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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

17 de janeiro de 2012 - ZERO HORA


PRIMEIRA PÁGINA
Piratini pedirá revisão das tarifas de pedágio

Piratini propõe tarifas menores

Piratini propõe tarifas menores
Apesar de falar em nova licitação, governo faz hoje contraproposta ao Univias, que tenta garantir a prorrogação dos contratos

Em reunião marcada para hoje, na Capital, o governo gaúcho retomará as negociações com o Consórcio Univias em torno do novo modelo de pedágios em discussão no Estado. Durante o encontro, o Piratini pedirá alterações na proposta inicial apresentada pelo grupo, sinalizando a disposição de prorrogar os contratos. Sem um plano B, os representantes das empresas – detentoras de 63% das concessões – planejam ouvir a contraproposta e estudar uma alternativa.
Na nova rodada de discussões, o coordenador executivo da Assessoria Superior do Governador, João Victor Domingues, vai solicitar às concessionárias que refaçam os cálculos apresentados em novembro – quando sugeriram reduzir o preço cobrado de R$ 6,70 para R$ 4,40 nos polos Metropolitano, de Caxias e de Lajeado.
Em resumo, o governo quer tarifas diferentes para cada praça. Nos polos de maior movimento, há a expectativa de que o valor possa ficar abaixo de R$ 4,40. Se isso ocorrer, crescem as chances de um acerto – embora Domingues evite o assunto:
– Manter a negociação não quer dizer que estamos fechando um acordo. Não afastamos a ideia de uma nova licitação, mas também não queremos uma disputa judicial sem fim.
O fato é que o Piratini vive um dilema. Nos bastidores, teme o ônus político da prorrogação. Por outro lado, não tem recursos para arcar com o passivo que condiciona o fim dos contratos. A saída seria um acordo capaz de contemplar promessas do governador Tarso Genro, entre elas o fim da praça de Farroupilha, a queda das tarifas e a garantia de obras.
As empresas sabem disso e seguem dispostas a negociar. Na reunião de hoje, segundo o advogado Ricardo Breier, representante do Univias, nenhuma nova proposta será apresentada. Apesar disso, técnicos avaliarão as sugestões em busca de uma solução.
– Mudar a proposta é uma operação complexa, mas é possível. O interesse das empresas é acertar a permanência – afirma Breier.
A possibilidade de prorrogação preocupa integrantes do Conselhão, entre eles o conselheiro Cesar Chagas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil no Estado:
– Queremos uma alternativa justa e esperamos ser ouvidos pelo governador antes de qualquer decisão.

juliana.bublitz@zerohora.com.br
JULIANA BUBLITZ

Lei que fixa gastos na saúde entra em vigor
Pelas novas regras, Estados têm de aplicar 12% no setor, sem maquiagens

Com 15 vetos, a presidente Dilma Rousseff sancionou ontem a regulamentação da emenda constitucional que fixa os gastos obrigatórios do governo federal, dos Estados e dos municípios com o sistema público de saúde. Significa que a partir de agora prefeitos e governadores não poderão mais usarem artifícios para maquiar gastos no setor.
A nova lei define quais ações podem ser contabilizadas como gastos em saúde e prevê punição para quem descumprir as novas regras. Pelo texto aprovado pelo Congresso em dezembro, permanece para a União a regra segundo a qual o governo deve aplicar na saúde o valor empenhado (reservado para gasto) no orçamento anterior, acrescido da variação nominal do produto interno bruto (PIB).
Um dos vetos da lei, sugerido pelos ministérios do Planejamento e da Fazenda, retirou o artigo que prevê "créditos adicionais" para a saúde na hipótese de revisão do valor nominal do PIB.
Segundo os ministérios, "a necessidade de constante alteração nos valores a serem destinados à saúde pela União pode gerar instabilidade na gestão fiscal e orçamentária".
A proposta terá maior impacto nos cofres dos Estados. O percentual obrigatório que eles devem investir é 12% da receita. O Rio Grande do Sul já anunciou que não tem recursos a curto prazo. A partir de agora, os Estados não poderão contabilizar como gastos de saúde despesas como o pagamento de aposentadorias e restaurantes populares para alcançar esse percentual. A expectativa é de que para cumprir as novas regras os governadores e prefeitos vão desembolsar R$ 3 bilhões ao ano.
Novo imposto foi rejeitado no Congresso
Durante a tramitação da lei no Congresso, deputados e senadores derrubaram da proposta a previsão da criação de um novo imposto para a saúde, chamado de Contribuição Social à Saúde (CSS).
A Câmara já tinha deixado a CSS sem a base de cálculo, na prática inviabilizando a cobrança do novo tributo. Mas o texto como fora aprovado pelos deputados ainda permitiria que um projeto de lei complementar apresentado ao Congresso pudesse instituir a base de cálculo para o imposto. Com as mudanças feitas no Senado, no entanto, a criação de um novo tributo terá que começar do zero.
Entre os vetos na lei, cinco fazem referências à CSS. A justificativa é que como o imposto foi retirado no Congresso tais trechos carecem "de qualquer efeito prático".
Brasília

Maria do Rosário faz aulas para recuperar CNH

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, está fazendo aulas noturnas no Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal como requisito para recuperar a carteira de habilitação. O documento da ministra estava vencido. Além disso, ela acumula multas por estacionar em local proibido.

As informações foram divulgadas ontem pelo Jornal da Globo e pelo site G1.

– Se andar na lei é obrigação de todo o cidadão, é ainda mais para quem exerce funções públicas. Por isso estou aqui, na sala de aula de noite – disse a ministra.
Rosário não é a primeira ministra a ter de voltar a sala de aula do Detran para poder recuperar a carteira. Na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sem carteira de habilitação há dois anos, começou a fazer aulas também no Detran-DF.
Em férias no ministério, ele teve o documento suspenso em decorrência de multas por uso de celular enquanto dirigia, conforme relatou o próprio ministro:
– A gente sabe que não pode e faz.
Para fazer as aulas em Brasília, Rosário precisou de uma autorização do Detran do RS, onde ela obteve a habilitação.

Ministra faz cirurgia para combater câncer

Responsável pela área de Comunicação Social do governo de Dilma Rousseff, a ministra Helena Chagas afirmou ontem ter sido submetida a uma cirurgia para retirada de um carcinoma (câncer que afeta tecidos e glândulas) na mama. O câncer foi detectado em exame de rotina, e a intervenção ocorreu no final do mês passado.
A ministra disse que não terá necessidade de fazer quimioterapia. Ela deve apenas se submeter a exames periódicos a cada três meses. Há 18 anos, ela já foi diagnosticada com o mesmo tipo de câncer, teve de passar por cirurgia semelhante, mas também não houve necessidade de quimioterapia.
No ano passado, outro ministro de Dilma, Mendes Ribeiro (Agricultura), também foi diagnosticado com câncer. Ele retirou um tumor no cérebro em outubro. A própria Dilma também foi diagnosticada com um câncer no sistema linfático em 2009, também já tratado. Outra integrante da equipe ministerial que já fez tratamento contra o câncer foi Tereza Campello (Desenvolvimento Social).
Dilma deve fazer sua primeira reunião ministerial do ano na próxima semana. A expectativa é de que ela reúna sua equipe de governo na segunda-feira.
De acordo com a Secretaria de Comunicação do Planalto, Dilma realiza nesta semana reuniões setoriais com os ministros para discutir o trabalho das pastas, como uma prévia para o encontro.
ECONOMIA
P-55 chega a Rio Grande
Partindo do Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, casco da plataforma percorreu cerca de 4 mil quilômetros em 26 dias

Uma nova plataforma para exploração de petróleo começará a ser construída no polo naval. Atracou ontem no porto de Rio Grande o casco da P-55, que será a maior estrutura a operar na costa brasileira.
Pelos próximos 30 a 40 dias, o pórtico do Estaleiro Rio Grande, no sul do Estado, terá como vizinho o casco da plataforma P-55, a primeira do tipo semissubmersível a ser inteiramente construída no Brasil. Entre o fim de fevereiro e o início de março, a estrutura de 44 metros de altura e 94 metros em cada lado ganhará o reforço dos módulos, que estão sendo finalizados em Rio Grande, em uma das maiores obras da indústria naval mundial.
Em pouco mais de seis horas, a plataforma cruzou o canal de acesso ao porto e atracou no cais sul, bem próximo ao Estaleiro Rio Grande. A passagem pelos molhes da barra encantou centenas de turistas e curiosos, que lotaram as rochas do local para ver a chegada da estrutura, durante a manhã de ontem.
Por 26 dias, o casco foi conduzido por rebocadores oceânicos, pelos cerca de 4 mil quilômetros que separam o Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, do polo naval gaúcho. Em Rio Grande, oito rebocadores menores comandaram o caminho da estrutura, que não tem motores. A operação de atracação foi finalizada à tarde, com a participação de 50 homens e foi coordenada pela Capitania dos Portos de Rio Grande.
Nos próximos dias, o casco permanecerá ancorado enquanto aguarda por ajustes e pela finalização dos módulos, além da resolução de trâmites burocráticos. "A partir de agora, os desafios são ainda maiores", comentou, em nota, Miguelângelo Thomé, diretor-geral da Quip – empresa responsável pela construção da plataforma.
Módulos vão ser içados a 50 metros de altura
A empresa espera realizar o mating (denominação do processo de acoplamento entre casco e módulos) ainda durante o verão. A operação, que será realizada dentro do dique, é inédita no país. Os módulos, que pesam 17,5 mil toneladas, serão içados a pelo menos 50 metros de altura e encaixados no casco. Para isso, o dique, que está vazio, será inundado para a entrada do casco e, depois, novamente esvaziado. A previsão é que a P-55 permaneça no dique até junho. Depois, será deslocada novamente para outro ponto do canal, para ser finalizada. A expectativa é que deixe Rio Grande em dezembro.
A P-55 será instalada no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Terá capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia. De acordo com a Petrobras, cerca de 6 mil pessoas trabalharam na construção da plataforma, tanto nos módulos quanto no casco. A obra teve início em janeiro de 2008.
rafael.diverio@zerohora.com.br
RAFAEL DIVERIO | Rio Grande/Casa Zero Hora

Indústria calçadista prevê avanço
Venda de 85% da produção para o mercado interno faz empresários projetarem expansão em 2012

O aumento na compra de calçados pelos brasileiros resulta em otimismo na indústria calçadista do país neste ano. As projeções de bons negócios estão amparadas nos números das vendas de 2011.
Enquanto o consumo no mercado interno cresceu 7%, as vendas de algumas indústrias do Estado saltaram além dos 30%. Reunidos na 39ª Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro – Couromoda, em São Paulo, os empresários esperam agora é ver 2012 mantendo o ritmo, e que novos postos de trabalho sejam abertos.
Com a renda das famílias crescendo em média 7,5% ao ano, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, o mercado interno já compra 85% do calçado produzido no Brasil.
Com sede em Sapiranga, a Paquetá fabrica atualmente calçados com as marcas Dumond, Capodarte, Lilly"s Closet, Atelier Mix e Ortopé.
– Estamos diversificando marcas e abrindo mais lojas monomarcas. Nos últimos cinco anos, crescemos 80% em faturamento e para 2012 esperamos algo em torno de 20% – diz o superintendente de marcas da Paquetá, Leandro Mosmann.
Mesmo que o ano passado tenha terminado com receio de desaceleração, o diretor comercial da Kildare, Fernando Alano, prevê crescimento de 12% neste ano para a empresa de Novo Hamburgo. Em 2011, a Ramarim abriu 1,5 mil vagas. Com sede em Nova Hartz, a empresa tem 8 mil funcionários e pode abrir novos postos.
A Piccadilly, de Igrejinha, prevê aumento de funcionários, baseada na expectativa de crescer o faturamento em cerca de 25% neste ano.
– Todas as nossas fábricas estão no Rio Grande do Sul, foco dos nossos investimentos, e abrimos uma nova indústria em Santo Antônio da Patrulha – afirma o diretor comercial da Piccadilly, Marlon Martins
O repórter Álisson Coelho viajou para São Paulo a convite da Couromoda

O evento
39ª Couromoda
- Quando: até quinta-feira
- Onde: Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo
- Horários: hoje e amanhã, das 10h às 20h, e quinta-feira, das 10h às 17h
- Público: aberto somente a lojistas, empresários e pessoas que comprovarem ligação com o setor
alisson.coelho@zeroha.com.br
ÁLISSON COELHO | São Paulo


Vulcabras, da Índia, pode vender para o Brasil

A compra de uma fábrica de calçados na Índia, em abril passado, faz parte da estratégia da Vulcabras de conquistar o mercado do país asiático, disse o diretor-presidente da Vulcabras, Milton Cardoso, admitindo a possibilidade de exportar para o Brasil calçados e componentes produzidos na cidade de Chennai.
– Pode haver exportação para o Brasil, se isso for viável – afirmou Cardoso, na Couromoda.
O empresário, que também preside a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), citou que outras empresas do setor montaram fábricas fora do Brasil, em especial na América Central, para aproveitar acordos comerciais que países da região têm com os EUA e entrar no mercado americano.
Ainda conforme Cardoso, essas empresas tiveram de tomar esse caminho para manter o viés exportador. O executivo acrescentou que a Vulcabras não prevê demissões ou fechamento de fábricas em 2012. No mês passado, a empresa fechou seis unidades na Bahia. No primeiro semestre de 2011, já havia desativado uma fábrica em Parobé, com a demissão de 800 funcionários.

GERAL
Onde a seca não dá trégua
Chuva desigual em diferentes regiões do Rio Grande do Sul faz com que municípios gaúchos ainda amarguem prejuízos

A terra segue com sede em parte do Rio Grande. A chuva da semana passada serviu para saciar a necessidade momentânea de umidade em regiões produtoras de grãos como o Norte, Planalto Médio e Campos de Cima da Serra, mas nos pontos onde a situação era mais crítica o quadro não se reverteu.
Maior núcleo de produção de soja no Estado, o Noroeste foi o retrato da irregularidade. Onde houve chuva, foi esparsa e, em regra, com baixos volumes acumulados. Na região de Santa Rosa, além das lavouras, a pecuária leiteira amarga queda de produção devido ao clima.
– As pastagens estão muito prejudicadas, e esta chuva foi muito irregular. Não foi suficiente para recuperá-las. Está tudo murcho – diz o gerente agroindustrial da Cooperativa Mista São Luiz (Coopermil), Milton Racho.
Descendo o mapa, o panorama segue se agravando em Tupanciretã, dono da maior área de soja no Estado. O milho já foi dizimado, e o cenário não é nada animador para a soja.
– A quebra na soja vai chegar a 40% – assegura o agrônomo da Cooperativa Agrícola Tupanciretã (Agropan) Luciano Luiz Callegaro.
Na região Central (com o Noroeste uma das regiões mais castigadas pelo déficit hídrico), pode faltar água nas barragens até para terminar o ciclo de algumas lavouras de arroz, aponta o diretor técnico da Cooperativa Tritícola Sepeense (Costrisel), Sinval Gressler.
– A evaporação dos reservatórios também é muito forte – acrescenta.
Em Santa Maria, por exemplo, o acumulado na 1° quinzena de janeiro soma apenas 30,9 mm, distribuídos em três dias. Em novembro e dezembro, a chuva também foi escassa – apenas 55 mm, ou 23% do normal. Dos primeiros 15 dias do mês, 12 tiveram temperatura superior aos 30°C – em cinco deles, passou dos 35°C.
Na Campanha, um dos maiores polos da pecuária de corte, a seca que voltou a deixar a zona urbana de Bagé com racionamento faz o gado emagrecer e deve comprometer novamente a taxa de natalidade de terneiros, projeta Erich Oscar Groeger, assistente técnico do escritório regional da Emater. Mesmo em partes do Estado onde a situação não era tão aguda, o quadro tende a se deteriorar. É o caso da Zona Sul.
– Até a semana passada não havia grandes perdas consolidadas. Mas a tendência é de agravamento – relata o gerente adjunto da Emater em Pelotas, Cesar Demenech.
caio.cigana@zerohora.com.br
CAIO CIGANA

ProUni 2012 tem 1,2 milhão de inscritos

Até as 18h de ontem, o Programa Universidade para Todos (ProUni) havia recebido inscrições de 1,2 milhão de candidatos interessados em uma das 195 mil bolsas de estudo disponíveis para o primeiro semestre deste ano.
Os interessados podem se inscrever até as 23h59min de quinta-feira, exclusivamente pela internet.Podem participar estudantes que cursaram todo o Ensino Médio em escola pública ou com bolsa integral em escola particular. Também é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 e alcançado pelo menos 400 pontos na média das provas objetivas e não ter zerado a redação.

Regras mais duras para concessões

A presidente Dilma Rousseff assinou ontem decreto que muda o rito de licitação de outorgas para rádio e TV, com mais exigências financeiras e técnicas. Com as novas regras, o governo quer dificultar a participação de candidaturas de fachada nas licitações.
O candidato à outorga deverá apresentar balanço patrimonial e demonstrações contábeis mais detalhadas. As exigências documentais também serão maiores. Os leilões de novas concessões estavam suspensos desde o ano passado.

Mec reconhece erro

O Ministério da Educação reconheceu ontem "erro material" em 129 provas do Enem. Em algumas, foi preciso alterar a nota – a pasta não especificou quantas. O ministério diz que pode haver casos apenas de correção de dados inconsistentes, como rasuras no código de barras. No total, 122 candidatos obtiveram na Justiça a análise da prova. Entre eles, 79 conseguiram revisão da correção, mas só no caso de uma estudante do Rio a nota mudou. O MEC informou que vai recorrer da decisão.

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