Pesquisar

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

24 de janeiro de 2012 - JORNAL DO COMMERCIO



PRIMEIRA PÁGINA

Mais protesto, medo e confusão
Centro voltou a ter dia de tumulto em novo confronto entre PMs e manifestantes. Três jovens foram detidos

Planos de saúde abaixo da crítica
Com a última edição divulgada em outubro, o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) revelou que dos 1.103 planos de saúde no Brasil, 40% deles apresentaram desempenho péssimo e ruim, contra 32% com desempenho bom e ótimo e 28%, médio. Os dados fazem parte do Relatório do Programa de Qualificação da Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde (ANS) e estão disponíveis para o consumidor. Como a maioria dos planos ainda apresenta um desempenho insatisfatório, o cliente pode se defender pesquisando sobre a saúde de sua operadora. Ou seja, antes de fechar contrato, é bom dar uma passadinha no site da ANS para se informar.

Reunião de Dilma
Na primeira reunião ministerial do ano, a presidente dá prazo de seis meses para que as pastas apresentem um sistema de monitoramento em tempo real de seus programas

COLUNAS
JC Negócios
A mulher do gás no comando

Certo, Maria das Graças Silva Foster, é mulher, amiga da presidente Dilma Rousseff, da casa onde entrou como estagiária e até já trabalhou como técnica embarcada numa plataforma e dura no relacionamento. Muito dura para quem a conhece de perto, o que talvez explique sua afinidade com a presidente. Mas só se cacifou para presidente da empresa porque seu desempenho como gestora da área de energia e gás é extraordinário.
Pouca gente lembra, mas a Petrobras queimou bilhões de metros cúbicos de gás porque não encontrava mercado para eles. Foster foi uma das responsáveis por mudar o perfil da companhia nessa matriz e consolidou a empresa a ponto dela não estar mais presa aos estoques da Bolívia. Assim, para saber porque a senhora Foster se cacifou à presidência é preciso olhar o balanço da empresa nos últimos anos na área de gás. A Petrobras é hoje uma das mais competitivas do mundo porque investiu pesado na área.
A senhora Foster com seu estilo sargentão chamou a atenção de Dilma e até virou fonte de consultas sobre como pensa a comunidade Petrobras. Mas chegou lá porque deu resultados numa área que não tinha importância até bem poucos anos. A casa está em festa por ter de novo uma “nativa” no comando.


ARTIGOS
Podre BBB

Rivaldo Paiva

Chegamos a 12 edições – um fenômeno de acinte às famílias distintas deste País. Sabem quem é nosso Big Brother? Ou Bial ou Boninho (o chicote só bate nas costas do mais fraco e Bial só está ali para pegar numa grana grossa). Isso também não impede de ficarmos de boca aberta quando ele chama aqueles pilantras participantes de “meus heróis”. Faça isso não, Pedro, pois conheço sua cultura literária e sei que você há muito se sai como verdadeiro ator comandando o programa – a sua cara que aparece em close na telinha não é a sua verdadeira cara, mas o dinheiro fala mais alto e não condeno. Você é o bode expiatório, todavia os verdadeiros causadores dessa falta de vergonha e indecência são outros.
Aliás, o mundo já teve seu Big Brother, W. Bush. E agora esperamos para ver quem vai ser o novo dono do mundo, pois o vencedor dessa idiotice nem de fandango pode ser varredor. Falando em Tio Sam, revi a história do casal Rosenberg, julgado e condenado à morte por espionagem pelos gringos americanos, ou seja, por passar (disseram) informações científicas à época da Grande Guerra sobre a bomba atômica para os soviéticos. Pois bem, cheguei à conclusão que, se verdade, o casal fez um significante bem ao mundo, pelo menos até não muito tempo atrás. Assim levou os dois países a uma Guerra Fria, precisamente com a Guerra das Coreias. Nada além do que um equilíbrio de forças entre as duas grandes nações, que já possuíam o poderoso artefato e então um tinha medo do outro para alívio da humanidade.
O outro Big Brother foi o de Orwell que estancou no seu 1984 – acreditava o mesmo, quem sabe, não haveria tal desequilíbrio de mando entre os vencedores e aquinhoados com a derrota de Hitler. Muito que ótimo. Inspirando-me nisso, acho que o respeito entre todas as partes preliantes pela vitória final em quaisquer segmentos da vida na ideológica batalha do bem contra o mal garantiu a paz mundial para todos até agora.
É meio paradoxal, mas forças iguais amparam a tranquilidade da sociedade em cada país. Veremos, por conseguinte, que esse advento da Globo (digo por justiça, é a melhor rede de televisão, quiçá do mundo), faz-nos acreditar que alguns dos seus maiorais não só pensam no dinheiro que arrecadam como contribuem para um atraso maior na educação do povo. Alimentam mais ignorância e também ibope por ser a grande maioria das pessoas inúteis, por isso iletradas, e por fim “bolsistas do PT” – aí não trabalham e nem estudam. Só assistem esses tipos de programas ridículos que só mostram sexo (quase explícito), bebedeiras, sarros e farras chapadas e, pasmem, até estupro já houve. E nenhuma autoridade se manifesta – que país safadinho é este nosso, hein? É de desanimar.
Só está faltando o(a) vencedor(a) – “herói” ou “heroína” – fazer strip-tease no palco eletrizante de luzes, com plateia de parentes e amigos histérica, abraçar ou beijar Bial (coitado), “balançar as coisas” e gritar sob aplausos: “Agora tô rico(a), vou virar ator (atriz) de novela, e pra vocês telespectadores do Brasil, aqui, ó!”. Plim-plim...
Rivaldo Paiva é escritor

EDITORIAL
Recife violento

Chacinas, assaltos a bancos, explosão de caixas eletrônicos, roubos de carros, furtos em ônibus, invasões de prédios, grades e cadeados nas escolas e o temor visível nas ruas, onde as casas e prédios são protegidos como fortalezas e automóveis passam blindados contra o perigo armado nos semáforos. A população da capital pernambucana tem convivido com um cotidiano estressante, indigno de uma das mais importantes metrópoles do Nordeste. Mesmo assim, apesar do susto do cidadão não ser mais novidade, e sim, infelizmente, rotina, foi com preocupação que recebemos a notícia de que o Recife ocupa uma posição nada lisonjeira no ranking de violência planetária: estamos em 32º lugar, numa lista que traz 14 cidades brasileiras entre as 50 maiores taxas de homicídios no mundo. Estamos piores do que Fortaleza, Macapá, Curitiba, Goiânia e Belo Horizonte. Das 50, 40 se encontram na América Latina, o que reflete uma realidade social que contradiz, em parte, o desenvolvimento econômico obtido pelas nações da região.
Os números assustadores saltaram da frieza estatística em pesquisa realizada pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. Maceió é a terceira do ranking, liderando os homicídios no País, com 135 mortes para cada 100 mil habitantes. A capital alagoana perde apenas para Ciudad Juarez, no México, com 147 por 100 mil, e San Pedro Sula, em Honduras, com 158 por 100 mil. O índice recifense chega a 48 homicídios para cada 100 mil pessoas, comparável aos de Cuiabá, João Pessoa, São Luís e Manaus. Um pouco atrás de Maceió aparecem as capitais do Pará, do Espírito Santo e da Bahia. Belém apresenta uma taxa de 78 mortes por 100 mil e ocupa o décimo lugar do ranking mexicano. Vitória está em décimo sétimo (67/100 mil) e Salvador, em vigésimo segundo (56/100 mil).
Por incrível que pareça, o resultado da pesquisa foi considerado positivo pelo secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, para quem a nona posição nacional deve ser vista como avanço para uma cidade que já foi a campeã brasileira da violência. Entre 2000 e 2010, o Estado saiu da primeira posição para a quarta no ranking nacional, reduzindo a taxa de 54 para 38 por 100 mil, segundo pesquisa do Instituto Sangari divulgada no último mês de dezembro. Nesta lista, o Recife aparece como a quarta capital mais violenta, com 57 mortes por 100 mil. Damázio explica que a alimentação dos dados leva em conta os falecimentos ocorridos aqui, mesmo que os crimes tenham sido perpetrados em outros lugares. E isso termina empurrando a estatística de homicídios para cima. Seja como for, os cadáveres contabilizados expõem os limites do Pacto pela Vida, programa integrado do governo estadual que merece todos os elogios, mas carece de resultados que se traduzam em tranquilidade para a população.
O quadro de violência no Recife ainda é inaceitável. E ilustra um cenário de conflito urbano que fez com que o Brasil dobrasse, entre 1980 e 2010, o índice de homicídios, produzindo mais vítimas do que muitas guerras em curso no planeta.

POLITICA
Costa insiste: não discute pesquisa

Débora Duque
dduque@jc.com.br

O resultado do novo levantamento sobre a sucessão municipal no Recife, realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) em parceria com o JC, não tirou o sorriso do prefeito João da Costa. Pelo menos, publicamente. Em que pese o cenário desfavorável à sua reeleição, apontado pela sondagem publicada no domingo (22), o petista chegou bem-humorado e sorridente à solenidade de entrega da Medalha do Mérito Capibaribe, no Teatro Santa Isabel, ontem à noite. Não quis, entretanto, comentar os números da pesquisa que, entre outras coisas, apontam uma forte rejeição do eleitorado à sua gestão e, de quebra, o favoritismo do antecessor e ex-padrinho político, João Paulo (PT), numa eventual disputa em 2012.
“Olhe, pela décima, milésima vez, vocês já devem estar enjoados, mas desde a última campanha (2008), eu digo que não comento pesquisa. Eu já disse a vocês que não vou ficar tratando de sucessão todos os dias porque eu sou o prefeito. Tem gente que não é o prefeito e pode se dar ao luxo de discutir isso pra lá e pra cá. Mas eu tenho que cuidar das coisas da cidade”, afirmou, sem demonstrar irritação. Segundo o petista, cuja administração é reprovada por 52% dos entrevistados, o “tempo certo” de debater a eleição do Recife ainda não chegou. “Só depois do Carnaval, lá pra março”, disse.
João da Costa também se negou a tecer comentários sobre um dado curioso da pesquisa, que revela que 20% dos eleitores enxergam em João Paulo – responsável por “bancar” a candidatura do sucessor, em 2008 – o político que “melhor representa a oposição” à atual gestão. De forma genérica, Costa disse apenas que “não está preocupado com quem faz oposição”.
Ontem, o gestor fez a entrega da Medalha do Mérito Capibaribe, a mais alta comenda municipal, ao ex-ministro da Ciência e Tecnologia (2005-2010) Sérgio Resende e ao vereador Liberato Costa Júnior (PMDB) que, aos 94 anos, exerce seu décimo mandato no Legislativo municipal. Já Resende é ligado politicamente ao PSB e professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “É um reconhecimento à contribuição que essas duas figuras, em diferentes espaços, deram à cidade. Uma homenagem muito justa”, assinalou João da Costa.

Após o Carnaval, Lula encara briga dos Joões
ELEIÇÕES Ex-presidente e líder maior do PT recebe o governador Eduardo Campos e promete discutir o “caso Recife”, após os festejos do Carnaval. Divisão na Frente preocupa

Sheila Borges
sborges@jc.com.br

Que a decisão final sobre a escolha do candidato da Frente Popular à Prefeitura do Recife passa, necessariamente, por uma conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Eduardo Campos (PSB) ninguém duvida. Mas, ainda não foi dessa vez que os dois chegaram a um acordo sobre o assunto. O líder maior do PT e o presidente nacional do PSB tiveram um encontro ontem, em São Paulo, no Instituto Cidadania. Foi a primeira vez, desde que Lula iniciou o tratamento contra um câncer de laringe, que Eduardo conversou pessoalmente com o ex-presidente, com quem mantém relação de muita proximidade.
Na ocasião, Lula reafirmou que se reunirá com o governador para debater o quadro sucessório no Recife logo após o Carnaval. Não ficou definido, contudo, se essa conversa acontecerá em São Paulo ou em Pernambuco. De acordo com fontes palacianas, Lula está preocupado com a falta de unidade no PT. O diretório municipal defende o nome do prefeito João da Costa como candidato natural à reeleição, enquanto setores da corrente majoritária do diretório estadual – a Construindo um Novo Brasil – apoiam uma outra alternativa, que poderia ficar entre a indicação do ex-prefeito e deputado federal João Paulo ou a do senador Humberto Costa.
A situação ficou mais delicada, após a divulgação dos números do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), publicada pelo JC no domingo (22), apontando um amplo favoritismo de João Paulo e uma forte rejeição a João da Costa. Isso porque o Palácio trabalha, no bastidor, em prol do atual prefeito. Eduardo acredita que a recondução do chefe do Executivo municipal favorece o seu projeto político em 2014, que é o de eleger o próprio sucessor e o de pavimentar um voo mais alto, rumo ao Palácio do Planalto.
Eduardo Campos ainda não comentou oficialmente os números da pesquisa JC/IPMN, mas foi informado dos resultados e das repercussões. Nos bastidores, o sentimento que predomina no Palácio é que o processo político, com o atual cenário, está “em aberto”. Do lado governista, João da Costa ainda não conseguiu recompor a Frente Popular e permanece com a árdua tarefa de construir uma imagem positiva de gestor. O PTB, do senador Armando Monteiro, não quer se alinhar a João da Costa, mas também não tem um nome competitivo para apresentar como alternativa. Do lado da oposição, também falta, segundo o Palácio, um pré-candidato que tenha força suficiente para ameaçar os planos de Eduardo e da Frente Popular. O governador retoma hoje a agenda de trabalho no Recife, após ficar uma semana fora. A expectativa é que os últimos acontecimentos sobre a sucessão no Recife dominem as conversas com auxiliares e aliados.

FHC diz que Aécio é o nome natural para 2014

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apontou o senador mineiro Aécio Neves como “candidato natural” do PSDB à Presidência em 2014. Em entrevista à revista britânica The Economist, FHC prevê uma “luta interna muito forte” entre Aécio e o ex-governador de São Paulo José Serra pela indicação do partido nas eleições nacionais.
Em uma conversa com a jornalista Helen Joyce, chefe do escritório da revista em São Paulo, realizada no dia 12 de janeiro, o ex-presidente destaca a importância de unidade dentro do PSDB para a escolha de seu candidato daqui a três anos. Questionado sobre quem seria o “candidato natural”, FHC respondeu sem rodeios: “Aécio Neves”.
O tucano não retira Serra da disputa, indicando que “as coisas ficarão mais claras depois das eleições municipais”. No entanto, FHC indica que o ex-governador pode desistir da disputa para promover a renovação do partido e chega a compará-lo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputou a Presidência diversas vezes.
“No caso do PSDB, o ex-governador Serra desempenha o papel do Lula: ele tem coragem, ele gosta de competir. Eu não sei até que ponto ele vai estar convencido de que isso não é para ele, que deve abrir espaço para os outros”, avaliou o ex-presidente.
Já a participação do governador paulista Geraldo Alckmin na disputa nacional de 2014 foi praticamente descartada por FHC. O ex-presidente criticou a campanha tucana à Presidência em 2010, quando Serra foi derrotado por Dilma Rousseff no 2º turno. Ele afirma que “o PSDB cometeu erros enormes” e insinua que o fracasso se deveu ao isolamento de Serra no partido.

ECONOMIA
Bônus pode chegar a R$ 500

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) lançou a terceira etapa do projeto Energia Verde, para redução do consumo de energia. Na compra do ar-condicionado, refrigerador e freezer com o selo Procel – que garante maior eficiência energética – , o consumidor pode receber um bônus entre R$ 240 e R$ 500 na compra ou na conta de energia. No ato da inscrição, o consumidor ainda ganha seis lâmpadas fluorescentes.
Dessa vez, a campanha não inclui a troca de televisores. Até agora, a campanha já beneficiou mais de 6,6 mil clientes e já foram trocados mais de 7 mil eletrodomésticos. Outros 1,8 mil equipamentos serão trocados nessa etapa.
Para ganhar o bônus, o consumidor tem que entregar o aparelho usado à Celpe e fazer uma doação entre R$ 36 e R$ 84, que pode ser cobrado em 12 vezes na conta de energia. O valor é repassado à Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane). Podem participar da campanha, os clientes residenciais que tiveram consumo médio acima de 100 quilowatts-hora (kWh) no último trimestre e que estão com as contas de energia em dia.
Os bônus poderão ser usados na compra de aparelhos de ar-condicionado (383), refrigeradores (1435) e freezers (62). A Celpe investiu aproximadamente R$ 1,8 milhão nessa terceira etapa, e a economia de energia prevista é de 3 mil megawatts-hora por ano (MWh/ano), o equivalente ao consumo mensal do município de Nazaré da Mata.
O ar-condicionado é trocado por modelo de potência equivalente. Os aparelhos antigos (modelo janela) podem ser trocados por split. E as geladeiras de uma porta também podem ser trocadas por modelos de até duas portas e frost free, contanto que tenham consumo menor que o antigo.
Diferentemente das edições anteriores, o cliente que quiser o desconto deve adquirir o produto novo no ato da assinatura do contrato. As lojas parceiras são a Eletro Shopping (filial 14 – Rua da Palma), Insinuante (filial 281 – Rua da Concórdia) e Magazine Luiza (Rua da Concórdia). Nelas, o cliente recebe o desconto na compra. Nesse caso, a loja também recolhe o aparelho antigo quando fizer a entrega do novo.
Os clientes residentes no Recife, em Olinda ou em Jaboatão dos Guararapes que comprarem em outras lojas, devem se inscrever nas redes credenciadas para receber o bônus na conta de energia. E precisam entrar em contato com a Celpe para o recolhimento do aparelho antigo através do telefone 3231-4678.
“Os clientes podem comprar os aparelhos em outros locais, mas devem levar a nota fiscal comprovando a compra do item com o selo Procel”, explica a gestora de eficiência energética da Celpe, Lídice Carvalho.
Os moradores de outros municípios também precisam se inscrever nas lojas parceiras e entrar em contato com a Celpe para agendar a entrega do equipamento antigo na unidade do Bongi. Nesse caso, o cliente é responsável pelos custos do transporte.

Veja o desempenho dos planos de saúde

Com a última edição divulgada em outubro, o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) revelou que dos 1.103 planos de saúde no Brasil, 40% deles apresentaram desempenho péssimo e ruim, contra 32% com desempenho bom e ótimo e 28%, médio. Os dados fazem parte do Relatório do Programa de Qualificação da Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde (ANS) e estão disponíveis para o consumidor. Como a maioria dos planos ainda apresenta um desempenho insatisfatório, o cliente pode se defender pesquisando sobre a saúde de sua operadora. Ou seja, antes de fechar contrato, é bom dar uma passadinha no site da ANS para se informar.
Isso é possível através do link http://www.ans.gov.br/index.php/planos-de-saude-e-operadoras/informacoes-e-avaliacoes-de-operadoras/consultar-dados. Neste endereço o cliente vai digitar o nome do plano de saúde que pretende obter informações. O programa pesquisa a operadora e mostra através de gráficos simples, e em cores que variam de vermelho (pior) a verde (melhor), o desempenho da empresa em relação a quatro itens básicos.
O primeiro é sobre atenção à saúde. Neste artigo, a ANS mede os processos e práticas realizados pelo plano em relação a acesso a serviços e atendimento dado aos usuários. Em estrutura e operação, a agência avalia o desempenho da empresa em relação a sua estrutura oferecida. Em econômica-financeira é acompanhado o equilíbrio da companhia, informação importante para se ter ideia se a contratada terá condições de entregar o serviço que vende. O último quesito tem a ver com a satisfação dos beneficiários, verificando os motivos de satisfação ou não dos usuários.
Apesar do desempenho fraco, em outubro, a ANS considerava que as operadoras estão melhorando. Segundo a agência, nos últimos três anos, o percentual de operadoras médico-hospitalares nas duas faixas de melhor avaliação do IDSS pulou de 11%, em 2007, para 32%, em 2010. E nas operadoras exclusivamente odontológicas, o percentual de empresas nas maiores faixas de IDSS passou de 13%, em 2007, para 29%, em 2010.
Em dezembro, a ANS alterou o peso das quatro dimensões do IDSS. Com as modificações introduzidas pela Resolução Normativa 282, o peso dos itens ficou assim: atenção à saúde passou de 50% para 40%, econômico-financeira passou de 30% para 20%, estrutura e operação pulou de 10% para 20% e satisfação do beneficiário saiu de 10% para 20%. Ou seja, a agência diminuiu um pouco o grau de importância da atenção à saúde e saúde econômica e aumentou a participação da estrutura e satisfação do usuário no índice.

PREVIDÊNCIA
Aposentado acumula perda salarial de 75%

Hoje é Dia dos Aposentados, mas categoria só tem queixas a fazer. As perdas nos benefícios desde 1994 e a falta de negociação com o governo Dilma são duas delas
Hoje, Dia dos Aposentados, esse segmento da população assiste, mais uma vez, o começo de um filme ruim reprisado anualmente desde 1994. Cerca de 9 milhões de trabalhadores que penduraram suas chuteiras com um benefício acima do salário mínimo (R$ 622) acumulam desde aquele ano perdas de aproximadamente 75%. O custo de vida aumenta, mas a aposentadoria dessa parcela dos segurados recebe apenas a variação da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Agora em 2012, apesar das promessas de novas negociações do governo federal feitas no final do ano passado, nenhuma conversa oficial foi agendada.
A questão do reajuste real das aposentadorias acima do mínimo é tida como fundamental para a categoria, explica o diretor de Finanças da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Nelson Ozório. “O trabalhador se aposentou anos atrás com oito salários. O fator previdenciário já reduz o benefício entre 30% e 40%. E, em três ou quatro anos, o valor está bem menor. Valorizamos a política de reajuste do salário mínimo, mas ao longo da vida, quem contribuiu em cima de dez salários, quer receber ao longo de sua aposentadoria, dez salários”, comentou.
Na prática, cada vez mais os valores que antes equivaliam a pouco mais que um salário mínimo, ficam mais próximos do piso. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, aproximadamente 311 mil aposentados se viram nessa situação no ano passado.
Um estudo realizado pela Cobap aponta como modo viável de recuperação das perdas vincular o reajuste de quem recebe acima do mínimo ao aumento da arrecadação federal. “Isso traria hoje um ganho real de 7% para os aposentados”, contabiliza Ozório.
Os argumentos do governo para empurrar essa discussão moram lá fora: extraoficialmente, há um temor de que os reflexos da crise internacional no Brasil sejam mais severas, portanto, qualquer medida que aumente os gastos estaria suspensa.
Além disso, há outro fator político determinante. O Poder Executivo federal está todo empenhado em aprovar o mais rápido possível o fundo complementar para os servidores federais no Congresso, apontado como saída para reduzir o déficit de R$ 56 bilhões registrado ano passado no pagamento de aposentadorias e pensões dos funcionários públicos da União. Nesse contexto, as discussões sobre recuperação nas perdas fica em segundo plano.
“Já era para termos sentado e conversado com o governo. Nós, da Cobap, e todas as centrais sindicais estamos esperando um comunicado para voltar a discutir o assunto”, acrescentou Ozório. O reajuste dado aos aposentados que recebem acima do mínimo foi votado nos 45 minutos do segundo tempo, no dia 6 de janeiro de 2012.
O percentual de 6,08% acompanhou a variação do INPC de 2011 e representa um aumento de R$ 7,6 bilhões nos gastos da Previdência.

Suape perde linha direta com a Ásia

A Hamburg Süd-Aliança/Maersk suspendeu a linha de navegação direta entre a Ásia e o Porto de Suape. Lançado há apenas quatro meses, o serviço foi interrompido em função da crise econômica global. O último navio atracou no complexo no último dia 5. Desde que foi iniciada, a linha contribuiu para aumentar as operações de transbordo (quando um navio grande atraca no porto e redistribui a carga para embarcações menores, que seguirão para outros destinos) do Tecon Suape.
O gerente da Hamburg Süd no Nordeste, Norbert Bergmann, diz que o valor do frete não acompanhou o aumento de custos, principalmente os reajustes nos preços dos combustíveis. “Isso sem falar nos reflexos da crise econômica nos negócios das companhias marítimas”, reforça o executivo, afirmando que dependendo do comportamento do mercado o serviço poderá ser retomado no segundo semestre.
Geralmente, as linhas que vêm da Ásia fazem transbordo no Panamá, em Santos (SP) ou em Sepetiba (no Rio de Janeiro). Com a nova linha, parte desse transbordo migrou para Suape. De acordo com o presidente do Tecon Suape, Sérgio Kano, o principal destino da carga era a Zona Franca de Manaus.
Em 2011, as operações de transbordo registraram a maior participação nos 10 anos de história do Tecon. O volume mais que dobrou, com a participação saindo de 11% em 2010 para 23%. O volume de transbordo que antes não passava de 37 mil TEUs (unidade padrão para um contêiner pequeno, de 20 pés), chegou a 100 mil no ano passado. A perspectiva é que outra linha direta com a Ásia seja suspensa, a do armador China Shipping, que também começou a operar no ano passado, com escala em Suape.

MEDITERRÂNEO
Em tempos de crise para as companhias marítimas, a Hamburg Süd e a MSC decidiram unificar seus serviços para o Mediterrâneo e a Costa Leste da América do Sul. O serviço, que começou a operar este mês, será realizado por oito navios com capacidade para 5.900 TEUs (unidade para um contêiner pequeno, de 20 pés), sendo um da Hamburg Süd e os outros sete pela MSC.
“A novidade é que a linha terá uma parada no Porto de Tangier, no Marrocos”, diz Norbert Bergmann. O novo serviço inclui o Porto de Suape. O novo serviço permitirá uma cobertura mais abrangente dos portos na América do Sul e se conectará às rotas da Hamburg Süd do Leste do Mediterrâneo e Meio Oeste através do porto marroquino de Tangier.

Argentina dificulta importação do país

BUENOS AIRES – O governo argentino publicou ontem no Diário Oficial a regulamentação da norma que aumenta a burocracia de todas as importações do país a partir de 1º de fevereiro. A União Industrial Argentina (UIA) havia solicitado à Casa Rosada o adiamento da entrada em vigor da exigência de declaração prévia informando à Receita Federal sobre qualquer compra. Na prática, a norma equivale à aplicação de licenças não automáticas para todas as compras externas do país.
A Resolução 3.252, denominada “janela única eletrônica”, fixa um prazo de dez dias para aprovar as solicitações das importações.
De acordo com o texto, a medida pretende unificar as operações de comércio exterior e estabelecer “um regime comercial mais seguro, propenso a um novo enfoque de trabalho e associação entre as aduanas, organismos governamentais e empresas, orientado à facilitação do comércio internacional”.
O grande temor dos empresários, no entanto, é que o governo comece a atrasar a aprovação das declarações, como faz com os produtos sob regime de licenças não automáticas, cujo prazo de análise permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) é de 60 dias. Porém, na Argentina, há demoras de 180 dias ou mais.
Na sexta-feira, o presidente da UIA, Ignácio de Mendiguren, disse que se reuniu com o secretário de Comércio Interior do Ministério de Economia, Guillermo Moreno, e que enviou carta ao titular da Receita, Ricardo Echegaray, solicitando o adiamento da medida.
Mendiguren explicou que há insumos importados que não podem ser substituídos pela produção local. A UIA teme que vários setores da indústria nacional fiquem paralisados por falta de insumos, como ocorreu há duas semanas com a fábrica da Fiat.

BALANÇA
A balança comercial da Argentina com relação ao Brasil registrou déficit de US$ 4,242 bilhões em 2011, o que representou um aumento de 20% com relação ao ano anterior, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto de Estatísticas e Censos (Indec).

BRASIL
Polícia do DF muda foco de investigação

BRASÍLIA – A Polícia Civil do Distrito Federal desdobrou a investigação sobre a morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira, e trabalha com a hipótese de homicídio culposo.
Duvanier morreu na última quinta-feira, de parada cardíaca, quando dava entrada no Hospital Planalto, em Brasília. Antes, teria passado por outros dois hospitais, que teriam negado atendimento por não serem credenciados por seu plano de saúde.
A Delegacia do Consumidor (Decon), que já apurava o caso, ficará centrada na possível exigência do cheque caução para que Duvanier fosse atendido. Já a 1ª Delegacia de Polícia investigará a causa da morte. A pena máxima para homicídio culposo é de quatro anos, maior que os 18 meses para crimes de omissão de socorro qualificada, linha com a qual a Decon vinha trabalhando.
A ANS encerrou sua apuração no caso sem constatar falhas. Informou que o Geap, plano do secretário, não era credenciado pelos hospitais. Assim, não se pode falar em negativa de cobertura.

Sargento gay é absolvido em processo

BRASÍLIA – Os sargentos homossexuais Fernando Alcântara e Laci Araújo tiveram nova vitória em mais um capítulo da batalha travada contra o Exército brasileiro. Após audiência ontem, a Auditoria Militar de Brasília absolveu Araújo do crime de injúria, que teria ocorrido contra uma procuradora da Justiça Militar, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar em 2010.
O sargento alegou, diante de militares e autoridades civis, que a procuradora teria sido denunciada por improbidade administrativa. “O Conselho Permanente de Justiça considerou que o crime de injúria exige que a ofensa seja dolosa, com a intenção de ferir a dignidade da vítima. Para o conselho, esse não foi o caso do sargento Laci, que no momento de sua prisão encontrava-se extremamente alterado e em estado de estresse intenso”, explica nota divulgada no site do Superior Tribunal Militar (STM).
Agora, Alcântara e Araújo pretendem virar o jogo e entrar com processo contra a procuradora por danos morais.

CIDADES
Novas regras para registro de agrotóxico

Os estudos sobre resíduos de agrotóxicos em alimentos, elaborados pelas empresas para registrar esse tipo de produto no Brasil, terão que seguir metodologias semelhantes às adotadas internacionalmente. A norma está fixada em resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada ontem no Diário Oficial da União.
A norma fixa todas as condições técnicas a serem observadas pelas empresas na condução dos estudos de resíduos de agrotóxicos em alimentos, tais como: critérios para preservação de amostras, apresentação de estudo de estabilidade de agrotóxico na cultura e curva de dissipação.
Com isso, a Anvisa espera garantir mais segurança na condução das análises de resíduos de agrotóxicos em alimentos. De acordo com o diretor da agência, Agenor Álvares, os estudos em condições inadequadas aumentam o custo e o tempo de análise dos produtos.
Com essa regra, os estudos de agrotóxicos em alimentos no País passam a seguir as recomendações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).



ESPORTES
Rápidas - Fifa confirma uso de tecnologia em campo

A tecnologia eletrônica para detectar se a bola ultrapassou a linha de gol vai ser mesmo utilizada nos jogos da Copa do Mundo de 2014. Serão colocadas câmeras, que indicarão se a bola entrou. A confirmação foi feita pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista à revista alemã Kicker. “No Brasil, teremos a tecnologia para a linha de gol”, garantiu o cartola. Blatter explicou que os árbitros receberão, no exato momento em que a bola ultrapassar a linha, um sinal sonoro avisando sobre a marcação do gol. O uso da tecnologia está na pauta da reunião da International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol, nos próximos dias 2 a 3 de março.

INTERNACIONAL
Relação com Brasil é de normalidade

BRASÍLIA – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse ontem que vê “normalidade” na relação do Brasil com o Irã, tanto política quanto comercialmente. O chanceler brasileiro evitou comentar a declaração de Ali Akbar Javanfekr, porta-voz pessoal do presidente Mahmud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna, afirmando que a diplomacia do governo Dilma Rousseff “destruiu anos de boas relações”.
Patriota afirmou que o governo brasileiro tem mantido contatos recentes com o representante do Irã e não há sinais de estremecimento. “Eu tenho tido contatos normais com os iranianos. Na assembleia geral da ONU foi o chanceler iraniano que pediu para em ver. Ele me telefonou no dia 7 de setembro para desejar felicidades. Na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio recebi autoridades iranianas e identifiquei interesse numa boa relação comercial e política”, declarou Patriota após cerimônia no Palácio do Planalto.
A fala do porta-voz surpreendeu o governo brasileiro, que não identifica abalo nas relações entre os dois países nem mudanças significativas entre o tratamento no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e na atual gestão.
Questionado se produtos brasileiros estão enfrentando barreiras iranianas, o ministro não quis responder. Ele comentou ainda que chamou Ahmadinejad para a Rio+20, mas não assegurou a presença dele na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, sediada no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário