PRIMEIRA PÁGINA
Baixo nível de barragens ameaça energia no Estado
Estiagem aumenta risco para energia
Período crítico no abastecimento do Estado, verão
com escassez de chuva ameaça nível das hidrelétricas e eleva necessidade de
atenção para o sistema elétrico
Minirreforma de Tarso abre disputas no PT
Petistas articulam trocas no governo
João Motta deve ocupar cargo no Ministério do
Desenvolvimento Social
A minirreforma que o governador Tarso Genro deverá
fazer no primeiro escalão a partir do retorno das férias está motivando
articulações entre as correntes petistas que pretendem conquistar espaços no
secretariado. Dentre as possibilidades de mudança, a mais concreta envolve o
titular do Planejamento, João Motta, que estaria próximo de ser confirmado como
secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento Social, comandado por
Tereza Campello.
Estiagem vai chegar a 200 municípios, prevê Piratini
Estado estuda decreto único de emergência
Governo do RS estima que número de cidades afetadas
pela estiagem chegue perto de 200
O Estado estuda um decreto único de situação de
emergência para todos os municípios afetados pela estiagem. A medida permitiria
acesso mais rápido, para agricultores atingidos pela falta de chuva, a recursos
governamentais.
EDITORIAL
Economia danosa
Balanços de início de ano revelam, quase que
diariamente, cifras que foram subtraídas de investimentos federais em 2011. O
mais recente demonstra que o governo deixou de aplicar R$ 1 bilhão na
construção e reforma de aeroportos, uma área com carências crônicas. Há outros
dados preocupantes, como a não liberação de recursos para obras do Programa de
Aceleração do Crescimento e para projetos de amplo alcance social, como
saneamento. É uma economia perigosa, porque compromete a modernização e a
melhoria da infraestrutura, em várias áreas. Os fortes cortes em investimentos
previstos em orçamento, confirmados por recente estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), evidenciam que, em nome do equilíbrio das contas
públicas, o governo está economizando demais no que não deve, enquanto continua
gastando muito na manutenção da máquina estatal.
No caso dos aeroportos, estavam previstas 23 obras,
11 das quais em cidades que serão sedes da Copa de 2014. Muitos projetos
continuaram engavetados, alguns por falta de recursos, incluindo melhorias na
segurança de voos e controle do espaço aéreo. Para quem convive há anos com
saguões lotados, atrasos em voos e outras deficiências de estrutura, de
equipamentos e de gestão, é difícil entender por que o governo decidiu fazer
poupança com verbas destinadas a serviços tão precários. O Tribunal de Contas
da União identificou, além da não liberação do dinheiro, outras deficiências,
como atrasos em obras programadas por falhas na administração dos projetos.
Faltaram recursos e capacidade gerencial, enquanto os aeroportos têm problemas
agravados pelo aumento do movimento nesta época do ano.
Fica claro, com as contenções orçamentárias, que o
governo foi implacável com os investimentos, na tentativa de demonstrar
austeridade. O Ipea prova os efeitos dos cortes. A taxa de investimento público
no ano passado caiu para 2,5% do Produto Interno Bruto, quando havia sido de
2,9% em 2010 e chegara, em alguns anos entre 2004 e 2010, a até 4% do PIB. O
próprio Tesouro admite que os investimentos caíram 5,7% no ano passado. A opção
do governo pelos cortes em obras teve forte repercussão no fraco desempenho da
economia no segundo semestre. Investimentos públicos, que provocam ganhos
diretos e indiretos em produção, emprego e renda, disseminando efeitos nas mais
variadas áreas, não poderiam ter retenções tão expressivas de verbas num ano de
insegurança e de recessão mundial.
Há indícios de que, no esforço pelo superávit, que
foi alcançado em 2011, a União sacrificou obras e prioridades, e ao mesmo tempo
foi relapsa no controle das chamadas despesas correntes. Não houve economia com
previdência e funcionalismo, com servidores comissionados e com outros gastos
de manutenção da máquina pública. Esse desequilíbrio pode ser corrigido em
2012, desde que a liberação de verbas leve em conta os riscos de um ano de
eleições. É preciso ter bom senso para evitar que a contenção do ano passado
não seja substituída pela farra de recursos para contemplar demandas
eleitoreiras, como já aconte ceu tantas vezes em diferentes governos.
COLUNAS
Brasília :: Carolina Bahia
Com Kelly Matos
Marcado na paleta
O ministro da Integração, Fernando Bezerra (PSB),
nega que esteja enfraquecido, mas os sinais do Planalto indicam o contrário.
Apesar de a Casa Civil não confirmar a intervenção, ele mesmo reconheceu que
previamente submeteu explicações à ministra Gleisi Hoffmann. E mais: até aquele
momento, ele ainda não havia conversado com a presidente Dilma. Com Estados
vivendo a tragédia das enchentes, por que a presidente não acionou o comandante
da Defesa Civil? Uma das explicações está nos números do próprio Bezerra. Dos
recursos para prevenção (R$ 259 milhões), míseros 7,9% foram aplicados. Diante
de tamanha inoperância, ele culpa a burocracia, a falta de licenças e a
morosidade de Estados e municípios. O que é verdade, mas a rota poderia ter
sido ajustada ao longo de 2011. E, para completar, Pernambuco ficou mesmo com
uma gorda fatia dos recursos. Ao final de uma hora e 30 minutos de
justificativas, nada mudou. Permanece a certeza de que o ministério foi
incompetente.
O retorno
Quem está a um passo de voltar à Esplanada é o
ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto (foto). Atualmente à
frente da Petrobras Biocombustível, ele poderá reassumir o comando do MDA ou
ainda ser nomeado para o Ministério do Trabalho. Depois da queda do pedetista
Carlos Lupi, o PT reforçou as articulações para abocanhar a pasta. Rossetto
esteve conversando com a presidente Dilma no final do ano.
A jato
A Secretaria da Aviação Civil está fazendo um
levantamento completo dos movimentos nos aeroportos, de atrasos nos voos a
número de passageiros de 2010 e 2011. Pressionado pelo Planalto, o ministro
Wagner Bittencourt encomendou o balanço com urgência, mas não está sendo fácil.
A reclamação de técnicos da pasta é de que a Infraero está fazendo corpo mole.
Por falar nisso...
O ministro Wagner Bittencourt aceitou o convite do
secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque, para conferir as obras do
aeroporto de Santo Ângelo, que, assim como os terminais de Passo Fundo e Rio
Grande, receberá recursos do governo federal. A licitação para a reconstrução
da pista já está pronta.
JOGO RÁPIDO
O Piratini quer concluir até o final desta semana o
edital para contratar a empresa de consultoria que indicará o melhor modelo de
pedágios para o Estado. Uma das prioridades do Ministério da Educação para este
início do ano é resolver o impasse da Ulbra e de outras universidades gaúchas
que acumulam dívidas.
POLÍTICA
Verba dos precatórios está parada
Metade do valor depositado para honrar as dívidas
chegou ao fim do ano sem movimentação por falta de agilidade no pagamento
Para quem amarga há anos um lugar na interminável
fila dos precatórios, uma má notícia: metade do dinheiro depositado pelo
governo gaúcho entre março de 2010 e novembro de 2011 para pagar a dívida não
chegou nem perto do bolso de quem tem direito. Nada menos do que R$ 279,6
milhões ficaram parados no Tesouro do Estado, à espera do aval da Justiça.
Ao todo, segundo a Secretaria da Fazenda, o
Executivo disponibilizou R$ 559,4 milhões para o pagamento dos títulos por meio
de repasses mensais equivalentes a 1,5% da receita corrente líquida do Estado.
O problema é que o dinheiro não sai do lugar.
A explicação, na opinião do presidente da Frente
Parlamentar dos Precatórios na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP), é
uma só: a lentidão da Justiça e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para
liberar os pagamentos. Na raiz do problema, complementa o vice-presidente da
Comissão de Precatórios da OAB-RS, Ricardo Bertelli, estão a falta de estrutura
e de recursos humanos dos órgãos responsáveis.
– Entre o Estado disponibilizar e o credor receber,
há um abismo inaceitável – critica Bertelli.
A deficiência é admitida tanto pelo Tribunal de Justiça
(TJ) quanto pela PGE – e está longe de ter solução, já que não há previsão de
reforços nas equipes. Além disso, tanto juízes quanto procuradores alegam que,
antes de autorizar pagamentos, são obrigados a seguir uma série de
procedimentos para evitar erros. Como os processos são antigos, estão
espalhados e sequer se encontram informatizados, o descompasso é inevitável.
– Se fosse só pegar o dinheiro e depositar na conta
das pessoas, seria fácil. Mas não é assim. Temos de ter certeza de que estamos
pagando certo. Se errarmos, será pior – diz a procuradora Patrícia Pereira, da
Procuradoria de Execuções e Precatórios da PGE.
Para 2012, a projeção do Estado é ceder mais R$ 337
milhões para os precatórios. Para dar vazão aos recursos – incluindo o excedente
atual e seus rendimentos (R$ 43,3 milhões até novembro) –, a procuradora aposta
no estreitamento dos laços com o Judiciário:
– A nossa meta é utilizar todo o recurso. Pedimos
apenas que as pessoas tenham paciência.
juliana.bublitz@zerohora.com.br
JULIANA
BUBLITZ
Deputado aponta opções para quitar pagamentos
Com o objetivo de acelerar o pagamento do rombo de
mais de R$ 5 bilhões estimado pelo Estado, a Frente Parlamentar dos Precatórios
defende soluções alternativas.
A base das propostas, segundo o deputado Frederico
Antunes (PP), é oferecer opções que não se restrinjam ao pagamento em dinheiro,
ampliando a possibilidade de resolução dos impasses. Uma das sugestões é a
transformação do que o Estado deve em crédito imobiliário para a compra da
primeira casa própria. Outra é o abatimento de dívidas tributárias com
precatórios. Também se discute o uso de terrenos e prédios públicos desocupados
para pagar os títulos.
– Saídas existem. Basta o Estado querer – afirma
Antunes.
Os deputados pretendem pressionar o governo para
criar uma junta de conciliação, que funcione como uma esfera de negociação com
os credores. Outra batalha será a ampliação da estrutura para precatórios na
PGE e no TJ.
O que são
- Os precatórios são dívidas originadas de
sentenças contra o Estado superiores a 40 salários mínimos. Segundo a Fazenda,
o rombo chega a R$ 5 bilhões. ZH de setembro mostrou a realização de um mutirão
no TJ para tentar destravar processos. A reportagem de hoje aponta que o
dinheiro segue parado.
Petistas articulam trocas no governo
João Motta deve ocupar cargo no Ministério do
Desenvolvimento Social
A minirreforma que o governador Tarso Genro deverá
fazer no primeiro escalão a partir do retorno das férias está motivando
articulações entre as correntes petistas que pretendem conquistar espaços no
secretariado. Dentre as possibilidades de mudança, a mais concreta envolve o
titular do Planejamento, João Motta, que estaria próximo de ser confirmado como
secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento Social, comandado por
Tereza Campello.
Ainda é uma incógnita o possível substituto de
Motta no Planejamento. A própria Unidade na Luta, corrente de Motta, deverá
indicar um novo nome. Mas o espaço poderá ser utilizado para contemplar o PT
Amplo, que recentemente perdeu a titularidade da Secretaria-Geral para outro
grupo, o Socialismo 21. Em outra frente, está sendo articulada a ida do
deputado Paulo Pimenta para a Segurança Pública, em substituição a Airton
Michels.
A hipótese também satisfaria o PT Amplo, que
voltaria a ter duas pastas no primeiro escalão com a nomeação de Pimenta, mas,
sobretudo, atenderia ao objetivo prioritário da Unidade na Luta: fazer Paulo
Ferreira assumir mandato de deputado federal.
Ex-dirigente nacional do PT, Ferreira é,
atualmente, o primeiro suplente de deputado federal da sigla. Para assumir, ele
precisa que algum titular deixe o cargo.
Os interesses das correntes convergiram e a própria
Unidade na Luta passou a se movimentar, nos bastidores, para verificar as
chances de Pimenta comandar a Segurança. Antes de ingressar no secretariado,
ele precisaria se licenciar do mandato na Câmara, abrindo espaço para Ferreira,
homem de confiança de líderes influentes como o ex-deputado José Dirceu.
Petistas admitem que as articulações
"resolveriam o problema de muita gente", numa referência às
inquietações das correntes por cargos, fator que já causou momentos de
instabilidade no Piratini. Por outro lado, a saída de Michels da Segurança não
causaria reações de indignação no PT. Trata-se de um técnico nomeado na cota
pessoal de Tarso. O Piratini, porém, não confirma nenhuma das mudanças.
Embora seja um dos secretários da maior confiança
de Tarso, Michels, na avaliação de petistas, está enredado pelas discussões
salariais com a Brigada Militar e a Polícia Civil, o que estaria enfraquecendo
a visibilidade de iniciativas como o Pronasci.
carlos.rollsing@zerohora.com.br
CARLOS ROLLSING
Cofres públicos podem recuperar R$ 1,8 bi, diz CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) estima em
quase R$ 1,8 bilhão o valor que pode retornar aos cofres públicos após a
conclusão de processos de tomadas de contas especiais.
Ao todo, o órgão concluiu 744 processos em 2011,
que são encaminhados para o Tribunal de Contas da União (TCU) para
providências. Segundo a CGU, o valor representa um crescimento de quase 5,5% em
relação ao ano anterior e representa um recorde.
Desde 2002, os processos de tomadas de contas especiais
encaminhados pelo governo federal ao TCU somaram 12.337, representando o
retorno potencial ao erário de R$ 7,7 bilhões.
ECONOMIA
Como fugir do juro mais alto
Disciplina e pesquisa ajudam a evitar o superendividamento
causado pela tentação do parcelamento fácil no cartão de crédito
Neste mês, quando começam a chegar as faturas de
cartão de crédito com as compras de Natal, consumidores podem cair na tentação
de pagar o valor mínimo da fatura. Mas o juro do crédito rotativo, acionado
automaticamente com o parcelamento, chega a 10,69% ao mês e a 238% ao ano,
enquanto a poupança rende cerca de 0,65% ao mês e pouco mais de 7% ao ano.
Mesmo quem não tem dinheiro para quitar o total da fatura
pode evitar a bola de neve contratando outro tipo de financiamento, em seu
próprio banco (veja quadro ao lado). A associação de consumidores Pro Teste
alerta que a taxa do cartão é a maior do mercado financeiro brasileiro – uma
das mais altas do mundo. Mesmo em países com juro básico superior ao
brasileiro, como Argentina e Venezuela, o custo de uso do cartão é menor: fica
em 29% e 50%, respectivamente.
– A média de 238% é a oficial, mas há casos em que
o crédito rotativo chega a 600% ao ano, se for contratado em financeira –
afirma Hessia Costilla, economista da Pro Teste.
A facilidade de utilização e a falta de informações
sobre condições de pagamento e valor final da dívida tornam o crédito rotativo
uma alternativa arriscada, alertam especialistas. Uma dívida de R$ 1 mil
parcelada na fatura do cartão de crédito chegará a R$ 1,8 mil em um ano,
calcula o economista e consultor financeiro Jackson Busato. Se a dívida for
integralmente protelada para o último dos 12 meses, alcançará a R$ 3,3 mil.
– É muito comum que as pessoas se percam no uso do
crédito rotativo, criando dívidas impagáveis – afirma Busato.
O caminho para evitar o superendividamento com o
cartão começa pelo equilíbrio do orçamento doméstico, que prejeva o pagamento
integral da conta e evite sobressaltos no final do mês. Prossegue com a opção
por pagamento à vista e passa por outras opções de crédito (confira quadro ao
lado).
– Não se pode cair no vício do parcelamento. Em
muitos casos, a dívida só termina de ser paga no final do ano, com o uso do 13º
salário – diz Augusto Pinho de Bem, economista da Fundação de Economia e
Estatística (FEE).
Inadimplência e comodidade elevam taxa, aponta entidade
A aparente comodidade em pagar a fatura mínima do
cartão de crédito pode preceder apuros financeiros. A empresária Anaisa
Garramones Marques, 52 anos, recorreu à ajuda de uma consultoria financeira
para cessar sucessivas contratações de crédito rotativo. A dívida com o serviço
alcançou R$ 5 mil e chegou e prejudicar as contas pessoais e as de sua empresa,
já que mesclava ambas nos mesmos cartões.
– Tive de pedir para o banco reduzir o limite do
meu cartão. Agora, se preciso de dinheiro, prefiro pedir à família – afirma.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban)
explica que o juro do cartão é alto porque o nível de inadimplência é elevado
nesse tipo de crédito (acima de 10%, ante 5,5% no crédito pessoal) e pela
comodidade na contratação. O uso do crédito rotativo ainda é relativamente
baixo no país: movimenta R$ 36 bilhões ao ano, 3,6% do total utilizado por
pessoas físicas.
Aeroportos regionais recebem dinheiro
Três aeroportos gaúchos receberão investimentos
para ampliar estruturas e atrair voos. Rio Grande, Passo Fundo e Santo Ângelo
são os contemplados com a verba de R$ 8,5 milhões. Mas ainda não há data para
início das obras.
Em Passo Fundo, os recursos serão aplicados na
ampliação da pista de ligação ao terminal, cercamento e construção de área de
escape. As medidas são necessárias para a operação de uma nova companhia aérea.
A obra já foi licitada.
Em Rio Grande, o dinheiro será aplicado na seção de
combate a incêndio. Santo Ângelo receberá uma pista inteiramente nova. As duas
cidades precisarão fazer editais e processos licitatórios, o que não permite a
fixação de data para início das obras. A verba será dividida entre os governos
federal e estadual. A União investirá R$ 6 milhões, enquanto o Estado
completará o restante. O anúncio foi feito pelo secretário de Infraestrutura,
Beto Albuquerque, após reunião em Brasília com o ministro da Secretaria de
Aviação Civil, Wagner Bittencourt.
RAFAEL
DIVERIO Projetos
RIO GRANDE
- Investimento: R$ 781 mil
- Destinação: Seção de combate a incêndios
- Linhas regulares diretas: Pelotas e Porto Alegre
PASSO FUNDO
- Investimento: R$ 2,3 milhões
- Destinação: ampliação da pista de ligação ao
terminal, cercamento e construção de área de escape
- Linhas regulares diretas: Porto Alegre, Erechim,
São Paulo (Guarulhos), Curitiba, Joaçaba e Caçador
SANTO ÂNGELO
- Investimento: R$ 5,4 milhões
- Destinação: reconstrução da pista
- Linhas regulares diretas: Porto Alegre e Santa
Maria
CAMPO E LAVOURA
Equipes reforçam vistoria na Fronteira do Estado
Fiscalização será por tempo indeterminado em um trecho de
200 quilômetros com a Argentina
O aparecimento da febre aftosa no Paraguai deu
início ontem a uma operação de emergência para evitar o risco da doença no
Estado. Por tempo indeterminado, equipes da Secretaria de Agricultura, com
apoio do Ministério da Agricultura e da Brigada Militar, vão vistoriar
propriedades do noroeste, região de fronteira com a Argentina e local mais
próximo do Paraguai.
O foco das seis equipes volantes que iniciaram o
trabalho ontem e das outras duas que devem entrar em operação hoje, são
rodovias estaduais e federais e áreas de atracação de balsas que fazem o
transporte de carros e passageiros entre o Brasil e a Argentina.
Propriedades que apresentaram grande movimento de
gado, que são suspeitas de terem falhas na vacinação, onde frigoríficos
clandestinos foram fechados recentemente, ou que os donos possuem fazendas no
Paraguai também serão priorizadas no cronograma de visitas das equipes volantes
e das inspetorias veterinárias.
– Iremos autuar os produtores que não tiverem
vacinado o gado e também fazer a imunização desses bovinos. Além disso, vai
haver a contagem dos animais, para coibir movimentações ilegais. Produtor que
apresentar diferença na ficha e não prestar esclarecimentos em até 48 horas
corre o risco de ter a propriedade interditada – resume Eraldo Leão, chefe do
departamento de defesa agropecuária do Estado.
O Rio Grande do Sul fica a 600 quilômetros da localidade
de Pirí Pucú, departamento de San Pedro, onde o foco de febre aftosa foi
encontrado no Paraguai. Ao todo, serão 29 municípios inspecionados pela
operação, em quase 200 quilômetros de fronteira.
A entrada de quaisquer produtos de origem animal ou
vegetal vindos de outros países também é proibida.
ROBERTO
WITTER
GERAL
Retirada de silicone por precaução é criticada
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
afirmou, em comunicado, que não é necessário retirar preventivamente as
próteses de silicone fabricadas pela francesa Poly Implant Prothèse.
O Ministério da Saúde francês afirmou que pessoas
com o silicone poderão se submeter à cirurgia de remoção preventiva às custas
do governo. Para o médico José Aboudib, presidente da sociedade, o silicone
francês só é perigoso se o implante se romper. Antes disso, diz o cirurgião, o
melhor é fazer um acompanhamento periódico.
Estado estuda decreto único de emergência
Governo do RS estima que número de cidades afetadas pela
estiagem chegue perto de 200
O Estado estuda um decreto único de situação de
emergência para todos os municípios afetados pela estiagem. A medida permitiria
acesso mais rápido, para agricultores atingidos pela falta de chuva, a recursos
governamentais.
Até ontem, pelo menos 48 cidades haviam decretado
emergência, mas a lista pode chegar perto dos 200 nas próximas semanas, segundo
o governador em exercício, Beto Grill, com a inclusão de cerca de 50 municípios
da região de Santa Maria e outros 80 próximos a Passo Fundo.
– Não temos grandes dificuldades em relação ao
abastecimento humano, mas a agricultura vem tendo prejuízos significativos –
disse Grill, que ocupa o cargo durante as férias de Tarso Genro.
Em entrevista ontem, no Palácio Piratini, Grill
disse ter conversado com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre
o apoio aos produtores – especialmente de milho – que terão dificuldades de
honrar financiamentos bancários devido à estiagem. A preocupação do Estado é a
seguinte: algumas cidades não se enquadram em todos os pré-requisitos para o
decreto de emergência, já que os reservatórios ainda estão em níveis
aceitáveis. Assim, os agricultores acabam sem acesso aos seguros dos
financiamentos, que usam, como um dos critérios, o decreto.
O conselho para que o Estado emitisse um decreto de
situação de emergência único, listando todos os municípios com dificuldades na
agricultura, teria sido uma sugestão da ministra, segundo Grill. Uma etapa da
burocracia seria queimada. O Rio Grande do Sul estima em R$ 500 milhões os prejuízos
na safra com a estiagem.
Por enquanto, os 322 municípios atendidos pela
Corsan não registram problemas significativos de falta de água nas torneiras,
informou o diretor de saneamento da Secretaria de Habitação, Saneamento e
Desenvolvimento Urbano do Estado, Guilherme Barbosa. Apenas em algumas
localidades, mais afastadas das cidades, vem sendo usado caminhão-pipa. A
preocupação que havia sobre o nível nos rios dos Sinos e Gravataí foi reduzida
pelas chuvas recentes – subiram de 1m5cm a 2m acima do nível crítico.
– Mesmo que não chova durante 10 dias, não teremos
problemas para a população. Estiagem maior do que isso, porém, volta a
preocupar – explicou Barbosa.
Panorama
ONDE A
SITUAÇÃO É MAIS GRAVE
- Nas regiões de Santa Maria, Passo Fundo e
Lajeado, o índice pluviométrico em outubro e novembro ficou em apenas 25% do
normal.
ONDE
MELHOROU
- No fim de semana, choveu 128mm no Vale do Sinos e
na Região Metropolitana, 84 mm na Serra e 40mm em Palmeira das Missões.
Fonte: Fonte: Centro Estadual de
Meteorologia
Mais de 280 mil atingidos
Segundo a Defesa Civil, há 282,8 mil pessoas
atingidas pela falta de chuva no Rio Grande do Sul. Ontem, um dos municípios a
decretar situação de emergência foi Selbach, no Noroeste. A cidade registra
perdas de aproximadamente R$ 9 milhões. Segundo o secretário municipal de
Agricultura, Florêncio Urbano Filho, a falta de chuva compromete áreas de soja,
milho e também a bacia leiteira. Situação semelhante vive Santo Augusto, na
mesma região, onde os efeitos da estiagem espalham-se pelas lavouras de milho –
as perdas podem chegar a 90% da produção. A soja e a pecuária de leite também
são afetadas. Caminhões-pipa levam água a propriedades do interior.
Em Salvador das Missões, a última chuva foi em
outubro. A Emater estima perdas de 70% da produção de milho, 50% da de fumo e
20% nos hortigranjeiros. Uma força-tarefa trabalha para puxar 2,5 quilômetros
de rede de água para três comunidades da zona rural. No Norte, a prefeitura de
Trindade do Sul abastece diariamente 60 famílias do interior, que sofrem com
falta de água para consumo humano. Em alguns pontos do município, não chove há
dois meses.
Chega a oito o número de mortos em Minas
O número de mortos por conta da chuva desde outubro, em
Minas Gerais, chegou a oito, conforme a Defesa Civil mineira. Seis das vítimas
morreram neste mês.
A quantidade de pessoas que precisaram deixar suas
casas chegou a 10,3 mil, e já são 66 as cidades em situação emergência. Ainda
de acordo com a Defesa Civil, o total de pessoas afetadas pela chuva passa de 2
milhões. Mais de 3 mil casas foram danificadas.
Uma dos óbitos confirmados ontem é o do taxista
Denilson Araújo Silva, 26 anos, soterrado por uma massa de terra que desprendeu
de um morro em Ouro Preto e atingiu a rodoviária. O corpo dele foi retirado
ontem do local. Em Guidoval, na Zona da Mata, foram encontrados os corpos de um
homem de 42 anos, arrastado por uma enxurrada quando tentava se proteger no
alto de uma árvore, e de um idoso de 81 anos, que morreu afogado em sua casa,
inundada pela cheia. Uma mulher de 74 anos está desaparecida em Santo Antônio
do Rio Abaixo desde 30 de dezembro, quando foi arrastada por uma enxurrada.
Além de Minas, Espírito Santo e Rio de Janeiro
também sofrem as consequências da chuva no Sudeste. No Espírito Santo, pelo
menos 1.164 pessoas estavam desalojadas até ontem.
No Rio, seis municípios no norte e no noroeste
fluminense estão em alerta. Segundo a Defesa Civil, a região é a mais afetada
por inundações no Estado. Os municípios de Italva, Cardoso Moreira, Campos,
Laje do Muriaé, Itaperuna e Santo Antônio de Pádua estão sob monitoramento
permanente das autoridades. Os três últimos têm quase 5 mil pessoas desalojadas
por conta dos alagamentos.
Vagas do ProUni estão definidas
O Ministério da Educação divulgou ontem a relação
de universidades e centros universitários que vão oferecer bolsas para o Ensino
Superior pelo programa ProUni. Serão oferecidas neste semestre 195.030 bolsas
de estudo.
Do total, são 98.728 integrais e 96.302, parciais –
que cobrem 50% do valor da mensalidade. As vagas serão oferecidas por 28
universidades e 39 centros universitários. A relação com as faculdades deve ser
divulgada pelo MEC nos próximos dias.
A relação
está no site www.mec.gov.br
O que é
- O ProUni é um programa que oferece vagas em
instituições particulares para estudantes com renda familiar de 1,5 a 3
salários mínimos por pessoa (R$ 933 e R$ 1.866). Em troca, as universidades
recebem isenção de alguns tributos.
- As inscrições para o ProUni vão de 14 a 19 de
janeiro. Os interessados devem se inscrever uma única vez no programa e
escolhem até duas opções de cursos e de instituição de Ensino Superior.
- Há posteriormente duas chamadas dos
pré-selecionados, sendo a primeira no dia 22 de janeiro e a seguinte em 7 de
fevereiro. Os candidatos também precisam ter feito o Enem 2011, com
aproveitamento mínimo de 400 pontos na média das cinco notas do exame e pelo
menos a nota mínima na redação, e ter cursado o Ensino Médio em escola pública.
Ceará sem polícia
Na mesma noite em que policiais militares e bombeiros do
Ceará entraram em acordo com o governo para dar fim à paralisação que já durava
seis dias, policiais civis do Estado resolveram entrar em greve. Essa é a
terceira paralisação da categoria desde julho de 2011.
Embora a paralisação da Polícia Militar tenha se
encerrado (na foto, viaturas da PM paradas), ontem o policiamento ainda não
havia voltado às ruas de Fortaleza. O patrulhamento ainda dependia do Exército
e da Força Nacional de Segurança, que continuava a circular na cidade, com
efetivo aquém do necessário. Depois de um dia de pânico provocado por rumores
de saques e arrastões, no entanto, ontem, a capital cearense viveu um momento
de aparente tranquilidade. Comércio e serviços públicos funcionaram normalmente.
Nas praias, hotéis que chegaram a colocar tapumes nas portas ontem retiraram as
proteções, e turistas caminhvam no calçadão. A previsão da Associação dos
Policiais e Bombeiros Militares do Estado é que o policiamento esteja
normalizado hoje.
O clima só permanece tenso em frente à
superintendência da Polícia Civil, onde policiais civis, em greve desde ontem,
acamparam para reivindicar melhores salários.
MUNDO
Cirurgia une fãs de Cristina
Dezenas acamparam em frente a hospital privado onde a
presidente operou um câncer na tireoide
Em um dia de grande comoção na Argentina, a
presidente Cristina Kirchner, 58 anos, foi operada de um câncer na tireoide
ontem em um hospital privado nos arredores de Buenos Aires. Seus seguidores
chegaram ao local antes mesmo dela e prometem permanecer até sábado, quando
está prevista a alta. A recuperação durará 20 dias, período em que o vice,
Amado Boudou, comandará o país.
Após três horas e meia de cirurgia, a própria presidente
teria revisado o texto do boletim médico, que demorou mais do que o previsto
para ser divulgado, preocupando os fãs que faziam vigília sob sol forte do lado
de fora do Hospital Austral. Um porta-voz da presidência leu o comunicado
oficial na porta do prédio, ressaltando que a operação ocorreu "sem nenhum
inconveniente ou complicação" e a "boa recuperação" de Cristina.
Os partidários aplaudiram.
– Somos todos filhos de Cristina, temos de apoiá-la
– disse ao jornal Clarín um membro do Movimento Evita.
Mulheres, homens e crianças que acamparam nas
imediações do hospital, em Pilar, carregavam estátuas de santos, imagens da
presidente e cartazes com mensagens como "Força, Cristina, Deus e Néstor
estão com você". Militantes do movimento Frente Transversal, Zulma, Rosa e
Norma chegaram às imediações do hospital na terça-feira, com barraca,
espreguiçadeira, mesa e panelas para preparar refeições. Às 8h de ontem, o trio
já estava acordado, tomando mate. Elas planejavam permanecer acampadas até que
Cristina volte para casa. Outros militantes começaram a chegar às 12h, e houve
quem aproveitasse o aglomerado de partidários para vender suvenires
kirchneristas: camisas com os rostos de Néstor e Cristina, pôsteres, bandeiras,
cartazes e broches.
A Casa Rosada confirmou o diagnóstico de Cristina
no dia 28 de dezembro, uma semana após a presidente ser informada da doença.
Buenos Aires
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