitadas públicas.
Durante o encontro com o tucano no ano passado, o ministro Fernando Bezerra também garantiu que além dos recursos repassados para o trabalho de recuperação das cidades, outras ações seriam realizadas pelo governo federal. Entre elas, ele destacou a construção de casas para as famílias atingidas, além de ações de prevenção. Entretanto, Minas não recebeu nenhuma verba de prevenção pelo Ministério da Integração em 2011. As chuvas que arrasaram os municípios mineiros foram esquecidas pelo ministro. Ele não retornou a Minas depois de fevereiro para anunciar novas ações ou vistoriar como estava sendo aplicado o dinheiro liberado pela pasta. (Com A.A.)

Retorno em meio ao tiroteio

A presidente Dilma Rousseff antecipou o fim do período de férias na Base Naval de Aratu, em Salvador, e voltou para Brasília na tarde de ontem. De calça jeans e camisa preta, ela desembarcou do helicóptero no Palácio da Alvorada, com a mãe, Dilma Jane, e uma tia (foto). A presidente havia chegado à Bahia em 26 de dezembro e previa voltar à capital federal somente na terça-feira. Assessores do Palácio do Planalto afirmaram que a mudança de planos já era avaliada desde a semana passada e que não há relação com a situação das chuvas no Sudeste nem com os questionamentos ao ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional). Mas ainda ontem a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, se encontrou com a presidente e relatou providências que estão sendo tomadas para reduzir o impacto das enchentes. Antes do encontro com Dilma, que retornou de férias, Gleisi teve reunião com Bezerra e com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Retorno em meio ao tiroteio

A presidente Dilma Rousseff antecipou o fim do período de férias na Base Naval de Aratu, em Salvador, e voltou para Brasília na tarde de ontem. De calça jeans e camisa preta, ela desembarcou do helicóptero no Palácio da Alvorada, com a mãe, Dilma Jane, e uma tia (foto). A presidente havia chegado à Bahia em 26 de dezembro e previa voltar à capital federal somente na terça-feira. Assessores do Palácio do Planalto afirmaram que a mudança de planos já era avaliada desde a semana passada e que não há relação com a situação das chuvas no Sudeste nem com os questionamentos ao ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional). Mas ainda ontem a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, se encontrou com a presidente e relatou providências que estão sendo tomadas para reduzir o impacto das enchentes. Antes do encontro com Dilma, que retornou de férias, Gleisi teve reunião com Bezerra e com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

Hélio Costa sente dor e é internado

Isabella Souto

O ex-senador Hélio Costa (PMDB) foi submetido ontem a um cateterismo para desobstruir uma artéria do coração. Ele sentiu um dor forte no peito na noite de quarta-feira e foi levado pela família ao hospital, onde foi diagnosticado com um quadro de angina. Depois do procedimento o peemedebista foi internado na unidade de tratamento intensivo (UTI) do Biocor, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e apresenta quadro estável.
Os médicos diagnosticaram o entupimento de uma artéria secundária e foi feito o cateterismo com implante de um stent, um pequeno tubo feito de uma malha de metal posicionado na artéria para mantê-la aberta, garantindo o fluxo. No meio da tarde, Hélio Costa usou as redes sociais para falar sobre a doença. Em sua página no microblog Twitter, informou que passava bem e aguardava a liberação dos médicos para voltar para casa.
"Ontem não me senti bem e vim ao Biocor. Foi diagnosticado quadro de angina e recomendado cateterismo, o que foi feito com sucesso", postou. O político ainda agradeceu a todos que manifestaram desejo de melhoras e à equipe médica do hospital, que o atendeu com "eficiência e carinho".
Em nota divulgada no início da noite, a assessoria de imprensa do Biocor informou que Costa continuará em observação. "O ex-senador se submeteu a uma bateria de exames. Contudo, a família informa que ele está consciente e passa bem. Adiantamos que até o momento não há nenhuma intervenção cirúrgica prevista e também não há previsão de alta."
Hélio Costa foi eleito senador por Minas Gerais pelo PMDB nas eleições de 2002 e três anos depois deixou a cadeira para comandar, até 2010, o Ministério das Comunicações no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas eleições de 2010 para o governo mineiro foi derrotado por Antonio Anastasia (PSDB). Ele se candidatou a governador  outras duas vezes, em 1990 e 1994, mas não foi eleito.

ECONOMIA
BH registra a segunda maior alta na cesta básica em 2011
Tomate fechou o ano 96% mais caro e foi o principal vilão do indicador, que subiu 11,75% na capital entre janeiro e dezembro. Café, óleo de soja e leite também se destacaram

Paula Takahashi

A cesta básica em Belo Horizonte só não subiu mais que a de Vitória (ES), ao longo de 2011. Segundo dados do Dieese, os 13 itens que compõem o indicador fecharam o ano cotados em R$ 264,01 na capital mineira, elevação de 11,75% em relação a 2010. O resultado supera em quase 80% a inflação de 6,55% esperada para o período. A variação não é tão alta desde 2008, quando chegou a 12,43%. Das 17 capitais que integram a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, em três a escalada de preços superou os 10%. Em 2010, porém, o cenário foi compartilhado por 14 capitais, mostrando, por outro lado, um certo arrefecimento no último ano.
Boa parte da pressão veio do café e do óleo de soja, que tiveram aumento de preço em todas as cidades pesquisadas. Foi em Belo Horizonte que preço do café ficou mais salgado em 2011, com alta de 34,89%. A forte demanda asiática e a quebra de safra em importantes países produtores, como o Vietnã, estão entre as principais justificativas para a supervalorização do produto nos mercados interno e externo.
"Houve também problemas climáticos que atrasaram a floração dos cafezais. A seca prolongada no inverno foi a responsável pelo atraso da florada", explica o economista do Dieese-MG Carlindo Rodrigues de Oliveira. Maior produtor nacional de café, Minas Gerais foi amplamente afetado tanto pela atração exercida pelo mercado mundial, quanto pela influência do clima na produção.
O maior consumo no Oriente também ajudou a impulsionar os preços do óleo de soja. Segundo análise técnica do Diesse, "estoques mais reduzidos de soja e demanda expressiva da Índia, onde houve quebra da safra em função de forte calor, e da China contribuíram para o crescimento interno dos preços".
Mas nem café, nem óleo de soja, reinaram na primeira colocação como o produto que mais encareceu em 2011 em BH. A posição foi ocupada pelo tomate, que praticamente duplicou de preço, subindo 96% no período. O forte reajuste se repetiu em outras 15 capitais em todo o Brasil, com uma única exceção: Natal. Na capital do Rio Grande do Norte, o produto ficou 18,50% mais barato. "O tomate é muito sensível a variações climáticas. Sol demais, chuva demais ou seca demais afetam sua produção e qualidade", pondera Carlindo.
LEITE O fator clima, no entanto, não afetou apenas o tomate. Em 14 capitais brasileiras, o leite ficou mais caro em 2011, entre elas Belo Horizonte. Com alta de 9,95%, o produto apresentou a terceira maior elevação de preço no período, impulsionado principalmente pelas secas prolongadas que atingiram o estado entre os meses de julho e setembro. As previsões para 2012, porém, são mais animadoras. Relatório técnico do Dieese avalia que "como o período de verão é quando há maior produção de leite, caso a chuva dê trégua, pode haver estabilidade e até queda no preço nos próximos meses." Assim como o leite, a carne sofreu as consequências das intempéries climáticas que dificultaram a engorda do gado. O resultado foi alta de preços em 15 capitais.

Mínimo ideal
O Dieese estima que, para suprir as despesas das famílias brasileiras com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o salário mínimo necessário em dezembro seria de R$ 2.329,35. O valor corresponde a 4,27 vezes o mínimo vigente até então, de R$ 545. No mesmo mês de 2010, os rendimentos mensais deveriam corresponder a R$ 2.227,53, segundo o Dieese,  para suprir as necessidades básicas.

Usiminas investe em nova indústria
Subsidiária da empresa vai produzir vagões em Congonhas

Marta Vieira

Com o firme propósito de disputar fatia significativa do aquecido mercado de vagões ferroviários no Brasil, a Usiminas Mecânica, fabricante de bens de capital do grupo Usiminas, anunciou, ontem, o projeto da sua segunda unidade fabril no segmento. A empresa vai colocar em operação as instalações de uma antiga fábrica de estruturas metálicas e vagões que estava desativada havia cerca de dois anos em Congonhas, na Região Central de Minas Gerais. A nova capacidade instalada será de 3 mil vagões por ano, volume que pode até superar a meta inicial, se confirmada a forte demanda pelo produto esperada no país, informou o diretor executivo da Usiminas Mecânica, Guilherme Muylaert.
Os serviços de infraestrutura da fábrica ficarão a cargo da empresa RCC Holding, que assinou acordo com a coligada do grupo Usiminas e investirá R$ 32 milhões. As instalações industriais foram arrendadas por 15 anos, com possibilidade de renovação. Serão gerados 180 empregos na etapa inicial da fábrica, que, no pico da operação, chegará a empregar 600 pessoas. O negócio foi uma solução estratégica para a Usiminas Mecânica se consolidar no mercado de vagões ferroviários, num curto prazo, já que a unidade industrial deverá entrar em funcionamento entre junho e julho.
"Entramos há alguns anos nesse negócio, investimos recentemente na fundição de peças e agora vamos fornecer vagões completos, com maior valor agregado. A demanda no Brasil promete ser grande e temos acordos encaminhados", afirmou Guilherme Muylaert. Projeções da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) indicam potencial de vendas internas anuais de 4,5 mil vagões nos próximos 10 anos. A Usiminas Mecânica está trabalhando com uma carteira de pedidos superior a 700 vagões para a Eldorado Celulose e a Vale, que estão sendo fabricados na unidade mantida pela empresa em Santana do Paraíso, no Vale do Rio Doce, mesma região onde opera a usina siderúrgica do grupo.
A fábrica de Congonhas ocupará 11 mil metros quadrados de área construída. O aço consumido na unidade será fornecido pela fábrica de Ipatinga e boa parte dos componentes – travessas, laterais, hastes de ligação, engates e braçadeiras – sairão da linha de moldagem inaugurada em dezembro na fundição da Usiminas Mecânica, com investimentos de R$ 50 milhões.

Produção volta a ter expansão
Depois de registrar taxas negativas nos três últimos meses, a produção industrial brasileira cresceu 0,3% em novembro, na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a produção tem alta de 0,4% e, em 12 meses, de 0,6%. Apesar de o resultado ter sido positivo, a queda acumulada nos três meses anteriores não foi recuperada, segundo o IBGE. Foram registradas quedas de 0,1% em agosto, 1,9% em setembro e de 0,7% em outubro, segundo dado revisado.
Na comparação mensal, 18 tipos de atividade apontaram crescimento na produção, com destaque para máquinas e equipamentos (4%), "recuperando parte da perda de 9,3% assinalada nos dois últimos meses" e veículos automotores (1,5%), edição e impressão (3,4%), produtos de metal (3,9%), farmacêutica (3,3%), outros produtos químicos (1,6%), vestuário (9,4%) e indústrias extrativas (1,7%).

Águas de dique alagam um bairro
Cheia do Rio Muriaé, em Campos, no Rio de Janeiro, destroi represa e expulsa 1,2 mil famílias de suas casas

Campos – As cerca de 4 mil pessoas que vivem na localidade de Três Vendas – cerca de 1,2 mil famílias –, em Campos dos Goytacazes (RJ), precisaram abandonar ontem suas casas às pressas para fugir de uma inundação causada pelas águas do Rio Muriaé. Para chegar à comunidade, a água destruiu um trecho de 30 metros da rodovia BR-356, que fica a cerca de 600 metros do bairro. A estrada funcionava como um dique para represar o rio, embora, segundo o órgão que a administra, não tenha sido projetada nem adaptada para exercer essa função.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo alagamento. Assim que a rodovia foi rompida, na altura do km 119, a Defesa Civil de Campos, bombeiros e o Exército foram mobilizados para auxiliar os moradores a deixar a comunidade. Segundo a Prefeitura de Campos, até no começo da noite de ontem, quando o volume de água em Três Vendas chegava a cerca de 40 centímetros, aproximadamente 300 das 1 mil famílias haviam deixado o local rumo a três abrigos oferecidos pela prefeitura.
Outras famílias se mudaram para a casa de parentes ou amigos, e mais 300 haviam decidido ficar em seus imóveis, porque temem que eles sejam saqueados. As casas desse grupo estão situadas em áreas mais altas da comunidade, onde a chance de alagamento é menor. A previsão da Defesa Civil é de que, ao se acumular, a água atinja dois metros de altura.
"Coloquei os móveis e meus dois cachorros no segundo andar. Minha mulher foi para a casa de amigos, mas eu vou continuar",  afirmou o carpinteiro Pedro Cordeiro, de 51 anos. Já o soldador Noel Bonifácio, de 41 anos, preferiu sair de Três Vendas. "É melhor deixar minha família segura, e os móveis eu coloquei em cima da laje", contou.
Ao longo da rodovia havia móveis espalhados por moradores que aguardavam veículos para ajudar a transportá-los. O mercado do comerciante Carlos Augusto de Araújo foi um dos primeiros imóveis alagados. "Consegui salvar muita coisa, mas o prejuízo mesmo estará no tempo sem trabalho, porque as contas continuarão chegando", afirma.

Enquanto isso...
Sol castiga o Sul

Mais de 650 mil pessoas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina já foram afetadas pela estiagem que atinge a região desde dezembro do ano passado, segundo dados da Defesa Civil de cada estado. No Rio Grande do Sul, 47 municípios já decretarem estado de emergência e o número de vítimas da estiagem chega a 282.861. Outros 28 municípios já entregaram à Defesa Civil a Notificação Preliminar de Ocorrência (Nopred). Em Santa Catarina, mais de 130 municípios estão no foco da estiagem e entre eles 44 cidades decretaram situação de emergência e 375.246 pessoas foram afetadas pela falta de chuvas. No Paraná, sete municípios já mandaram a Nopred. Segundo a Defesa Civil, a seca prejudica principalmente a agricultura da região e ainda não há número de moradores afetados.

Tempo ainda ruim para os capixabas

Vitória – No Espírito Santo, 25 municípios foram afetados pelas chuvas. Segundo o balanço da Defesa Civil, até a manhã de ontem 201 pessoas estavam desabrigadas e 758, desalojadas. No estado, 569 edificações foram danificadas ou destruídas. Ibatiba, Domingos Martins e Itarana decretaram situação de emergência.
Desde dezembro de 2011 as chuvas causam danos ao Espírito Santo. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a previsão é de chuva até o fim de semana.
A chuva forte continua trazendo transtornos e prejuízos para os moradores de Vitória e Cariacica, na Grande Vitória. No Bairro Jardim Camburi, na capital, várias ruas ficaram alagadas depois da chuva que caiu na noite de quarta-feira. Pedestres e motoristas tiveram dificuldades em passar pelo local.
Na rodovia Norte-Sul, na capital, também teve alagamento. Muitos motorista passaram em cima do canteiro, da ciclovia ou retornaram na contramão para fugir da água. Em Cariacica, a rodovia José Sette ficou embaixo d"água em frente ao Terminal de Itacibá. Os ônibus continuaram entrando e saindo sem dificuldades, mas para muitos motoristas e pedestres foi um problema transitar pela rodovia.
No Norte do estado, a chuva ainda não deu trégua. Em Rio Bananal, as propriedades rurais foram severamente castigadas pelas águas. Algumas lavouras de café e outras plantações inteiras estão alagadas. Os produtores rurais estão preocupados com o excesso de chuva. O município deve gastar R$ 100 mil para recuperar os danos provocados pelas chuvas. A prefeitura informou que os reparos nas estradas começam a ser feitos assim que a chuva parar e que 100 pessoas continuam desalojadas em Rio Bananal.
Acima do nível O nível do Rio Doce, em Colatina, atingiu a cota de inundação. Segundo a prefeitura do município, na medição de ontem, o índice era de 627 centímetros acima da cota, que é de 520 centímetros. Foi emitido um alerta aos moradores e comerciantes das áreas próximas.
Cerca de 100 pessoas estão desabrigadas em Ibatiba, no Sul do Estado. Segundo a Defesa Civil, 40 famílias estão desalojadas e 700 pessoas estão impossibilitadas de sair de suas residências. Ao todo, mais de três mil pessoas foram afetadas pelas chuvas em Ibatiba.

GERAIS
Como sair?
Enchentes e destruição de estradas, ruas, pontes e casas isolam moradores de muitos municípios na região metropolitana, Zona da Mata e Região Central

Paola Carvalho, Thaís Pacheco e Luiz Ribeiro

Os temporais que castigam Minas Gerais deixaram uma triste herança de destruição e sofrimento: inundações, estradas e ruas interditadas, queda de pontes, deslizamento de encostas, crateras, muito prejuízo, moradores isolados em vários regiões, seja pelas enchentes, seja pela impossibilidade de voltar para casa. Desde outubro, são oito mortes no estado em decorrência da chuva. Pelo menos 37 municípios estão com abastecimento de água comprometido ou precisam de reforço no atendimento médico. O drama se espalha principalmente pela Grande BH, Zona da Mata e Região Central. São tristes histórias de quem perdeu tudo e precisa retomar a vida normal. A situação é dramática em Guidoval, na Zona da Mata, engolida pela cheia do Rio Xopotó.
Em Mário Campos, na região metropolitana, cerca de 60 famílias estão "presas" fora de suas casas e se abrigam em escolas e lares de conhecidos. O nível do Rio Paraopeba começa a baixar, mas ainda fecha passagens e inunda casas. "As saídas para Betim e Brumadinho foram interrompidas pelas águas", informou Maria Efigência Mendonça, da Defesa Civil. Empresas não recebem produtos nem conseguem entregar mercadoria.
Na vizinha São Joaquim de Bicas, a chuva deixou a família do comerciante Waldeci dos Santos, de 44 anos, ilhada em sítio próximo de ribeirão que deságua no Paraopeba. "O rio encheu, deu retorno e transbordou. No caminho que costumo fazer, a água subiu quase um metro. De três saídas sobrou uma, bem mais longe e em péssimas condições. Eu corri risco para sair de lá, mas deixei minha esposa e filha para trás em segurança", disse.
Perto dali, em Brumadinho, muita gente foi resgatada de barco. Vinte e quatro horas sem comida e sem água foi a situação enfrentada por 20 famílias, no limite entre o Bairro de Farofas, em São Joaquim de Bicas, e o Fecho do Funil, trecho da estrada que liga Mário Campos a Brumadinho. A chuva arrastou as casas na beira do Paraopeba. O técnico de programação Guilherme Moreira viu a água subir acima do muro de sua casa, com três metros de altura. Até ontem, não podia ir para o trabalho porque a chuva inundou a estrada. Ontem, ficou em casa para limpar o barro.
No único posto de gasolina que não foi invadido pela água, dos 14 funcionários, apenas dois conseguiram trabalhar entre segunda e ontem. Um deles ficou no local desde o início da chuva e só foi para casa hoje pela manhã, quando a água baixou a ponto de liberar o acesso.
A chuva também provocou estragos no Leste do estado. Em Governador Valadares, o Rio Doce subiu mais de três metros e inundou vários bairros. Mais de 200 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. E a previsão para os próximos dias é de que o nível do rio suba mais.
ISOLADOS Em Congonhas, na Região Central, a inundação do Rio Maranhão, afluente do Paraopeba, 500 famílias estão desalojadas. São duas pontes e cerca de 20 ruas interditadas por deslizamentos, informou o secretário de Gestão Urbana, José Vicente Santana. Em Belo Vale, várias casas também ficaram submersas. Uma família teve de ser resgatada por helicóptero.
Em Moeda, também na Região Central, a enchente alagou casas e nos 11 quilômetros que ligam o Centro da cidade à BR-040 são 35 desmoronamentos de encostas, segundo o prefeito Jânio Acir Moreira (DEM). "Estamos com máquinas nas estradas rurais para abrir acesso à população, pois ainda há localidades ilhadas", disse. Em Juatuba, na Grande BH, a MG-050 foi interditada no sentido Betim. Um bairro virou rio e tem gente usando caiaque para chegar em casa.
Em Conselheiro Lafaiete, 50 famílias estão em escolas e no ginásio poliesportivo e há 12 pontos de alto risco, de acordo com o prefeito José Milton de Carvalho Rocha (PSDB). A comunidade de Gage, longe do Centro da cidade, ficou ilhada, pois a ponte que leva até lá caiu. O povoado, que fica entre o rio e a linha férrea, é acessado por uma composição de manutenção, cedida por uma empresa de logística. "O vagão leva comida, medicamento, fraldas e traz pessoas", disse.
Nos municípios atendidos pela Copasa, 10 cidades ainda estão com o abastecimento de água prejudicado pelos problemas causados pela chuva: Astolfo Dutra, Belo Vale, Dores do Turvi, São João do Manhuaçu, Guaraciaba, Guidoval, Guiricema, Visconde do Rio Branco, Itapiriçu e Cisneiros. O serviço foi restabelecido em Divinópolis, Barão de Cocais, Ubá e Cataguases.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que intensificou o atendimento em 27 municípios. Foi liberado hipoclorito de sódio (cloro) para desinfecção de água para consumo humano, enviado soros para atendimento emergencial.

Ouro Preto sem gua e energia
A sina da professora universitária Sílvia Gonçalves, de 28 anos, que tentava deixar Ouro Preto, na Região Central, rumo a BH, já dura quatro dias e ilustra como a chuva deixou bairros e distritos praticamente isolados, sem água para beber e cozinhar, energia elétrica, gasolina ou ônibus. O pior efeito foi o deslizamento de encosta na entrada da cidade que matou dois taxistas e soterrou parte da rodoviária na terça-feira. "Moro em BH, mas sou de Ouro Preto. Minha casa fica a um quilômetro da rodoviária e tenho de dar tantas voltas que levo 20 minutos para chegar de táxi, por causa das ruas interditadas e caminhos fechados por barrancos", conta Sílvia. Ontem, ela conseguiu comprar passagem de ônibus e foi avisada pela companhia que levaria cinco horas de viagem passando por um desvio em Santa Bárbara, pela BR-381. "Tentei ir embora na segunda-feira, mas a BR-356 estava bloqueada. Na terça e na quarta caíram barreiras na BR-040 (Itabirito) e na MG-129 (Ouro Branco). Estou perdendo aulas de mestrado na UFMG e por isso vou arriscar ir embora hoje", disse.
Embarques e desembarques estão sendo feitos no pequeno terminal turístico, antes do bloqueio. Desde o Natal o aposentado Almir Lourenço Alves, de 75 anos, sofre com os transtornos trazidos pelo deslizamento de um barranco de cerca de 80 metros sobre a Rua 13 de Março. "O poste caiu e ficamos sem luz. A água faltou e estão arrumando, mas falta direto. Amanhã mesmo (hoje), disseram para guardar porque vai faltar. Ônibus nenhum passa mais por aqui", reclama.
A comunidade do seu bairro, também chamado 13 de Março, numa das áreas mais íngremes de Ouro Preto, também sofre. Para chegar ao Centro, eles levavam 20 minutos de ônibus antes do bloqueio. "Hoje a gente fica uns 40 minutos descendo as pirambeiras a pé. Para voltar, é só subindo morro que não acaba mais. Se for de carro, precisa fazer um desvio que leva quase uma hora", afirma o mestre de obras José de Oliveira, de 59.
As obras de reparos da rodoviária tiveram de cortar o fornecimento de água no Centro Histórico e no Bairro São Cristóvão. Um desmoronamento de encosta interrompeu o fornecimento para os distritos de Cachoeira do Campo e Amarantina. De acordo com a prefeitura a expectativa é de que hoje o fornecimento seja normalizado. (Mateus Parreiras)

INTERNACIONAL
Cortes na Defesa
Obama declara que redução do orçamento militar não vai impedir que os EUA mantenham a superioridade mundial

Renata Tranches

Brasília – Depois de uma década de guerra, o presidente Barack Obama quer 10 anos de redução no orçamento da Defesa dos Estados Unidos. Ao anunciar a nova estratégia do setor, o líder afirmou que o foco da política externa norte-americana sai do Oriente Médio e se volta para a Ásia e para o Pacífico. Apesar das grandes reduções aventadas, Obama garante que seu país manterá a superioridade militar. Contemporâneo ao início do processo eleitoral nos EUA, o plano deixou claro que a atual administração apostará todas as fichas na economia, castigada por um orçamento doméstico apertado e tema favorito dos opositores republicanos na corrida para tirar o democrata da Casa Branca.
Em uma rara aparição na sala de imprensa do Pentágono, o presidente defendeu a estratégia militar que se afasta dos conflitos da era George W. Bush – guerras do Iraque e do Afeganistão – e enfatiza o poderio naval e aéreo no Pacífico e no Estreito de Ormuz, a fim de contrabalançar China e Irã. Com este último, os EUA vivem atualmente uma troca de ameaças que analistas têm considerado uma espécie de "Guerra Fria". Teerã ameaçou fechar o estreito, principal rota marítima do petróleo mundial, e conduziu uma série de exercícios militares na região. Washington reagiu, mantendo a navegação de seus porta-aviões por Ormuz, rumo a suas bases no Kuweit.
Segundo a estratégia anunciada, o orçamento do Pentágono deve ser cortado em cerca de US$ 487 bilhões no prazo de 10 anos e se refletirá na redução do número de soldados. "Mas o mundo inteiro deve saber: os Estados Unidos vão manter sua superioridade militar, com Forças Armadas que serão ágeis, flexíveis e prontas a reagir ao conjunto de circunstâncias e ameaças possíveis contra os interesses do país", disse o presidente. O plano de cortes será detalhado em um projeto a ser apresentado este mês.
FUTURO Em carta que acompanhou o anúncio da nova estratégia, Obama deixou claro que sua preocupação é priorizar os desafios da economia norte-americana. Ao mesmo tempo, garantiu que os EUA "não repetirão os erros do passado, quando suas forças armadas foram mal preparadas para o futuro". A declaração foi uma resposta às críticas dos republicanos, que acusam-no de sucatear o setor. Segundo ele, o Pentágono passará por reformas e dará ênfase no combate ao terrorismo, na proliferação nuclear, na proteção ao território norte-americano e na "detenção de qualquer potencial adversário". Áreas como ciberespaço, forças de operações especiais e inteligência não sofrerão cortes.
Desde 11 de setembro de 2001, os gastos com Defesa nos EUA tiveram um grande salto. Obama afirmou ontem que o fim da guerra do Iraque e a redução de tropas no Afeganistão foram uma oportunidade para reequilibrar as despesas. Enquanto briga pela reeleição, o presidente tenta impulsionar o crescimento econômico e reduzir o nível de desemprego no país, que ameaça seu segundo mandato. Ontem, o líder pôde comemorar a informação de que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA tiveram queda de 15 mil na semana passada – sinal de que o mercado de trabalho pode estar melhorando.
O foco na região Ásia-Pacífico já havia sido antecipado pelo presidente durante visita à Austrália, em meados de novembro. "As reduções orçamentárias não ocorrerão às custas desta região crucial", afirmou o presidente. Na opinião do major-general Edward Atkeson, veterano em estratégia militar e ex-chefe dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, a decisão foi acertada. "Os EUA têm sido, há um bom tempo, o país mais poderoso militarmente do mundo e, agora, essa supremacia pode ser desafiada pela nova potência chinesa", explicou, em entrevista. "Não vejo nenhum conflito se desenvolvendo entre esses dois países hoje, mas poderá (ocorrer) no futuro."
Para o estrategista, é importante que os Estados Unidos "deem um passo de cada vez" para não afrontarem Pequim ou outros países da região. Por isso, ele elogia a decisão de enviar "poucos (250) marines" à base norte-americana na Austrália, no ano passado. "Apenas para lembrar que os EUA são o país mais poderoso do mundo", afirmou o general.

Moradores de Nasiriyah choram a perda de parentes na explosão que atingiu peregrinos xiitas
Máquina enxuta

490 mil
Total de soldados que serão dispensados da ativa, segundo o plano de Barack Obama. Hoje, existem 1,445 milhão de militares nas Forças Armadas dos EUA

US$ 450 bi
Total de cortes que serão feitos no Orçamento do Pentágono. Mais US$ 500 bilhões poderão ser reduzidos, dependendo do Congresso.

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