SEM ESCALAS
Braços abertos
A corrida ou a decolagem contra o tempo perdido continua no governo federal na tentativa de modernizar os aeroportos e o tráfego aéreo até a Copa de 2014. Ontem, uma edição extra do Diário Oficial da União, com data da sexta-feira passada, publicou a Medida Provisória 527.
A MP cria a Secretaria de Aviação Civil, que ganha status de ministério para assumir as competências da aviação civil que hoje estão no guarda-chuva do Ministério da Defesa.
Dessa forma, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero, estatal administradora de 67 aeroportos no país, ficam subordinadas à nova secretaria.
As melhorias nos terminais precisam ser feitas não apenas para o mundial, mas para o dia a dia dos brasileiros – que já há algum tempo veem o preço das passagens aéreas entrar com certa folga no orçamento. As companhias se prepararam para receber de braços abertos esse novo viajante. Os aeroportos, ao que parece, não viram a chegada de mais passageiros.
APAGÃO AO LADO
Aviões ficam no chão em aeroportos na Argentina
Com voos suspensos entre 12h55min e 21h de ontem, a paralisação dos voos nos aeroportos de Buenos Aires voltou a produzir cenas de saguões lotados, com passageiros espalhados pelo chão, sentados ou deitados à espera de solução. Uma falha de comunicação dos aviões com o controle aéreo interrompeu todas as saídas e chegadas dos três aeroportos da capital argentina – Ezeiza, Aeroparque e San Fernando.
No início da noite, a Aeropuertos Argentina 2000, empresa privada que administra os terminais, informou a partir das 21h haveria decolagens e pousos a cada 15 minutos. A Administración de Aviación Civil (Anac) da Argentina confirmou que o defeito de comunicação paralisou totalmente a operação aérea.
Passageiros que ainda não haviam chegado aos aeroportos para embarques foram orientados a não se dirigir ao seu terminal de decolagem até as 21h. Segundo estimativa do jornal argentino Clarín, cerca de 200 voos de partida ou de chegada foram afetados.
Nas agências de viagens gaúchas, a situação não chegou a provocar tumulto. Seis empresas de turismo consultadas por Zero Hora informaram que não haviam sido acionadas por clientes devido ao problema. A presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens no Estado (Abav-RS), Rita Vasconcelos, afirmou que nesta época não há grande fluxo de turistas.
TAM programou voos extras para atender passageiros
As duas companhias aéreas brasileiras com voos diários de e para Buenos Aires – Gol e TAM – confirmaram os cancelamentos. Na Gol, foram atingidas sete frequências. Na TAM, foram atingidos nove voos da segunda-feira, um dois quais entre o Aeroparque e Porto Alegre, com saída prevista para as 15h.
Outros quatro tinham cancelamento previsto para hoje – nenhum com escala em Porto Alegre. A empresa adiantou que programou quatro voos extras para atender passageiros dos voos cancelados nesta terça-feira – todos com saída ou chegada em Guarulhos (São Paulo).
DEPOIS DO BRASIL
Otimismo dos EUA por caças
Os Estados Unidos acreditam ter começado a virar o jogo até então favorável à França no processo de compra de caças para a Força aérea Brasileira (FAB).
Na sexta-feira, véspera do encontro entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, os líderes dos dois partidos americanos no Senado enviaram ao governo brasileiro carta conjunta na qual expressaram apoio à venda dos aviões Boeing F-18 Super Hornet.
No texto, democratas e republicanos indicaram que o contrato e a oferta de transferência de tecnologia não sofrerão mudanças posteriores. A informação foi confirmada por duas autoridades do governo americano.
INFORME ESPECIAL
Tulio Milman
Falcatrua virtual
Pelo menos três médicos brasileiros, um deles gaúcho, foram vítimas recentemente de um novo golpe. Suas milhas da TAM foram roubadas. Os piratas entraram no cadastro da companhia aérea e alteraram os endereços de e-mail das vítimas, que sequer ficaram sabendo da fraude. Só descobriram quando tentaram resgatar os pontos que não existiam mais. A empresa está investigando o fato e deve se pronunciar nesta terça-feira.
QUESTÃO AGRÁRIA
Primeiro confronto do MST com Tarso
Invasores exigem conclusão do processo de desapropriação da fazenda Viviane Corte Espíndola, mulher do caseiro da fazenda
Durou quase três meses o clima de paz do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) com o governo Tarso Genro. Oitenta dias após a posse do governador, cerca de 250 sem-terra promoveram a primeira invasão de terra durante a gestão do petista. O alvo foi uma propriedade distante cerca de 60 quilômetros do centro de São Borja, na Fronteira Oeste, na madrugada de ontem.
O grupo reivindica uma audiência com o governo estadual para negociar a conclusão do processo de desapropriação da área de cerca de 1,2 mil hectares, iniciado há 10 anos.Eles chegaram à fazenda Palermo em dois ônibus e um caminhão por volta das 4h. Na propriedade estava o caseiro, sua mulher, a filha de oito anos e um cunhado, feitos reféns por aproximadamente três horas.
Segundo a Brigada militar, que mantinha barreiras próximas à fazenda, os invasores foram vistos com enxadas, foices e facões, mas não houve confronto com os policiais. De acordo com o MST, os manifestantes só sairão do local quando tiveram uma resposta favorável do governo quanto ao impasse entre o proprietário da fazenda e o Estado. O processo de desapropriação começou ainda no governo de Olívio Dutra. O governo teria sugerido um preço ao proprietário, que considerou o valor baixo e recorreu à Justiça. Atualmente o processo se encontra no Superior Tribunal de Justiça.
De acordo com o MST, a Justiça teria determinado que o Estado pagasse ao proprietário R$ 3,45 milhões, dos quais R$ 1, 97 milhão já teriam sido quitados.
Na área invadida são criadas 1,2 mil cabeças de gado
A desapropriação da fazenda possibilitaria o assentamento de 54 famílias, das mais de mil que aguardam por terra, segundo o MST. O dono da área, José Renan Toniazzo, adquiriu a propriedade em 2001 e deve entrar com um pedido de reintegração de posse. No local são criadas aproximadamente 1,2 mil cabeças de gado.
O secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavan, deve se deslocar na manhã de hoje a São Borja para verificar a situação, conversar com os líderes do movimento e iniciar uma negociação.
FONTE: JORNAL ZERO HORA
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