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BBB DE DILMA
Sistema online pretende vigiar contratos da União
Presidente deu prazo de seis meses para que
ministros criem nova estrutura contra a corrupção
TROCA NO COMANDO
Petrobras com Graça será afinada a Dilma
Gabrielli deixa presidência de petrolífera para entrar na
política baiana
Confirmada ontem para comandar a Petrobras, a atual
diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, deve dar à maior estatal
brasileira uma administração mais afinada com a presidente Dilma Rousseff. Será
a primeira mulher à frente da petroleira e chega com o desafio de ampliar os
horizontes da maior empresa do Brasil.
EDITORIAL
Os meninos do crime
O trabalho de reportagem que está sendo apresentado
por Zero Hora sobre a trajetória de adolescentes internos na antiga Febem, no
ano de 2002, é um atestado eloquente do fracasso de um modelo de recuperação de
infratores que, infelizmente, ainda não foi totalmente extinto. Ao colocar
nomes e biografias na estatística, o registro jornalístico evidencia dramas
familiares e vidas desperdiçadas por uma nefasta conjugação de fatores que vão
do ambiente degradado onde muitos desses jovens se criaram à incompetência do
Estado para fazer o seu papel. Mas ainda são os números que chocam mais: de 162
jovens que cumpriam medida judicial no início do ano referido, apenas dois
parecem ter se salvado da rotina de novas condenações, prisões e execuções. Os
dados apontam para uma condenação coletiva. A Febem transformou-se em Fase em
2002, a metodologia de ressocialização de meninos e meninas infratores mudou
bastante, mas ainda persistem alguns resquícios do autoritarismo e do descaso
que transformaram tantos delinquentes juvenis em criminosos irrecuperáveis.
Se já é doloroso constatar que tantos egressos de
um único ano tiveram destino tão trágico, mais assustador ainda é pensar que
durante mais de 50 anos adolescentes autores de atos infracionais ou
simplesmente abandonados receberam um atendimento que mais forma para o crime
do que recupera. A partir da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente,
em 1990, as instituições de atendimento de todo o país tiveram que se adequar
às diretrizes da Doutrina de Proteção Integral – que inclui distinção entre o
tratamento a ser dispensado a autores de infrações e às vítimas de violência e
abandono. A Fase especializou-se no atendimento aos jovens penalizados com
medida judicial de internação ou semiliberdade.
Mudou muito, mas não mudou tudo. A própria ministra
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do
Rosário, admite que o sistema de caráter socioeducativo brasileiro ainda é
apenas uma declaração de intenções, pois não consegue recuperar os infratores
na dimensão desejada.
Não consola saber que era muito pior. A série de
reportagens que está sendo apresentada por Zero Hora, com o objetivo de chamar
a atenção das autoridades e da sociedade para o verdadeiro extermínio de vidas
e futuros praticado durante tanto tempo com a conivência de todos, mostra um
caminho sem volta. A reincidência no crime, o estigma da internação e a falta
de oportunidades levaram a maioria absoluta do grupo investigado a condenações
prolongadas, à clandestinidade ou mesmo à morte – destino de 48 deles, jovens
que sequer tiveram a chance de se tornar adultos.
Mas este passado deprimente também pode ser
utilizado como exemplo para o aperfeiçoa-mento do sistema e das instituições
que hoje atendem crianças e adolescentes autores de atos infracionais. E deve
servir, principalmente, para alertar os governantes e a sociedade sobre a
urgência de investimentos em prevenção – a única porta capaz de impedir o
acesso ao verdadeiro labirinto da ressocialização.
ARTIGOS
Bebida x direção: cadeia, sim!
Carlos Eduardo
Richinitti
Quem pega o volante de um carro após ingestão de
grande quantidade de álcool, matando uma família inteira, não deve ir para a
cadeia na medida em que não tinha a intenção de matar?
Os juristas se debatem sobre a questão, alguns de
forma apaixonada, fazendo a distinção entre dolo eventual ou culpa consciente,
esquecendo-se, a meu ver, de que o direito só existe para viabilizar o convívio
em sociedade e, toda vez que a regra se apega mais ao princípio ou à ficção do
que à necessidade advinda da realidade, ela concorre justamente para o
contrário de sua razão de ser, no caso, tornando pior a vida em comunidade.
O resultado é esse que aí está, uma verdadeira
carnificina no trânsito, em que estar vivo ou morto depende mais de sorte do
que de cautela, situação que só tende a piorar, pois os bons ventos da economia
estão jogando, a cada dia, milhares de carros, sem que haja qualquer
planejamento ou crescimento compatível da estrutura viária.
Comovem as campanhas de conscientização, mas a
verdade é uma só. Se quisermos mudar o quadro que aí está, teremos que apostar
em educação e afastar a ideia de impunidade que grassa entre nós. É chegada a
hora de que quem faz a lei ou a aplica desapegar-se de teorias ou de mundos
ideais, que são bons para livros, teses ou palestras, mas que têm efeitos
nefastos ao convívio social, na medida em que desconsideram a realidade que
pulsa na vida real.
Não pode uma mãe chorar a perda de um filho, vendo
um criminoso, completamente embriagado, cambaleando, levantando a Constituição
e bradando o seu direito de se negar a fazer prova contra si e a ilegalidade de
ir preso, pois nunca teve a intenção de acabar com os sonhos do jovem a que
acabou de impor a pena de morte.
Impunidade, em verdade, é a palavra mágica que
resolve a maioria dos problemas deste Brasil emergente, em especial no
trânsito, onde se impõe maior rigorismo e menos teoria, até porque, nas
estradas, ao contrário dos parlamentos ou dos tribunais, uns não são mais
iguais que os outros, e qualquer um tem a mesma chance de ser a próxima vítima.
*Juiz de
Direito
Política de drogas e álcool
por Paulo JB Leal
Estudos que vêm sendo divulgados entre nós dão
conta de que a bebida alcoólica é responsável por cerca de 3,8% de todas as
mortes registradas no mundo, aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, entre as
quais 320 mil jovens entre 15 e 29 anos.
No Brasil, em torno de 70% dos acidentes com mortes
nas estradas ocorrem sob o efeito do álcool e custam ao país, conforme estudos
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de R$ 25 bilhões, que
são pagos por toda a sociedade (além de provocar o aumento no valor dos seguros
de automóveis e graves problemas nas emergências hospitalares).
Em Santo Ângelo, segundo relatos feitos em debate
público pelo delegado responsável pela 13ª Delegacia Regional de Polícia, o
consumo exagerado de bebidas provoca brigas, homicídios, arruaças, desavenças
familiares, havendo envolvimento do álcool em mais de 80% das ocorrências
policiais.
Examinando-se esses dados, parece não haver dúvida
alguma de que entre todas as drogas, lícitas e ilícitas, o álcool é a que causa
maior mal à sociedade. Não obstante, conforme estudo feito em matéria veiculada
pelo Sinpro – Sindicato dos Professores no Estado do Rio Grande do Sul –, em
setembro de 2011, foi constatado que crianças e adolescentes estão na mira da
indústria de bebidas, havendo uma clara política de promoção do consumo do
álcool entre a população mais jovem do nosso país.
Em face de tudo isso, o Conselho Municipal
Antidrogas de Santo Ângelo (Comad), depois de discutir e debater o assunto,
entendeu não haver um único argumento que possa justificar a presença de
pessoas públicas e atletas (como Mano Menezes, Dunga, Sandy, entre outros)
promovendo o consumo de bebidas alcoólicas. Menos ainda associá-las à alegria e
ao esporte, onde se situa a base sagrada da nossa sociedade: a juventude.
Essas são as razões pelas quais entendeu-se que
devemos promover debates sobre a política de drogas do Estado brasileiro e o
álcool, tendo como foco a propaganda, pois não há argumentos de natureza
econômica que possam justificar o sacrifício da vida dos nossos filhos com uma
prática perversa como essa.
Bem que a presidenta Dilma poderia ter coragem e
aproveitar a realização da Copa do Mundo em nosso país para cobrar explicações
dos dirigentes esportivos sobre as razões que os levaram a associar-se aos
fabricantes de bebidas, deixando de lado a promoção da saúde e esporte para
incentivar o vício.
*Presidente
da OAB, subseção de Santo Ângelo
POLITICA
Sistema online pretende vigiar contratos da União
Presidente deu prazo de seis meses para que
ministros criem nova estrutura contra a corrupção
A transparência da máquina pública pautou parte da
primeira reunião ministerial do ano, comandada ontem pela presidente Dilma
Rousseff. Ela concedeu prazo de seis meses para que os ministérios apresentem
ao Planalto um sistema de monitoramento dos seus programas, incluindo
informações sobre a assinatura de convênios e contratos.
A ideia é disponibilizar dados sobre a execução e o
andamento de projetos. Com a medida, o Planalto pretende exercer controle em
tempo real sobre as ações de cada órgão.
O governo Dilma recentemente passou por desgastes
envolvendo denúncias de irregularidades em gastos dos ministérios, sendo que
suspeitas de corrupção recaíram principalmente sobre os contratos com
organizações não governamentais.
Também teve que dar explicações a respeito do
direcionamento de recursos do governo para redutos políticos de ministros.
Em um discurso inicial de 30 minutos, Dilma afirmou
que o projeto de transparência é transformador.
– É um projeto revolucionário, progressista e
indispensável para a verdadeira reforma do Estado, não pela demissão de
servidores ou da perda de direitos previdenciários, mas da gestão de um Estado
mais profissional e meritocrático – afirmou.
Reunião contou com a presença de 36 ministros
Além de Dilma, o presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, fez uma análise do cenário econômico internacional e avaliou
as projeções para o crescimento interno. O Brasil, disse ele, será um dos
poucos países do mundo a superar os números de 2011. Tombini acredita que os
Estados Unidos devem apresentar um crescimento mais alto em relação a 2011 e
que os países europeus, apesar de apresentarem cenários diferentes, devem
registrar estabilidade. Sobre a China, a expectativa é que o crescimento seja
alto, mas inferior ao de 2011. Dos 38 ministros, 36 participaram da reunião. Os
ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e Previdência, Garibaldi Alves,
mandaram representantes. O novo ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio
Raupp, que assume hoje, também acompanhou o encontro.
Brasília
Governo nega corte de R$ 70 bi
Em reação à perspectiva de redução nos gastos
públicos para este ano, o governo negou ontem que o valor do orçamento a ser
contingenciado esteja definido. Conforme o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo "ninguém no governo falou em cortar R$ 70 bilhões" das
previsões de 2012.
Integrantes do governo, no entanto, já admitem nos
bastidores que o corte pode alcançar os R$ 60 bilhões.
Neste ano, o Planalto discute com a equipe
econômica uma estratégia diferente de exercícios anteriores.
A presidente Dilma Rousseff está preocupada com os
efeitos da crise financeira internacional e pediu, inclusive, que bancos
públicos estudem medidas que possam estimular o crédito, influenciando o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Dilma espera atingir uma taxa de
crescimento de pelo menos 4% neste ano. Se for preciso, o governo lançará mão
de mais medidas de estímulo para acelerar o mercado interno.
Brasília
Governo nega corte de R$ 70 bi
Em reação à perspectiva de redução nos gastos
públicos para este ano, o governo negou ontem que o valor do orçamento a ser contingenciado
esteja definido. Conforme o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo
"ninguém no governo falou em cortar R$ 70 bilhões" das previsões de
2012.
Integrantes do governo, no entanto, já admitem nos
bastidores que o corte pode alcançar os R$ 60 bilhões.
Neste ano, o Planalto discute com a equipe
econômica uma estratégia diferente de exercícios anteriores.
A presidente Dilma Rousseff está preocupada com os
efeitos da crise financeira internacional e pediu, inclusive, que bancos
públicos estudem medidas que possam estimular o crédito, influenciando o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Dilma espera atingir uma taxa de
crescimento de pelo menos 4% neste ano. Se for preciso, o governo lançará mão
de mais medidas de estímulo para acelerar o mercado interno.
Brasília
Servidores terão de mostrar contracheque
O governo federal passará a exigir, a partir de
abril, a apresentação semestral de contracheques de todos os servidores da
administração federal que tenham sido cedidos por Estados e municípios. O
objetivo é impedir o estouro do teto remuneratório do serviço público federal.
A Constituição determina que a remuneração de
servidor federal não ultrapasse o salário dos ministros do Supremo Tribunal
Federal, hoje em R$ 26,7 mil.
Com a verificação semestral, o governo poderá, em
tese, evitar que o acúmulo de salários resulte na ultrapassagem do teto
constitucional. Os contracheques terão de ser apresentados ao setor de recursos
humanos dos órgãos federais em abril e em outubro de cada ano.
O documento também terá de ser apresentado no ato
da posse. Quem não apresentar os contracheques dos órgãos de origem estará
sujeito à exoneração.
As regras abrangem desde os servidores efetivos,
ativos e aposentados, até os ocupantes de cargos comissionados e funcionários
de empresas públicas e sociedades de economia mista, como Petrobras e Banco do
Brasil.
O Ministério do Planejamento, contudo, afirma que a
remuneração proveniente de participação de ministros e outras autoridades em
conselhos de estatais, por exemplo, não entra na conta.
A portaria, publicada em novembro passado pela
Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, é decorrente de
decisão judicial em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público
Federal, cobrando a adoção das exigências. Até então, servidores cedidos não
eram obrigados a apresentar seus contracheques nem mesmo na posse.
São Paulo
ECONOMIA
Temor de represália suspende downloads em sites
A prisão do fundador do site de compartilhamento de
arquivos Megaupload parece ter gerado impacto entre outros serviços do gênero.
Sites que também hospedam e facilitam o download gratuito de vídeos e música
anunciaram, repentinamente, mudanças em sua política de uso do material
disponível.
Filesonic, Uploaded.to e Fileserve não permitem
mais que usuá- rios diferentes tenham acesso ao mesmo arquivo. A partir de
agora, os sites funcionam como um serviço de hospedagem tradicional em nuvem
para fugir do destino do Megaupload – fundador preso, site fechado e recursos
apreendidos. Apesar de os sites se declararem contra a pirataria e o download
ilegal, alguns ofereciam até dinheiro a usuários que tivessem maior número de
arquivos baixados.
As modalidades adotadas para evitar o
compartilhamento e escapar de eventuais penalidades variam. Enquanto o
Filesonic cancelou totalmente o compartilhamento aberto de arquivos, permitindo
apenas o uso privado e pessoal das contas, o Uploaded.to encerrou o serviço
apenas para usuários dos Estados Unidos.
O fechamento do Megaupload, na quinta-feira
passada, pelo FBI, e o cancelamento de parte dos serviços dos demais sites
ocorrem em meio a discussões sobre proteção a direitos autorais na internet. Na
semana passada, protestos provocaram a retirada da pauta do Congresso americano
de projetos de lei com regras rígidas para coibir a pirataria digital nos EUA.
Mas a disputa deve ser longa. Em represália ao fechamento do Megaupload,
hackers conhecidos como Anonymous colocaram no ar links para download ilegal de
material da Sony.
marina.goulart@zerohora.com.br
MARINA GOULART
Volume de cheques sem fundos em alta
Pesquisa da Serasa Experian divulgada ontem mostra
que a devolução de cheques por falta de fundos em 2011 atingiu 1,95% dos papéis
compensados em todo o país. É o maior percentual desde 2009, quando o indicador
atingiu 2,15%.
Em 2010, a inadimplência com cheques havia caído
para 1,76%. No total, 19.740.416 cheques foram devolvidos no ano passado.
Petrobras com Graça será afinada a Dilma
Gabrielli deixa presidência de petrolífera para entrar na
política baiana
Confirmada ontem para comandar a Petrobras, a atual
diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, deve dar à maior estatal
brasileira uma administração mais afinada com a presidente Dilma Rousseff. Será
a primeira mulher à frente da petroleira e chega com o desafio de ampliar os
horizontes da maior empresa do Brasil.
Aos 55 anos, substituirá José Sergio Gabrielli, no
comando da estatal desde 2005. O executivo deve assumir cargo na Bahia, com
objetivo de disputar a sucessão do atual governador Jaques Wagner (PT) em 2014.
Além da confiança irrestrita de Dilma, a nova comandante da companhia tem
perfil técnico.
Depois de notícias de que a direção da Petrobras
seria alterada após resultados decepcionantes, a empresa confirmou ontem a
intenção do presidente do conselho de administração, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, de indicá-la à presidência no próximo dia 9. Enquanto em 2010 a
Petrobras era a terceira maior petroleira do mundo em valor de mercado, com US$
228 bilhões, ao final de 2011 a empresa valia pouco mais de US$ 156 bilhões.
Não houve anúncio de outras alterações da diretoria.
Nova comandante é chamada de mão de ferro
Conhecida como Graça, a futura presidente é
funcionária de carreira da Petrobras, onde ingressou em 1978 como estagiária.
Chamada de mão de ferro, conheceu a presidente em 1999, em contatos sobre o
gasoduto Brasil-Bolívia, época em que Dilma era secretária de Energia e Minas
do Estado. Voltaram a se aproximar na transição, em 2002.
Em 2010, quando Graça foi cotada para o ministério
de Dilma, a Folha de S.Paulo noticiou que seu marido, Colin Vaughan Foster,
assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes
eletrônicos para áreas de tecnologia, exploração e produção desde 2007, quando
Graça assumiu cargo na direção.
Desde antes da eleição, eram públicas as
divergências entre Gabrielli e Dilma, que presidiu o conselho de administração
da empresa como ministra de Energia e como chefe da Casa Civil. No ano passado,
Gabrielli fez questão de desmentir a versão de que teria chorado depois de uma
dura conversa telefônica com Dilma.
– Ela gritou, mas não é verdade que eu chorei, como
andaram publicando. Mas ela já gritou comigo. E eu já gritei com ela – disse à
revista Época em agosto de 2011.
Por orientação do ex-presidente Lula, Dilma aceitou
manter Gabrielli por um ano. Durante as negociações sobre as novas regras para
exploração do pré-sal, a Petrobras esteve ameaçada de perder poder. Depois de
muitas tratativas, saiu fortalecida, com garantia de participação mínima de 30%
em toda a atividade.
GERAL
Turbulência fere em voo para Miami
Uma violenta turbulência durante um voo entre
Recife (PE) e Miami (EUA) provocou pânico e deixou pelo menos três comissários
de bordo feridos. A queda brusca de altitude ocorreu no domingo em um Boeing
757-200 da companhia americana American Airlines.
De acordo com passageiros, não houve aviso, e quem
estava sem o cinto de segurança foi arremessado contra o teto da aeronave.
A companhia aérea afirmou ter levado os
funcionários feridos a hospitais da área de Miami para observação e tratamento.
A American Airlines informou que a turbulência foi "forte e
inesperada" e que "felizmente, nenhum passageiro ficou ferido".
Jornais e TVs norte-americanos afirmaram que foram
seis os feridos no incidente: um foi atendido ainda no aeroporto de Miami e os
outros cinco foram encaminhados para hospitais.
O voo 980 decolou da capital pernambucana ao
meio-dia de domingo, com 167 passageiros e seis comissários. A turbulência
ocorreu cerca de duas horas após a decolagem. O pouso ocorreu às 18h30min
(21h30min em Brasília).
Passageiros relataram ter sentido uma queda rápida
e intensa no momento da turbulência. Pegos de surpresa, muitos estavam sem o
cinto de segurança afivelado. A turbulência surgiu na hora do almoço,
arremessando bandejas de comida para o alto.
– Tinha muita gente gritando e chorando. Uma
mulher, que estava sentada algumas fileiras atrás da gente, foi jogada ao ar e
caiu no meio do corredor. Algumas pessoas foram jogadas contra o teto – contou
o passageiro Gillas Correa à rede americana CBS.
Segundo Correa, um passageiro médico atendeu os
feridos ainda no ar. Relatos de pessoas a bordo afirmam que alguns sofreram só
ferimentos leves e optaram por não ir para o hospital.
RS tem 27 hospitais aptos a retirar próteses
O Ministério da Saúde divulgou ontem a lista dos
371 hospitais públicos habilitados a fazer a retirada das próteses mamárias de
silicone das marcas Poly Implant Protheses (PIP) e Rofil. Desse total, 27 estão
localizados no Rio Grande do Sul.
Na semana passada, o ministério anunciou o passo a
passo para o atendimento às mulheres com próteses das duas marcas.
As duas empresas usaram silicone industrial, não
indicado para próteses de seio. O produto aumenta o risco de ruptura do
implante ou vazamento, o que provoca inflamação da mama ou outros problemas de
saúde.
A orientação é para a paciente procurar
imediatamente o hospital público ou a clínica particular onde fez o implante
para uma avaliação da condição da prótese. Caso esteja distante da unidade de
saúde onde fez o implante, deve buscar atendimento em um dos hospitais
indicados na lista (confira abaixo) ou em qualquer centro de especializado do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Os médicos devem usar ultrassom para confirmar se o
silicone vazou ou não. O profissional pode solicitar também uma ressonância
magnética. Todas as pacientes com próteses das marcas devem ser examinadas,
mesmo sem sintomas de problemas nos implantes. As pacientes com ruptura
comprovada da prótese e com antecedente de câncer de mama terão prioridade para
retirada e troca do implante. Nos outros casos, a substituição será feita
somente com indicação médica.
Habilitados
no Estado
BAGÉ
- Santa Casa de Caridade de Bagé
CACHOEIRA DO SUL
- Hospital de Caridade e Beneficência
CANOAS
- Hospital Nossa Senhora das Graças
CAXIAS DO SUL
- Hospital Geral de Caxias do Sul
CRUZ ALTA
- Hospital Nossa Senhora de Fátima
- Hospital de Caridade São Vicente de Paulo
ERECHIM
- Fundação Hospitalar Santa Terezinha
IJUÍ
- Hospital de Caridade de Ijuí
LAJEADO
- Hospital Bruno Born
SÃO LEOPOLDO
- Hospital Centenário
PASSO FUNDO
- Hospital da cidade de Passo Fundo
- Hospital São Vicente de Paulo
- Hospital Municipal Passo Fundo
PELOTAS
- Sociedade Portuguesa de Beneficência
- Hospital Escola da Ufpel
- Hospital Universitário São Francisco de Paula
- Santa Casa de Misericórdia de Pelotas
PORTO ALEGRE
- Santa Casa de Misericórdia
- Hospital Nossa Senhora da Conceição
- Hospital de Clínicas de Porto Alegre
- Hospital Presidente Vargas
- Hospital São Lucas da PUCRS
- Hospital Fêmina
- Hospital Cristo Redentor
RIO GRANDE
- Hospital Universitário
SANTA MARIA
- Hospital Universitário de Santa Maria
SANTA CRUZ DO SUL
- Hospital Ana Nery
Novos confrontos após reintegração de posse
PM iniciou no domingo ação para desocupar área no interior
paulista
Uma bairro fantasma. Foi o que moradores
autorizados a voltar à área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos,
no interior de São Paulo, para retirar seus pertences encontraram ontem, um dia
após o início da operação de reintegração de posse da região. Cercada por mais
de 300 policiais militares, a área onde 6 mil pessoas – ou 2,5 mil segundo a
prefeitura – viviam até domingo está sitiada.
Sem os moradores, apenas PMs circulavam em meio a
dezenas de cachorros e galinhas deixados para trás. Varais ainda exibiam roupas
lavadas no dia anterior. O cenário surgiu após moradores e a Polícia Militar
entrarem, pelo segundo dia consecutivo, em confronto em áreas próximas ao
Pinheirinho, que estava ocupado há sete anos e onze meses. Um caminhão da
prefeitura foi queimado, e moradores, revoltados com a demora no atendimento
num centro de triagem, entraram em choque com PMs e guardas civis. A polícia
atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, e todos se dispersaram.
Não houve feridos.
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo
Alckmin, disse ontem que serão investigados possíveis abusos da Polícia Militar
na ação. O coronel Carlos Messias Mello, comandante da operação, e o juiz
Rodrigo Capez, que acompanhou a ação, afirmaram que a PM não cometeu excessos.
O terreno de 1,3 milhão de metros quadrados onde
ficava o bairro foi avaliado em R$ 180 milhões por um perito, de acordo com a
juíza Márcia Loureiro. O espaço tem dívidas, e um dos credores é a prefeitura
de São José dos Campos. A massa falida da Selecta, dona das terras, deve R$ 15
milhões em IPTU. De acordo com a 18ª Vara Cível da capital, onde tramita o
processo de falência, há outros credores.
Despejados afirmaram não ter ideia do que fazer
após o fim do Pinheirinho. A família do funileiro Edmar Rodrigues de Sousa, 44
anos, que aguardava na fila para preencher uma ficha que permitia entrar
temporariamente na área, estava dividida. Uns querem voltar ao Ceará. Outros
dizem que vão morar com parentes na cidade.
A prefeitura ofereceu passagens para quem quiser
voltar a seu local de origem. Segundo a prefeitura, foram cadastradas e levadas
para abrigos 623 pessoas.
MUNDO
UE veta compra de petróleo do Irã
Regime dos aiatolás diz que se sente no direito de
fechar o Estreito de Ormuz, principal rota de escoamento do Golfo Pérsico
Na mais importante medida adotada pela comunidade
internacional nos últimos meses contra o regime do Irã, a União Europeia
decidiu impor um embargo total às importações de petróleo do país dos aiatolás.
Atualmente, Espanha, Itália e Grécia compram o produto do Irã – e terão de
buscar uma alternativa como fonte de energia.
Todos os países da UE, porém, estão proibidos de
fechar novos contratos. Pressionado, o Irã respondeu como de costume: ameaçou
fechar o Estreito de Ormuz, rota por onde escoa um terço do petróleo do
planeta. O objetivo do embargo, que entra em vigor em 1º de julho, é pressionar
ainda mais o governo de Teerã a voltar para a mesa de negociações e discutir
seu programa nuclear.
Alemanha, França e Grã-Bretanha lideraram o bloco
na tomada da decisão. Em comunicado comum, Angela Merkel, David Cameron e
Nicolas Sarkozy endureceram o tom e fizeram exigências ao regime iraniano.
– Pedimos aos dirigentes iranianos que suspendam
imediatamente suas atividades nucleares – escreveram os três líderes,
acrescentando que, apesar disso, "a porta está aberta, se o Irã aceitar se
comprometer seriamente com as negociações".
A União Europeia compra cerca de 20% das
exportações de petróleo iraniano. A Grécia é um dos países europeus que mais
depende do combustível do país, pois importa cerca de um terço do petróleo que
usa da república islâmica. Itália e Espanha compram, cada um, 10% do petróleo
que usam. Esses países provavelmente irão substituir as importações por outros
países do Golfo, como a Arábia Saudita. Em entrevista ao jornal El País, o
chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, disse que o país "vai se
sacrificar em nome da segurança da zona".
Como mostra da irritação do regime, um político
iraniano disse que Teerã vai suspender imediatamente as vendas de petróleo para
a Europa "para que o preço do petróleo aumente, e os europeus tenham
problemas". Um deputado iraniano acrescentou que o governo sente-se,
agora, no direito de fechar o Estreito de Ormuz.
A perspectiva de um possível desabastecimento
causado por um conflito naval no Golfo Pérsico voltou a elevar o preço do
petróleo. O barril subiu US$ 1,51 ontem em Nova York, atingindo US$ 99,84. O
petróleo tipo Brent, usado para fixar o valor de variedades importadas por
refinarias americanas, aumentou US$ 0,94, atingindo US$ 110,80 em Londres.
Bruxelas
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