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quinta-feira, 31 de março de 2011

31 de março de 2011 - VALOR ECONÔMICO


EVENTOS INTERNACIONAIS
De 2011 a 2016, cidade vai sediar seis megaeventos

Carmen Nery | Para o Valor, do Rio

Não é só a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos que compõem o calendário que o Rio de Janeiro conquistou para os próximos cinco anos. Seis megaeventos internacionais estão programados para a cidade de 2011 a 2016. Começa pelo Fórum Econômico Mundial Latin América, que será realizado entre os dias 27 e 29 de abril, com o tema "Construindo as Bases para a Década Latino-Americana", que vai reunir mais de 500 dirigentes globais, chefes de Estado da região e de outros países da Ásia. Na sequência ocorrem os 5º jogos Mundiais militares - jogos da Paz, Rio 2011, realizado pela primeira vez no continente, promovido pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), e cujas competições serão de 16 a 24 de julho.
Em 2012, entre os dias 4 e 6 de junho, acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20, que terá como tema a "Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza". A expectativa é que no encontro sejam definidos os principais temas da agenda do desenvolvimento sustentável para os próximos 20 anos. O evento contará com delegações e chefes de Estados dos países que compõem a ONU e deve reunir cerca de 50 mil participantes na região do Porto e no Aterro do Flamengo.
O Rio também deve ser confirmado como uma das cinco cidades sede da Copa das Confederações, que ocorrerá entre os dias 16 e 30 de junho de 2013 como um teste para a Copa do Mundo. Em seguida, vem as estrelas do calendário, a Copa do Mundo de 2014, da qual o Rio quer ser o principal protagonista, e a Olimpíada 2016.
"Nos próximos anos, o Rio de Janeiro terá o melhor calendário de grandes eventos internacionais e, quando lutamos por ele, tínhamos consciência de que a maior beneficiada seria a nossa população. A cidade e todo o Estado vão passar por uma transformação verdadeira", diz o governador do Rio, Sérgio Cabral, que elegeu quatro áreas para dar conta da revitalização da cidade. Na segurança, está retomando os territórios dominados por traficantes por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e do fortalecimento da polícia. Na mobilidade, foram reservados R$ 4 bilhões de investimentos para metrô, trens e barcas. A área de saneamento tem garantidos R$ 5 bilhões. E o Maracanã está consumindo mais de R$ 700 milhões para a reforma do estádio e a revitalização de seu entorno, com integração da região com o parque da Quinta da Boa vista.
"Os eventos e os jogos são muito importantes para a reafirmação da importância da cidade no cenário internacional, após anos de esvaziamento econômico quando só restou à cidade sua beleza natural. Hoje, o Rio é a cidade para fazer negócios, porque vivemos um momento virtuoso com vários vetores nas áreas de petróleo e gás, siderurgia, energia, indústria criativa e telecomunicações, entre outras", diz o secretário estadual de Desenvolvimento, Julio Bueno.
A prefeitura também apoia os organizadores do Fórum Econômico Mundial, que será realizado este ano, e o Itamaraty na realização e da Rio+20, facilitando toda a logística no Pier da Praça Mauá que está sendo todo revitalizado para receber os chefes de Estado. Segundo Felipe Goes, secretário municipal de Desenvolvimento, um dos destaques são o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, que serão inaugurados em junho de 2012, a tempo para a conferência de sustentabilidade. As obras do Porto Maravilha, que incluem a derrubada do viaduto da Perimetral, devem estar prontas no fim de 2013. Para os jogos militares, a prefeitura apoia o Exército com a logística, segurança, transporte e a infraestrutura.
Segundo Bernardo Carvalho, diretor-executivo da Rio 2014 e 2016, empresa criada para gerir os projetos, a prefeitura vai investir R$ 2,6 bilhões em 2011, contando com o início das obras do Porto Maravilha em uma operação compartilhada com o setor privado por meio dos Certificados de Potencial Adicional Construtivo (Cepac).


AVIAÇÃO
TAM prepara aquisição da Trip em duas etapas

Luciana Marinelli | De São Paulo

A TAM pretende comprar 31% da Trip. As duas empresas anunciaram ontem a assinatura de uma carta de intenções confirmando as tratativas para realização do negócio. Com o movimento, a TAM reforça sua presença no mercado doméstico, ao mesmo tempo em que aguarda a aprovação dos órgãos reguladores para a fusão com a chilena LAN.
Segundo Marco Antônio Bologna, presidente da TAM S.A., o memorando prevê um prazo de até 90 dias para completar estudos sobre o valor da transação e a situação contábil da Trip. Se chegarem a um acordo, a aquisição será feita em duas etapas - no momento da assinatura e um ano depois, quando a TAM passará a deter 31% do capital total da regional, controlada pelos grupos Caprioli e Águia Branca (ambos donos também de empresas de ônibus).
Para acomodar o novo sócio, as fatias dos atuais acionistas serão diluídas: os controladores, reunidos na Trip Participações Holding, ficarão com 50,1% (hoje têm 80%) e a americana SkyWest terá 19% (atualmente possui 20%). De acordo com Renan Chieppe, presidente do conselho de administração da Trip, a holding ficará com 59% do capital votante; a TAM, com 25%; e a SkyWest, com 15%. A companhia fundada por Rolim Amaro terá dois assentos no conselho, a parceira americana manterá um, e a Trip Par, cinco.
Com a negociação, a Trip, que prevê faturar R$ 1,3 bilhão este ano, mantém mais distante a ideia de abrir o capital. "Consideramos a entrada de um sócio mais interessante, pela capacidade de aportar recursos e complementariedade de negócios", diz Renan Chieppe.
A TAM tem parceria de compartilhamento de voos com a Trip desde 2004. O novo acordo permitirá a integração de plataformas tecnológicas, de vendas de passagens e serviços, além de ampliar as possibilidades de conexão e combinação das malhas das duas companhias. "O passageiro poderá comprar sua passagem para Frankfurt de Coari (no Amazonas) e vice-versa", exemplifica José Mario Caprioli, presidente da Trip.
A TAM, por sua vez, vai ampliar consideravelmente seu raio de ação em mercados de menor porte, que crescem fortemente. Hoje, a Trip atende 82 cidades e pretende chegar a 100 em três anos. No ano passado, seu faturamento cresceu 66%, para R$ 747 milhões. A TAM atende 51 destinos no mercado doméstico. "Teremos uma malha bem mais ampla", diz Bologna. "Eles [a Trip] são líderes em mercados que hoje não atuamos, nem teríamos condições de atuar", acrescenta. Depois de concluído, o acordo será submetido à aprovação da Anac e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em fevereiro, a TAM teve participação de mercado de 39,59% e perdeu a liderança nacional para a Gol (com 39,77%). A Trip registrou fatia de 2,77%.


Singapore prevê 80% de ocupação em seus voos

Beth Koike | De São Paulo

Considerada uma das companhias aéreas mais sofisticadas do mundo, a Singapore Airlines pretende ter 80% de seus voos ocupados no primeiro ano de operações no Brasil. A companhia atingiu esse índice no seu voo inaugural, que aconteceu esta semana.
"Há 20 anos planejávamos vir para o Brasil, mas queríamos um voo apenas com uma escala. Só recentemente conseguimos aprovação da Espanha para fazer essa parada", disse o CEO mundial da Singapore Airlines, Goh Choon Phong, que visita o Brasil pela primeira vez.
Com três voos por semana, a Singapore já estuda a possibilidade de operar mais rotas, inclusive uma nova frequência saindo do Rio. "Podemos considerar que temos voos diários, uma vez que fazemos parte da StarAlliance. É possível voar, por exemplo, pela TAM até Londres ou Frankfurt e depois pegar um voo da Singapore", disse Tuck Wah Tang, gerente-geral da Singapore Airlines no Brasil.
Os aviões em operação atualmente têm 275 assentos, sendo 225 na classe econômica, 42 na categoria executiva e 8 lugares na primeira classe. "Acreditamos que em um primeiro momento haverá mais procura pelos voos para Barcelona", afirmou Phong.
As passagens para Cingapura custam US$ 2 mil (econômica), US$ 7,5 mil (executiva) e US$ 17 mil (primeira classe). Para o trecho até Barcelona, o valor é aproximadamente 50% inferior. "Não temos medo da concorrência porque oferecemos serviços de alta qualidade, que fazem diferença principalmente em rotas longas", disse o CEO. Nos nove primeiros meses de 2010, a companhia lucrou US$ 703 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 10,2 milhões do mesmo período do ano anterior. "Na época da crise tivemos trimestres com prejuízos, mas em toda nossa história nunca fechamos um balanço anual com prejuízo", afirmou o CEO da aérea criada em 1947.


OTAN
Desafios da intervenção militar contra Gadafi

A intervenção de Estados Unidos, França e Inglaterra para implantar uma zona de exclusão aérea na Líbia salvou a oposição ao ditador Muamar Gadafi de uma derrota e de uma carnificina. A operação das potências aliadas, feita com o beneplácito da Organização das Nações Unidas e agora sob o comando da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), encontra-se envolta em ambiguidades que precisam ser resolvidas por difíceis decisões políticas: tirar ou não Gadafi do poder. A própria resolução da ONU, alegando a proteção das populações civis para a intervenção militar, coloca em seguida uma expressão que permite tudo - "por todos os meios necessários".
As condições da guerra civil líbia deixam pouca margem a dúvidas. Os rebeldes não têm preparo e força militar necessários para desalojar Gadafi do poder e, na ausência da proteção dada na última hora pelos bombardeios em nome da ONU, não resistirão ao assédio das forças governistas por muito tempo. Ou seja, a intervenção militar, ainda que sob a intenção humanitária de proteger as populações civis de massacres que certamente ocorreriam se as tropas de Gadafi penetrassem o maior reduto da oposição, Benghazi, sustenta, ao mesmo tempo, a existência dos rebeldes e os estimula à tomada do poder. Não existe a suposta neutralidade na resolução da ONU e os dias seguintes ao início das operações deixaram muito claro essa lógica.
Depois de arrasar as forças aéreas líbias, os ataques aéreos prosseguiram rumo aos arsenais e pontos estratégicos militares do tirano e, depois, foram direcionados para limpar o terreno para o avanço dos rebeldes em vários pontos do país. Ao mesmo tempo, não existia neutralidade possível para os países que se abstiveram na ONU de sancionar a zona de exclusão aérea, como o Brasil e a Alemanha. No momento em que a resolução foi votada, Gadafi estava prestes a selar uma vitória militar decisiva e a abstenção implicava uma carta branca para que o ditador fizesse o que bem entendesse.
Uma vez iniciada a intervenção militar, dificilmente ela será interrompida até que Gadafi abandone o poder. Ele é a principal ameaça às populações civis e não há qualquer garantia de que se mantiver as rédeas do governo não patrocine, no momento apropriado, uma cruel vingança. Por outro lado, a intervenção militar tem seus limites determinados pela resolução e, por enquanto, há poucos sinais de que envolverá o desembarque de tropas em território líbio. Os aliados buscam outras saídas.
As próximas ações já estão a caminho, como mostraram as discussões de embaixadores de 40 países reunidos em Londres anteontem. Debateu-se a ajuda financeira aos rebeldes e não deve haver muita discordância sobre isso. Mais polêmica, a proposta de enviar armas aos rebeldes também foi posta na mesa, mas aparentemente não se chegou a uma decisão. Pela lógica das circunstâncias, ela é a única que pode, em tese, dar aos rebeldes chance de vitória sem que seja preciso invadir a Líbia.
No campo político, há muitas incógnitas. EUA, Inglaterra e França decidiram entabular negociações com o Conselho Nacional de Transição, o representante das forças rebeldes com sede em Benghazi. Ele seria o embrião de um novo governo, mas sobre seus líderes, e o que pensam, quase nada se sabe. Os EUA parecem promover Mahmoud Jibril, um doutor em planejamento estratégico formado na Universidade de Pittsburgh, que trabalhou próximo ao governo de Gadafi. Telegramas americanos divulgados pelo Wikileaks mostra que Jibril já era conhecido e elogiado por diplomatas dos EUA em 2008, embora fosse basicamente um desconhecido dos líbios até aderir à revolução.
A expedição contra Gadafi não produziu até agora terríveis efeitos negativos no mundo árabe, como era esperado. O ditador líbio não é bem-visto nem por seus pares, como prova o apoio da Liga Árabe à zona de exclusão aérea, embora tente se dissociar das ações militares recentes. Ao contrário da situação de 19 de março, quando foi aprovada a intervenção e os ataques aéreos começaram, o tempo corre contra Gadafi. A possibilidade de ele vencer a guerra contra seus opositores é nula e ele simplesmente não é confiável para compor um governo de coalizão nacional, uma das saídas que chegaram a ser aventadas para o impasse líbio. A porta do exílio já foi aberta e toda a pressão será feita para que ele a transponha.


DENGUE
Governo tenta evitar o caos de 2008

O aumento do número de internações devido à dengue na cidade do Rio já mobiliza o governo estadual, que tenta evitar a situação caótica vivida há dois anos.
Para atender a população e evitar o caos nos hospitais como aconteceu em 2008, quando as Forças armadas precisaram enviar contingente e montar tendas para atender a população, a Secretaria Estadual de Saúde criou 13 centros de hidratação contra a dengue. O horário de funcionamento desses centros é das 8h às 20h, nos sábados, domingos e feriados.
Dez municípios do Estado do Rio já estão com epidemia declarada: entre eles Cabo Frio, Silva Jardim, Magé, Mangaratiba, Guapimirim e Seropédica. No total, a capital já tem 12.261 casos, mais do que o dobro do registrado nos anos de 2009 e 2010 somados.
Para o Paraná, onde também há epidemia de dengue nos municípios de Londrina, Foz do Iguaçu, Cornélio Procópio e Jacarezinho, o Ministério da Saúde liberou R$ 661,7 mil para ajudar no combate à doença.
Nos últimos sete dias houve aumento de 25% dos casos e o governo do Estado resolveu tratar todos os casos suspeitos como confirmados.
Em São Paulo, balanço da Secretaria de Estado da Saúde aponta que o número de casos de dengue no primeiro bimestre deste ano foi 92,6% inferior ao registrado no mesmo período de 2010. Os municípios informaram 3.390 casos. Nos dos primeiros meses do ano passado, houve 46.050.
Segundo os dados da secretaria do governo paulista, a cidade de Ribeirão Preto concentra 49,9% dos casos confirmados em janeiro e fevereiro, seguida por Bauru, com 7,1%, Araraquara, com 3,4%, e Santa Fé do Sul, onde foram registradas 2,8% das notificações.
PM
FONTE: VALOR ECONÔMICO

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