PRIMEIRA PÁGINA
Emergência - 116 cidades mineiras pedem socorro
O número de moradores dos municípios castigados
pelas chuvas (6,8 milhões) soma mais de um terço da população de Minas Gerais.
Ontem, houve três mortes em Além Paraíba, na Zona da Mata, elevando para 15 o
total no estado desde o início do período chuvoso. Perto dali, em Sapucaia,
depois da divisa com o Rio, um deslizamento soterrou pelo menos sete casas,
matando oito pessoas e deixando outras desaparecidas.
Dengue depois da chuvarada
Pesquisa em Bom despacho alerta para a infestação de
Aedes aegypti
O drama das chuvas que estão causando mortes e
destruição em Minas, com mais de 100 cidades em estado de emergência, acabou
tirando a atenção da população e das autoridades para a perspectiva de uma
outra tragédia que parece rondar várias regiões do estado. A chuva insistente
vai acabar passando e, quando der uma trégua mais prolongada, vai deixar água
empossada por todo lado. A volta do sol e do calor pode ajudar a montar um
quadro favorável à proliferação de um inimgo que, apesar de todos os esforços,
ainda estamos longe de derrotar: o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da
dengue. Um alerta preocupante foi dado ontem em Bom Despacho, no Centro-Oeste do
estado. Reportagem do Estado de Minas de hoje revela que o Levantamento do
Índice Rápido Aedes aegypti (Liraa) feito pelo município em parceria com
agentes da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis (GRS) concluiu que
o índice de infestação da dengue na cidade está em 11,4%. Para ter idea do
tamanho do problema, o índice considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é
de 1%. O estudo analisou 20% dos 21.260 imóveis da cidade. Desse número, mais
de 11% apresentavam focos da dengue.
Por enquanto, não ocorreu uma epidemia de dengue na
cidade, já que apenas um caso foi registrado este mês. Mas não é preciso
esperar que ele ocorra para agir. Afinal, o índice de infestação do mosquito
não deixa dúvida quanto ao perigo de um surto da doença e à urgência em
combater os focos já encontrados do Aedes aegypti em Bom Despacho e região.
Além disso, ninguem pode garantir que aquela cidade ou qualquer outra de Minas
está imune ao aparecimento do tipo 4 da doença, o mais perigoso e ainda
praticamente livre de defesas naturais. O alerta precisa ser observado em todo
o estado, pois será imperdoável perder os bons resultados obtidos pelas
campanhas desenvolvidas pelo governo do estado e várias prefeituras no ano
passado. Minas foi, em 2011, um dos estados que conseguiram baixar a ocorrência
da dengue, ao fechar o ano com o registro de 64.480 casos, com 23 mortes. Esses
números, embora ainda lamentáveis, representaram um avanço importante no
combate à doença, já que deixaram longe a dramática situação de 2010, quando oorreram
mais de 183 mil casos, com 179 óbitos.
Como nada garante que este ano o Aedes aegypti vai
se reproduzir menos, o mais prudente é iniciar logo o ataque e a retomada das
campanhas de conscientização da população. Como sempre, sem a participação
decisiva da população, todo o trabalho das autoridades será perdido. Lotes
sujos, pneus, latas e brinquedos de plástico jogados no quintal,
caixas-d"água sem tampa, piscinas esquecidas e lajes descobertas são
criadouros conhecidos de todos e a cada um resta a missão de evitá-los e
impedir que os vizinhos se descuidem. Uma boa ideia implantada pela Prefeitura
do Rio de Janeiro deveria ser examinada pelas autoridades de Belo Horizonte:
lá, um decreto municipal fixou em até R$ 3 mil as multas que poderão ser aplicadas
no caso de serem encontrados focos em imóveis que os donos resistirem às
inspeções das equipes de combate ao mosquito da dengue. Se o bolso é parte mais
sensível do corpo de algumas pessoas, não deve haver medida mais convincente a
torná-las mais cooperativas.
Guarda-chuva de emergência
Planalto anuncia a criação de força-tarefa de
técnicos para atuar na reconstrução das áreas de alto risco atingidas pelos
temporais em Minas, Espírito Santo e Rio de Janeiro
Juliana Braga
Para tentar descolar a imagem de inércia e
favorecimento político diante das chuvas, que abriu uma crise no Ministério da
Integração Nacional, o governo anunciou ontem um pacote de medidas de
enfrentamento dos danos causados por desastres naturais (veja quadro). O
principal é a criação, determinada pela presidente Dilma Rousseff, de uma Força
Nacional de Apoio Técnico de Emergência, grupo composto de integrantes de
diversos ministérios, para atuar na reconstrução das áreas atingidas. O grupo
de 150 especialistas, entre eles 35 geólogos e 15 hidrólogos, será deslocado
para as regiões de alto risco em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
O pacote tem o cunho mais político do que
estrutural. Parte das ações anunciadas já não são eficientes para o período de
chuvas atual. Os quatro radares que o Ministério da Ciência e Tecnologia vai
adquirir, por exemplo, só devem ser entregues em dois meses, a tempo somente
para mapear as chuvas no Nordeste. Outras medidas anunciadas não são novidades.
A abertura de crédito dos R$ 444 milhões para cidades atingidas havia sido
publicada no Diário Oficial na semana passada e a liberação do FGTS para
vítimas de desastres naturais já é autorizada.
Para mostrar eficiência, os ministros têm se
mobilizado para acompanhar as ações nos locais atingidos. Ontem mesmo, o
ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o dos Transportes, Paulo
Passos, foram a Vitória e hoje seguem para o município de Sapucaia, no Rio de
Janeiro, onde um deslizamento de terra deixou oito mortos. Já Alexandre Padilha
voa para a Zona da Mata mineira.
Os ministros não detalharam quanto do FGTS poderá
ser utilizado pelas vítimas da chuva. De acordo com Bezerra, as liberações
serão avaliadas caso a caso. Os ministros não informaram, também, o total da
verba que o governo federal vai disponibilizar para a reconstrução das cidades
atingidas. Bezerra disse, genericamente, que os pedidos dos municípios começam
a ser formalizados.
Na entrevista coletiva convocada pelo Palácio do
Planalto, cada ministro esforçou-se para demonstrar que sua área está agindo da
melhor forma possível para evitar tragédias ou consertar os estragos já feitos.
Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia, disse que em Belo Horizonte
choveu, no mês passado, 800 milímetros, um recorde para o mês.
Em Ouro Preto, já houve 174 deslizamentos de terra.
De acordo com o ministro, 23 radares meteorológicos estão em ação, mas ainda
faltam quatro – um para a Grande Vitória, outro para Salvador, um terceiro para
substituir um antigo equipamento em Alagoas e mais um para complementar o Vale
do Paraíba, em São Paulo. Mercadante disse ainda que é necessário aumentar o
número de pluviômetros. Para tanto, o ministério pretende colocar 1.500
equipamentos em torres de telefonia celular, em convênio com as operadoras.
Na área de transportes, o ministro Paulo Sérgio
Passos divulgou um relatório sobre as estradas federais atingidas: são 37
trechos, envolvendo 16 rodovias em cinco estados. Dos 37 trechos, seis estão
intransitáveis, 20 têm tráfego parcial e 11 já foram liberados. O Ministério da
Saúde vai entregar 15 mil unidades de hipoclorito para municípios que tiveram o
fornecimento de água afetados – no caso, só no Estado do Rio.
Pacote das Águas
A presidente Dilma Rousseff reuniu os ministros e
anunciou ações de resposta às chuvas. Confira as medidas
Envio de 150 especialistas, entre eles, 35 geólogos
e 15 hidrólogos, para áreas de mais alto risco
Funcionamento dos postos avançados da Defesa Civil
até março. Eles vão ajudar na reconstrução das áreas afetadas e identificar
pontos que precisarão de reforços até 2013
Resgate do FGTS por vítimas que tiverem suas casas
destruídas
Retirada da população quando o Centro de
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) emitir alertas de risco
alto ou muito alto
Aquisição de quatro radares meteorológicos para
reforçar o monitoramento das chuvas. Eles serão alocados em Vitória, Salvador,
Alagoas e no Vale do Paraíba
Instalação de 3 mil pluviômetros manuais e outros
1,5 mil automáticos
Envio de 100 profissionais do Ministério da Saúde
para auxiliar no tratamento e prevenção de doenças em áreas da Zona da Mata e
da Bacia do Rio Doce, em
Minas Gerais
Minas Gerais
» Destinação de kits de medicamentos e suprimentos
de saúde para o Espírito Santo. Já foram enviadas oito toneladas para Minas
Gerais e quatro para o Rio de Janeiro
Hélio Costa deixa hospital
O ex-senador Hélio Costa (PMDB) deixou ontem o
Instituto Biocor, onde estava internado desde a madrugada do dia 5. A
informação foi dada pelo próprio político, que no meio da tarde de ontem postou
em sua página no microblog twitter um agradecimento às "mãos
habilidosas" dos médicos que o atenderam no hospital. "Cheguei em
casa... graças a Deus", escreveu.
Depois de sentir fortes dores no peito na noite de
quarta-feira, Hélio Costa foi levado pela família ao hospital, onde foi
diagnosticado com um quadro de angina. Depois do procedimento o peemedebista
foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital sediado em Nova
Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os médicos diagnosticaram o
entupimento de uma artéria secundária e foi feito o cateterismo com implante de
um stent, um pequeno tubo feito de uma malha de metal posicionado na artéria
para mantê-la aberta, garantindo o fluxo.
Desde então Hélio Costa vem usando as redes sociais
para falar sobre a doença. No mesmo dia da internação tuitou que passava bem.
No último sábado, o peemedebista brincou: disse ter sido "promovido"
da UTI para um quarto comum. E mais uma vez agradeceu a torcida pela sua
melhora. "Acho que nunca tive tanto carinho de tantos amigos."
Rejeição a proposta em São Paulo
São Paulo – Petistas reagiram ontem com surpresa e
descrença ao tomarem conhecimento sobre a suposta proposta feita na semana
passada pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Segundo reportagem, Kassab teria oferecido um quadro do PSD para
ser o vice na chapa encabeçada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, à
sua sucessão. "Ninguém da Executiva do partido estava sabendo disso",
disse o vereador Chico Macena, secretário de Comunicação do PT paulistano.
Na ausência do presidente do diretório municipal,
vereador Antonio Donato, Macena falou em nome da sigla e disse não acreditar
que essa conversa tenha acontecido. "Não acredito nisso. Em São Paulo,
temos um projeto diferente do Kassab", ressaltou. "Eu nem acredito
nessa intenção do prefeito de indicar alguém. A intenção do Kassab é indicar um
candidato dele", emendou. A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula
disse que ele não vai comentar o assunto.
Em abril de 2011, um documento lançado pelo
diretório municipal deixou claro que, mesmo com a aproximação de Kassab à base
da presidente Dilma Rousseff, o PT seria oposição ao PSD na cidade de São Paulo
por representar um projeto antagônico. Os petistas rechaçam a possibilidade de
Lula levar a proposta de Kassab em consideração e impor um vice do PSD. "O
Lula não tem essa intenção. Ele não faria isso", acrescentou Macena.
A aproximação com o partido de Kassab está fora de
negociação, garantiu o vereador paulistano José Américo, que integra o conselho
político da pré-candidatura de Haddad. "Isso não está em cogitação",
reforçou. Uma liderança do PT vê na movimentação de Kassab o interesse em
pressionar o PSDB por uma aliança, seja em torno do nome do vice-governador Guilherme
Afif Domingos (PSD) ou do lançamento da candidatura do ex-governador José Serra
(PSDB). "Ele pode ter jogado essa para se valorizar com o PSDB. Acho que
não é para valer", avaliou.
ECONOMIA
Reajustes de janeiro dão fôlego à inflação em BH
Mensalidade e
material escolar, transporte, salário de empregados domésticos e impostos com
aumento apimentam os primeiros indicadores do ano e pesam no orçamento das
famílias
Geórgea Choucair
As contas da família do médico Leonardo Lamarca
Almeida e da fisioterapeuta Flávia Corrêa Assumpção vão dar força ao dragão da
inflação em janeiro. O casal paga escola particular para três filhos, empregada
doméstica (com transporte nos fins de semana) e Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU). Todas as contas tiveram reajuste em janeiro e têm grande peso na
inflação do início do ano. Só de escola, o casal desembolsa mais de R$ 2 mil
mensalmente para os filhos de 14, 11 e 6 anos. A empregada, que ganhava R$
1.090 até dezembro, passa a receber R$ 1.280 este mês. Há ainda os gastos com
material escolar e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Como se não bastasse, a família ainda precisa de quantia extra para as férias,
já que vai passar uma semana em Araxá. "Usamos parte do 13º salário para
pagar as despesas de início de ano", conta Flávia.
O salário mínimo, o ônibus urbano e o IPTU são os
itens que mais pesam na inflação da capital em janeiro, revela Wanderley
Ramalho, coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Ipead/UFMG. Só
esses três itens, diz, devem impactar em mais de 1% a inflação deste mês,
índice superior à alta de custo de todo o mês de dezembro de 2011, que foi de
0,59% na capital. "Mas vale lembrar que isso não significa nenhum
descontrole inflacionário. No ano passado, a inflação de janeiro foi de
2,7%", observa o estatístico.
IPC-S As primeiras medições do aumento do custo de
vida em janeiro mostram pressão forte sobre os preços. O Índice de Preços ao
Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,93% na primeira quadrissemana deste mês,
segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), depois de ter tido alta de 0,79% na
última quadrissemana do mês passado. Foi o maior avanço desde a terceira
quadrissemana de maio de 2011, quando o índice subiu 0,96%. A alta de preços
foi alavancada principalmente por quatro setores: na educação, leitura e
recreação a alta saiu de 0,42% para 1,38% e os custos de alimentação subiram
1,92%, ante 1,65% na quadrissemana anterior, com hortaliças e legumes mais
caros. O ônibus urbano levou o custo do grupo de transportes a aumentar de
0,59% para 0,61%. Nas despesas diversas, a inflação foi de 0,14%, contra 0,11%
na última leitura de dezembro.
O levantamento da FGV mostra, no entanto, que nem
todas as classes de despesas mostraram aceleração de preços. As taxas de
inflação foram mais fracas sobre o vestuário (de 1,03% para 0,55%), saúde e
cuidados pessoais (de 0,68% para 0,65%) e habitação (de 0,27% para 0,25%).
SERVIÇOS DOMÉSTICOS Nas contas da classe média de
janeiro, o impacto da alta do salário mínimo deve acontecer principalmente
sobre os trabalhadores que prestam serviço doméstico, avalia Valdir Quadros,
professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É o caso
das babás, arrumadeiras, caseiros, cuidadores de idosos, enfermeiros e
motoristas. E alguns desses profissionais, como as babás, além de estarem raros
no mercado, chegam a ter rendimentos comparados aos trabalhadores de nível
superior, o que inflaciona ainda mais os custos deste mês.
A agência Pré-Seleção trabalha com serviços
domésticos em Belo Horizonte e consegue atender atualmente apenas um terço da
demanda dos clientes. Motivo: escassez de mão de obra qualificada. Os
rendimentos das babás são atrativos e chegam a somar quatro salários mínimos
(R$ 2,48 mil), contando ainda com plano de saúde. "Quem está fazendo as
exigências na hora da contratação, hoje, são os empregados", diz Nice
Ribeiro, dona da Pré-Seleção. Nessa escolha, segundo Nice, os profissionais costumam
levar em conta, principalmente, a idade – e quantidade – das crianças da casa,
horário de trabalho e temperamento do patrão.
Enquanto isso...
...despesas na garagem
A inflação do carro, medida pela agência
Autoinforme, fechou o ano de 2011 com um avanço de 7,86%, acima da inflação
oficial, de 6,5%. Os motoristas brasileiros gastaram em média, no ano passado,
R$ 991,61 por mês com seus veículos. A alta de preços foi puxada principalmente
pelo álcool e pelo estacionamento. O combustível ficou 15,4% mais caro e estacionar
o carro custou 14,5% a mais no ano passado. O estacionamento foi o item que
mais teve alta de preço nos últimos cinco anos: 116% de 2006 a 2011 (até
novembro). O combustível é o produto que mais pesa para o consumidor em suas
despesas com o carro. Por isso, a alta de mais de mais de 10% do álcool teve
forte influência para deixar a inflação do carro acima do IPCA em 2011.
Aluguel em BH tem alta de mais de 10%
Mesmo com avanço na oferta de imóveis residenciais, preço
da locação superou em muito a inflação geral na capital
Geórgea Choucair
Nem mesmo a farta oferta de imóveis residenciais
conseguiu frear a inflação do aluguel em 2011 na capital mineira. O preço da
locação residencial em Belo Horizonte registrou alta de 10,47% no ano passado,
enquanto a inflação em BH foi de 7,22%. A oferta de imóveis para a locação
cresceu 32,15% em 2011 ante queda de 7,64% em 2010. Os dados são da pesquisa da
Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG), Sindicato das Empresas
do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG) e Instituto de Pesquisas
Econômicas e Administrativas (Ipead-Ufmg).
Apesar do número maior de imóveis no mercado, os
preços seguem em elevação. Entretanto, a previsão é de que haja uma adequação
aos custos. "O preço de locação tende a uma acomodação, pois estão mais
próximos da inflação", afirma Ariano Cavalcanti de Paula, presidente da
CMI-MG.
Em 2010, o preço do imóvel residencial teve alta de
13,02%, mais do que o dobro da inflação registrada no período na capital, de
5,81%. "Apesar da maior oferta de imóveis, a demanda ainda segue
maior", avalia Ariano de Paula. Ele ressalta que o aumento no valor da
locação levou os imóveis a voltarem a ficar interessantes aos investidores.
"Antes o preço do aluguel estava muito barato, ninguém interessava em
colocar os imóveis no mercado", diz. No segmento comercial, os preços
subiram 13,47% e a oferta foi 25,36% maior no ano passado.
Em dezembro, a alta no preço dos aluguéis
residenciais foi de 1,01% frente inflação de 0,59% na capital. A oferta teve
queda de 2,46%. A variação geral residencial por tipos imobiliários foi de
0,64% para casas, seguida por apartamentos (1,01%) e barracões (2,04%). Já os
aluguéis de apartamentos apresentaram as seguintes variações: 1,84% (popular),
1,48% (médio), 1,06% (alto) e 0,62% (luxo). A rentabilidade do aluguel sobre o
valor do imóvel está hoje entre 0,7% e 0,8%, informa Ariano de Paula. Os
bairros com maior demanda são os de baixa e média renda.
DEMANDA ESTUDANTIL Os estudantes de faculdades
tendem a pressionar a procura por imóveis em janeiro e fevereiro, avalia Paulo
Tavares, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas
Gerais (Creci-MG). "Os apartamentos de dois quartos devem ser os mais
procurados, principalmente nas regiões da vizinhança das faculdades",
observa. O mais difícil, na sua avaliação, é encontrar unidades novas.
"Temos muitos imóveis em construção, mas houve atraso na entrega em função
da escassez de mão de obra e de materiais", diz. A oferta de unidades
novas, diz, deve começar a ocorrer apenas no segundo semestre deste ano.
O valor do aluguel comercial teve alta de 1,45% em
dezembro em Belo Horizonte. Segmentada por tipos imobiliários, a pesquisa
mostra as seguintes variações nos preços médios: 3,21% (andares corridos);
1,89% (casas comerciais), 2,16% (galpões), 0,43% (lojas) e 01,72% (salas). No
mês, a oferta de imóveis comerciais registrou queda de 2,65%. O levantamento
apontou em dezembro alta somente para andares corridos (7,67%) e lojas (6,92%).
Os demais tipos imobiliários – casas comerciais (-1,84%), galpões (-6,3%) e
salas (-2,26%) – apresentaram queda.
NACIONAL
Moradores são obrigados a abandonar localidade
Cerca de 900 pessoas eram retiradas ontem do distrito de
Outeiro, em Cardoso Moreira, no Norte fluminense. Depois do rompimento de um
dique no domingo, lugar seria inundado
Rio de Janeiro – Uma semana depois do início da
tragédia que se abateu sobre o Norte e Noroeste fluminense devido a fortes
chuvas, que já haviam deixado, até ontem, cerca de 15 mil desalojados ou
desabrigados no estado, equipes da Defesa Civil estadual e da Defesa Civil de
Campos continuavam ontem, desde cedo, o trabalho de remoção das famílias que
vivem na localidade de Outeiro, em Cardoso Moreira, onde um dique se rompeu no
domingo. Foi o segundo dique que se rompeu na região em menos de uma semana. Cerca
de 900 pessoas devem ficar desalojadas.
Alguns moradores saíam voluntariamente para casas
de parentes e outros recebiam barracas de acampamento para fazerem abrigos de
emergência em um morro próximo. A previsão era de que até o inicio da tarde
toda a área de Outeiro, um distrito que nasceu no entorno de uma usina
desativada, fosse inundada. O chamado Dique das Onças se rompeu por causa da
força das águas do Rio Muriaé. Outeiro é uma área rural que tem cerca de 40
famílias. O caso é semelhante ao que ocorreu na semana passada, com a
localidade de Três Vendas, em Campos, quando uma cratera foi aberta pelas águas
do Muriaé na BR-356. Outeiro fica bem próximo a Três Vendas.
Segundo a Defesa Civil, a situação é delicada, mas
não potencializa a cheia na área urbana de Cardoso Moreira, talvez o município
mais castigado pela enchente da semana passada, e encontra-se praticamente
isolada de Campos, por causa da queda de barreira em uma estrada vicinal entre
as localidades de Palmares e Pureza, no município de São Fidélis. Em Outeiro
moram cerca de 600 pessoas, que terão que deixar suas casas.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER)
tentaria desobstruir ontem a estrada onde caiu uma barreira, que faz ligação
com São Fidélis. O caminho alternativo mais razoável para quem saía de Cardoso
Moreira rumo a Campos era essa via. Agora, resta apenas um, que passa por Bom
Jesus do Itabapoana, aumentando o tempo de viagem em duas horas. Em Itaperuna,
vários deslizamentos de terra levaram a prefeitura a decretar alerta máximo.
Dados do Sistema de Alerta de Cheias do Instituto
Estadual do Ambiente (Inea) mostram que está em alerta máximo o nível dos rios
que cortam o Noroeste Fluminense. A situação é crítica no Rio Muriaé – que
passa pelos municípios de Laje do Muriaé, Italva, Itaperuna, Cardoso Moreira e
Campos -, Rio Carangola – que atravessa Porciúncula, Natividade –, Rio Pomba –
que passa por Santo Antônio de Pádua –, Rio Itabapoana – que atravessa Bom
Jesus de Itabapoana – e o Rio Paraíba do Sul – que corta Campos e é o principal
da bacia.
O município de Petrópolis (RJ), muito atingido
pelas enchentes que castigaram a Região Serrana do Rio há exatamente um ano,
registrou 467 ocorrências causadas pela chuva desde o dia 1º. Não houve
vítimas. Boletim divulgado ontem aponta que 343 casos foram emergências e 124
foram ações preventivas da Defesa Civil. Até a tarde de ontem, 33 residências
foram interditadas. Na Baixada Fluminense, também há locais em estágio de
alerta máximo: Saracuruna, em Duque de Caxias. O Rio Capivari, em Belford Roxo,
que estava em estágio de alerta máximo até o início da manhã desta
segunda-feira, voltou ao estágio de atenção.
O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos
Minc, anunciou investimentos da ordem de R$ 850 milhões para evitar inundações na
região, sendo a maior parte do governo federal e 20% de contrapartida do
estado. Segundo Minc, oito projetos de combate a enchentes para as regiões
afetadas e para o município de São Gonçalo foram apresentados quinta-feira ao
ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e três foram selecionados
para serem executados imediatamente com os recursos. O primeiro projeto
receberá R$ 350 milhões e pretende proteger quatro cidades cortadas pelo Rio
Muriaé (Laje do Muriaé, Itaperunam Italva e Cardoso Moreira), fortemente
afetadas pela cheia do rio que nasce em Minas Gerais. Os recursos serão usados
para construção de três extravasores (estrutura para controle da passagem da
água) e uma barragem de controle de cheias.
Foi registrada chuva forte também ontem no litoral
de Santa Catarina.
GERAIS
Betim entra na relação
Carolina Mansur
Betim é a 104ª cidade a integrar a lista dos
municípios mineiros em situação de emergência, divulgada ontem pela Defesa
Civil de Minas Gerais. Desde o início do período chuvoso, a cidade tem sofrido
com deslizamentos de encostas, inundações e danos a residências, serviços
públicos e à infraestrutura. "Esse decreto vai facilitar a apresentação de
projetos para conseguirmos recursos e dará mais agilidade nos processos. Alguns
projetos já estão sendo encaminhados e, assim que aprovados, vão permitir o
início de uma série de obras para a reconstrução das áreas atingidas. Algumas
são de drenagem e de contenção de encostas, outras para canalização de rios,
reconstrução de pontes e de passarelas", explicou o superintendente da
Defesa Civil de Betim, Carlos Roberto Pereira.
Entre os bairros mais afetados estão a Colônia
Santa Isabel, Vila Cruzeiro e Vila Machadinha, na região do Citrolândia, o
Bairro Nossa Senhora de Fátima e Itacolomi, na região do Alterosas, Bairro
Vianópolis e a região do Teresópolis. Em todos eles há casas condenadas e
dezenas de famílias dividindo espaço em abrigos públicos. Segundo informações
da Prefeitura de Betim, até o momento 334 pessoas estão desabrigadas e não
podem mais voltar para suas casas, 891 estão desalojadas e devem retornar
depois das chuvas, dentre elas, 244 crianças e adolescentes até 14 anos. Além
disso, há na cidade 141 casas que já foram condenadas e três pontes caídas.
Segundo dados da Defesa Civil de Betim, o prejuízo estimado é de
aproximadamente R$ 17 milhões.
Em toda a cidade, cerca de 76 mil pessoas estão sendo
atingidas de alguma forma pelas chuvas. Entre os problemas enfrentados pelos
moradores está a falta de atendimento por algumas linhas de ônibus. Com a chuva
incessante, a expectativa é que o nível do Rio Paraopeba e do Córrego
Bandeirinhas volte a subir e a causar novos alagamentos e problemas.
Em BH, férias e planos adiados
A funcionária pública Priscila de Figueiredo
Leroy, de 26 anos, suspendeu as férias. A filha Isabella, de 9, passa o dia na
casa da bisavó. E o filho João Pedro, de 5, em uma colônia de férias. Esses não
eram os planos da família, mas é o que as fortes chuvas a deixaram fazer. A
viagem para a terra natal, Três Corações, no Sul de Minas, foi cancelada.
"A chuva dificultou o acesso, as estradas estão péssimas. O jeito foi
ficar em Belo Horizonte", disse Priscila. Esse é um dos muitos casos de
quem teve os programas alterados, desde o passeio de férias até o adiamento de
sonhos, como a ver a construção da casa concluída.
Todos os anos a família da coordenadora pedagógica
Ariadna Fiorilo, de 37, vai para a casa de praia que tem no litoral do Espírito
Santo. "Geralmente, nesta época do ano estamos lá, mas desta vez foi
diferente. Praia nas férias faz parte da rotina, mas sou neurótica com estrada.
Então, só vamos tirar o carro da garagem para uma urgência", afirmou. Ela
ficou em casa com o bebê de oito meses, o marido voltou ao trabalho e filho
Mateus, de 4, também foi para colônia de férias.
Não é à toa que as famílias temem as más condições
das estradas. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura e
Transporte (Dnit) e o Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais
(DER/MG), dezenas de estradas foram totalmente interditadas ou fechadas
parcialmente. O Ministério dos Transportes anunciou uma ajuda de R$ 100 milhões
para reparos imediatos nas BRs 356 e 354, mas obras pesadas só devem começar
depois do período chuvoso.
A praia de Ariadna ficou para a segunda quinzena do
mês e, ainda assim, nada de carro. Diante das más condições das estradas
mineiras que cortam mais de 100 municípios afetados pela chuva e em estado de
emergência, o jeito foi comprar um pacote de viagem rumo a Porto Seguro, na
Bahia. "Janeiro é a única oportunidade de viajar com toda a família. É
horrível ficar em casa o dia inteiro. Estou sem lugar", conta.
OBRAS A vendedora Ariane Gabrielly da Conceição, de
22 anos, acompanha de perto a frustração do companheiro Adilson Rodrigues, que
não conseguirá entregar a casa no Vista Alegre, Região Oeste, para a filha que
acabou de casar. "Ela está na casa dos sogros", disse. Segundo ela, a
obra começou em novembro e era para terminar até fevereiro, mas, depois de mais
de um mês parada por conta da chuva, os planos de todos tiveram de ser
prorrogados. "Parou na laje e não dá para rebocar e nem fazer nada. É um
sonho adiado", afirmou.
Dono de uma empresa que presta serviços em
construção, Roosevelt Eustáquio Gomes contabiliza prejuízos. "Tenho
clientes que programaram serviços para as férias e agora estão de braços
cruzados. Temos muitos trabalhos parados", disse. Por outro lado, os
estragos gerados pelas águas poderá resultar em um acréscimo de demanda, como
na área de impermeabilização e coberturas, para depois que as chuvas passarem.
"Por enquanto está tudo comprometido".
Se os proprietários adiam obras, os lojistas, com
as finanças impactadas, adiam projetos, lamenta Rui Fidelis de Campos Júnior,
presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção
(Acomac-MG). Os negócios foram reduzidos, segundo ele, em 30% em relação ao
mesmo período do ano passado. "A chuva forte e ininterrupta parou tudo. As
vendas voltarão, mas de forma muito mais tímida, depois que tivermos alguma
trégua", avaliou.
Medo em bairros da Zona Sul
Flávia Ayer
A apreensão de desastres vindos com as chuvas,
comuns em áreas de vilas e favelas, se espalha por endereços nobres de Belo
Horizonte. Apenas nos primeiros nove dias do ano, 132 chamados partiram de
bairros da Região Centro-Sul para a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. As
campeãs são ocorrências ligadas a trincas e infiltrações, com 23 solicitações
de visita, e de deslizamentos, com 22 atendimentos. O medo é sentimento comum
entre moradores do Mangabeiras, São Bento e Santa Lúcia, cravados em ladeiras
íngremes e repletos de encostas desmoronando em várias ruas.
Na Avenida Bento Simão, uma das principais do São
Bento, o que se vê, ao lado de uma das mansões, do ex-presidente do Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG) Sérgio Antônio Resende, é um mar de lama sobre a
escadaria que dá acesso à Rua Helena Antipoff. "Por causa da quantidade de
água, o muro da casa não suportou e caiu. Desde quarta-feira, tiramos 15 caminhões
de terra do local", conta a mulher do magistrado, Tânia Resende, aliviada
por não ter havido vítimas. "Fico com pesar daqueles que não têm condição
financeira para resolver esses problemas das chuvas", afirma.
Moradora da Rua Universo, no Bairro Santa Lúcia, a
gestora administrativa Magali Gonini tem vivido um pesadelo com obras de um
prédio na Rua Gurury, nos fundos de seu terreno, que, segundo ela, geraram
problemas agravados no período chuvoso. "Depois de 30 anos aqui, estou com
medo de a minha casa cair. O muro está trincando, a rede de esgoto estourou e a
casa ao lado da minha já está com um buraco enorme", conta, desejosa de
que as obras do prédio, da Fefac Construções e Fachadas, sejam interrompidas
até as chuvas pararem e que os danos sejam reparados.
Responsável pela obra, o engenheiro Alexandre
Sampaio afirma que se trata de um problema de drenagem da água das chuvas.
"Não consideramos ali uma área de risco. A erosão vai ser tampada e
estamos terminando a contenção do terreno, que está sendo feita em
etapas", garante. Segundo a Defesa Civil, há risco de desabamento de parte
do lote da casa vizinha à de Magali e os envolvidos já foram notificados para
resolver o problema.
Além disso, por toda a região, cujo solo é composto
por filito, tipo de rocha fino e de fácil erosão, há encostas indo abaixo e
ocupando parte das vias. A situação é potencializada pela explosão da
especulação imobiliária no bairro, lotado de canteiros de obras. As ruas
Saturno e Eclipse, acesso de quem sai da Avenida Raja Gabaglia em direção ao
bairro, têm terra até a metade. "Temos receio de que a encosta deslize e
atinja nossas casas", confessa a advogada Mariley Simone Azevedo, moradora
da Rua Eclipse. De acordo com a Regional Centro-Sul, os donos de terrenos nos
locais já foram notificados, mas hoje haverá nova fiscalização.
Dengue ameaça cidade
Simone Lima
O ano começou com uma notícia alarmante para
população e para Secretaria Municipal de Saúde de Bom Despacho, no Centro-Oeste
de Minas. O Levantamento do Índice Rápido Aedes aegypti (Liraa) feito pelo
município em parceria com agentes da Superintendência Regional de Saúde de
Divinópolis (GRS) revelou um dado preocupante: o índice de infestação da dengue
na cidade está em 11,4%, enquanto o permitido pelo Ministério da Saúde é de 1%.
O tempo chuvoso só piora a situação, tornando mais fácil o acúmulo de água em
materiais como caçambas, baldes ou garrafas, intensificando a proliferação do
mosquito.
Ontem, 36 funcionários da GRS percorreram a cidade
com o fumacê, priorizando as áreas mais vulneráveis, como lotes vagos,
construções e casas abandonadas. O objetivo é evitar um novo surto em Bom
Despacho, como o que aconteceu entre 2009 e 2010, quando o número de pessoas
infectadas chegou a 3.649 e três óbitos foram registrados. Em 2011, foram
feitas 204 notificações e este ano apenas uma pessoa foi infectada.
"Em 2009, o Liraa na cidade ficou em
torno de 7,4%. Esse resultado, de mais de 11%, nos deixou muito assustados.
Queremos evitar a epidemia e por isso iniciamos esse trabalho", explica. O
estudo analisou 20% dos 21.260 imóveis da cidade. Desse número, mais de 11%
apresentavam focos da dengue. Lopes informa que a maior preocupação é que o
tipo 4 da doença chegue ao município. "Já tivemos até dengue do tipo 3 na
cidade. Não queremos que a doença se espalhe e que esse novo tipo da doença
atinja a população", acrescenta.
CONSCIENTIZAÇÃO A força-tarefa da GRS continuará na
cidade até o dia 13. O objetivo é visitar 100% dos imóveis e, principalmente,
conscientizar a população. De acordo com o coordenador do trabalho da GRS em
Bom Despacho, Geraldo Silvano, o índice levantado é considerado de alto risco.
"Até 3,9%, o município está em risco. Acima de 4%, esse risco já é
considerado alto. O importante é a população ajudar, pois sem esse apoio nós
não conseguiremos evitar o surto", diz.
Se depender da professora Teresinha Couto
Rodrigues, de 53 anos, o possível surto de dengue vai ficar bem longe de Bom
Despacho. Ela ainda lembra bem de quando teve a doença, em 2010, e não quer
passar pela mesma situação. "Tenho muitas plantas em casa, mas coloco
areia nos pratinhos e não deixo água parada. A minha parte eu faço",
garante.
Na casa do motorista Geraldo do Couto Oliveira, de
46 anos, apenas a filha caçula ainda não teve a doença. Ele, a esposa e a filha
mais velha ficaram mais de uma semana em casa, de repouso, depois de terem sido
picados pelo mosquito, no início de 2010. "Todo mundo tem que ajudar. Quem
já teve a doença sabe como é: dor de cabeça, dor no corpo... Você mal consegue
levantar da cama. Por isso evito mesmo deixar água parada", ressalta.
Minas tem Queda no índice
Em 2011, foram registrados 64.480 casos de dengue
em Minas Gerais. Assim como aconteceu em Bom Despacho, o número de pacientes
com doença caiu consideravelmente: em 2010 foram 183.607 pessoas infectadas. No
ano passado foram registradas 23 mortes por complicações da dengue, enquanto no
ano anterior, foram registrados 106 óbitos. Os casos de morte por dengue
hemorrágica, também tiveram uma queda de 179 em 2010 para 47 em 2011.
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