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quinta-feira, 24 de março de 2011

24 de março de 2011 - MONITOR MERCANTIL


OPINIÃO
A implantação do governo mundial

Os recentes acontecimentos demonstram, na prática, o que vários articulistas denunciam há anos. Escrevemos em out/07 neste espaço o artigo "O governo mundial em marcha", no qual abordamos este tema, rotulado por ingênuos ou por agentes participantes do processo como "teoria da conspiração".
Não é nosso objetivo defender um ditador sanguinário capaz de provocar os piores crimes contra a humanidade, não só em seu país, como no resto do mundo. Através de atentados e, em especial, de ações de financiamento de candidaturas e diversos movimentos sociais em diversos países pertencentes, em particular, no seleto grupo dos dez mais desenvolvidos do mundo, ele influenciou-os de modo significativo.
Até pouco tempo atrás foi reconhecido, respeitado e adulado pelos supremos mandatários de países como Itália, França, Brasil etc. Investiu não só neles como em outras nações. Seu país possui a maior reserva de petróleo da África, produzindo cerca de 1,6 milhão de barris por dia, antes da rebelião surgida. Agora, só consegue produzir em torno de 400 mil barris.
Aliás, ninguém pode ser inocente a ponto de acreditar que esta "onda" de sublevação ocorrida em várias nações do Oriente Médio ao mesmo tempo tenha surgido espontaneamente ou por causa dos mecanismos da Internet. É evidente que influenciou significativamente, porém não se coloca multidões de milhões de pessoas na rua, em protestos contra a autoridade constituída, sem muitos recursos. Afinal, a logística é complexa.
Divulgação, mobilização, transporte, segurança, cobertura jornalística e outros. De onde vieram estes recursos? A quem interessava a alteração do status quo? Ou em palavras mais simples: a quem beneficia?
Temos uma idéia a respeito, assim como os leitores, mas é necessário deixar a conclusão para mais tarde, quando soubermos quem se apropriou realmente do petróleo existente na região. O "fenômeno" atingiu já Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Iêmen, Bahrein (com intervenção direta da Arábia Saudita), propagando-se por praticamente todos os países da região rica em petróleo, alvo da cobiça internacional.
A intervenção militar praticada sob o comando dos "donos do mundo", executada por seus braços e respaldada por organismos internacionais sem a menor credibilidade, alcança o ápice paradoxal. Com o pretexto de evitar a morte de civis, bombardeia e mata civis.
A proposta inicial era a de decretar uma "zona de exclusão aérea". Transformou-se em uma intervenção militar esmagadora praticada por uma legião estrangeira, com o bombardeio do território de um país soberano. São destruídos prédios, aeroportos, portos, instalações militares e civis, com o sacrifício de inúmeras vidas humanas. Lembra a característica principal de um terrorismo seletivo, que falhou.
Por oportuno, lembramos que a filha de Kadafi, tempos atrás, foi morta em um bombardeio destinado a eliminá-lo. É óbvio que o objetivo explicitado não é o verdadeiro. Na realidade, é o de tirar Kadafi do poder para provocar o esfacelamento da Líbia em diversos "países", como foi feito na antiga Iugoslávia. Fizeram bem as nações que se abstiveram na ONU, bem como a administração brasileira em condenar a intervenção desproporcional.
Recordamos o acontecido com o Iraque, destruído e ocupado militarmente por forças estrangeiras, sob o pretexto de que teria "armas de destruição em massa", o que não era verdade. A consequência foi a perda da soberania e o aproveitamento das suas ricas jazidas de petróleo pelas transnacionais da área, além da alegria do complexo militar-industrial em faturar bilhões de dólares.
E o Afeganistão, dilacerado pelas lutas internas, provocadas pelos interesses externos. Daí resulta a preocupação com o futuro, em especial no que tange a países possuidores de vastos recursos naturais, com destaque para o petróleo.
Diagnosticamos que não é difícil provocar a eclosão de uma rebelião interna, por interesse externo, com a consequente intervenção dos "donos do mundo" sob a desculpa de "ajuda humanitária".
O Brasil mostra-se profundamente vulnerável, considerando-se a criação de "quistos territoriais (áreas indígenas) e sociais (racialismo)", inclusive com a disseminação da cizânia, procurando-se jogar, uns contra os outros, as diversas etnias, gêneros etc. E é possuidor de incomensuráveis recursos naturais, inclusive o "pré-sal".
Além disto, encontra-se com suas Forças Armadas sucateadas, abandonadas, sob fogo constante, com sério risco de não poder cumprir com sua missão constitucional. Os "planos" de reequipamento são adiados naquilo que lhes interessa, mas as inovações que as prejudicam são implantadas com celeridade.
Para agravar o quadro, surgem dois episódios significativos. Primeiro, a visita do presidente Obama. Com problemas sérios em sua administração, tanto no âmbito interno como externo, apareceu em "Pindorama". Foi extremamente simpático e agradável. Com um carisma inegável, cativou a muitos, em especial os ingênuos, colonizados e a mídia amestrada.
Chegaram a ser constrangedoras as demonstrações explícitas de algumas autoridades em cenas de bajulação explícita. Ministros de Estado foram revistados pela segurança estrangeira, lembrando o lamentável episódio do ministro do MRE da administração FHC obrigado a tirar os sapatos em um aeroporto dos EUA.
O discurso de Obama, escrito por quem conhece o Brasil e tem interesse em agradar, teve o paradoxo de elogiar a atual presidente em sua luta pela "democracia", quando o governo norte-americano da época apoiou o regime existente, chegando a ter seu embaixador sequestrado. O que o petróleo não faz!
O outro episódio foi representado pela insistência da atual administração em obter um lugar no Conselho de Segurança da ONU. É uma reivindicação irreal, pois na prática quem está lá, como membro permanente, possui uma forte expressão militar do Poder Nacional, inclusive com a posse de artefatos nucleares. Infelizmente o nosso país não preenche estes requisitos.
Lembramos o então senador Braga (PT-RJ), quando declarou, em memorável discurso: "Se passa a imperar a força bruta cínica, é bom que adquiramos também, como nação, uma força que, pelo menos, tenha um caráter dissuasório, fabricando o que já podemos fabricar. Não há por que ficarmos respeitando um tratado de não proliferação quando o que prolifera é a força das armas, da força bruta. Se os parâmetros agora são outros, não há porque ficarmos presos a um compromisso que tinha outros pressupostos da legitimidade, do respeito à ONU, do respeito aos tratados internacionais. Se isso não vale, teremos que repensar nossa posição".

Marcos Coimbra
Conselheiro diretor do Cebres, titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia, é autor do livro Brasil Soberano.
mcoimbra@antares.com.br


EMPRESAS
Empresa francesa investe em tecnologia de radar
23/03/2011 - 20:03

A Thales, empresa de tecnologia francesa focada serviços para as indústrias aeroespacial, de defesa e de segurança., anunciou nesta quarta-feira que vai investir cerca de 5 milhões de euros para começar a fabricar e a comercializar no Brasil o radar de empresa de defesa aérea Ground Master 400 (GM 400). A informação foi dada pelo Jean-Loic Galle, vice-presidente sênior da Divisão de Operações Aéreas da companhia, durante almoço oferecido pela Câmara de Comércio França-Brasil.
Para isso a Thales vai contar com a Omnisys, que faz parte do Grupo Thales no Brasil, e que desde 2006 desenvolve e fabrica radares de longo alcance (banda L) numa cooperação industrial de sucesso, que levou à produção de mais de 26 radares TRAC banda L desde 2008.
Com o sucesso com os radares de banda L, a Thales vai implementar mais capacidade local em tecnologia mais avançada e complexa em radares 3D com GM400 para vigilância em solo e em radares com Variant para vigilância naval. "Por meio desta cooperação industrial, a Thales está demonstrando fortemente seu compromisso com a região, seus parceiros e clientes locais", afirmou Jean-Loic Galle.
A companhia vai aumentar a sua cooperação industrial com a transferência de tecnologia para permitir à Omnisys abordar as tecnologias de radar mais complexas e avançadas. Com esse projeto a empresa francesa espera que o Brasil se torne um dos países que consegue dominar totalmente a tecnologia de produção e desenvolvimento de radares. Segundo a Thales, somente 5 países no mundo tem esse domínio.
Com a tecnologia a Omnisys terá capacidade não só de construir os radares mas também de criar, a partir da sua necessidade novos tipos de equipamentos com desenvolvimentos de softwares próprios. Além disso a companhia brasileira também terá capacidade de atender toda a América Latina, dando suporte para os clientes para os mais diversos países que demandarem o novo equipamento.
De acordo com o general Alberto Mendes Cardoso, Ex-ministro de Estado de Segurança Institucional, no novo patamar em que o Brasil atualmente vive, de crescimento e de importância no cenário internacional, é necessário que o país tenha uma defesa militar com alta tecnologia.
Na fábrica da Omnisys em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a Thales vai desenvolver os radares, dar acesso à cadeia de suprimentos total da companhia para componentes e blocos de construção, produzir gabinete para radar, montar os equipamentos e manutenção no local e industrial para proporcionar autonomia e suporte local integrais. Dos 5 milhões de euros que serão investidos neste projeto parte dele será para aumentar a fábrica de São Paulo em 500 metros quadrados, atualmente possui 6 mil metros quadrados.
De acordo com a companhia, o novo equipamento tem inúmeras vantagens sobre os radares semelhantes no mercado, como ser compacto, totalmente digital e de ter detecção em 3D em altas, médias e baixas altitudes, uma demanda de muitos clientes.
Desde seu lançamento, o radar Ground Master 400 foi adquirido por Alemanha, Canadá, Eslovênia, Estônia, Finlândia, França e Malásia. Esses radares estão atualmente em produção na fábrica da Thales em Limours, na França. A Thales é líder mundial em tecnologia nos mercados de Defesa & Segurança e Transporte & Aeroespacial. Em 2010, a empresa gerou uma receita de 13,1 bilhões de euros, com 68 mil funcionários em 50 países.
 FONTE: MONITOR MERCANTIL





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