PERIGO AÉREO
Rota de aviões cruza com a dos urubus em Belém
Aves de rapina representam risco de acidentes aéreos. Ver-o-Peso preocupa.
O Ver-o-Peso integra um conjunto de oito pontos fixos críticos de acúmulo de lixo orgânico que atraem principalmente urubus, em Belém, e o principal risco para as rotas da aviação civil na capital paraense. Os pontos críticos estão no raio de 20 quilômetros do ponto central do Aeroporto Internacional de Belém (Área de Segurança Aeroportuária-ASA). Por dia, são realizadas 80 manobras no aeroporto, sendo 40 pousos e 40 decolagens. Dos 40 pousos, a maior parte passa pela rota da pista 06 do aeroporto, não muito distante do Ver-o-Peso, local de afluência de urubus. Não há registro de acidentes com aviões provocados por esses pássaros na área.
Como medida preventiva, o superintendente do Aeroporto, Samuel Sales, e o coordenador de Meio-Ambiente, Franney Oliveira, ambos da Infraero, junto com o veterinário do Museu Paraense Emílio Goeldi, Messias Costa, defendem conscientização ambiental de moradores e a fiscalização intensa, que começou a ser feita por uma comissão interinstitucional.
Os oito pontos críticos fixos de depósito de lixo orgânico (sobras de alimentos) são o Ver-o-Peso; a Estrada do Bagé (próximo ao residencial Cristal Ville), no Benguí; a Estrada da Yamada, no bairro do Benguí; rodovia Arthur Bernardes; canal São Joaquim, na Sacramenta; Ponte do Galo, na Sacramenta; Conjunto Paraíso dos Pássaros/CDP, em Val-de-Cans; área do Trapiche Municipal de Icoaraci. Samuel Sales informou ontem que em 2008 foi criada a Comissão de Prevenção do Perigo Aviário, integrada pela Infraero, Sesan, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ-Sesma), Dema, Sema, Ibama, Ministério da Aeronáutica e Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), para identificar pontos atrativos para aves em Belém.
Dentre as ações preventivas, o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB) passou a atuar na área do aeroporto de Belém, e foi contratada a empresa Norte Óleo para coletar carcaças de animais e restos alimentares e de frigoríficos em vias públicas. 'Esse pontos atrativos são lixões com restos alimentares, matadouros e curtumes, e essa comissão atua justamente para que esses espaços não possam se proliferar na cidade', afirmou Samuel, ressaltando que é feito um plano de manejo das aves na área do aeroporto, em sintonia com o Ibama. O Ministério Público Federal, a partir de ação civil pública de 2010, fiscaliza o controle dessas aves.
Sobre o lixo orgânico em Belém, a Sesan informa que, além da varrição e coleta diárias de resíduos sólidos nas feiras livres de Belém, a Associação dos Feirantes nas Feiras e Mercados do Município de Belém, em parceria com Secretaria Municipal de Economia (Secon), lançou no ano passado o 'Projeto Feira Limpa', com ênfase na educação ambiental dos manipuladores de alimentos e consumidores.
FONTE:
O LIBERAL-PA
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