ASSUNTOS ESTRATÉGICOS
Brasil terá Livro Branco da Defesa
O Brasil dá início nesta terça-feira, 29, a elaboração do seu Livro Branco da Defesa.
A sociedade brasileira e a comunidade internacional poderão ter acesso, numa única publicação, a importantes dados sobre os principais assuntos relacionados à Defesa brasileira.
O Livro Branco da Defesa contemplará informações sobre estratégia, planejamento, orçamento e equipamentos das Forças Armadas.
Trata-se de documento público inédito no país.
De acordo com o ministério da Defesa, uma série de iniciativas relacionadas à elaboração da publicação já estão em andamento.
Nesta terça-feira será realizado, em Campo Grande (MS), o primeiro de uma série de seminários que vão subsidiar a redação do documento.
Publicação já editada por vários países do mundo, o livro branco tem o objetivo de dar transparência às políticas de defesa das democracias contemporâneas.
No Brasil, sua elaboração cumpre determinação contida no parágrafo 1º do artigo 9º da Lei Complementar nº 97/99.
O LBDN brasileiro deverá ser elaborado até o final do ano e sua primeira edição apresentada pelo Poder Executivo ao Congresso até meados de 2012.
Para cumprir a tarefa, o governo criou, por meio do Decreto nº 7.438/11, o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI). A coordenação do GTI está a cargo do Ministério da Defesa.
Na avaliação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o processo de elaboração do Livro Branco será uma oportunidade única para que a sociedade civil aprofunde seus conhecimentos sobre os temas militares e passe a compreendê-los num contexto mais amplo, à luz das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.
“O livro branco será uma poderosa ferramenta de ampliação da participação civil nos assuntos de defesa”, acredita.
Para o ministro, as discussões a serem realizadas durante a confecção do documento também serão úteis aos próprios militares.
“Não tenho dúvida de que o Livro servirá para ampliar de modo significativo o conhecimento do próprio estamento castrense sobre si mesmo”, afirma.
O ministro explica que o Livro Branco não tem a intenção de tornar públicas informações de caráter sigiloso que poderiam comprometer a segurança nacional, mas dá publicidade a uma série de dados essenciais ao esclarecimento dos cidadãos sobre a realidade das Forças Armadas.
Ele acredita que o Livro Branco será um grande catalisador da discussão sobre os temas de Defesa no âmbito da academia, da burocracia federal e do parlamento.
Além disso, Jobim entende que o documento servirá de mecanismo de prestação de contas sobre a adequação da estrutura de Defesa hoje existente aos objetivos traçados pelo poder público para o setor no país.
A opinião do ministro é compartilhada pelo chefe da Assessoria de Planejamento Institucional do ministério da Defesa, General Júlio de Amo Jr, responsável pela coordenação dos estudos sobre o LBND.
“O documento será o mais importante do país no que diz respeito à Defesa, seja pelos indicadores e dados nele contidos seja pelo envolvimento de toda a sociedade em sua elaboração”, afirmou.
Seminários
Com o objetivo de discutir os temas e gerar insumos para o Grupo Interministerial que elaborará o conteúdo do Livro Branco, o Ministério da Defesa realizará, ao longo deste ano, seis seminários, seis oficinas temáticas e sete workshops em diversas cidades brasileiras.
Os eventos terão como participantes acadêmicos, políticos, militares e especialistas.
Para possibilitar a participação de um maior número de pessoas, os seminários, incluindo o de amanhã, serão transmitidos ao vivo pela internet por meio do site criado pelo Ministério da Defesa para reunir todas as informações sobre o Livro Branco. O site pode ser acessado pelo endereço: www.livrobranco.defesa.gov.br.
O Livro Branco deverá conter a previsão orçamentária plurianual e será atualizado a cada quatro anos, a fim de permitir que novas metas sejam estabelecidas para um novo período plurianual. Além de dados orçamentários, a publicação, segundo dispõe a legislação em vigor, deverá conter, entre outros tópicos, o cenário estratégico para o século XXI, a modernização das Forças Armadas e dados referentes a operações de paz e ajuda humanitária.
Programação
1. A Sinergia entre a Defesa e a Sociedade. Campo Grande (MS). 29/03/2011.
2. O Ambiente Estratégico para o Século XXI. Porto Alegre (RS). 28 e 29/04/2011.
3. O Ambiente Estratégico Para o Século XXI. Manaus. 2 e 3/06/2011.
4. A Defesa e o Instrumento Militar. Recife. 30 de junho e 1/07/2011.
5. Transformação da Defesa. Rio de Janeiro. 26, 27 e 28/07/2011.
6. Transformação da Defesa. São Paulo. 30 e 31/08/2011.
PROGRAMA ESPACIAL
Agência Espacial Brasileira busca cooperação com a Alemanha
Em sua primeira viagem ao exterior, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, embarca para Munique, na Alemanha, onde pretende aprofundar a cooperação bilateral.
Raupp se juntará à comitiva do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial que na próxima quinta-feira, realiza visita à Agência Espacial Alemã (DLR) para discutir detalhes da parceria em relação ao programa de foguetes de sondagens VSB-30.
O VSB-30 é resultado de uma parceria entre o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Agência Espacial Alemã (DLR), que financiou parte do seu desenvolvimento. O foguete foi desenvolvido pelo IAE para atender ao Programa Brasileiro de Microgravidade, coordenado pela AEB, e ao Programa Europeu de Microgravidade da Agência Espacial Européia (ESA), com o objetivo de substituir os foguetes britânicos Skylark, cuja produção está descontinuada.
Trata-se de um foguete de sondagem, de dois estágios, não-guiado, sendo estabilizado por empenas e lançado através de trilhos.
De acordo com a AEB, no seu primeiro estágio, há um propulsor booster, chamado S31 e o segundo com um propulsor S30, de emprego também nos VS-30, VS-30/ORION e Sonda III. Ambos propulsores são alimentados com propelente sólido composite a base de polibutadieno hidroxilado e possuem envelopes-motores feitos em aço SAE 4140.
A massa da carga útil influencia no apogeu e no período de microgravidade, podendo o valor nominal de 400kg variar. Em fevereiro de 2004, a empresa canadense Bristol Aerospace havia oferecido ao consórcio europeu um vôo gratuito do veículo Black Brant, visando o fornecimento dos veículos seguintes, de modo a substituir o VSB-30 e o VS-30.
Uma parte dos integrantes do consórcio passou a desejar essa solução, mas a DLR se manteve firme na defesa do VSB-30. O sucesso do VSB-30 foi ratificado em 2009 quando recebeu certificação do Instituto de Fomento Industrial (IFI) se tornando o primeiro foguete certificado pelo país.
O VBS-30 é lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e do Centro de Lançamento de Kiruna no campo de Esrange, Suécia. Já foram realizados dez lançamentos do foguete.
Marco Antônio Raupp pretende manter os projetos em andamento, melhorar a eficiência e conseguir mais recursos para investimento em desenvolvimento e pesquisa.
Programa Espacial
O novo presidente da Agência Espacial tem como principal meta, apoiar os projetos em desenvolvimento e evitar ao máximo qualquer atraso.
Um dos desafios será o orçamento da área. Para 2011, a AEB conta com R$ 280 milhões, valor considerado insuficiente para imprimir agilidade e eficácia aos programas em curso.
Mas, para Marco Antônio Raupp, o problema não será resolvido apenas com dinheiro. Ele entende que é preciso dotar a AEB de recursos humanos qualificados para que o Programa Espacial Brasileiro se consolide.
Brasil e China realizam testes com CBERS 3
Entre os dias 18 e 25 de março, especialistas brasileiros e chineses realizaram testes de compatibilidade eletromagnética entre o satélite CBERS 3 e a estação de recepção e gravação de imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cuiabá (MT).
Neste período, foi verificada a comunicação entre os equipamentos dos subsistemas transmissores de dados do satélite e o software do sistema de ingestão e gravação instalado na estação.
O Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) é mantido em parceria do INPE com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
O CBERS 3 será o quarto satélite a ser lançado pelo programa que deu ao Brasil o domínio da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto.
Os testes realizados em Cuiabá são importantes não somente para garantir a recepção das imagens, mas também para a verificação da correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto a elas, tais como os dados de telemetria das câmeras e os dados de órbita e atitude.
Agora, testes semelhantes serão realizados em uma estação de recepção de imagens na China.
Os testes envolveram os subsistemas transmissores de dados brasileiro (MWT) e chinês (PIT). As imagens previamente gravadas das câmeras brasileiras Multi-espectral (MUXCam) e Imageadora de Amplo Campo de Visada (WFI) e das câmeras chinesas Imageador de Média Resolução (IRS) e de alta resolução PANMux são injetadas nos subsistemas MWT e PIT e transmitidas simultaneamente via antenas para a estação.
Após a recepção e a demodulação, são realizadas a descompressão, decodificação e visualização em tempo real destas imagens.
Os dados recebidos devem ser idênticos aos dados enviados.
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