PRIMEIRA PÁGINA
O ministro, o sorriso... e a dor
A tristeza no rosto das pessoas que acompanhavam ontem o
cortejo fúnebre pelas ruas inundadas da histórica Tiradentes (MG) contrastava
com a alegria, em Brasília, do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra
Coelho. Responsável por parte do dinheiro que deveria ser usado em obras
antienchentes país afora, o ministro privilegiou Pernambuco, seu estado natal,
com 90% das verbas liberadas. Nos últimos três dias, sob uma enxurrada de
denúncias e fortes pressões políticas, ele fechou contratos que destinam R$
27milhões a municípios de Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Maranhão, Paraíba e Piauí. Na Casa Civil, o governo anunciou ontem a liberação
de mais R$ 75 milhões. Valores que parecem pouco diante de tantos estragos.
Olho no olho
Sob proteção tropa de choque do Planalto, Bezerra vai ao
Congresso hoje se defender de denúncias
SUS e planos pagam a conta do silicone
A rede pública e as operadoras privadas são obrigadas a
fazer a troca das próteses que tiverem ruptura
POLITICA
Depois da tempestade, a enxurrada de dinheiro
Turbilhão de denúncias e pressões políticas levam o
ministro Fernando Bezerra a acelerar a assinatura de convênios com municípios
castigados pelas chuvas. Integração Nacional fechou R$ 27 milhões em contratos
desde segunda-feira
» Josie Jeronimo
» Vinicius Sassine
» Juliana Braga
Em meio às chuvas de janeiro e às denúncias de
favorecimento ao seu estado natal com 90% das verbas da Integração Nacional, o
ministro Fernando Bezerra se viu obrigado a abrir o cofre da pasta para
projetos de todo o país, como resposta às pressões políticas que sofre. Nos
últimos três dias, o ministério fechou convênios de R$ 27 milhões com
prefeituras de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão,
Paraíba e Piauí. Os contratos são destinados a projetos de canalização de córregos,
dragagem, drenagem de águas pluviais e obras de infraestrutura que integram a
lista de prioridades dos municípios.
Desde segunda-feira, Minas Gerais foi contemplado com
convênios para três municípios. O ministério anunciou convênio de R$ 6,9 milhões
com o município de Jenipapo de Minas, para o plano de remanejamento e
reassentamento de populações residentes em área de barragem. Porteirinha, por
sua vez, ganhou convênio de R$ 292 mil para recuperar 10km de estradas. Em
Pirapora, a vazão da torneira do recursos ainda é modesta, apenas um convênio
de R$ 58,5 mil foi assinado para a recuperação de estradas do perímetro rural.
Enquanto isso, no município, a prefeitura decretou estado de emergência.
No Centro-Oeste, Goiás e Mato Grosso do Sul são os estados
que mais conseguiram recursos do Ministério da Integração Nacional depois de
Bezerra ter entrado no meio do furacão da crise política. Itumbiara (GO) fechou
convênio de R$ 1,3 milhão para a canalização do Córrego das Pombas. No Entorno,
Cidade Ocidental (GO) vai receber R$ 200 mil para drenagem de águas pluviais.
O Ministério da Integração Nacional também esperou o
período de chuvas para liberar R$ 1 milhão, em caráter de urgência, para a
contenção da erosão gigante que não para de se expandir em Planaltina de Goiás,
a 58km da parte central de Brasília. As primeiras casas foram engolidas pela
erosão em janeiro do ano passado, mês em que a prefeitura da cidade pediu ajuda
ao ministério. Um convênio entre o município e a pasta só foi assinado 10 meses
depois, em 28 de novembro, no valor de R$ 4 milhões. Até agora, apenas R$ 1
milhão foram efetivamente liberados.
O dinheiro está parado na conta aberta para a execução do
convênio e não há qualquer expectativa para a liberação "emergencial"
dos R$ 3 milhões restantes. A erosão de mais de 2km ameaça dezenas de casas no
Setor Oeste. Quinze já foram tragadas pela cratera e moradores precisaram
deixar outros imóveis por causa dos riscos de desabamento. Há trechos com 50m
de profundidade e 50m de largura.
Subsídios
Ontem, após reunião na Casa Civil, os ministros que
coordenam as ações de enfrentamento às chuvas anunciaram a liberação de R$ 75
milhões para os três estados mais atingidos nos últimos dias. A verba está
prevista na Medida Provisória nº 553, do final de dezembro, que foi reaberta e
concede R$ 482 milhões para os ministérios da Integração Nacional e de Ciência
e Tecnologia. O dinheiro subsidiará despesas com mantimentos, abrigos,
pagamento de aluguel social e combustível, entre outras ações necessárias ao
restabelecimento das cidades.
Minas Gerais, o estado mais afetado, receberá R$ 30
milhões. Rio de Janeiro e Espírito Santo terão direito, respectivamente, a R$
25 milhões e R$ 20 milhões. Os recursos só não serão repassados imediatamente
porque será enviado por meio do cartão de pagamento da Defesa Civil, que tem
acompanhamento on-line pelo Portal da Transparência. Para receber o dinheiro,
os estados e municípios terão de criar conta bancária e CNPJ específicos, o que
deve fazer com que o dinheiro só chegue de fato na próxima semana.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo
Ziulkoski, reclamou dos critérios políticos para a liberação de recursos.
"É uma realidade constante. O que é prometido não é cumprido. O anúncio da
liberação é bombástico, quando olha a execução é de 20%. Se o ministério está
assinando convênio, é um orientação do governo."
Irmão fora da Codevasf
» Erich Decat
» Josie Jeronimo
Depois de perder o posto de presidente interino da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), Clementino Coelho — irmão do ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra — deixa também o cargo de diretor de infraestrutura da empresa
pública. A saída de Clementino se deve à análise da assessoria jurídica do
governo que concluiu que, mesmo após a posse de Guilherme Almeida para a presidência,
Clementino continuaria sendo o substituto natural, por que é o mais antigo na
casa. "Ele está fora das duas, da presidência e da diretoria",
afirmou um aliado político de Clementino.
Apesar de ter perdido o cargo, o irmão do ministro não
deve ficar sem função por muito tempo. Clementino será acomodado em um cargo do
mesmo patamar, assim que a poeira da crise no Ministério da Integração baixar.
Reduzido, DEM discute liderança
Depois de perder quase metade da bancada para o PSD,
legenda se divide agora para escolher o novo comandante na Câmara
Erich Decat
Apesar do recesso no Congresso Nacional, integrantes do
DEM intensificaram as trocas de ligações nos últimos dias na tentativa de
chegar a um acordo em torno da indicação do próximo líder da bancada na Câmara.
Segundo alguns integrantes do partido ouvidos pelo Correio, o atual líder, ACM
Neto (BA), tem costurado nos bastidores a recondução ao posto, permanecendo
como comandante da bancada até 2013. Essa possibilidade pode se tornar um
rastilho de pólvora de uma crise interna na bancada, que no ano passado teve de
assimilar o impacto de perder 16 deputados que migraram para o recém-criado
PSD. Apesar de ter eleito 43 deputados federais em 2010, o partido chegou ao
fim de 2011 com apenas 27.
Além de ACM Neto, pelo menos dois outros deputados,
Mendonça Filho (PE) e Pauderney Avelino (AM), disputam o posto de líderes do
partido. Em razão de um suposto acordo informal acertado na legislatura
passada, que prevê o rodízio anual na liderança da Câmara, Avelino já dá até
como certa a sua posse. "Haverá o rodízio porque temos compromissos
anteriores assumidos. Não tem também a candidatura do Mendonça Filho, ele será
o meu primeiro vice-líder. O próximo líder serei eu", assegurou.
Mendonça Filho, por sua vez, admite deixar a disputa para
ceder lugar ao baiano. "As articulações têm sido feitas por telefone neste
período de férias. Eu defendo a renovação (do mandato de ACM Neto), mesmo que
seja pontual. Ele tem uma inserção em Brasília relevante, uma posição
privilegiada", avaliou o parlamentar. Segundo Mendonça, a candidatura para
um novo mandato de Neto partiu da "insistência" de alguns caciques do
partido e não do próprio líder.
Segundo apuração do Correio, ACM Neto vem se movimentando
nos bastidores desde o fim do ano passado. Apesar de apoiar a recondução de
Neto, Mendonça Filho diz que, caso não haja consenso em torno do nome do
baiano, vai continuar na disputa. "Não vou excluir o meu nome",
assegurou. O deputado deve sair candidato à prefeitura de Recife nas próximas
eleições municipais, previstas para outubro. Por isso, a visibilidade como
líder é considerada chave para ter chances de vitória.
Acordo na Bahia
Pelo mesmo motivo, ACM Neto também não pretende largar o
posto até o fim do ano. Nos últimos meses, ele se aproximou do cacique do PMDB
na Bahia, o atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica
Federal, Geddel Vieira Lima, com quem tem costurado um acordo para a disputa da
prefeitura de Salvador. Embora mire o governo baiano em 2014, o atual líder do
DEM na Câmara pretende tentar o comando da capital em outubro. A decisão de
quem vai liderar a legenda na Casa deve sair em reunião prevista para 7 de
fevereiro, logo após o fim do recesso parlamentar.
Se por um lado o DEM encontra dificuldades em definir o
próximo líder na Câmara, o PSDB, aliado na oposição ao governo de Dilma,
conseguiu emplacar em dezembro do ano passado o nome de Bruno Araújo (PE). Ele
substitui Duarte Nogueira (SP), ligado ao grupo do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.
Lula recebe visita de ministra e de Gushiken
Em tratamento contra um câncer na laringe, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita do ex-ministro Luiz Gushiken e da
ministra da Cultura, Ana de Hollanda, ontem. Ele ficou seis horas no Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, passando por mais uma sessão de radioterapia. O
ex-presidente deixou a unidade por volta das 17h30 e foi direto para a casa, em
São Bernardo do Campo. O tratamento contra a doença inclui idas diárias ao
hospital para sessões de radioterapia, até meados de fevereiro. Para diminuir
os danos à voz, Lula tem ainda se valido de um fonoaudiólogo. Segundo o
Instituto Cidadania, presidido pelo ex-presidente, não há restrições quanto a
visitas.
Planalto, o palácio das goteiras
Após a reforma da estrutura principal, agora é a vez dos
anexos. Na terça, havia baldes espalhados para conter a água que caía do teto
» Juliana Braga
Quem andou pelo segundo andar dos anexos do Palácio do
Planalto na terça-feira teve que desviar de baldes e de goteiras, porque um
velho problema da estrutura voltou a atacar: as infiltrações. Para resolver a
situação definitivamente, os quatro anexos passarão por sua primeira reforma
desde que foram inaugurados — a mais recente é de 1979. As obras de impermeabilização
e a pintura estão orçadas em R$ 791 mil e começam na próxima semana.
O contrato com a empresa que ganhou o pregão eletrônico
número 94, a Organização Floresta Engenharia e Serviços Ltda., será assinado
até amanhã. A companhia fará a primeira etapa da reforma, a impermeabilização,
com custo previsto de R$ 623 mil. A empresa terá 150 dias para concluir os
trabalhos. Em seguida, o teto será pintado, com mão de obra e recursos de
manutenção da Secretaria de Administração da Presidência. Não será necessário
realocar os funcionários que trabalham no local durante os cinco meses das
obras. Essa etapa custará aos cofres públicos R$ 168 mil.
As infiltrações e as goteiras estão espalhadas por
diversos pontos dos edifícios. Na terça-feira, foi possível contar pelo menos
11 baldes para conter a água que caía do teto. Essa não é a primeira vez que o
problema é identificado no Palácio do Planalto. Poucos meses depois de
concluída a reforma pela qual o prédio passou em 2010, era possível ver poças
de água na garagem, esquadrias com vazamentos e até uma infiltração em uma das
salas de arquivo da Presidência. Nem o Salão Leste, espaço destinado a
solenidades e entrevistas coletivas, escapou de um vazamento de esgoto.
O prédio principal passou por uma reforma que começou em
março de 2009, e só foi concluída em agosto do ano seguinte. Foi a primeira
intervenção do gênero depois de quase 49 anos como sede do Poder Executivo, ao
custo de R$ 111 milhões. Na ocasião, foram modernizadas as redes elétricas e de
ar-condicionado. O carpete foi trocado e o gabinete presidencial ganhou vidros
blindados. Durante os 17 meses nos quais o espaço esteve em obras, as
atividades da Presidência foram transferidas para o complexo do Centro Cultural
Banco do Brasil, próximo à Ponte JK.
Sonorização
Uma última etapa das obras no prédio principal está sendo
concluída este mês, período em que há menos movimento no palácio. Desde o
começo de janeiro, o Salão Nobre, onde ocorrem as principais solenidades, está
cercado por tapumes para a conclusão da modernização do sistema de sonorização.
O local está isolado devido ao barulho excessivo e para evitar que o pó de
gesso do teto, que está sendo quebrado, se espalhe.
A área que compreende os quatro anexos que compõem o
Planalto é de 11 mil metros quadrados. Lá funcionam a Vice-Presidência e
diversos órgãos da Presidência, como a Comissão de Ética, além de parte das
estruturas da Casa Civil e da Secretaria-Geral. É lá também que ficam o
auditório, o serviço médico, o restaurante e a lanchonete do palácio.
ECONOMIA
Dilma acelera cortes para BC baixar juros
Redução de até R$ 70 bilhões nas despesas do Orçamento deve
sair no início da próxima semana, a tempo de influenciar reunião do Copom
VERA BATISTA
A presidente Dilma Rousseff deve antecipar o anúncio do
corte de gastos do Orçamento deste ano. Se tudo correr nos conformes, o
arrocho, inicialmente previsto para ser divulgado no início de fevereiro, se
tornará público até o começo da próxima semana. A perspectiva é de que a
tesoura atinja um montante entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões. A meta de
Dilma, com o aperto, é desmontar o discurso conservador do Banco Central e
forçar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a manter o
processo de redução da taxa básica de juros (Selic).
Dilma acredita que, com a forte demonstração do
compromisso do governo com o ajuste fiscal e com o cumprimento da meta cheia de
superavit primário neste ano, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), os juros
podem cair mais 0,5 ponto na reunião do Copom na próxima semana (17 e 18 de
janeiro), dos atuais 11% para 10,50% ao ano. Nas contas do Palácio do Planalto,
é possível que a Selic feche 2012 em 9%, como forma de estimular o crescimento
econômico, ameaçado pela crise que engolfou a Europa.
Arrocho
Para fechar os cortes, a presidente chamou o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, a Brasília. Ele estava em férias em São Paulo e só
deveria retornar ao trabalho na próxima segunda-feira. Dilma não queria bater o
martelo sobre o arrocho apenas com o secretário executivo da Fazenda, Nelson
Barbosa, que já havia lhe apresentado um levantamento das possibilidades de
cortes. Mantega fez bate e volta. Saiu da capital paulista às 10h da manhã, com
retorno previsto para as 15h. Mas acabou saindo um pouco mais tarde do Distrito
Federal, sem dar as caras na sede do ministério.
O BC está preocupado com um repique inflacionário por
causa da seca no Sul e das chuvas no Sudeste e Centro- Oeste, que têm provocado
forte alta no preços dos alimentos. No Relatório de Inflação divulgado em
dezembro, a autoridade monetária chegou a alertar que poderia interromper o
processo de queda dos juros caso a inflação ameaçasse fugir da meta anual de
4,5%. "Isso (interromper a queda) nem passa pela cabeça dela (da
presidente Dilma)", disse uma fonte da área econômica.
Comunicação virtual
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai rever a súmula
nº 428, editada em junho do ano passado, que não considera o uso de pager,
telefone celular e outros meios eletrônicos como prova de que o empregado está
de sobreaviso, à disposição da empresa em casa, podendo ser convocado a
qualquer momento. O sobreaviso acarreta contagem de tempo de serviço e
pagamento de remuneração correspondente.
Diversos trabalhadores ajuízam ações alegando que o fato de
terem que ficar com celulares e pager ligados configura o
sobreaviso, o que é negado pelos magistrados. A norma do
TST ressalva que o uso dos aparelhos não significa que o empregado tem que
ficar em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o
serviço, pressuposto do sobreaviso.
O presidente do TST, João Oreste Dalazen, afirmou que é
necessário rever a súmula em decorrência da promulgação da Lei
nº 12.551 em dezembro, que reconhece como relação de
emprego o trabalho prestado em casa, desde que existam pressupostos como
continuidade e subordinação. A lei foi criada para dar segurança aos empregados
que trabalham em casa e estabeleceu que as ordens por meios eletrônicos se
equiparam à comunicação direta na sede do estabelecimento.
A súmula será alterada para deixar claro que as ordens
expressas do chefe enviadas por mensagem de celular ou e-mail para o
trabalhador ficar de sobreaviso serão admitidas como provas dessa situação e,
portanto, do direito à remuneração por esse período. Porém, será necessário que
o empregado permaneça em casa à disposição do empregador.
Plano nacional para aeroportos
-Logo após bater o martelo dos leilões dos aeroportos de
Brasília, Guarulhos e Campinas, em 6 de fevereiro, o governo vai anunciar o que
fará com todos os demais terminais — públicos e privados — para pousos de
aviões no país. Os critérios e objetivos do Plano Nacional de Outorgas da
Aviação Civil estão sendo concluídos pela Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) e definirão também as próximas concessões aeroportuárias. Entre os
próximos leilões, são esperados os de Confins (MG) e do Galeão (RJ).
"Vamos divulgar o plano ainda em março, traçando pela
primeira vez na história o destino oficial para os aeródromos em todos os
estados, de pequenas pistas em fazendas a grandes terminais", disse ao
Correio o presidente da Companhia Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(Infraero), Gustavo do Vale. Das mais de 3 mil unidades em avaliação, algumas
poderão ser licitadas à iniciativa privada e outras incorporadas ao patrimônio
de governos estaduais ou da estatal federal. Boa parte dos aeroportos
considerados impróprios para operar poderão ser reformados ou simplesmente fechados.
Terra sem lei
Administrações estaduais e municipais, além de
construtoras pequenas e grandes, estão de olho no documento, interessadas em
disputar licitações em todo o país — muitas delas serão financiadas pelo
recém-criado Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). Os empreendimentos mais
cobiçados são os que terão a Infraero como sócia minoritária, com 49% do
capital, dentro do atual modelo de concessões. A estatal é a quinta maior
operadora do setor no mundo, com 66 aeroportos.
Vale ressaltou que, além de dar transparência aos
terminais, o plano vai melhorar os serviços e evitar o clima de terra sem lei
que domina a maioria dos aeroportos do interior. "O mais importante é
viabilizar a aviação regional. É por isso que a Infraero está presente nos
empreendimentos, para expandir e gerir bem aeroportos menores, que não serão
entregues à iniciativa privada", disse. (SR)
Estímulo
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, nesta
semana, no Diário Oficial da União, resolução para cumprir a Medida Provisória
nº 551, que reduziu de 50% para 35,9% o percentual do Adicional Tarifário
(Ataero), que incide sobre taxas de embarque, pouso e permanência nas operações
de voos domésticos e internacionais. A alteração foi feita para estimular os
investimentos dos futuros operadores privados e será completada pela criação de
uma nova tarifa, a de conexão. A soma de todas não poderá, contudo, ultrapassar
um teto pré-definido e encarecer as passagens.
Elogios aos italianos
Berlim — A chefe do governo alemão, Angela Merkel,
manifestou ontem ter "grande respeito" pelo conteúdo e pela rapidez
das reformas realizadas por Mario Monti na Itália. "O primeiro-ministro
italiano e seu governo têm adotado, em poucos dias, medidas extraordinariamente
importantes", declarou a chanceler, ao lado do colega europeu. Merkel
disse ainda acreditar que o trabalho de austeridade fiscal do governo italiano
já está sendo recompensado globalmente.
Contudo, para a agência de classificação de risco Fitch, a
situação da Itália ainda é "explosiva" e, em razão disso, a agência
pediu aos europeus para que se protejam contra um eventual declínio econômico
italiano. Ainda assim, Monti disse à chanceler alemã que a Europa não tem mais
que temer a Itália como possível fonte de contágio para a Zona do Euro.
Embora tenha agradecido ao povo e ao parlamento pelo que
chamou de reação "madura" às reformas dolorosas, o premiê italiano
disse que seu país só pode fazer progresso dentro de um contexto europeu mais
favorável, incluindo custos de financiamento menores para os governos. Os
investidores ainda continuam exigindo da Itália juros próximos a 7% pela dívida
com vencimento de 10 anos.
Anatel responde a inquérito
Ministério Público investiga irregularidades no atendimento
a usuários das operadoras de telefonia. Agência reguladora pode sofrer sanções
» GUSTAVO HENRIQUE BRAGA
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) abriu um
inquérito para apurar irregularidades da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) no atendimento aos usuários de serviços de telefonia no estado.
Responsável pela fiscalização do setor, o órgão regulador não estaria prestando
informações nem assistência adequada aos consumidores. A agência tem uma semana
para enviar aos procuradores uma resposta sobre as denúncias.
Segundo Ailton Benedito, procurador regional dos Direitos
do Cidadão no MPF goiano, o inquérito surgiu a partir da representação de um
cliente dos serviços de telefonia. A acusação é de que a Anatel estaria
recebendo diversas reclamações dos usuários, mas, em vez de adotar os
procedimentos de fiscalização e punição cabíveis, estaria simplesmente
repassando as queixas para que as operadoras solucionassem o problema
extrajudicialmente.
Dever
A agência terá que comprovar que vem adotando ações
efetivas de fiscalização, bem como está punindo as prestadoras quando
necessário. Se for constatada alguma irregularidade, a Anatel poderá
sofrer sanções judiciais. "A
reguladora tem não só o dever de solucionar questões pontuais, mas também
eventuais irregularidades sistêmicas, praticadas deliberadamente pelas empresas
de telefonia em prejuízo de um conjunto de consumidores", disse Ailton
Benedito.
A investigação envolve também o Procon de Goiás, que
depois de ser informado sobre a situação da Anatel no
estado não teria tomado nenhuma providência para apurar a precariedade no
atendimento. O prazo para que o Procon apresente suas explicações também é de
uma semana. Procurada pelo Correio, a Anatel informou que só se pronunciará
sobre o caso em juízo. O Procon não quis se pronunciar.
Esse é o segundo inquérito do MPF-GO envolvendo a Anatel.
Em março do ano passado, o motivo foram falhas nas chamadas para serviços de
emergência (código 192), nos municípios de Baliza, Fazenda Nova, Montes Claros
de Goiás e Novo Brasil. Na ocasião, a agência autuou a Brasil Telecom/Oi,
responsável pelo atendimento, e teve de prestar esclarecimentos aos
procuradores sobre os procedimentos adotados para solucionar o problema.
SUS e planos de saúde vão retirar próteses
Decisão faz parte do pacote de medidas anunciado pela
Anvisa e vale para mulheres com implantes das marcas PIP e Rofil. Os produtos
preenchidos com material impróprio têm maior risco de ruptura
» Grasielle Castro
A troca dos implantes mamários preenchidos com material
irregular das marcas Poly Implant Prothese (PIP) e Rofil que apresentarem
ruptura será coberta tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quanto pelos
planos de saúde. A decisão faz parte do pacote de medidas anunciado ontem pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após reunião com representantes
do Ministério da Saúde, de Defesa do Consumidor e das sociedades Brasileiras de
Cirurgia Plástica e de Mastologia.
Segundo o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, na medida
em que esse implante vazou, há o entendimento do governo de que esse procedimento
passa a ser reparador. "O que significa tirar a prótese que tenha rompido
e implantar uma nova. Esse procedimento poderá ser feito pelo SUS e será
oferecido pelos planos de saúde porque também garantem a cirurgia
reparadora", destacou. De acordo com ele, o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha fechou ontem a orientação com a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). Res-ponsável pelos convênios, a ANS alega que a decisão ainda não foi
formalizada.
As diretrizes que os planos de saúde deverão adotar no
caso das próteses serão anunciadas nos próximos dias. Antes de realizar a
troca, no entanto, as mulheres que utilizam os implantes que têm risco maior de
ruptura deverão passar por avaliação médica e uma série de exame. As que não
apresentarem o problema serão monitoradas. "Ainda falta definir como vai
ser feita a chamada a essas mulheres para que elas façam esses exames e como
vai se desenhar essa decisão, quais exames serão feitos e como o médico vai
chegar à decisão para a troca da prótese", explicou Barbano. O
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Rodrigo Pepe, diz que
provavelmente serão feitos um ultrasson de rastreamento, uma ressonância
magnética, além da análise médica.
O protocolo com todas as informações para os procedimentos
deve ser divulgado na próxima quarta-feira. Em 60 dias, a agência também
colocará em funcionamento um cadastro em seu site para que mulheres com as
próteses se identifiquem e relatem qualquer reação adversa. Além disso, entrará
em funcionamento um registro nacional em que os cirurgiões deverão informar à
Anvisa todos os procedimentos de implante mamário que realizarem.
Incineração
A agência estima que cerca de 19,5 mil pessoas tenham as
próteses, sendo 12,5 mil da PIP e 7 mil da Rofil. Até ontem, a Anvisa havia
recebido mais de 100 queixas contra a PIP. Dessas, 39 de ruptura. Os dados com
relação às próteses da Rofil ainda não haviam sido fechados. A agência espera
divulgar hoje quantas unidades dessa marca foram vendidas e receberam queixas.
Também, a partir de hoje, começa a contar o prazo de 30 dias para recolhimento
das unidades que ainda estão em estoque. Já foram entregues 10.680 unidades da
marca PIP. Parte do material será submetido a análises e o restante,
incinerado. A Anvisa se comprometeu ainda a fiscalizar todas as fábricas de
próteses mamárias até o fim do próximo mês.
BRASIL
PF reforça efetivo para atender haitianos
Edson Luiz
A Polícia Federal (PF) vai aumentar o número de homens na
fronteira do Amazonas com a Colômbia para atender a centenas de refugiados do
Haiti que estão entrando no Brasil pelo estado. Equipes partirão amanhã para
Tabatinga (AM), onde há pelo menos 1,4 mil estrangeiros do país caribenho
aguardando documento de permanência no território nacional. Em Brasileia (AC),
outras centenas de haitianos chegam em busca de uma vida melhor depois que o
país foi devastado por um terremoto no ano passado. Ao todo, cerca de 4 mil já
entraram no Brasil, dos quais apenas 1,6 mil têm situação regularizada.
Uma resolução que será oficializada hoje, depois de
reunião do Conselho Nacional de Imigração, ligado ao Ministério do Trabalho,
com outros setores do governo, prevê a limitação de 100 vistos por mês,
emitidos pela embaixada brasileira no Haiti, além da garantia de permanência de
todos que já estão em solo brasileiro. Outros detalhes da resolução ainda estão
sendo estudados pelo governo, já que a presidente Dilma Rousseff irá ao país,
pela primeira vez, em 1º de fevereiro, segundo previsão do Itamaraty.
A preocupação do Planalto e do Itamaraty é que a resolução
não soe como falta de sensibilidade do Brasil diante do drama vivido pela nação
caribenha. Mesmo porque Dilma leva na bagagem acordos bilaterais de cooperação
técnica e econômica entre os dois países. A situação dos haitianos repercutiu
na imprensa internacional. O espanhol El País apontou a entrada massiva de
haitianos como "um problema sério" para Dilma. O New York Times
ressaltou que a crescente oferta de mão de obra relacionada às obras da Copa
tem atraído também paquistaneses e indianos. (Colaborou Renata Mariz)
Pastora é acusada de escravizar índia de 11 anos
Paula Filizola
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) entrou com
processo na Justiça Federal contra uma pastora evangélica acusada de escravizar
uma criança indígena em Goiânia. Em depoimento, acompanhado por agentes da
Fundação Nacional do Índio (Funai), a menina de 11 anos revelou que era responsável
por todas as tarefas domésticas na casa da pastora. Ela contou que só tinha
permissão para se alimentar e fazer as tarefas escolares após o cumprimento das
atividades. Nos fins de semana, a menina ainda distribuía panfletos da igreja
nas ruas da cidade. Segundo o procurador da República Daniel de Resende
Salgado, responsável pelo caso, a pastora ainda ameaçava a índia com castigos
corporais. Os nomes da mulher e da vítima não foram divulgados.
A menina saiu da aldeia Xavante de São Marcos, em Barra do
Garças, Mato Grosso, em maio de 2009 e se mudou para Goiânia acompanhando o pai
e a irmã mais nova, que seria submetida a um tratamento médico. Primeiramente,
eles se hospedaram na Casa de Saúde do Índio, mas o pai das meninas foi
orientado a não as deixar sozinhas devido a um suposto histórico de abuso
sexual no lugar. Ele, então, procurou apoio religioso e a criança mais velha
foi levada à pastora por indicação da igreja. Segundo o procurador Daniel de
Resende Salgado, ela teria prometido habitação e educação à criança. "Essa
situação é muito comum no Brasil. Pais de cidades do interior do Nordeste, por
exemplo, deixam seus filhos com pessoas na capital que prometem auxiliá-los com
uma educação de qualidade e melhores oportunidades", relata.
De acordo com as investigações, a criança chegou a ser
matriculada em uma escola de Goiânia. Lá, as professoras notaram que ela estava
sempre cansada e indisposta, nunca fazia os deveres de casa e apresentava
sinais de violência pelo corpo. Com o auxílio de uma psicóloga, a índia acabou
revelando o que vivia dentro de casa. As professoras denunciaram o caso à
Polícia Civil, que acionou o MPF. "A menor foi reduzida à condição análoga
a de escravo. Essa é uma das piores formas de trabalho infantil, pois é algo invisível,
dentro dos domicílios", avalia Daniel. A Legislação brasileira só permite
que jovens a partir dos 16 anos trabalhem, mas na condição de aprendizes.
Na ação, o procurador da República destacou que o crime
atribuído à pastora está previsto no artigo 149 do Código Penal. Caso ela seja
condenada, poderá receber pena de até 16 anos de reclusão.
Cresce o medo em áreas de risco
As quase 1,8 mil pessoas que vivem em locais às margens de
córregos ou perto de erosões no DF temem pelo pior diante da intensidade das
precipitações. A Defesa Civil, com 10 servidores, trabalha em ações preventivas
e de resposta a desastres
» ANTONIO TEMÓTEO
As chuvas intermitentes desde meados de dezembro último
deixaram em estado de alerta moradores de diversas áreas de risco, como Vila
Cauhy, no Núcleo Bandeirante, Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, Colônia
Agrícola Águas Claras, em Vicente Pires, e Vila Rabelo, em Sobradinho 2. As
comunidades dessas regiões temem desabamentos de casas, devido ao avanço das
erosões, dos alagamento e das inundações pelas cheias dos córregos. O lixo
acumulado é outra preocupação das pessoas, receosas diante da possibilidade de
proliferação de doenças, como a dengue, e de aparecimento de roedores, vetores
de outras moléstias.
No Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, a situação é
desesperadora. Devido à inexistência de galerias pluviais, água da chuva
escorre pelo asfalto ou pelo que sobrou dele arrastando muito lixo, e grandes
fendas começam a se formar nas ruas. Na Chácara 5, no Trecho 3 do bairro, duas
crateras ficam cada vez mais próximas das casas a cada temporal. Os moradores
contam que a força da correnteza desgasta os barrancos e aumenta o tamanho da
erosão.
A dona de casa Maria Joana Fernandes da Silva, 36 anos,
dorme cada vez menos com medo de perder a casa para o enorme buraco. Moradora
do Condomínio Sol Nascente há quatro anos, ela contou que a erosão surgiu em
outubro de 2010. Segundo Maria, o que parecia antes um poço, se transformou em
uma monstruosidade e levou pelo menos três postes de energia elétrica. A
comunidade tentou amenizar o desgaste da terra com a construção de barreiras
para a água da chuva e, o que parecia uma solução, provocou a abertura de outro
buraco.
"Tenho muito medo e já perdi várias noites de sono.
Meu receio é que aminha casa seja engolida por essa cratera. Estou desamparada.
Espero que Deus tenha piedade da gente que mora aqui porque estamos
abandonados. A Defesa Civil veio e disse para ficarmos em alerta. Disseram que
poderiam nos remover daqui, mas até agora nada", completou.
Desespero
O medo de perder o pouco que tem é compartilhado pela empregada
doméstica Audenira Souza, 40 anos. Ela mora há oito anos com seis familiares,
entre eles o filho Breno, 8, em uma invasão na Colônia Agrícola Águas Claras,
às margens do Córrego Vicente Pires. Segundo ela, em janeiro a preocupação
aumenta, porque as chuvas são mais fortes e os riscos de alagamento são
grandes. Ela contou que em anos anteriores, com a cheia do córrego, a água
chegou a um metro do portão da casa.
"A Defesa Civil veio aqui e disse que moro em uma
área de risco. Fizeram um cadastro, mas não apareceram mais. Meu sonho é sair
daqui para viver em um lugar melhor. Aqui, a gente não tem água nem luz.
Mantenho a casa com R$ 545. Além de tudo, existe muito lixo acumulado, e o
cheiro é horrível. As pessoas deixam latas, pneus e garrafas espalhados, o que
aumenta o risco de dengue."
Na Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, os riscos de
alagamento com a elevação do córrego Riacho Fundo também são motivo de
preocupação para dona de casa Maria José Leme Cardoso, 58 anos, e o filho Paulo
Rogério Gomes, 37. Moradores do local há 25 anos, eles contam que já viram
alagamentos na área. A casa deles fica há cerca de oito metros de distância do
córrego. "Ninguém olha por nós. Os riscos aqui são grandes em tempos de
chuva. A gente sonha sair dessa situação, ir para uma área urbanizada e em
morar em uma casa melhor. Mas é complicado. Além do mais, temos que conviver
com o lixo que depositam aqui. Acaba virando foco de mosquito da dengue e casa
de rato", completou Paulo.
Esvaziamento
Até setembro do ano passado, a Secretaria de Defesa Civil
do Distrito Federal mapeou 25 áreas de risco, em 10 regiões administrativas. A
estimativa é de que 1.740 pessoas moram nessas localidades. Segundo o
subsecretário de Operações da Defesa Civil do DF, coronel Sérgio Bezerra, o número
de áreas aumentou, mas não é possível dimensionar esse crescimento. Hoje, toda
a equipe — no total, 10 servidores — está envolvida nas ações preventivas e de
resposta a desastres. Segundo ele, a coleta desses dados ocorrerá depois de
passada a temporada de chuva.
Na avaliação do subsecretário, são necessários, pelo
menos, mais 10 servidores para o trabalho de prevenção e mapeamento de áreas de
risco no DF. Atualmente, apenas dois engenheiros fazem parte dos quadros da
subsecretaria. "Desde outubro do ano passado, temos visitado e orientado
as pessoas a observarem a evolução de erosões próximos às casas, a medirem as
rachaduras nas residências e a fazerem a marcação de tal forma que possam
acompanhar o tamanho das ameaças. Elas devem ficar em alerta nesse
período", completou.
Ontem, o tempo amanheceu nublado e a água caiu no início
da tarde no centro da capital federal. Na terça-feira, foram 20 horas
ininterruptas de chuva. Desde o início do ano, apenas não choveu nos dias 5 e
6. Segundo o meteorologista Luiz Cavalcanti, do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), o Sol pode aparecer por algumas horas na sexta-feira, mas
o fim de semana será chuvoso. "Nessa época, a massa quente e úmida da
Região Amazônica vem para o Centro-Oeste, provocando muita chuva. Associada a
frentes frias vindas da Região Sul, os dois fenômenos causam a continuidade da
chuva", explicou.
Fim de semana com chuva
Até ontem, o Inmet havia registrado a precipitação de 155
milímetros, equivalente a 62,65% de toda a chuva prevista para janeiro, de
247,4 milímetros. Cada milímetro equivale a um litro de água por metro
quadrado. O período chuvoso segue até o início de maio. A previsão para hoje é
de tempo nublado e chuva. A temperatura mínima deve ficar em 17ºC e a máxima em
26ºC. A umidade relativa do ar poderá variar entre 95% e 55%. Na sexta-feira e
no sábado a previsão é de mais chuva.
Dicas
Veja algumas medidas que podem ajudar a evitar acidentes e inundações durante as chuvas:
Veja algumas medidas que podem ajudar a evitar acidentes e inundações durante as chuvas:
» Não plante bananeiras (árvore pesada e de raiz
superficial) em encostas, dando preferência às plantas mais leves e de raízes
profundas, como o bambu;
» Não jogue lixo em encostas, córregos e bocas de lobo;
» Construa calhas nos telhados, conservanda-os limpas, e
canaletas no chão para direcionar a água;
» Mantenha limpos ralos, esgotos, galerias, valas etc;
» Aterre buracos que acumulam água;
» Reforce muros e paredes poucos confiáveis;
» Providencie a poda ou o corte de árvores com risco de
queda;
» Incentive a criação de grupos de cooperação entre os
moradores em locais de risco.
Fonte: Secretaria
da Defesa Civil,
Colaborou Roberta Abreu
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