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Previdência
Trabalhador da ativa pagará mais para que
aposentados recebam reajuste
COLUNAS
CLÁUDIO HUMBERTO
PT cogita substituir Haddad
Subiu no telhado a candidatura à Prefeitura de São
Paulo do ministro Fernando Haddad (Educação), daí o adiamento de sua saída do
governo, prevista por ele mesmo para meados de janeiro. Há dias, Haddad disse
que Dilma havia solicitado para ele “ficar mais um pouco” no cargo. A ideia foi
de Lula, agora pessimista com as pesquisas e a falta de entusiasmo da
militância, que prefere Marta Suplicy na disputa. O ex-presidente Lula forçou a
barra no PT para entronizar Fernando Haddad como candidato, mas concluiu que
ele não é nenhuma Dilma. Quando escolheu sua chefe da Casa Civil como
sucessora, Lula tinha o que dizer de sua capacidade como gestora. Já sobre
Haddad... A gestão do ministro é marcada por vexames nas provas de avaliação e
por polêmicas desnecessárias, como o kit gay arquivado por Dilma. As próximas
pesquisas sobre a disputa paulistana definirão o futuro da candidatura Haddad.
Se não der sinal de vida, será sepultada.
Balança petista
Para o líder do PT, Paulo Teixeira (SP – foto), a
queda de braço para sucedê-lo na liderança “está bem equilibrada”. De um lado,
José Guimarães (CE) tem apoio do líder do governo, Cândido Vaccarezza. De
outro, Jilmar Tatto (SP) é o nome do presidente da Câmara, Marco Maia.
Vigarice
E-mail atribuído ao senador Cristovam Buarque
(PDT-DF) pediu a instalação de “orelhão” em uma área invadida por duas dezenas
de índios retirantes, de vários Estados, no Noroeste, novo bairro de Brasília,
e agora alegam que o local é “território sagrado”. Trata-se de uma vigarice:
não há registro de índios na região onde a cidade foi erguida. Nem mesmo a
Funai reconhece legitimidade na ocupação.
Golpe
O pedido de “orelhão” pode ser golpe: a implantação
de serviço público pretende configurar o reconhecimento de suposto direito dos
invasores.
A conta é nossa
Avaliação técnica preliminar indica a necessidade
de 2,5 quilômetros de cabos, para instalação do “orelhão” pretendido. Tudo por
conta do contribuinte.
Vale-tudo
Políticos oportunistas e manifestantes
profissionais, velhos conhecidos dos brasilienses, e até estudantes ingênuos
apoiaram os invasores.
Virou piada
A fraca oposição do PSDB ao governo Dilma Rousseff
virou motivo de piada entre assessores governistas: Não tem Aécio, nem Serra,
nem Sérgio Guerra... Agora é só Álvaro todos os Dias.
Vigilância da PF...
Os agentes da Polícia Federal que tentam combater o
tráfico nas fronteiras querem ver a cor do investimento de R$ 670,6 milhões,
anunciado pelo governo, com o mote “Crack, é possível vencer”.
...na fronteira
Mas craque mesmo até agora só a PF, que usa o
próprio celular com ligação a cobrar para pedir reforço nos rincões do Acre,
Amazonas e Mato Grosso do Sul. Faltam aviões, barcos e até internet na
fronteira.
Malemolência
Pelo passo de cágado da reforma ministerial, nunca
foi tão atual a máxima do saudoso ex-governador de Minas Magalhães Pinto: “No
Brasil nada se resolve entre o Natal e o Carnaval”.
Frase
Não esperava tanta movimentação pedindo meu nome” –
Deputado ACM Neto (DEM-BA) sobre sua
pré-candidatura a prefeito de Salvador
Roqueiro
Diretor da Associação dos Juízes Federais, Fabrício
Fernandes Castro é conhecido no Rio, onde reside, como “roqueiro de garagem”.
Nos fins de semana, ele não larga a guitarra exceto em dia de jogo do Vasco.
Pedra no sapato
O ex-presidente da OAB Cezar Britto será advogado
nos processos da ProtecBag contra a Truestar, empresa de Berlusconi que paga
aluguéis altos para desalojar os rivais nos aeroportos. A ProtecBag implantou a
embalagem que protege malas.
Discurso de Costa não sensibiliza Armando
RUMO ÀS ELEIÇÕES Presidente do PTB afirma que o discurso do
prefeito, de que é o candidato, não garante o apoio. Para o senador, ele não
aglutinou o PT nem a Frente
Cláudia Vasconcelos
A postura incisiva do prefeito João da Costa em
plenária com militantes do PT, no sábado, foi pouco para convencer membros da
Frente Popular a apoiar sua candidatura à reeleição no Recife. Pelo menos é o
que afirma o presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro Neto. “Embora
o prefeito esteja fazendo esse discurso, não aglutinou o PT nem a Frente, e
todo dia isso se reafirma.” O petebista acrescenta que somente quando o petista
convencer o próprio partido de que é a melhor opção o PTB poderá pensar em
desistir da tese das múltiplas candidaturas.
O fato de o prefeito ter afirmado mais uma vez, no
sábado, diante da militância petista, que é “o candidato” do PT no Recife não é
surpresa, lembra o senador. Porém a questão é saber se essa candidatura será
capaz de se sustentar. “O grande teste será dentro do próprio PT”, observa. E
embora garanta que não há possibilidade de o PTB voltar a fazer parte da
gestão, da qual desertou no início do ano passado, Armando diz que o partido
está aberto para conversas político-eleitorais com João da Costa.
“Não temos por que recusar qualquer companheiro da
Frente Popular que quiser conversar. Agora isso não significa qualquer
compromisso prévio. Até porque o PTB ainda está defendendo a tese das múltiplas
candidaturas. E vejo isso encontrar eco em outros setores da Frente”, destaca.
Refere-se ao PCdoB, cujo o deputado estadual, o
ex-vice-prefeito Luciano Siqueira, disse ao JC, na edição de ontem, que o
partido não é recebido pelo prefeito para reuniões políticas há um ano. Mesmo
integrando a gestão. “As declarações de Luciano são sintomáticas. Significa que
há uma dificuldade de comunicação com o prefeito. Continuo achando que ele não
teve capacidade política de reunir”, enfatiza o senador.
Mas João da Costa não tem pressa. Prefere marcar
aos poucos os encontros políticos. Após a plenária de sábado, disse que em
breve procurará a direção nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e líder da
Frente Popular de Pernambuco. “O objetivo de todo mundo é ganhar as eleições,
construindo a unidade política dessa Frente.”
Ele garantiu que buscará se aproximar mais de
Eduardo, tido como o fiel da balança das eleições no Recife. “Conversei com ele
no ano passado, vamos conversar novamente. A gente vai tentar encontrar esse
espaço”.
Encontro do PT deve reunir Joões
Um esperado encontro pode acontecer hoje entre o
prefeito João da Costa e o ex-prefeito João Paulo, ambos rompidos politicamente
desde 2009. Os dois foram convidados e confirmaram presença no lançamento do
Fórum Metropolitano do PT, no Recife. A reaproximação deles é considerada
fundamental para o PT se fortalecer para as eleições municipais da capital –
governada pelo partido há 11 anos –, embora poucos apostem que isso se
concretize.
Do lado do prefeito, a participação no evento faz
parte de seu movimento de estreitamento de relações com a militância. É a
chance de prestar contas da gestão, que vem sendo bombardeada pelo fogo amigo
por “não acompanhar o ritmo” do crescimento de Pernambuco. Como argumentou na
plenária do PT realizada em Santo Amaro, no último sábado, João da Costa quer
convencer os petistas mostrando estatísticas.
Aliás, foi citando números que o prefeito novamente
comparou sua gestão à do antecessor. Na plenária de Santo Amaro, ressaltou que
o projeto petista tem 11 anos, mas não se esqueceu de dizer que foi em sua
gestão que a média de habitações construída pelo município alcançou 1.200
unidades, enquanto nos oito anos de João Paulo a média era de 600.
A assessoria de imprensa do deputado federal João
Paulo confirmou que ele recebeu convite e estará presente no Fórum
Metropolitano do PT. No entanto, não integrará a mesa das autoridades. João
Paulo integra a Comissão de Mobilidade da Câmara Federal.
O Fórum Metropolitano do PT começa às 19h no
Cineteatro José Carlos Cavalcanti Borges, na Fundação Joaquim Nabuco do Derby,
área central. Em discussão, propostas de políticas públicas integradas para os
14 municípios do Grande Recife. O partido deseja ampliar sua presença política
na região, na qual só está à frente de três gestões – a da capital, de Igarassu
e da Ilha de Itamaracá.
Caso Ceci Cunha vai a julgamento
MACEIÓ – Treze anos após um dos massacres mais
emblemáticos de Alagoas, a Justiça Federal começa a decidir hoje qual o destino
dos assassinos da ex-deputada federal Ceci Cunha. Ela, o marido, Juvenal Cunha,
o cunhado, Iran Carlos Maranhão, e a mãe de Iran, Ítala Maranhão, foram
assassinados na varanda de casa, no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió – no
crime conhecido como a Chacina da Gruta, em 16 de dezembro de 1998.
Ceci comemorava a diplomação como parlamentar
federal. Havia ido à casa da irmã visitá-la e ao sobrinho. Segundo as
investigações, assessores do seu suplente, Talvane Albuquerque – Jadielson
Barbosa da Silva, Alécio César Alves e José Alexandre dos Santos –, invadiram a
casa e fuzilaram quase todos, sem chance de defesa. Na casa, ficaram apenas a
irmã dela, hoje testemunha, e a criança de colo. As duas conseguiram se
esconder.
Depois, os criminosos fugiram para a cidade de
Satuba, a 25 quilômetros de Maceió, e se encontraram com Mendonça Medeiros,
também assessor do deputado Talvane e principal operador da ação. Medeiros
queimou o Uno verde usado na fuga dos assasinos. “Foi um crime bárbaro. Eu
tinha 17 anos, perdi minha mãe, meu pai, minha avó e meu tio”, disse o advogado
Rodrigo Cunha, filho de Ceci. “Tenho certeza de que quem mandou matar foi o
Talvane. Ele queria a vaga a qualquer custo. Essa certeza quem me oferece é o
processo. As investigações da polícia não deixam dúvidas”, disse o filho de
Ceci.
Talvane ficou preso menos de um ano. Saiu da cadeia
e hoje é médico em duas clínicas na cidade de Arapiraca, terra natal de Ceci
Cunha, no agreste alagoano. Até hoje, ninguém está preso pelo crime. “Não durmo
em Arapiraca para preservar minha vida”, conta Rodrigo.
A sentença deve ser dada em três dias. Hoje, serão
ouvidas nove testemunhas da defesa e uma do Ministério Público. Amanhã, será a
vez de Talvane, que tem a prerrogativa de não comparecer, assim como os outros
acusados.
PREVIDÊNCIA
Contribuição ao INSS sobe em fevereiro
Alíquota de 8% valerá para assalariado que
ganha até R$ 1.174,86. Antes, era para aquele que recebia até R$ 1.107,52.
Acima de R$ 1.958,11, valerá o desconto de 11%
SÃO PAULO – A contribuição previdenciária paga por
trabalhadores e patrões será maior em fevereiro. O reajuste de 6,08% aplicado
às aposentadorias foi estendido para as contribuições mensais, que servem para
criar uma reserva financeira para quando o trabalhador se aposentar. Ou seja, o
pessoal da ativa pagará mais para que os já aposentados recebam o reajuste no
benefício. Como no cálculo do Imposto de Renda, as alíquotas não mudam e sim as
faixas salariais sobre as quais elas incidem.
Até o final deste mês, a menor alíquota, de 8%,
continua sendo aplicada a quem recebe até R$ 1.107,52. Em fevereiro, porém, os
8% serão descontados de quem recebe até R$ 1.174,86. Com esta ampliação na
faixa de contribuição, mais gente vai pagar à Previdência. A mesma lógica vale
para os desconto maiores, como o de 9%. Ele passa a incidir sobre salários de
R$ 1.174,87 a R$ 1.958,10. A maior alíquota, de 11%, será aplicada sobre
salários acima de R$ 1.958,11. A alíquota, porém, incide só até o novo teto
previdenciário, de R$ 3.916,20. Assim, a contribuição máxima para assalariados
será de R$ 430,78. Mesmo que o trabalhador ganhe mais que R$ 3.916,20, sua
contribuição previdenciária (dividida com a empresa) incidirá só sobre o teto,
de R$ 3.916,20.
Autônomos contribuem sobre 20% de sua remuneração,
respeitando os limites: o salário mínimo e o teto previdenciário.
Logo, a nova contribuição varia de R$ 124,40 (20%
sobre o piso, de R$ 622) a R$ 783,24 (20% do teto). Enquanto o trabalhador
assalariado tem a contribuição descontada do salário, o autônomo recolhe por
carnê.
Já o reajuste aplicado aos benefícios, de 6,08%,
vale só para segurados que começaram a receber da Previdência até janeiro do
ano passado. Aposentadorias e pensões que começaram a ser pagas a partir de
fevereiro têm reajuste diferente, de acordo com o mês de concessão do
benefício.
Enquanto isso, as aplicações nos planos de
previdência empresariais cresceram, em 2011, em ritmo maior que as feitas nos
planos individuais. É a primeira vez que isso acontece desde que o modelo Plano
Gerador de Benefício Livre (PGBL) começou a ser vendido no País, em 1998.
A POLÊMICA LEI DO TRABALHO A DISTÂNCIA
ENTREVISTA - ÁLVARO MELLO
Empregados que executam tarefas em casa agora têm mesmos
direitos dos que atuam nas empresas. O presidente da Sociedade Brasileira de
Teletrabalho e Teleatividades, Alvaro Mello, comenta a nova legislação.
JORNAL DO COMMERCIO – A lei é de fácil aplicação?
ALVARO MELLO – O que pode complicar a aplicação da
lei é o fato de que o seu texto não detalha questões importantes para
normatizar o trabalho à distância (por exemplo o trabalho em casa), o que
obrigará cada empresa a desenvolver modelos de gestão para administrar as
atividades realizadas à distância pelos teletrabalhadores. Vale salientar que
ao ter vínculo empregatício, o trabalhador que exerce uma atividade a distancia
tem os mesmos direitos trabalhistas que outro empregado (presencial), por outro
lado, tem também as mesmas responsabilidades, podendo ser suspenso e até
demitido por justa causa, de acordo com a gravidade da falta.
JC – Quais seriam os possíveis gargalos para aplicação ?
MELLO – Restam grandes dúvidas quanto a solução dos
problemas e gargalos que poderão ocorrer no tocante ao controle administrativo,
tais como: segurança e medicina do trabalho, os acidentes de trabalho, custo do
postos de trabalho, o controle da jornada de trabalho (horas-extras), o
fornecimento e manutenção de equipamentos etc. Questões como essas não foram
abordadas pela lei e podem ensejar disputas judiciais. Mas só o tempo dirá o
real efeito disso e, dependerá, também, dos administradores responsáveis pela
gestão das empresas. Por outro lado, estima-se que não haverão grandes mudanças
de impactos nas organizações, pois afinal, o trabalho a distância já era
praticado formal e informalmente no cotidiano empresarial, e as questões que
entendo como negativas também já existiam antes. Certamente agora elas serão
fortalecidas, assim, as empresas e empregados deverão se valer de uma boa
administração para superar tais questões.
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