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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

13 de fevereiro de 2012 - ZERO HORA


PRIMEIRA PÁGINA
Força-tarefa define ações para combater o crack
Técnicos do governo federal e equipe gaúcha traçam estratégia que deve ser centrada em encaminhamento a atendimento de saúde e projetos de reinserção social.

EDITORIAL
O desafio da segurança

Na véspera da maior festa popular do mundo e na antevéspera da realização de eventos esportivos internacionais em nosso território, o país vê agigantar-se o desafio de todos os dias, que muitas vezes fica em segundo plano na visão das autoridades e governantes: a segurança pública. Bahia e Rio de Janeiro já tiveram que recorrer a tropas federais para garantir a segurança, depois que policiais militares e civis cruzaram os braços e, em alguns casos, promoveram desordens. Ainda que tais manifestações sejam condenáveis sob todos os aspectos, não se pode fugir do desafio maior, que é a remuneração adequada e a concessão de condições dignas de trabalho para os servidores que têm o dever de proteger a população da violência e da criminalidade.
Mas o desafio da segurança em nosso país não se limita a atendimento de demandas pontuais das corporações policiais nem pode ser direcionado apenas para os turistas esperados na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016. Precisamos de soluções para ontem – e que sejam duradouras. Se o ponto de referência é o Mundial de futebol, precisamos evoluir muito. De todos os países que já receberam a competição, apenas a África do Sul apresenta um índice de homicídios superior ao brasileiro. No país-sede do último campeonato promovido pela Fifa, registravam-se mais de 40 homicídios por 100 mil habitantes. A média brasileira é de 24 por 100 mil. A Organização das Nações Unidas considera aceitável uma média de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil pessoas.
Estamos, portanto, longe do desejável. A preparação para a Copa, porém, pode ser uma grande oportunidade para este salto de qualidade na segurança pública do país. Os investimentos que o governo brasileiro se propôs a fazer nas cidades-sedes destinam-se a oferecer à população um sistema de segurança baseado no planejamento, em ações preventivas e de resposta imediata, e em equipamentos avançados para detectar armas de fogo. O Ministério da Justiça pretende colocar em prática metodologias de trabalho e ações nas áreas de operações, perícia, inteligência, logística e prevenção, baseadas em estudos técnicos feitos por servidores que acompanharam uma visita do Papa à Inglaterra e conheceram centros de controle de Washington e Nova York. A ideia é transformar os investimentos para o Mundial em legado permanente para a população.
A realidade atual, porém, é bem diferente. As polícias estaduais contam com equipamentos precários, viaturas sucateadas, insuficiência de pessoal e – a grande preocupação do momento – péssima remuneração, o que está na base do descontentamento das forças de segurança e de manifestações que beiram o amotinamento. A maior urgência, portanto, é a questão salarial, que precisa ser resolvida pontualmente, pois a controversa PEC 300 – que pretende fixar um piso nacional para os policiais – colide com as desigualdades econômicas dos Estados.

ARTIGOS
Privatização e coerência

Darcy Francisco Carvalho dos Santos

O PT está pensando em fazer uma cartilha para explicar à militância que no caso dos aeroportos não houve privatização, mas uma concessão. Seja como for, a verdade é que três principais aeroportos do país ficarão administrados pela iniciativa privada por um tempo médio de 30 anos e com expressivo financiamento do BNDES, a juros subsidiados. Aliás, o que seria financiar mais R$ 20 bilhões ou R$ 30 bilhões a juros negativos para quem já financiou mais de R$ 280 bilhões?
Mas acho que não houve uma mudança de ideologia, mas o medo de enfrentar o maior apagão da história em matéria de transportes aéreos, durante a realização da Copa do Mundo, o que seria um mico difícil de suportar. Tudo isso porque aceitaram patrocinar a realização de um evento para o qual o país não estava preparado dentro do tempo estabelecido para sua realização.
No entanto, uma coisa é estar na oposição e outra é estar no governo. Mas é preciso ter cuidado com o que é afirmado fora do governo, para evitar situações que colocam cada vez mais em descrença a classe política.
Não é que as pessoas não possam mudar. Podem e devem. Não se pode esperar que ideias e conceitos permaneçam imutáveis diante de uma realidade que constantemente varia. O que se discute no caso é a adoção de políticas e práticas antes demonizadas.
Isso era feito antes com a dívida externa, que precisava de uma auditoria, e depois o pouco que havia foi pago antes do vencimento e, ainda, considerado um grande feito.
O superávit primário, a poupança para pagar a dívida, era considerado como benefício ao FMI e aos banqueiros. Depois, seu valor foi quase duplicado.
Quem não se lembra da pregação que havia contra os transgênicos, alvo das mais torpes acusações. Hoje, ninguém mais fala nisso, porque eles são os responsáveis pelo saldo positivo da balança comercial, que, sem o agronegócio, seria altamente negativo, porque a balança da indústria gerou um déficit de US$ 43 bilhões até novembro do ano passado.
E a Bolsa-Família, antes considerada esmola e comparada às quinquilharias com que Cabral subornava os índios!
E os benefícios fiscais às empresas, sempre tão combatidos, transformaram-se na política predileta do governo no enfrentamento da crise financeira, mesmo com inegável prejuízo às transferências a Estados e municípios!
A privatização é necessária em muitos casos, mas sempre sem abandonar a coerência!
*Economista
DARCY FRANCISCO CARVALHO DOS SANTOS*

POLÍTICA
Tarso reduzirá número de projetos prioritários
Das 136 propostas consideradas fundamentais no início do mandato, 40 devem permanecer no foco

O segundo ano do governo Tarso Genro começa com um corte de quase metade dos projetos elencados como prioritários para o Rio Grande do Sul – de 136 para 86 – e deve terminar com o foco ainda mais reduzido. Definido como estratégia de gestão, o recuo terá as linhas gerais confirmadas hoje pelo governador, em um encontro voltado a secretários e servidores, no salão de eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
Ao todo, 150 pessoas devem participar do Seminário de Alinhamento Estratégico, com início previsto para as 9h. No encontro, Tarso planeja compartilhar seu plano geral de ação para 2012. A intenção é concentrar os esforços nas propostas já alinhavadas para garantir que deslanchem.
Entre as iniciativas garantidas, estão o programa RS Mais Igual (versão gaúcha do Brasil sem Miséria), o Plano de Obras 2012/2014 (para a recuperação da malha rodoviária) e o Plano Safra (voltado à agricultura familiar). Também se destacam o Pacto Gaúcho Pela Educação (voltado ao ensino profissionalizante), as ações de combate ao crack e a reestruturação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase).
Com o enxugamento, os projetos preferenciais que vinham sendo monitorados na Sala de Gestão passaram de 136 para 86, segundo o chefe da Assessoria Superior do Governador, João Victor Domingues. E a tendência é que o afunilamento se intensifique – chegando a 30 ou 40, no máximo, este ano. Como Domingues, o secretário de Planejamento, João Motta, não vê problemas na redução:
– Entramos com uma carteira de mais de cem projetos de prioridade estratégica, mas não há como conduzir o governo com tantas prioridades. É natural que a gente reduza um pouco.
Por orientação do governador, ganharam primazia as propostas que já contavam com fonte de financiamento e recursos humanos assegurados e com detalhamento técnico e teórico consistente, inclusive com as fases de execução especificadas. Também se teve o cuidado de contemplar todas as secretarias – que foram consultadas com antecedência. Os projetos deixados de lado não foram divulgados.
JULIANA BUBLITZ


Ex-deputado deve receber alta hoje

Internado desde o dia 3 na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo, deve ter alta hoje. Araújo sofre de enfisema pulmonar e foi hospitalizado para tratar de uma infecção nas vias respiratórias.
Em janeiro, o ex-deputado já havia dado entrada no hospital pelo mesmo motivo. Dessa vez, Araújo também passou por uma bateria de exames. Por recomendação médica, ele permanecerá em repouso durante o feriado de Carnaval e deverá comemorar em família o 74º aniversário, no próximo dia 18.

CNJ vai cobrar dívida de R$ 84 bi

A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai atacar a demora no pagamento de precatórios.
De acordo com o conselho, as dívidas dos Estados e municípios reconhecidas pelo Judiciário somam R$ 84 bilhões. Isso é resultado da falta de organização dos setores de pagamento de precatórios, situação que também pode estimular desvios.

Ficha Limpa volta à pauta do Supremo

A Lei da Ficha Limpa deve voltar a ser julgada no Supremo Tribunal Federal na quarta-feira. Estão na pauta da Corte as três ações que tratam da validade da norma, cuja análise começou em novembro.
O julgamento será retomado com o voto de Dias Toffoli, que interrompeu a votação com um pedido de vista em dezembro.
Até o momento, foram registrados dois votos favoráveis à lei. A Ficha Limpa é resultado de um projeto de iniciativa popular.

Senado discute direito de greve

A regulamentação do direito de greve dos servidores públicos é um dos temas em debate na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O assunto consta em projeto de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
O senador tucano acredita que o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deve indicar nesta semana o relator para iniciar a tramitação do projeto.

Tomografia não revela tumor na laringe de Lula

Uma tomografia feita sábado mostrou que não há mais sinais de tumor na laringe do ex-presidente Lula, que teve diagnosticado um câncer em outubro do ano passado. Ele foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde hoje deve retomar o tratamento radioterápico.
Com fadiga, falta de apetite e irritação na garganta, Lula fez uma tomografia no tórax, na qual os médicos não detectaram a presença do tumor na laringe. Conforme boletim divulgado pelo hospital, foi constatada apenas presença de inflamação de mucosa da laringe e esôfago, decorrentes da radioterapia.
De acordo com a equipe médica, o exame não é conclusivo sobre o desaparecimento do tumor, mas o resultado foi considerado excelente. Os exames não foram feitos com o objetivo de visualizar o tumor e sim para verificar se o ex-presidente estava com inflamação nos pulmões, o que também não foi constatado.
– Na tomografia, se tem a oportunidade de visualizar a garganta e vimos uma resposta muito boa, mas o exame que vai determinar se houve eliminação completa do tumor só será realizado em quatro a seis semanas – ressaltou o médico oncologista, Paulo Hoff.
O ex-presidente foi aconselhado a permanecer no Sírio-Libanês até o fim do tratamento, já que os efeitos colaterais tendem a ser mais severos nesse período. A última sessão será sexta-feira, quando ele completará o total planejado de 33 sessões de radioterapia.
Por causa dos efeitos da radioterapia, Lula foi recomendado a não desfilar no Carnaval na escola de samba Gaviões da Fiel. Também foi impedido de participar do 32º aniversário do PT, em Brasília, na sexta-feira.

ECONOMIA
Arrocho deixa Grécia em chamas

Novo pacote de medidas de austeridade é aprovado depois de confrontos, saques e incêndios em praça central da capital
Com o Parlamento cercado por prédios em chamas, resultado de uma violência até agora inédita na crise atual, a Grécia aceitou ontem o quarto pacote de medidas de austeridade em pouco menos de um ano. Cerca de 100 mil pessoas foram às ruas contra o novo plano de ajuste ditado pela Europa, aprovado pouco depois da meia-noite local para tentar evitar a quebra do país.
Em meio a uma greve geral contra as imposições da chamada troika – composta por União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) –, os ânimos se acirraram entre os participantes de um ato de protesto na praça Sintagma, em frente ao Parlamento. Lá dentro, 199 foram favoráveis ao pacote, 74, contra, 22 faltaram e cinco se abstiveram.
Do lado de fora, um grupo de manifestantes tentou romper o cordão policial, e a polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes então converteram as ruas laterais em campos de batalha, lançando pedras e coquetéis molotov.
Cinemas históricos, cafés e lojas foram incendiados no centro de Atenas. Dezenas de edifícios ficaram em chamas, atingidos por coquetéis molotov. Grupos de saqueadores destruíram lojas, em episódios considerados os piores vistos em anos.
– Não é fácil viver nestas condições. De agora até 2020 seremos escravos dos alemães – reclamava, do lado de fora, Andreas Maragoudakis, engenheiro de 49 anos.
Embora confrontos entre polícia e manifestantes tenham se tornado habituais na Grécia, é a primeira vez desde que o país tenta escapar do calote da dívida pública que a violência alcança tal dimensão. Desde que foi descoberto um rombo gigantesco nas contas do governo, no final de 2009, as tentativas de evitar que o país entre em moratória já exigiram enormes sacrifícios da população.
O alcance dos protestos de ontem pode assinalar uma nova etapa da crise grega, perigosamente próxima do conflito social. Em artigo publicado no site do jornal britânico The Guardian, a jornalista Helena Smith afirmou: "Eu temo uma explosão social". Há 20 anos no país, Helena destaca que a população não suporta mais ser punida por erros de seus líderes e por pressões dos líderes europeus.
Os protestos se estenderam à Salônica, segunda maior cidade do país, onde policiais calculam que 20 mil participavam das manifestações.
Atenas

GERAL
Versão gaúcha do plano anticrack

Técnicos do governo federal desembarcam hoje no Estado para, ao lado de especialistas locais, traçar estratégias de ação
Começa a ser alinhavado hoje, com o desembarque de 40 técnicos do governo federal em Porto Alegre, um novo projeto destinado a combater o consumo de crack no Rio Grande do Sul. Durante dois dias, a equipe de especialistas de diferentes ministérios vai se reunir com colegas de secretarias estaduais e de órgãos da Capital para elaborar um plano antidroga. O foco do programa deverá ser, mais do que a repressão a cracolândias, o encaminhamento de usuários para atendimento de saúde e projetos de reinserção social.
A versão gaúcha do programa nacional de enfrentamento ao crack, realizado por meio de parceria entre a União e os Estados, deve procurar se desvincular da imagem repressiva deixada pelas operações de combate à cracolândia realizadas pela Polícia Militar em São Paulo desde o começo do ano.
Os técnicos gaúchos fizeram um levantamento de pontos de venda e uso de droga, principalmente na Capital, mas a avaliação é de que no Rio Grande do Sul o consumo é muito mais pulverizado do que em relação à capital paulista, por exemplo.
A listagem é mantida sob sigilo até a deflagração das ações, mas inclui pontos de Porto Alegre como Parque da Redenção, Viaduto da Conceição, entorno da esquina das vias Ipiranga e João Pessoa e áreas dos bairros Rubem Berta e Lomba do Pinheiro e na Ilha da Pintada.
A intenção principal, conforme o diretor do Departamento de Políticas Públicas sobre Drogas do Estado, Solimar Amaro, é utilizar essas referências para chegar aos usuários e encaminhá-los a serviços de saúde e programas de reinserção social.
– Nossa preocupação não é reproduzir como foi feito em São Paulo, onde a questão foi mais de repressão. Aqui, não queremos apenas acabar com pontos de consumo, mas oferecer condições de recuperação, projetos que possam ajudar usuários a se reinserirem, por meio de ações como programas educativos e de profissionalização – revela Amaro.
Técnicos devem visitar hoje centro de atendimento
Isso deve incluir reforços em ações como atendimentos realizados pelos chamados consultórios de rua, encaminhamentos para serviços de saúde e, em um segundo momento, cursos de capacitação para o mercado profissional.
Os detalhes e os recursos necessários para tocar essas ações somente deverão ser definidos após os encontros de hoje e amanhã.
No orçamento da União, porém, foram previstos R$ 42 milhões para o Estado em 2012 a fim de combater o crack.
Os 40 técnicos de ministérios como Justiça, Desenvolvimento Social e Saúde chegam hoje à tarde e devem visitar um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) para Álcool e Drogas e um centro de população em situação de rua do município.
No final da tarde, rumam para o Novotel, no bairro Três Figueiras, onde deverão se reunir com colegas da Capital e do Estado até amanhã – quando também é esperada a presença da ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello.
O Rio Grande do Sul está no grupo de oito Estados que receberam alta prioridade do governo federal para receber auxílio na luta contra a pedra.
Embora Porto Alegre deva receber preferência nas ações devido à sua dimensão, a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos garante que o plano a ser definido em parceria com a União deverá ter abrangência estadual.
Depois de definidos os detalhes do plano, a adesão do Estado ao programa nacional deverá ser formalizada em março, com a presença de vários ministros e do governador Tarso Genro.
MARCELO GONZATTO

“Não temos cracolândias como em São Paulo”
Fabiano Pereira, secretário estadual da Justiça e Direitos Humanos

À Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos cabe coordenar a articulação dos órgãos estaduais com os técnicos da União. O titular da pasta, Fabiano Pereira, afirma que o plano levará em conta o perfil de consumo do crack no Estado, mais pulverizado do que em outros grandes centros. Confira trechos da entrevista:

Zero Hora – O que o Estado espera da visita dos técnicos do governo federal?
Fabiano Pereira – A vinda deles faz parte do que estão fazendo de forma semelhante em outros Estados. Já estiveram no Rio e em Alagoas, agora estão vindo para o Rio Grande do Sul. Trata-se de uma reunião de trabalho. A expectativa é de que, durante dois dias, se discutam em parceria entre União, secretarias e órgãos do Estado e da prefeitura de Porto Alegre ações em três eixos principais: cuidado, autoridade e prevenção.

ZH – E quais os resultados concretos? Deverá ser elaborado um plano de ação?
Pereira – Ao final do encontro, deveremos ter uma pactuação do que cada um vai fazer. Depois, haverá um ato público com os diversos ministros, em que será assinado o termo de adesão ao programa (de combate ao crack) com o prefeito da Capital e o governador.

ZH – Quando isso deve ocorrer?
Pereira – Em março, provavelmente.

ZH – O foco não será na repressão a cracolândias, mas na recuperação de usuários?
Pereira – O programa terá início, meio e fim. Cada órgão vai apresentar algumas ações. O Ministério da Justiça, por exemplo, vai apresentar ações com uso de câmeras. A saúde, o trabalho dos consultórios de rua, o encaminhamento social. No Rio Grande do Sul, não temos cracolândias como em São Paulo. É mais pulverizado, e temos de chegar até as pessoas que usam o crack.

MUNDO
Milhões votam em prévia para escolher anti-Chávez

Governador de 39 anos lidera pesquisas sobre voto em primária inédita na história da Venezuela
Num feito inédito na história venezuelana, milhões de eleitores participaram ontem da prévia para escolher, entre cinco postulantes, o candidato da oposição a Hugo Chávez no pleito presidencial de 7 de outubro. A organização das prévias, a cargo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), instalou 7,6 mil colégios eleitorais em todo o país, convocando todos os venezuelanos às urnas e garantindo a confidencialidade do voto. Para participar da prévia, o único requisito era ser eleitor regularmente cadastrado. Em todo o país, existem 18,6 milhões de eleitores.
Jenny Figueredo, uma advogada de 42 anos que votou na prévia do sul da Flórida, nos Estados Unidos, onde vive a maior comunidade de venezuelanos no Exterior (cerca de 150 mil e 200 mil venezuelanos, dos quais aproximadamente 20 mil eleitores, a maioria de oposição), demonstrou esperança de ver uma mudança de governo este ano no país:
– Vim para cumprir um dever com a Venezuela. Temos a oportunidade de ter um só candidato para concorrer com Chávez.
O encerramento da votação estava previsto para as 16h no horário de Caracas (18h30min de Brasília), e as pesquisas indicavam uma cômoda vitória para o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, 39 anos, sobre seu adversário mais forte, Pablo Pérez, 42 anos, governador de Zulia. Os dois se destacaram na campanha com a promessa de reconciliar um país politicamente polarizado, abstendo-se de atacar diretamente a figura de Chávez. Os discursos agressivos contra o presidente foram a tônica das campanhas dos outros três candidatos, a deputada María Corina Machado, o ex-embaixador Diego Arria e o sindicalista Pablo Medina.
No poder desde 1999, Chávez teve a popularidade reforçada nos últimos dois meses pelo anúncio de novos programas sociais e por ter vencido o câncer, diagnosticado em junho. Ele conta com a possibilidade de reeleição imediata, assegurada pela constituição venezuelana, para ficar no poder até 2031.
Consulta é ensaio para eleição de outubro, afirma analista
Depois de amargar por 10 anos os efeitos da desmoralização resultante do golpe fracassado contra Chávez, em 2002, quando o presidente chegou a ser deposto e preso até que militares leais a seu governo o libertassem e o reinstalassem no Palácio de Miraflores, a oposição aposta na prévia como uma demonstração de força e unidade.
– De alguma forma, o dia 12 de fevereiro será um ensaio para o dia 7 de outubro. Dependendo da mobilização do eleitorado, o rival de Chávez dará partida com mais ou menos força – assegura Carmen Beatriz Fernández, da empresa Datastrategia.
Além do candidato presidencial, os venezuelanos foram convocados para votar em candidatos a governadores para as eleições regionais do dia 16 de dezembro e a prefeitos para as eleições locais em abril de 2013.
Caracas

Sucessor de Bin Laden apoia revolta síria

O homem que assumiu o comando da rede terrorista Al-Qaeda após a morte de Osama bin Laden, em 2011, veio a público ontem apoiar a oposição que luta contra o governo do ditador Bashar al-Assad na Síria. Em um vídeo de oito minutos que circulou por sites islâmicos e foi monitorado pela CIA (agência de inteligência americana), o egípcio Ayman al-Zawahiri acusou o regime sírio de cometer crimes contra seus cidadãos.
Com o título "Avante, leões da Síria", o terrorista apresenta-se em frente a uma cortina verde. Ele sugere que os rebeldes sírios não confiem em governos ocidentais nem árabes:
– Não dependam do Ocidente nem da Turquia, que tiveram contratos, acordos e negócios com esse governo durante décadas.
Al-Zawahiri pede aos muçulmanos de Turquia, Jordânia e Líbano que apoiem a rebelião e derrubem Al-Assad, chamado de "anti-islamista" pelo líder da Al-Qaeda.
– É um regime cancerígeno que sufoca a liberdade das pessoas na Síria, e a solução é derrubá-lo – afirmou Al-Zawahiri.
Ele ainda incentiva os rebeldes sírios a estabelecerem um Estado que defenda os países muçulmanos e libere as Colinas de Golã, que são ocupadas por Israel.
Também ontem, a Liga Árabe decidiu pedir ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a criação de uma missão de paz conjunta para colocar fim à violência na Síria. Em reunião no Cairo, Egito, os ministros concordaram em cortar toda a cooperação com o governo sírio e abrir um canal de comunicação com a oposição no país.
– É chegado o momento de uma ação decisiva para acabar com o sofrimento do povo sírio – afirmou o secretário-geral da Liga Árabe, general Nabil El Arabi.
Damasco

ESPORTE
Plano para Copa de 2014 prevê painéis eletrônicos

A medida foi adotada como solução enquanto murais com informações completas sobre horários e itinerários não são desenvolvidos: outros dois projetos relacionados à sinalização estão sendo elaborados na cidade.
De acordo com Carlos Pires, diretor-presidente em exercício da EPTC, o projeto de mobiliário urbano – que busca padronizar não apenas as paradas, mas telefones públicos e caixas de correio – será colocado em licitação até junho deste ano. Já a criação de painéis de mensagem faz parte da série de medidas voltadas à Copa do Mundo em 2014.
Caso seja implantado, os corredores de ônibus terão telas eletrônicas que informarão o tempo de espera entre um veículo e outro. Por enquanto, o edital está sendo montado, e a prefeitura busca a aprovação do financiamento na Caixa Econômica Federal:
– Por meio da central de monitoramento, poderemos controlar o fluxo dos veículos por GPS e enviar mensagens aos painéis – diz Pires.
A adesão relâmpago interrompeu a colocação de novos adesivos. Giovani Groff, que também integra o Shoot the Shit, conta que, até o momento, foram arrecadados R$ 1.758, quantia suficiente para comprar mais 2 mil adesivos. A produção, porém, foi interrompida, e o dinheiro será devolvido aos doadores que se engajaram na causa.
– Foi muito importante eles terem abraçado o projeto. Surpreende o fato de que metade dos apoiadores eram desconhecidos – conta Groff.
Já Gomes acredita que esta mobilização possa gerar outras manifestações pacíficas e criativas:
– Existem várias formas de se manifestar. O cidadão pode ir para a rua bater panela ou pode fazer algo inventivo. E isso mostrou que os órgãos (públicos) estão dispostos a mudar.

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