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Chuvas alcançam 60% das lavouras de soja do Estado
Sobrevida à lavoura
Chuva que caiu sobre o território gaúcho nos
últimos cinco dias alcançou 60% da área plantada de soja, amenizando os
prejuízos com a seca.
Pacientes do SUS aguardam por albergues
Albergues não saem do papel
Governo promete aprovar em fevereiro projeto de
criação de casas de passagem para pacientes, uma promessa eleitoral.
EDITORIAL
O escândalo das próteses
Prevaleceu o bom senso na solução do impasse
provocado pelo escândalo das próteses mamárias que se rompem, com danos para
milhares de mulheres em todo o mundo. No Brasil, depois de alguns desencontros,
governo e planos de saúde chegaram ao entendimento de que as pacientes devem
ser socorridas e ter reparação pelos pre- juízos provocados. Esse socorro prevê
cirurgias, custeadas pelo SUS e pelos planos privados, que não só retirem as
próteses defeituosas como assegurem a substituição das mesmas. Uma solução
parcial seria condenável. Não há como imaginar que as pacientes poderiam ter
apenas as próteses extirpadas, sem a garantia de substituição. Nesse caso,
governo e planos estariam, na tentativa de evitar maiores danos, provocando
mutilações.
Também não interessa a ninguém saber se as mulheres
que têm direito a cirurgias fizeram implante de silicone para reparar sequelas
ou com fins estéticos. O que importa é que governo e planos de saúde
providenciem atendimento às que tiveram rompimento da prótese, ou que correm
esse risco. Igualmente não é do interesse das prejudicadas saber quem pagará a
conta pela correção de um caso que configura crime e uma sucessão de omissões.
A Advocacia-Geral da União já anunciou que tentará responsabilizar fabricantes
e importadores, para que arquem com os custos das cirurgias e do implante de
novos silicones.
Para quem sofreu prejuízos, o que importa é a
resolução do problema, que se junta a outras lições, especialmente para o
governo, de como uma ação criminosa, que é a produção e a venda de um produto
inadequado, prospera por anos impunemente. É preciso que, além dos diretamente
envolvidos na produção, importação e recomendação de uso das próteses, o
governo procure descobrir onde falhou ao permitir que os implantes fossem
comercializados no Brasil. Como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária não
seguiu indícios, apontados por outros países, como os EUA, e por queixas das
próprias pacientes, de que as próteses apresentavam falhas? As respostas, que
não podem demorar, evitarão casos semelhantes.
POLITICA
Albergues não saem do papel
Governo promete aprovar em fevereiro projeto de criação de
casas de passagem para pacientes, uma promessa eleitoral
Com atraso de um ano, o projeto do governo estadual
para a criação de albergues públicos voltados a pacientes do SUS ainda não saiu
do papel. Durante a campanha eleitoral, Tarso Genro prometeu implantar as
chamadas Casas de Solidariedade em pelo menos seis cidades-polo para tratamento
de saúde, sendo que a intenção era fazer as três primeiras em 2011 – o que não
aconteceu.
Procurado ontem por ZH, o chefe da Casa Civil,
Carlos Pestana, afirmou que a intenção é aprovar a proposta na Assembleia em
fevereiro (leia ao lado). O projeto chegou a ser incluído no pacote apresentado
aos deputados janeiro de 2011. Questionamentos da oposição levaram o Executivo
a voltar atrás.
– Argumentamos que a ideia precisava ser melhor
discutida e fomos atendidos. Não era ruim, mas tinha alguns buracos – afirma o
deputado Paulo Borges (DEM).
Ao todo, segundo a deputada Marisa Formolo (PT),
presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, foram feitas cerca de 10
audiências públicas sobre o tema, para colher sugestões da população. Além
disso, secretários de Estado envolvidos diretamente no tema foram ouvidos pela
comissão.
– Chegamos a um acordo. Ficou claro que as casas
precisam ter critérios de seleção e dar prioridade aos pacientes mais pobres e
que moram mais longe – ressalta Marisa.
Fonte de financiamento é cobrada pela oposição
O resultado das reuniões foi encaminhado à Casa
Civil entre o fim de outubro e o início de novembro. Desde então, o projeto
está parado, gerando descontentamento entre integrantes da Secretaria de
Trabalho e Assistência Social. Agora, a intenção do governo é que o projeto
finalmente volte à Assembleia. A aprovação é dada como certa, mas a oposição
avalia o caso com cautela.
– O projeto apresentado em 2011 não passava de um
protocolo de boas intenções, sem nenhum aprofundamento. Essa nova tentativa só
vai dar certo se o governo conseguir estabelecer claramente algumas questões,
como a fonte de recursos e quem será o responsável – adianta Giovani Feltes,
líder da bancada do PMDB.
juliana.bublitz@zerohora.com.br
JULIANA
BUBLITZ
Secretário quer parcerias
Caso o projeto seja aprovado, o secretário estadual
do Trabalho e Assistência Social, Luis Augusto Lara, pretende firmar pelo menos
nove convênios até o fim do ano para começar a cumprir a promessa eleitoral.
– Não vamos construir novos prédios, mas fazer
parcerias com instituições sem fins lucrativos e com prefeituras que já fazem
esse trabalho de acolhimento. Com isso, o resultado será mais rápido e exigirá
um volume menor de recursos – diz Lara.
A fiscalização dos convênios ficará a cargo dos
conselhos estaduais de Saúde e de Assistência Social, que criarão os critérios
de avaliação. A intenção do secretário é começar por Porto Alegre e, aos
poucos, atingir todos os polos regionais de saúde. Os recursos, segundo ele,
sairão do orçamento da secretaria e já estariam garantidos.
– Esse modelo é fantástico, porque com apenas R$ 15
mil ou R$ 20 mil por mês para cada convênio será possível ampliar as vagas nas
casas de passagem e beneficiar muita gente – diz o secretário.
Lara assegura que a iniciativa não vai resultar em
um aumento da "ambulancioterapia", isto é, o envio de pacientes aos
grandes centros em busca de atendimento. Segundo ele, só serão aceitos nos
abrigos aqueles que tiverem recebido prescrição prévia.
Filho de ministro beneficia aliados
Deputado destinou ao menos R$ 2 milhões para empresas
ligadas a aliados do pai em Pernambuco
Pelo menos R$ 2 milhões em emendas do deputado
Fernando Coelho Filho (PSB-PE) beneficiaram três empreiteiras ligadas a
filiados ao PSB e a ex-assessores do ministro Fernando Bezerra Coelho
(Integração Nacional), pai do parlamentar. O valor foi destinado nos últimos
dois anos e representa 14% das emendas apresentadas pelo deputado ao ministério
nesse período.
As informações foram publicadas ontem pelo jornal
Folha de S.Paulo. As empresas contratadas por uma estatal vinculada ao
ministério, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba (Codevasf), ficam em Petrolina, base eleitoral dos Coelho. O diretor
da área de obras da companhia até a última quinta-feira era Clementino Coelho,
irmão do ministro. O superintendente regional da estatal em Petrolina,
responsável direto pelas contratações, foi indicado ao cargo pela família
Bezerra.
As empresas que receberam o dinheiro das emendas
foram a Solo Construções e Terraplanagem, a Evel Terraplanagem e a SCS
Construções. Os contratos se referem a obras de infraestrutura. A Solo e a Evel
têm entre seus funcionários Aerolande Amós da Cruz, filiado ao PSB e aliado do
ministro. A primeira recebeu R$ 1,8 milhão, e a segunda, R$ 70 mil.
A contratação da SCS Construções, no valor de R$
146 mil, feita no mês passado, ocorreu via convite, modalidade na qual o órgão
público seleciona as empresas que participarão. O empresário Belmiro Humberto
dos Santos Filho, da SCS Construções, também é filiado ao PSB e trabalhou como
assessor na gestão de Bezerra como prefeito de Petrolina.
O dinheiro recebido pelas empresas não se limita a
verbas de emendas. Entre 2010 e 2011, elas assinaram contratos de R$ 13 milhões
com a Codevasf.
Reajuste para servidor federal apenas em 2013
Diante da anunciada greve geral do funcionalismo
por reajuste, que pode mobilizar até 1 milhão de trabalhadores e deve ocorrer
em abril, o governo federal planeja ampliar o diálogo com os servidores.
O secretário de Recursos Humanos, do Ministério do
Planejamento, Duvanier Paiva, afirma que o governo vai criar uma secretaria
exclusivamente para intermediar os debates.
– Achamos natural. É o papel do sindicato mobilizar
mesmo, já esperávamos. O que vai evitar o conflito é a negociação – ponderou.
No entanto, as propostas de aumento, caso sejam
aceitas, só devem ser concretizadas na folha de 2013.
– Negociamos em um ano o orçamento do ano seguinte.
Gastos com pessoal para 2012 já estão definidos, todas as negociações serão
para 2013.
Pressionados, europeus prometem acelerar reformas
Líderes políticos procuram acalmar mercados depois de
rebaixamento de notas na zona do euro
O rebaixamento da nota da qualidade das dívidas de
nove países da União Europeia mobilizou líderes das quatro maiores potências do
bloco em torno de uma palavra-chave: reforma. Alemanha, França, Itália e
Espanha anunciaram planos para acelerar a implantação do novo Pacto de
Estabilidade que reunirá 26 dos 27 países do mercado livre, mas também
prometeram mudanças internas.
Em Paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy,
garantiu que reestruturará o mercado de trabalho, enquanto em Roma, o
primeiro-ministro italiano, Mario Monti, advertiu para a gravidade da crise e
prometeu liberalizar a economia. Tudo nesta semana.
Desde o rebaixamento da nota, na sexta-feira à noite,
chefes de Estado e de governo se alternaram frente aos microfones para
assegurar que a Europa vai se reformar, motivada pela decisão da agência
Standard & Poor"s de retirar o triplo A da França e da Áustria, além
de rebaixar Itália e Espanha e outros cinco países da zona do euro.
A sucessão de declarações e de anúncios dos líderes
políticos ocorreu no final de semana em uma tentativa de tranquilizar os
mercados financeiros antes da abertura das bolsas de valores na manhã de hoje.
O pregão será o primeiro após o anúncio oficial do rebaixamento dos nove países
da zona do euro.
Especialistas europeus concordam que as bolsas de
valores haviam antecipado a decisão da Standard & Poor"s, mas ainda
assim a abertura das negociações gera expectativa na Europa.
Paris
A vez da moda em calçado
Fabricantes apresentam na Couromoda, que começa hoje em São
Paulo, modelos para consumidor disposto a pagar mais
Indústrias calçadistas estão conseguindo driblar as
dificuldades do setor investindo em produtos pelos quais conseguem preços
melhores. O foco é no cliente que procura qualidade – e está disposto a pagar
por isso.
Reflexos desse segmento serão vistos nas vitrinas
do próximo outono/inverno. Uma mostra dessa tendência estará de hoje até
quinta-feira na 39ª Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e
Artefatos de Couro, a Couromoda, em São Paulo.
A iniciativa segue uma tendência apontada por
especialistas – de oferecer um produto mais caro – como uma das soluções para a
perda de competitividade do calçado brasileiro no mercado internacional. O
produto passa, dessa forma, a se destacar pela qualidade e pelo design. Nem por
isso deixam de escapar de disputa internacional no segmento.
Para Rubens Bender, especialista em marketing na
área calçadista, um sapato de maior valor agregado também enfrenta concorrência
no Exterior:
– Temos custos que outros países não têm, como os
impostos mais altos. Portanto, o problema não é a China, mas as nossas
condições.
A opção de um produto mais caro foi seguido pela
Werner, empresa de Três Coroas. Observando o mercado, a indústria ampliou
investimentos em design, qualidade dos materiais e mão de obra. Nos últimos 10
anos, a inflação acumulada chegou a cerca de 85%. Nesse período, o calçado
produzido na empresa aumentou seu custo de produção em 166%. Apesar de o preço
final ter aumentado – atualmente custa em média R$ 300 –, a empresa informa que
as vendas cresceram. Além disso, 35% da produção é vendida para mais de 40
países.
– Sempre tivemos um calçado de qualidade
diferenciada, mas nos últimos anos intensificamos esses investimentos. Não
produzimos sapatos, produzimos moda e trabalhamos com os melhores materiais –
explica Werner Arthur Müller Junior, diretor comercial da empresa.
Para apoiar empresas gaúchas, o governo do Estado
está presente na Couromoda. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento, financia
estandes para calçados e acessórios e outro para máquinas e equipamentos.
Conforme o secretário Mauro Knijnik, 43% das empresas gaúchas apoiadas pelo
Estado estarão expondo pela primeira vez na feira.
O repórter Álisson Coelho viajou para São Paulo a convite
da Couromoda
Retração nos embarques
Exportações de calçados do Brasil em 2011 e a
variação sobre o ano anterior:
Receita US$ 1,296 bilhão -12,83%
Pares 112,967 milhões -20,98%
Preço médio US$ 11,47 +10,29%
Fonte: Fonte: Abicalçados
alisson.coelho@zerohora.com.br
ÁLISSON
COELHO | São Paulo
GERAL
MEC altera nota de redação do Enem
O Ministério da Educação (MEC) acatou decisão da
Justiça e alterou nota de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de
mais uma estudante. Esse é o primeiro caso em que o MEC teve de alterar nota
por decisão judicial.
A candidata Bianca Peixoto, 17 anos, do Rio de
Janeiro, teve a nota modificada de 440 para 680. Ela foi uma das estudantes que
conseguiram ter vista da redação depois de ficar insatisfeita com sua nota.
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