PRIMEIRA PÁGINA
Nada a
comemorar
A Polícia Rodoviária Federal considerou positivos
os números da Operação Carnaval em Minas, encerrada à 0h de ontem, com
diminuição de acidentes nas estradas da União e 24 mortes, 20% a menos que as
30 do feriadão do ano passado. Mas pouco depois de fecha do o balanço, apenas
na BR-040, dois acidentes ceifaram mais cinco vidas (veja ao lado). Além disso,
somando-se os óbitos nas rodovias estaduais, a carnificina foi praticamente a
mesma do carnaval anterior, que teve maior volume de chuva e 46 mortos. Para
piorar, dos 37 editais lançados pelo Dnit desde o início de 2011 para obras em
BRs no estado, como a própria 040 e a BR-381, 27 (76%) continuam parados nas
gavetas do departamento.
Por que
o euro resiste à crise da Grécia
Moeda que está no centro da crise financeira
internacional parece não se abalar, mesmo com países ruindo à sua volta, como a
Grécia, que aprovou novo plano de alívio das dívidas. A robustez se deve à força
da economia do bloco, com larga contribuição de Alemanha e França, à
desvalorização do dólar e ao aparente otimismo das bolsas de valores sobre o
futuro do euro. Por isso, brasileiros com viagem marcada para a Europa não
devem apostar em compras mais baratas. Desvalorização em relação ao real não é
o cenário esperado por especialistas.
MP
investiga venda de terra de assentados
Ministério Público Federal abriu procedimento para
apurar o comércio e uso ilegal de terrenos de assentamento no Norte de Minas,
que viraram fazendas de criação de gado e sítios de lazer. As fraudes envolvem
pelo menos um prefeito e dois vereadores da região.
Veto a
limite de despesa vale para todos os planos
Decisão do STJ abrange contratos antigos,
anteriores a 1998, que costumam ser excluídos das resoluções da ANS.
Criação
de vagas cai 21% no país e sobe 19% em MG
Criação de postos formais no estado cresce 19,4% em
janeiro sobre o mesmo mês de 2011. Mas em nível nacional cai 21,82%
Projeto
eleva tempo para oficial da PM se aposentar
Se projeto de deputado do PDT for levado à frente ,
oficiais da PM passariam a se aposentar após 35 anos na ativa. Para colega de
partido, proposta cairá como bomba no meio militar
Momento
favorável
Cortes orçamentários feitos em âmbito governamental e o
comprometimento de programas da saúde pública merecem a mobilização da
sociedade
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Momento favorável é uma indicação que o apóstolo
Paulo faz dirigindo-se aos cristãos em Corinto. É uma referência ao dia da
salvação, mas que deve ser incorporada às situações do dia a dia. Não se pode
perder nunca a hora certa para coisas importantes na vida familiar, social e
cultural. Aproveitá-la é caminho para o êxito. Contudo, não é tarefa fácil
saber discernir o tempo propício para cada coisa da vida. Ainda mais desafiador
é inserir-se na dinâmica e nas circunstâncias deste momento.
O momento favorável abordado pelo apóstolo Paulo,
em referência ao dia da salvação, toca existencialmente todos. O dom da vida
requer o discernimento sobre esse momento para seu tratamento adequado e sua
qualificação. A liturgia da Igreja Católica, com o tempo da quaresma, iniciado
nesta quarta-feira de cinzas, até a semana santa, é uma sábia e indispensável
indicação de um tempo especial para a vida de cada pessoa.
Neste tempo da quaresma ecoa a profecia que convida
insistentemente para um encontro com Deus, de todo o coração. É um processo de
reconfiguração qualificada da própria vida que inclui as circunstâncias todas
do tecido da sociedade. O ápice da qualificação de qualquer vida pessoal é a
consistência da própria interioridade como fonte sustentadora da paixão pela
verdade, o gosto pela solidariedade e a coragem de lutar pela justiça. É
cultivar a honestidade na palavra dada, no respeito aos outros e, particularmente,
na condução da coisa pública e do bem comum.
Pensar a salvação como momento favorável é
reconhecer que ninguém pode furtar-se ao propósito existencial de
reconciliação, com Deus e com o semelhante, superando inimizades. É
aproximar-se do pobre, do indefeso e do inocente. Trata-se também de uma
reconciliação consigo mesmo, um movimento reverso ao que leva à depressão, à
vida vivida nos disparates da arbitrariedade e das tiranias do desejo. O
convite central deste tempo da quaresma, o voltar-se para Deus, se concretiza
na indicação direta do imperativo: convertei-vos. Cria a convicção
indispensável de que não apenas os sistemas, os governos, os funcionamentos
administrativos, os mecanismos da sociedade merecem uma revisão, mas também o
si mesmo de cada um.
É o si mesmo de cada um a alma e o sustento de
processos, de famílias, de instituições, de lideranças lúcidas e da
indispensável capacidade cidadã de indignar-se com o mal. O tempo da quaresma
tem a finalidade educativa de motivar a correção do orgulho que perpetua
insanidades, atrasa reconciliações e enjaula a possibilidade de se viver mais
solidariamente. Quem percorre o caminho quaresmal escutando a palavra de Deus,
falando menos, contemplando mais, sensibilizando-se sob o impulso da caridade fraterna,
alcança uma qualificação ancorada na força de valores. Faz a diferença no que
é, onde está e no exercício de suas responsabilidades.
Oportuno, pode se concluir, o tema deste ano da
Campanha da Fraternidade, uma tradição quase cinquentenária promovida pela
Igreja Católica no Brasil: a saúde pública com o propósito e o compromisso,
como reza o livro do Eclesiástico, de espalhar a saúde pela terra. O propósito
da Campanha da Fraternidade 2012 é, de verdade, a corajosa abordagem, visando
melhorias, no sistema público de saúde.
Os cortes orçamentários feitos em âmbito
governamental e o inevitável comprometimento de programas e projetos merecem a
mobilização sistemática da sociedade, que tem o direito de discutir esse
assunto de interesse coletivo. É preciso amadurecer e encontrar caminhos para a
qualificação do sistema público de saúde. Legislação lúcida e garantia do
tratamento adequado aos enfermos são conquistas fundamentais. Além disso, deve
ser permanentemente buscado o necessário processo educativo de cada cidadão,
estimulando-o a viver de forma saudável. Este tempo da quaresma, de forma
especial, ajuda também a entender a saúde como tarefa espiritual. É, por isso
mesmo, momento favorável, um verdadeiro antídoto para a crise existencial
contemporânea.
POLTICA
Venda
ilegal no alvo
Ministério Público abre investigação depois de reportagem
do EM revelar que lotes destinados à reforma agrária no Norte de Minas foram
parar até nas mãos de políticos
Luiz Ribeiro
A venda ilegal e o uso irregular de terrenos em
áreas destinadas à reforma agrária no Norte de Minas, que envolvem políticos e
pessoas influentes, serão investigadas pelo Ministério Público Federal. Ontem,
o procurador da República Alan Versiani, de Montes Claros, abriu procedimento
para investigar os desvios. A medida foi tomada depois de reportagem do
Estado de Minas, publicada ontem, revelar que
terras de uma área de 24,6 mil hectares do Projeto de Assentamento Hebert
Freire – PA Betinho, em Bocaiúva, destinadas a 736 famílias assentadas pelo governo
federal em 1998, foram parar nas mãos de pessoas que nunca passaram pelo
cadastro do programa de reforma agrária. As irregularidades nos assentamentos
do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba também foram demonstradas pelo EM, em
série de reportagem intitulada Terra Improdutiva , publicada nos dias 12, 13 e
14. A Procuradoria da República em Uberaba já propôs ação civil pública, com
pedido de liminar, para tentar a imediata suspensão de compra ou desapropriação
de terrenos para a reforma agrária.
De acordo com o Ministério Público, o primeiro
passo é a solicitação de informações sobre o assentamento ao Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e às associações de pequenos
produtores rurais das áreas. Entre os suspeitos de envolvimento na compra
ilegal de terras da reforma agrária estão o prefeito de Engenheiro Navarro,
Sileno Lopes (PP), e dois vereadores, Manoel Aristeu de Souza (PSDB), o Teu de
Souza, de Buenópolis, e Júnior da Carne Seca, de Engenheiro Navarro. A
reportagem do EM percorreu as áreas do PA Betinho e constatou que dos
beneficiários originais dos lotes resta pouco mais da metade.
Dirigentes dos pequenos produtores rurais estimam
que entre 40% e 60% dos assentados já deixaram seus terrenos no PA Betinho.
Para eles, a falta de financiamento serve como desestímulo, e o agricultor
familiar, mesmo sem o título de propriedade da terra, vende os lotes para
tentar levantar algum recurso e se muda. As irregularidades constatadas nas
áreas de reforma agrária em Bocaiúva também estão sendo apuradas pela
Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais, que considera a situação do
PA Betinho a mais "emblemática" do estado no que se refere a desvios
no uso e ocupação de terras destinadas pelo governo federal a pequenos agricultores.
Domingo, o superintendente do instituto, Carlos Calazans, viaja para vistoriar
pessoalmente a região e tentar reaver as terras.
A abertura de procedimento pelo MPF para
investigação da venda ilegal dos foi bem recebida por Rui Rodrigues, presidente
da Associação dos Pequenos Produtores da Reta Grande, uma das oito comunidades
do PA Betinho. "Há mais de 10 anos estamos numa angústia, aguardando uma
providência contra a ocupação irregular dos lotes. Enquanto os terrenos foram
parar nas mãos de pessoas que nada têm a ver com a reforma agrária, existem
outras que estão acampadas e têm o perfil de produtor rural."
CARVOARIA O líder comunitário lembra que, além dos
lotes ocupados por políticos, existem outros terrenos no assentamento que
caíram em nas mãos de outras pessoas com alguma influência, que estão usando as
áreas indevidamente. Em um dos lotes, situado na comunidade da Reta Grande, uma
carvoaria está em pleno funcionamento. Segundo Rui Rodrigues, o assentado que
recebeu o lote – e foi cadastrado pelo Incra – alugou o imóvel para um
empreiteiro de uma reflorestadora. Dessa forma, a madeira é retirada de uma
área de plantio de eucalipto, de propriedade da empresa, e levada para a
carvoeira, dentro do PA Betinho. O líder rural diz que já alertou o
beneficiário do lote de que o terreno não poderia ser arrendado. "As
terras destinadas à reforma agrária devem ser usadas exclusivamente para a
agricultura familiar. Isso consta até no estatuto da nossa
associação."
Além de lotes transformados em fazendas para a
criação de gado, sítios de lazer, haras, entre outras finalidade, está sob
investigação a compra de parte do terreno por um policial rodoviário federal,
lotado na corporação, em Montes Claros. Na área que seria alvo de negociata foi
encontrado apenas um homem, que declarou cuidar do lote, mas que o imóvel
pertence à irmã do policial, identificada como dona Geralda. De acordo com
agricultores da região, o policial vai à área apenas esporadicamente para
passar os fins de semana.
Rédea
curta nas obras do PAC
A presidente Dilma vai intensificar as viagens para
acompanhar os canteiros de obras do programa, aposta do governo para garantir o
crescimento da economia e novos empregos
Paulo de Tarso Lyra
Brasília – A presidente Dilma Rousseff prepara o
terreno para tirar o pó das obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) em 2012. Manteve intactos os recursos orçamentários para as obras de
infraestrutura. Mexeu nas estruturas dos ministérios mais problemáticos –
Cidades e Transportes –, diminuindo o poder político de barganha em cada um
deles. A partir de agora, intensificará as viagens para acompanhar de perto os
canteiros de obras. "Ela já nos passou uma lista de obras com as quais
teremos atenção especial", admite o secretário do PAC, Maurício Muniz
Barretto de Carvalho.
Dilma havia dito na primeira reunião ministerial de
2012 que os investimentos federais seriam mantidos. A presidente aposta no PAC
como uma maneira de garantir o crescimento da economia e a geração de empregos,
mesmo diante do cenário internacional desfavorável. Dilma também avisou ao
Planejamento que acompanhará de perto o programa. "Ninguém conhece o PAC
como a Dilma, nem o Lula. Ela tem cada obra, cada contrato e cada orçamento na
cabeça", completa Carvalho.
Apesar de o Ministério do Planejamento contabilizar
que 2011 foi um bom ano para o PAC – o primeiro balanço será feito no início de
março mostrando um aumento de aproximadamente 15% nos empenhos e de quase 20%
no pagamento das despesas –, Dilma quer lembrar a todos o seu perfil de
"gerentona".
Esse modelo de inspeção foi inaugurado há duas
semanas, quando ela viajou para acompanhar o andamento das obras de
Transposição do Rio São Francisco e de construção da Ferrovia Transnordestina.
No primeiro caso, licitações tiveram que ser refeitas devido a imperícias
técnicas, o que rendeu puxões de orelha no ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra. Dilma também aproveitou para reunir-se com os empresários
responsáveis por cada um dos trechos da obra e quis saber quais são as
dificuldades para que os prazos sejam cumpridos.
Além disso, a presidente mexeu nas estruturas
consideradas ineficientes. No caso dos Transportes, ela exonerou a cúpula do PR
suspeita de superfaturamentos e aditivos em diversas rodovias e nomeou Paulo
Sérgio Passos, que foi secretário executivo da pasta durante a gestão do
senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
Memória
Longe da tesoura
No dia 15, o governo federal anunciou cortes de R$
55 bilhões no Orçamento da União deste ano. A tesourada, entretanto, poupou os
R$ 42,557 bilhões previstos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
e os R$ 27,136 bilhões do Brasil sem Miséria. Na ocasião, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, assegurou que os investimentos do PAC serão 20% maiores
do que os de 2011. "É ambicioso, mas é possível. Se olharmos para os anos
anteriores, o crescimento acompanhou esse ritmo. Sendo que hoje temos mais projetos
e mais experiência. O Estado está mais aparelhado para realizar os
investimentos neste ano. É uma meta exequível e vamos trabalhar para que ela
seja cumprida", afirmou o ministro.
Mais
cinco anos de serviço no quartel
Se projeto de deputado do PDT for levado à frente ,
oficiais da PM passariam a se aposentar após 35 anos na ativa. Para colega de
partido, proposta cairá como bomba no meio militar
Leonardo Augusto
Depende da assinatura de 25 dos 77 deputados
estaduais o início da tramitação na Assembleia Legislativa de uma proposta de
emenda constitucional (PEC) que aumenta de 30 para 35 anos o tempo de serviço
para aposentadoria de oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros em
Minas Gerais. Na categoria estão incluídos segundo e primeiro-tenentes,
capitães, majores, tenentes-coronéis e coronéis. A mudança, se aprovada, vale
somente para os aprovados nos próximos concursos públicos para ascensão na
carreira. As regras para os praças, que hoje também vão para a reserva com 30
anos de trabalho, seguem inalteradas, conforme a PEC.
O autor do texto, Alencar da Silveira Júnior (PDT),
que iniciou ontem articulações para recolher as 25 assinaturas restantes – de
um total de 26 previstas pelo Regimento do Poder Legislativo de Minas –, afirma
que o tratamento a oficiais e praças não pode ser o mesmo. "Os soldados
estão nas ruas e trabalham muito", argumenta o parlamentar. Caso passe à
fase de apreciação dos parlamentares, o texto precisará do voto de 48 dos 77
deputados para ser aprovada em plenário. No final da tarde de ontem, Alencar
garantia ter conseguido o apoio de outros quatro parlamentares ao texto.
Conforme as contas do deputado, oficiais da PM hoje chegam a se aposentar com
48 anos.
Na justificativa para apresentação da PEC, o
deputado pontua que, conforme a Constituição Federal, a "transferência de
militar para a inatividade deve ser objeto de lei estadual específica, de
iniciativa privativa do chefe do poder Executivo". Argumenta, no entanto,
que "nada impede que os princípios gerais que regulamentam a transferência
militar para a inatividade sejam tratados em sede constitucional, como acontece
com os servidores civis, o que possibilita a iniciativa parlamentar nessa
seara".
Alencar iniciou a coleta de assinaturas para a PEC
sem qualquer aviso ao líder do seu partido na Casa, e policial militar,
Sargento Rodrigues. O parlamentar, no entanto, negou a possibilidade de
qualquer atrito com o colega de legenda. Mas, entre os militares, diz o
deputado, a proposta "cairá como uma bomba". "Vai haver uma
rejeição muito grande a essa PEC entre os policiais se o texto avançar na
Casa", afirma Rodrigues.
Exagero Segundo o parlamentar, a carga horária
tanto para praças quanto para oficiais é exagerada no estado. "No Corpo de
Bombeiros existem escalas de 24 por 48 horas (um dia de serviço por dois de
folga). O mesmo acontece na PM. Quem vê um policial se aposentando aos 48 anos
não consegue medir o que se passou nos 30 anos em que serviu à corporação.
Trabalhamos com as mazelas da vida. Ninguém nunca nos chama e diz ‘olha, venha
aqui em casa comer um bolo de chocolate’". Rodrigues afirma que vai tentar
convencer Alencar da Silveira a não levar adiante o pedido por assinaturas de
apoio à PEC.
O presidente do Clube dos Oficiais da PM, coronel
Edvaldo Piccinini Teixeira, criticou a ideia da PEC e disse que os militares,
em função de sua rotina desgastante, deveriam permanecer com a aposentadoria
aos 30 anos de serviço.
ECONOMIA
Gasto
com luz cai até 5%
Zulmira Furbino
A economia de energia proporcionada pelo horário de
verão, que termina à 0h deste domingo, foi o equivalente a 10 dias de consumo
na capital mineira. Para os consumidores, o esforço de levantar uma hora mais
cedo durante 133 dias correspondeu a uma redução de consumo – e do valor da
fatura mensal de energia – de até 5%. O balanço, feito pela Companhia
Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig), é preliminar. Na área da estatal
mineira, o horário significou uma redução no pico diário da carga, entre 18h e
22h, de 4,1%. No Brasil, a economia para o sistema elétrico interligado, de
acordo com avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), deverá
ser de 4,7% de redução na demanda máxima.
A redução da carga no horário de rush em Minas
corresponde a cerca de 310 megawatts (MW) e é semelhante à queda verificada no
ano passado. Essa potência equivale à demanda de pico de uma cidade de 750 mil
habitantes, com população equivalente à soma dos municípios de Juiz de Fora e
Sete Lagoas. Corresponde, também, a 30% da carga de pico de todo o Triângulo
Mineiro, com 66 municípios e a 15,5% da carga de pico da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, que tem 34 municípios e 4,9 milhões de habitantes. No
Brasil, a redução de gastos superou 2.777 MW, chegando a cerca de 40% da carga
de Minas Gerais no horário de ponta. A economia deverá atingir 290 MW médios,
correspondentes a 0,5% da carga dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste ou a
38% do consumo médio de uma cidade do porte de Brasília, com 2,5 milhões de
habitantes.
"Nos últimos 10 anos, a importância do horário
de verão deixou de ser a economia de energia e passou a ser a redução da carga
no horário de pico em todo o Brasil", explica Wilson Fernandes Lage,
engenheiro de operação do sistema da Cemig. Essa redução dá maior
confiabilidade e segurança à operação do sistema elétrico, proporcionando uma
folga para componentes como geradores, linhas de transmissão, de distribuição e
transformadores. Além disso, a iniciativa diminui a necessidade de
investimentos no sistema para suportar a demanda do pico. Com o fim do horário
de verão, à meia-noite de sábado os relógios deverão ser atrasados em uma hora.
Emprego
avança em MG e tropeça no país
Criação de postos formais no estado cresce 19,4% em janeiro
sobre o mesmo mês de 2011. Mas em nível nacional cai 21,82%
Paulo Henrique Lobato
A jovem Juliana Guedes Scarpelli, de 16 anos,
jamais vai se esquecer da tarde de 5 de janeiro de 2012: "Foi a data em
que comecei a trabalhar. É o meu primeiro emprego. Não tenho palavras...".
A emoção dela, que cursa o 3º ano do ensino médio e planeja prestar vestibular
para engenharia aeroespacial no fim de 2012, é a mesma de outras 16,5 mil
pessoas em Minas Gerais. Este é o balanço líquido de empregos abertos no estado
no primeiro mês do ano. O número significa um aumento de 19,4% em relação ao
total de vagas abertas em janeiro de 2011 (13,8 mil registros). O bom
desempenho em Minas não se repetiu em nível nacional. No país, foram geradas
118.895 vagas em janeiro. A estatística é 21,82% menor do que os 152 mil postos
abertos em igual mês de 2011.
Os números fazem parte do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE). O relatório mostra que, em janeiro, houve incremento, em nível
estadual, de 6.556 postos no setor de serviços, de 5.584 no de construção civil
e de 5.550 no da indústria de transformação. Por outro lado, o comércio fechou
3 mil vagas. Na Grande BH, onde foram abertas 7,3 mil vagas no mesmo período,
os destaques foram os mercados da construção civil (3.958 vagas), de serviços
(2.842) e da indústria de transformação (1.739). O comércio também registrou
queda (1.340 postos) na região.
Em nível nacional, o setor campeão de carteiras
assinadas foi o de serviços, com 61,4 mil postos. Em seguida, aparecem a
construção civil (42,19 mil), a indústria de transformação (37,4 mil) e a
agropecuária (12,31 mil). Já o comércio fechou em queda (36,34 mil).
Especialistas alertam que, em janeiro, a redução no
varejo é sazonal, pois é quando se encerra o contrato dos trabalhadores
temporários empregados para as vendas de Natal. "O resultado do mês
passado, como ocorre todos os anos, era esperado. O setor deve ter uma retomada
a partir do segundo trimestre em razão das medidas adotadas pelo governo para
alavancar o consumo."
Mas o saldo negativo no comércio não impediu que
muitas empresas da capital aumentassem o quadro de trabalhadores em janeiro. A
jovem Juliana, por exemplo, foi empregada no cargo de monitora de marketing na
rede Bob"s. "Esperei apenas um mês entre entregar meu currículo e
começar a trabalhar. Guardo parte do salário para mim e dou outra parte para
ajudar em casa. A alegria que sinto no trabalho, onde fui muito bem recebida, é
enorme", disse a jovem.
Empresas A empresa onde ela trabalha tem oito
unidades na cidade e assinou a carteira de 60 pessoas no mês passado. "O
mercado está aquecido em BH. Em 2011, crescemos 31% em relação a 2010. Em 2012,
a expectativa é de aumento entre 20% e 25. Em março, vamos contratar mais 110
homens e mulheres, sendo 60 para uma unidade que vamos abrir no futuro Shopping
de Venda Nova", disse Glayson Douglas, gerente de Operações da rede de
fast food.
Na Lider Interiores, uma das maiores empresas de
móveis e decoração do país, 60 pessoas foram contratadas em janeiro. "O
ano começou muito bem e nossa expectativa é aumentarmos em pelo menos 10% o
quadro de funcionários", afirma Rose Diz Luiz, gerente de RH da Lider. Na
tradicional Forno de Minas, cujo faturamento em 2011 (R$110 milhões) foi 83% maior
do que o de 2010 (R$60 milhões), seis pessoas foram contratadas em janeiro.
"Foram empregadas nos setores de qualidade, pesquisa e desenvolvimento e
embalagem", disse Hélida Medonça, diretora de Comunicação e RH da empresa.
Mais vagas no interior
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) revelam uma curiosidade: o número de empregos formais no
interior cresceu mais do que nas capitais em janeiro deste ano. Enquanto as
principais regiões metropolitanas geraram 25.653 postos – a estatística se refere
aos dados apurados em São Paulo (8.760 vagas), Belo Horizonte (7.360), Curitiba
(5.647) e Porto Alegre (2.556) –, o interior do estado desses centros urbanos
abriu 52.593 postos.
Os destaques, de acordo com o Ministério do
Trabalho e Emprego, ficaram por conta do interior de São Paulo (19.567 postos),
Rio Grande do Sul (10.554), Minas Gerais (9.182) e Paraná (9.006). No caso de
Minas Gerais, Uberlândia, na Região do Triângulo, é a campeã da geração de
emprego, com 1.427 vagas em janeiro. Em seguida, aparece Nova Serrana, na
Região Central, com 717 homens e mulheres formalmente contratados no mês
passado.
Uberaba, com 466 vagas abertas, é a próxima do
ranking no estado. O pior desempenho coube a Ponte Nova, na Zona da Mata. Lá, o
saldo ficou negativo: 466 empregos foram fechados. Conselheiro Lafaiete, com
281 vagas encerradas, também ficou com índice negativo. Já as regiões
metropolitanas com piores resultados foram Fortaleza, onde foram encerrados
1.652 postos, e Rio de Janeiro, com fechamento de 1.633 vagas.
GERAIS
Projetos
culturais terão mais R$ 3,3 mi
Recursos da Lei Municipal de Incentivo sobem para
R$ 13,3 milhões em Belo Horizonte. A relação dos 212 contemplados deste ano vai
ser publicada hoje no Diário Oficial
Serão conhecidos hoje os 212 projetos escolhidos
pela Comissão Municipal de Incentivo à Cultura (CMIC) de Belo Horizonte
beneficiados com os recursos do Fundo de Projetos Culturais (FPC) ou pelo
Incentivo Fiscal (IF). A boa notícia, é que a prefeitura, por meio da Fundação
Municipal de Cultura (FMC), destinou mais R$ 3,3 milhões às iniciativas
culturais, somando R$ 13,3 milhões em recursos a serem repassados aos aprovados
pelo edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LMIC).
O Fundo de Projetos Culturais teve aumento de R$ 2
milhões, e seu orçamento passou de R$ 6 milhões para R$ 8 milhões, e vai
custear 127 propostas culturais. E com o aumento de R$ 1,3 milhão na modalidade
Incentivo Fiscal, que passou de R$ 4 milhões para R$ 5,3 milhões, elevou-se o
teto para captação de recursos, que vai beneficiar 85 projetos culturais. De
acordo com a presidente da CMIC, Silvana Coser, foram inscritos cerca de 800
projetos no edital, sendo contemplados mais de 26%. "Tivemos 53 trabalhos
a mais em relação ao total dos aprovados no ano anterior. Estamos crescendo não
apenas nos investimentos financeiros, mas também em relação aos
beneficiados".
"Há uma distribuição significativa de recursos
não apenas para a área artística, mas também por regiões. A Comissão de
Incentivo à Cultura deu atenção especial ao caráter experimental e de inovação
de linguagens artísticas", destacou Silvana. Segundo ela, dos projetos que
serão beneficiados pelo FPC buscaram-se trabalhos "notadamente voltados
para a comunidade, para irrigar os vários canais culturais da cidade".
O presidente do Sindicato dos Produtores de Artes
Cênicas (Sinparc), Rômulo Duque, recebeu com o otimismo a notícia de elevação
dos recursos. "A prefeitura sinaliza de forma positiva com esse aumento de
recursos para a cultura. A Fundação Municipal de Cultura está no caminho para
chegar rapidamente no índice previsto pela LMIC de 3% de repasse do ISSQN de
Incentivo Fiscal", sugeriu.
Na modalidade Incentivo Fiscal (IF), a prefeitura
pratica a renúncia fiscal de até 20% do ISSQN para empresas privadas que apoiam
o setor cultural. No Fundo de Projetos Culturais (FPC), destinado a propostas
de natureza experimental, de pesquisa e de formação, a prefeitura promove o
incentivo direto aos criadores, artistas e produtores locais, cumprindo assim o
papel do poder público local de fomentar os processos criativos da cidade.
BR-040
tem 5 mortes só pela manhã
Marcos Avellar
As cinco mortes registradas ontem nas rodovias
federais depois do encerramento da Operação Carnaval ocorreram em uma das BRs
cujas obras ainda não saíram da gaveta do Departamento Nacional de
Infraestrtutura de Transportes (Dnit), a 040. O primeiro deles aconteceu ainda
de madrugada, na saída de Sete Lagoas, na Região Central, a 70 quilômetros de
BH, na ligação com Brasília. Foram duas vítimas na colisão entre um ônibus de
turismo e um caminhão.
Segundo os Bombeiros, por volta das 4h o caminhão
placa GVK 5980, de Curvelo, parou na pista devido a um defeito. O motorista
desceu para sinalizar, mas foi atropelado pelo ônibus, que atingiu a traseira
do caminhão. A guia turística Maria da Penha, de 50 anos, morreu antes de ser
socorrida. O ônibus, da empresa Guiatur, de BH, vinha de Pirapora.
Mas o desastre mais trágico ocorreu na ligação com
o Rio de Janeiro, na altura de Santos Dumont, na Zona da Mata, onde a batida
entre um Corolla e um caminhão matou três ocupantes do veículo de passeio. O
acidente ocorreu por volta das 9h30, exatamente em um trecho que exige
intervenção. O motorista do Corolla de Brasília não conseguiu desviar de um
tambor que sinalizava obras na pista, perdeu o controle do veículo e bateu de
frente no caminhão.
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