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segunda-feira, 28 de março de 2011

26 de março de 2011 - JORNAL DO COMMERCIO


MEMÓRIA POLÍTICA
Desaparecido político tem o retrato pintado no Rio
Carlos Alberto Soares de Freitas, que militou com a hoje presidente Dilma Rousseff na organização VAR-Palmares, teve o rosto pintado em um viaduto do Rio. Os autores do desenho são desconhecidos

RIO – Um retrato gigante de Carlos Alberto Soares de Freitas, desaparecido político que militou com a presidente Dilma Rousseff na organização guerrilheira Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) nos anos 60 e 70, foi pintado em um pilar do viaduto Paulo de Frontin, no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio. Desenhada em tinta negra com contraste branco, a figura traz pichados, ao lado da representação das feições do ativista, seu nome completo e os dizeres: “Um mártir da democracia brasileira”. Não há identificação decifrável dos autores – apenas a inscrição “N 37 2010” – da pintura, feita no início da avenida que leva o mesmo nome da via elevada, que dá acesso ao Túnel Rebouças, ligação com a Zona Sul da cidade. “Não tenho a menor ideia de quem fez isso”, disse Sérgio Soares Xavier Ferreira, primo do desaparecido. “Estou muito surpreso. Que coisa curiosa.”
A figura pintada tem mais de três metros de altura. Soares de Freitas, conhecido como Beto, é um dos desaparecidos cujo paradeiro é investigado, desde janeiro, pelo promotor Otávio Bravo, do Ministério Público militar – os outros são Rubens Paiva, Mário Alves e Stuart Angel Jones. Há anos, existem provas de que os quatro foram sequestrados, torturados e mortos por agentes da repressão. Os cadáveres foram escondidos e nunca localizados. Para o representante do MPM, porém, enquanto não for determinado o que ocorreu, os casos são sequestros em andamento, sem possibilidade de prescrição nem de anistia.
Com passagens, como Dilma, pelas organizações Polop (Política Operária) e Colina (Comandos de Libertação Nacional), Soares de Freitas, apontado como comandante da hoje presidente, desapareceu depois de preso quando integrava a VAR, em 15 de fevereiro de 1971, com Antônio Joaquim Machado (também desaparecido) e Sérgio Dias, em Ipanema. Os três foram levados para o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão de repressão militar. Quatro dias após a prisão do ativista, sua família recebeu uma carta assinada por ele, dizendo que sua entrega significaria que estava preso e deveriam tentar libertá-lo. A movimentação de parentes e advogados, porém, foi inútil.


Militares fazem ato em defesa do golpe de 64

RIO – O Clube militar realizou ontem o painel A Revolução de 31 de Março de 1964, com a participação do general da reserva Sérgio de Avellar Coutinho, do advogado Ives Gandra Martins e da ex-deputada federal Sandra Cavalcanti, com a mediação do economista Rodrigo Constantino. No debate, acompanhado por cerca de 200 pessoas, os participantes defenderam a necessidade do golpe em 1964 para “frear o comunismo” e criticaram a intenção de setores ligados ao governo federal de criar uma comissão da verdade sobre a ditadura militar.
Constantino disse que o debate era oportuno por acontecer num momento em que coisas como a Comissão da Verdade e outras iniciativas, “que querem tudo menos a verdade, pretendem reescrever a história sob um prisma falso”.
“Eles não querem resgatar a verdade, porque a verdade deles não existe. É uma mentira. Memória histórica tem que ser resgatada por historiadores, com imparcialidade. Essa Comissão da Verdade é uma comissão da vingança”, disse Ives Gandra Martins.



CLÁUDIO HUMBERTO

Uma ausência ilustre
Nelson Jobim (Defesa) não apareceu na pose do novo presidente da Infraero, Gustavo Vale – de cuja indicação, aliás, soube pelos jornais. E Infraero não é mais com ele, e nem com a Anac. Felizmente.

Não é bem isso
Na posse do novo presidente da estatal Infraero, um dos convidados mais ilustres, o almirante-de-esquadra Henrique Sabóia, foi chamado pelo mestre de cerimônias de "almirante de esquerda".


 fonte: JORNAL DO COMMERCIO

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