ATAQUE SURPRESA
Depósito do Exército é alvo de roubo
Bandidos encapuzados renderam sentinela e levaram fuzil de depósito de armamento em Itaara, na madrugada de ontem
Arma de calibre capaz de perfurar um carro-forte, um fuzil 7.62 mm FAL foi roubado da 3ª Divisão do Exército (3ª DE) na madrugada de ontem, em uma unidade de Itaara, na região central do Estado. A ação protagonizada por três bandidos encapuzados expôs a fragilidade da unidade do Exército.
De acordo com informações do Exército, os criminosos renderam um sentinela que estava em serviço na 13ª Companhia Depósito de Armamento e Munição, a 13ª CIA DAM. O soldado foi atacado pelo trio pelas costas. O militar acabou sendo agredido e teve um corte na cabeça. Logo após a ação, os bandidos fugiram, pela mata, levando o fuzil carregado com 20 projéteis.
O militar, que não teve o nome revelado pelo Exército, foi atendido no Hospital da Guarnição (HGu) de Santa Maria. O sentinela levou pontos na área atingida pelas agressões. Indagado durante entrevista a respeito de uma possível fragilidade do Exército, uma vez que a 13ª CIA DAM foi invadida, o chefe do Estado Maior da 3ª DE, coronel Jorge Henrique Luz Fontes, limitou-se a dizer:
– Não sabemos se foi fragilidade. É prematuro colocar como falha na segurança. Na verdade, é uma área bastante grande – defendeu-se o oficial.
Um inquérito policial-militar (IPM) foi aberto para apurar o caso. O prazo de conclusão é de até 40 dias. Também com o objetivo de elucidar as causas do incidente, o Exército pediu apoio nas buscas aos ladrões do fuzil para a Polícia Civil e para a Brigada militar. O titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), Vladimir Urach, explicou que o auxílio será prestado por agentes de seu distrito policial, mas a investigação ficará toda a cargo do Exército.
– Por enquanto, apenas o que posso dizer, conforme tratamos com o Exército, é que estamos dando um auxílio nas buscas – afirmou Urach.
Companhia abriga milhares de armas
Ontem, o sentinela rendido pelo criminosos prestou depoimento à Polícia Civil sobre o ataque ao depósito de armas do Exército. Os policiais que investigam o caso já teria suspeitos do crime. O titular da Delegacia da Polícia Civil de Itaara, Marcos Rogério Ribeiro, que esteve no local do crime, explicou que o fuzil é, geralmente, usado em grandes assaltos a bancos e a carros-forte.
Na 13ª CIA DAM, que abriga milhares de armas e munições de unidades militares das regiões central e oeste do Estado, há um sistema de câmeras. As imagens podem auxiliar nas investigações, mas o Exército afirmou que só se manifestará sobre o caso após a conclusão do inquérito policial-militar.
Arma de uso restrito é usada em guerras
Desenvolvido entre o final das décadas de 40 e o início dos anos 50 por engenheiros belgas e ingleses, o fuzil automático leve 7.62 mm FAL é fabricado em pelo menos 10 países, incluindo o Brasil.
De acordo com André Sonnenstral Terahl, 43 anos, que trabalha em uma loja de venda de armas e munições há mais de 20 anos, o FAL é um armamento de uso restrito, com calibre usado em guerras.
– Esse fuzil é capaz de derrubar uma parede. Tem o custo estimado entre R$ 7 mil e R$ 10 mil – afirma o especialista.
EDITORIAL
Marcha lenta
Estudo do Sindicato Nacional de Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva, divulgado ontem, mostra que o Brasil está enfrentando sérios problemas para cumprir o compromisso de construir estádios para a Copa de 2014. A análise das 12 praças esportivas que estão sendo reformadas ou construídas para receber os jogos mostra problemas na maioria. Algumas estão atrasadas por indefinição dos gestores, outras por falhas no projeto, outras estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União por suspeita de irregularidades e há ainda as que, segundo o Sinaenco, estão condenadas a se transformar em “elefantes brancos” depois do Mundial, pois se localizam em Estado onde o futebol local não atrai grande público.
O diagnóstico é preocupante, mas não deve desanimar ninguém. Quando o Chile foi escolhido para promover a Copa do Mundo de 1962, muita gente duvidou que um país tão pobre fosse capaz de tocar semelhante projeto. Então os chilenos se mobilizaram em torno de um slogan emblemático, criado pelo então presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Carlos Dittborn Pinto, chileno nascido no Brasil: “Porque nada tenemos, lo haremos todo”. E realmente fizeram. Construíram estádios, estradas, melhoraram aeroportos e promoveram a Copa que daria o segundo título mundial ao futebol brasileiro.
O Brasil não parte do nada. Pelo contrário, tem estádios bem adiantados, mas tem também alguns apenas no projeto, deve reformar outros e precisa melhorar significativamente a infraestrutura. O levantamento do Sinaenco mostra que a sede mais atrasada é São Paulo, exatamente a escolhida para o jogo de abertura do Mundial de 2014. Pendências burocráticas, aliadas a indefinições do clube e da construtora, estão retardando o início das obras de terraplenagem do local escolhido para a Arena Corínthians, que já conta com a aprovação da Fifa e com incentivos fiscais da prefeitura paulista. O Maracanã está em obras no Rio de Janeiro, mas uma irregularidade descoberta pelo Tribunal de Contas na licitação poderá retardar a liberação do empréstimo do BNDES. Natal, Fortaleza e Curitiba, que também estavam marcando passo, tiveram avanços recentemente. Cuiabá está adiantada, embora o Tribunal de Contas do Estado tenha encontrado indícios de irregularidade na concorrência da Arena Pantanal. Brasília, Manaus, Recife, Belo Horizonte e Salvador estão tocando seus projetos, e Porto Alegre depende da definição do Inter sobre a parceria e as garantias bancárias para a reforma do Beira-Rio.
Além disso, o país está atrasado também na melhora da infraestrutura de estradas, aeroportos e outros equipamentos necessários para um evento internacional da importância de um Mundial. Mas ainda temos todas as condições para recuperar terreno e alcançar os objetivos propostos. O alerta do Sinaenco chega em boa hora, pois tende a mexer com o imobilismo e fazer com que o país arranque para a Copa de 2014 com a mesma garra que o levou aos seus cinco títulos mundiais.
TRÂNSITO
Fiscalização ganha apoio dos cariocas
O Rio leva a sério a estratégia de dar visibilidade às operações da Lei Seca. Essa tática se percebe não apenas quando se dá ampla divulgação aos casos de famosos que caíram nas barreiras. Logo ao chegar às blitze, os motoristas percebem a sinalização massiva: são balões, cartazes e material gráfico que avisam sobre a ação, numa forma de evidenciar que a fiscalização está de olho nos condutores bêbados.
Entre as 23h30min de sexta e as 4h30min de sábado, o aparato foi montado na região da Lagoa Rodrigo de Freitas, ponto com a vida noturna mais agitada na zona sul carioca. Ao acompanhar as cinco horas da ação, ZH percebeu a aceitação dos motoristas.
– Acho que ela deveria ser intensificada, de modo a não dar chance a quem extrapola – disse a enfermeira Tania Silveira, 52 anos.
Mesmo quem pisou na bola costuma concordar com a operação. Das 173 pessoas que foram chamadas para fazer o teste do bafômetro, 15 se recusaram a prestar o exame e outras três foram punidas com R$ 957, retenção da carteira e apreensão do veículo por ter consumido álcool.
A reclamação mais dura da noite ficou por conta de um oficial das Forças armadas que tentou por mais de duas horas usar a sua patente para dissuadir os policiais a lhe aplicarem uma multa. Alcoolizado, ele desistiu da tentativa ao enfrentar contrariedade popular diante de sua conduta. Uma jovem que passava de táxi gritou:
– Perdeu, playboy. Estou bêbada, mas só ando de táxi. Quem deveria ser exemplo pelo cargo que ocupa virou motivo de chacota.
FONTE: JORNAL ZERO HORA
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