PRIMEIRA PÁGINA
Escândalo,
demissão e videotape
Durou apenas três meses a passagem do delegado na
direção-geral da Polícia Civil. Ele foi forçado a pedir demissão após a
divulgação de vídeo, feito em junho de 2011, no qual ataca Agnelo Queiroz. Em
certo trecho, Onofre diz que não adiantaria pedir ajuda "quando o
governador estiver saindo do camburão da Polícia Federal". Em entrevista
publicada no Correio na terça-feira, Onofre garantiu não haver qualquer
gravação que colocasse a conduta dele sob suspeita. Ontem, visivelmente constrangido,
disse que as acusações foram "galhofas" e "brincadeiras".
"Nem
vou ver"
Agnelo afirmou não haver "condição
concreta" para Onofre continuar no cargo, mas disse que a gravação não tem
credibilidade.
Negromonte
cai, Aguinaldo assume
Enfraquecido por uma guerra interna no PP, Mário
Negromonte (D) pediu demissão do Ministério das Cidades. É o sétimo integrante
do primeiro escalão de Dilma a sair sob denúncias. O substituto, Aguinaldo
Ribeiro (PB), já nega participação em atos ilícitos.
CNJ
mantém poderes de investigação
Por seis votos a cinco, o STF garantiu ao Conselho
Nacional de Justiça a autonomia para abrir processos disciplinares contra
magistrados independentemente das ações internas dos tribunais. "Até as
pedras sabem que as corregedorias não funcionam quando se cuida de investigarem
os próprios pares", alertou o ministro Gilmar Mendes.
Preço do
JK passará de R$ 582 milhões
Onze grupos apresentaram propostas para o leilão
dos terminais de Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP). A privatização
começa na segunda-feira.
OPINIÃO
Ditadura
econômica
Frei Betto
Escritor, é autor, em parceria com Marcelo Barros,
de O amor fecunda o Universo - ecologia e espiritualidade (Agir), entre outros
livros
A pobreza já afeta 115 milhões de pessoas nos 27
países da União Europeia. Quase 25% da população. E ameaça mais 150 milhões de
habitantes.
Na Espanha, a taxa de desemprego atinge 22,8%.
Grécia e Itália encontram-se sob intervenção branca, governados por
primeiros-ministros indicados pelo FMI. Irlanda e Portugal estão inadimplentes.
Na Bélgica e no Reino Unido, manifestações de rua confirmam que "a festa
acabou".
Agora, o Banco Central da União Europeia quer
nomear, para cada país em crise, um interventor de controle orçamentário. É a
oficialização da ditadura econômica. Reino Unido e República Tcheca votaram
contra. Porém, os outros 25 países da União Europeia aprovaram. Resta saber se
a Grécia, o primeiro na lista da ditadura econômica, vai aceitar abrir mão de
sua soberania e entregar suas contas ao controle externo.
A atual crise internacional é muito mais profunda.
Não se resume à turbulência financeira. Está em crise um paradigma
civilizatório centrado na crença de que pode haver crescimento econômico
ilimitado num planeta de recursos infinitos... Esse paradigma identifica
felicidade com riqueza; bem-estar com acumulação de bens materiais; progresso
com consumismo.
Todas as dimensões da vida — nossa e do planeta —
sofrem hoje acelerado processo de mercantilização. O capitalismo é o reino do
desejo infinito atolado no paradoxo de se impor num planeta finito, com
recursos naturais limitados e capacidade populacional restrita.
A lógica da acumulação é mais autoritária que todos
os sistemas ditatoriais conhecidos ao longo da história. Ela ignora a diversidade
cultural, a biodiversidade, e comete o grave erro de dividir a humanidade entre
os que têm acesso aos recentes avanços da tecnociência, em especial
biotecnologia e nanotecnologia, e os que não têm. Daí seu efeito mais nefasto:
a acumulação ou posse da riqueza em mãos de uns poucos se processa graças à
desposessão e exclusão de muitos.
A questão não é saber se o capitalismo sairá ou não
da enfermaria de Davos em condições de sobrevida, ainda que obrigado a ingerir
remédios cada vez mais amargos, como suprimir a democracia e trocar o voto
popular pelas agências de avaliação econômica, e os políticos por executivos
financeiros, como ocorreu agora na Grécia e na Itália.
A questão é saber se a humanidade, como
civilização, sobreviverá ao colapso de um sistema que associa cidadania com posse
e civilização com paradigma consumista anglossaxônico.
Estamos às vésperas da Rio+20. E ninguém ignora que
esta casa que habitamos, o planeta Terra, sofre alterações climáticas
surpreendentes. Faz frio no verão e calor no inverno. Águas são contaminadas,
florestas devastadas, alimentos envenenados por agrotóxicos e pesticidas.
O resultado são secas, inundações, perda da
diversidade genética, solos desertificados... Há na comunidade científica
consenso de que o efeito estufa — e, portanto, o aquecimento global — resulta
da ação deletéria do ser humano.
Todos os esforços para proteger a vida no planeta
têm fracassado até agora. Em Durban, em dezembro de 2011, o máximo que se
avançou foi a criação de um grupo de trabalho para negociar um novo acordo de
redução do efeito estufa... a ser aprovado em 2015, e colocado em prática em
2020!
Enquanto isso, o Departamento de Energia dos EUA
calculou que, em 2010, foram emitidas 564 milhões de toneladas de gases de
aquecimento global. Isto é, 6% a mais do que no ano anterior.
Por que não se consegue avançar? Ora, a lógica
mercantil impede. Basta dizer que os países do G8 propõem, não salvar a vida
humana e do planeta, mas criar um mercado internacional de carbono ou energia
suja, de modo a permitir aos países desenvolvidos comprar cotas de poluição não
preenchidas por outros países pobres ou em desenvolvimento.
E o que a ONU tem a dizer? Nada, porque não
consegue livrar-se da prisão ideológica da lógica do mercado. Propõe, portanto,
à Rio+20 uma falácia chamada economia verde. Acredita que a saída reside em
mecanismos de mercado e soluções tecnológicas, sem alterar as relações de
poder, reduzir a desigualdade social e criar um mundo ambientalmente
sustentável no qual todos tenham direito ao bem-estar.
Os donos e grandes beneficiários do sistema
capitalista — 10% da população mundial — abocanham 84% da riqueza global e
cultivam o dogma da imaculada concepção de que basta limar os dentes do tubarão
para que ele deixe de ser agressivo...
Dilma
cobra "disciplina e ousadia" do Congresso
Karla Correia
Pouco mais de um mês depois de enfrentar um duro
embate no Legislativo para evitar a inclusão de aumentos salariais para o
Judiciário e outras categorias do funcionalismo público, a presidente Dilma
Rousseff defendeu a manutenção da rigidez fiscal e do controle das despesas
públicas em 2012, na reabertura dos trabalhos do Congresso. "Frente à
instabilidade do cenário internacional em 2012, a gestão econômica do nosso
país nos exigirá disciplina e ousadia", afirmou a presidente, na Mensagem
ao Congresso Nacional, que foi levada à sessão conjunta da Casa pela ministra
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e lida pelo primeiro-secretário da Mesa,
deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO).
"Disciplina para assegurar a solidez de nossos
fundamentos macroeconômicos, o que passa pelo alcance do superavit fiscal
proposto para o corrente ano, pela atenção constante sobre a evolução dos
preços e pela continuidade da redução da dívida pública brasileira",
reforçou a mensagem da presidente.
O apelo de Dilma para que o Congresso auxilie o
governo na condução de uma política fiscal mais austera ocorre em meio à
pressão, dentro do Legislativo, pela convocação do ministro da Fazenda, Guido
Mantega, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias que levaram à demissão
do presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci (leia mais na página 8).
Ligado ao governista PTB, Denucci saiu do cargo sob suspeita de ter recebido
propina de fornecedores da Casa da Moeda.
Entre as prioridades detalhadas pelo governo na
mensagem, a aprovação da Lei Geral da Copa mereceu a maior atenção da
presidente. "Assim que o Congresso Nacional concluir a análise do projeto
de Lei Geral da Copa, teremos finalizado todos os ajustes na legislação
necessários ao cumprimento dos compromissos firmados com a Fifa", afirmou
Dilma.
Prioridade
Dentro do Palácio do Planalto, o texto é visto como
uma das poucas propostas que o governo tem pressa de aprovar, em um ano
encurtado pelas eleições municipais. Demais projetos citados entre as
prioridades da bancada governista para o ano, como o Fundo de Previdência
Complementar para os Servidores Públicos Federais (Funpresp), ou a votação do
novo modelo de rateio dos royalties do petróleo, mereceram mais atenção no
discurso do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), do que na mensagem do
governo ao Congresso.
Apesar da relativa "independência" do
Planalto na aprovação de projetos polêmicos pelo Legislativo, Dilma fez afagos
ao Congresso em sua mensagem, em agradecimento pelo que classificou como bom
relacionamento entre Executivo e Legislativo em 2011. "Quero agradecer ao
Congresso Nacional pela grande contribuição que vem dando ao país, aprovando
projetos fundamentais", afirmou Dilma, citando, entre os exemplos, a
política de valorização do salário mínimo e a prorrogação da Desvinculação de
Receitas da União (DRU) no ano passado. As duas propostas foram consideradas
como os maiores testes políticos da presidente no Congresso em 2011.
PSD, enfim, tem onde ficar
Após reunião entre o presidente da Câmara, Marco
Maia (PT-RS), e o líder do PSD, Guilherme Campos (SP), ficou acertado que a
liderança do partido será fixada na parte superior do Anexo II. O local — que
conta com um espaço de 200m² — era dividido entre os funcionários da Liderança
da Minoria, do Partido Progressista e o Departamento de Comissões da Câmara.
"Não é o que queríamos, mas atende o nosso partido", avaliou Campos,
que tinha como preferência parte do espaço destinado ao setor de taquigrafia da
Casa. Quanto ao número de comissões que o partido poderá comandar, nada foi
definido até o momento. Nos cálculos do PSD, eles têm direito a presidir dois
colegiados. "Ainda teremos um desgastante debate sobre esse tema",
ressalvou o parlamentar.
Polícia
descobre o esquema do lobista
» Isabella Souto
A Polícia Civil mineira revelou ontem o mecanismo
usado pelo lobista Nilton Monteiro — mentor da Lista de Furnas — para
falsificar documentos e cobrar dívidas de R$ 300 milhões por meio de um
programa de computador, ele escaneava assinaturas, logotipos de empresas e
selos de cartórios. Também foi apresentada pela polícia cópia de documento em
que ele cobra uma dívida do deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) por
supostos serviços prestados ao parlamentar. Correia é acusado de ter
encomendado a listagem com o nome de 156 políticos da oposição ao governo
petista que teriam recebido recursos ilegalmente de Furnas na campanha
eleitoral de 2002. Monteiro responde hoje a 97 processos por estelionato,
falsidade ideológica e de documentos públicos e formação de quadrilha nos
tribunais de Justiça de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Distrito
Federal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal
(STF).
O delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Simões
Nabak, que conduziu dois inquéritos envolvendo o lobista, disse ontem nunca ter
visto uma falsificação usando a técnica, que é "apurada" e "de alto
nível". O mecanismo foi descoberto pela perícia da Polícia Civil ao
analisar um nota promissória assinada supostamente por Carlos Felipe Amodeo,
falecido em 2006. Ele foi advogado do então diretor de Furnas, Dimas Fabiano
Toledo. O documento apresenta uma dívida de R$ 3 milhões do advogado por uma
assessoria prestada por Monteiro — sem especificar qual seria o serviço. Em
documento de setembro do ano passado, as peritas Heliane Anghinetti e Flávia da
Cunha Moretzsohn Quintão alegam que a assinatura de Amadeo é falsa. Com base
nesse resultado, em dezembro a polícia encaminhou à Justiça uma ação contra o
lobista.
Ainda está em investigação outras notas
apresentadas por Nilton Monteiro, preso em outubro, contra alguns nomes
expressivos da política mineira: R$ 650 mil seriam devidos pelo deputado
federal Eduardo Azeredo (PSDB); R$ 190,6 milhões pelo ex-deputado federal
Vitório Mediolli; R$ 1,86 milhão por Cláudio Mourão, ex-secretário do governo
Azeredo; R$ 50 mil por Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro do Turismo e
ex-vice-governador de Eduardo Azeredo; e R$ 14 milhões por Dimas Fabiano.
Esses documentos são contestados judicialmente
pelos políticos e, de acordo com a Polícia Civil, são falsos. Um relatório com
as conclusões foi encaminhado para a 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, onde
tramita uma ação contra Nilton Monteiro, com a sugestão de que seja enviado à
Polícia Federal, responsável pela investigação da Lista de Furnas.
Economia
TCDF
abre uma única vaga para procurador
Para concorrer aos R$ 22,9 mil de salário, o candidato
precisa ser formado em direito e ter três anos de prática
» GUSTAVO HENRIQUE BRAGA
O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) vai
selecionar um novo Procurador do Ministério Público para atuar no órgão. O
salário é de R$ 22,9 mil. Para se candidatar, é preciso ser formado em direito
e ter, no mínimo, três anos de atividade na profissão. As inscrições serão
abertas no dia 13 e seguirão até 13 de março, por meio do site do Centro de
Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe-UnB),
organizadora do certame (www.cespe.unb.br/concursos/tcdfprocurador2012).
A taxa é de R$ 170. No último concurso para esse
cargo, em 2002, 155 candidatos disputaram duas vagas. O processo seletivo consistirá
em quatro etapas: provas objetiva, discursiva, oral e análise de currículo. O
exame objetivo está previsto para 13 de maio.
Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) publicou os
critérios que serão usados nas avaliações físicas, psicológicas, de saúde, de
comportamento e de idoneidade moral para os concursos da corporação. As regras
valem tanto para o certame que oferece 750 vagas de policial rodoviário —
suspenso há mais de dois anos — como para os próximos a serem lançados.
O processo seletivo foi interrompido em 2009 por
suspeitas de fraude e o Ministério Público Federal recomendou sua paralisação.
Após investigações, entretanto, o órgão entendeu que não havia provas
suficientes que justificassem a anulação. Assim, ele deve ser retomado nos
próximos meses. Mais de 113 mil inscritos aguardam os desdobramentos do
concurso, que exige formação de nível superior em qualquer área. A concorrência
média é de 151 participantes por vaga e o salário, de R$ 5,6 mil para uma
jornada de 40 horas semanais.
Há oportunidades também na Aeronáutica, que abriu
102 vagas, divididas entre 75 para arrumadores e 27 para cozinheiros. As
inscrições podem ser feitas até o dia 17 no site www.fab.mil.br ou
www.epcar.aer.mil.br. A taxa é de R$ 60. O edital não informa o salário, mas
atualmente a remuneração paga a esse cargo é de R$ 1,5 mil. As provas estão
previstas para 25 de março.
O processo seletivo consistirá em prova escrita,
inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica e teste de avaliação do
condicionamento físico. Os aprovados terão de fazer um curso de formação com
duração de 16 semanas. O candidato matriculado passará a ser aluno, em situação
de equivalência à graduação de taifeiro de segunda classe, e terá direito aos
benefícios equivalentes ao cargo.
Para quem busca um estágio, o Ministério Público do
Trabalho no Distrito Federal (MPT) também abriu processo seletivo. São
oferecidas vagas de cadastro de reserva para estudantes de direito. O candidato
precisa ter concluído pelo menos 40% da carga horária ou dos créditos do curso.
As provas serão aplicadas no dia 15. A jornada é de quatro horas diárias com
bolsa de R$ 800. O estagiário ainda recebe auxílio-transporte no valor de R$ 7
por dia.
Fique atento
Tribunal de Contas do Distrito Federal
Cargo: procurador do Ministério Público
Vaga: 1
Salário: R$ 22,9 mil
Inscrição: 13 de fevereiro a 13 de março
Taxa: R$ 170
Data da prova: 13 de maio
Aeronáutica
Cargos: arrumador e cozinheiro
Vagas: 102
Salário: R$ 1.585
Inscrição: até 17 de fevereiro
Taxa: R$ 60
Data da prova: 25 de março
Ministério Público do Trabalho
Cargo: estagiário
Vagas: cadastro de reserva
Bolsa: R$ 800
Inscrição: até 8 de fevereiro
Data da prova: 15 de fevereiro
11
grupos disputam aeroportos
Grande procura por terminais, incluindo o de Brasília, cria
expectativa de forte competição em leilões da próxima segunda-feira
Sílvio Ribas
Os leilões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e
Campinas, marcados para a próxima segunda-feira, na Bolsa de Valores de São
Paulo (BMF&FBovespa), serão muito disputados. Onze consórcios protocolaram
ontem seus envelopes com documentos e propostas econômicas no local do pregão,
confirmando a expectativa do governo de arrecadar muito além da soma dos pisos
dos lances mínimos (R$ 5,48 bilhões). A maior concorrência será pelo terminal
de Guarulhos, em razão da maior receita, seguida pelo de Campinas, líder em
cargas e dono das melhores perspectivas a longo prazo.
Os lances mínimos pelos aeroportos de Brasília
(concessão por 25 anos), Guarulhos (20 anos) e Campinas (30 anos) foram fixados
em, respectivamente, R$ 582 milhões, R$ 3,42 bilhões e R$ 1,47 bilhão. Os
candidatos poderão participar dos três certames, mas só sair vencedor em um,
considerando a maior diferença em relação ao segundo colocado. Irão para a
disputa em viva-voz os consórcios que oferecerem as três maiores ofertas para
cada aeroporto e cujos valores, no caso do segundo e do terceiro proponentes,
corresponderem a pelo menos 90% do maior lance oferecido.
Compareceram na sede da BMF&Bovespa, entre as
9h e as 16h, representantes dos 11 consórcios: os grupos formados por Companhia
de Concessões Rodoviárias (CCR), em associação com a operadora suíça Zurich; a
construtora Fidens com a operadora norte-americana ADC & HAS; EcoRodovias
com a alemã Fraport; e as construtoras Triunfo e UTC com a francesa Egis
Airport Operation. Os outros sete inscritos não quiseram se revelar à imprensa.
Cada um deles será representado por corretoras.
Modelo
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
divulgará hoje a lista oficial dos concorrentes, excluindo os que tiveram
documentação considerada inadequada. Os grupos se formaram de acordo com o
modelo de empreiteiras ou concessionárias de rodovias brasileiras aliadas a
operadores aeroportuários estrangeiros, conforme determina o edital.
Profissionais que acompanham as negociações de
perto acreditam que ao menos cinco consórcios ficaram de fora por não terem
conseguido se preparar em tempo — entre eles estão os que pediram formalmente o
adiamento dos leilões. Esses grupos deverão se apresentar na próxima rodada de
leilões, quando serão licitados os aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins
(MG).
"O elevado nível de procura mostrou que as
muitas dúvidas ficaram pequenas diante do tamanho dos negócios", disse
Alexandre Martins Leite, advogado especialista em direito aeronáutico. Ele
lembrou, contudo, que o processo está longe de acabar. Depois dos leilões,
serão abertos espaços para os licitantes derrotados recorrerem contra os
resultados. O desfecho pode ser anunciado em 7 de maio.
Marlon Ieri, representante de um dos consórcios,
destacou que o governo decidiu inverter a segunda e a terceira fases do
processo licitatório para garantir mais agilidade e competição. Nada impede,
contudo, que haja novas contestações na Justiça.
Contrabando de R$ 1,47 bi
As apreensões pela Receita Federal de mercadorias
contrabandeadas em portos, aeroportos e postos aduaneiros bateram novo recorde
em 2011. Cresceram 16% em relação ao ano anterior, somando R$ 1,47 bilhão.
Segundo o subsecretário de Aduana e Relações Internacionais, Ernani Checcucci,
os veículos continuaram no topo da lista, representando, em valores absolutos,
R$ 120,6 milhões, um aumento de 13,69%. Os cigarros também foram destaque, com
apreensões de R$ 114 milhões — aumento de 21,97%. Também entraram na lista
relógios, bebidas não alcoólicas, medicamentos, calçados e munições.
Miriam
Be1chior terá alta hoje
Cristiane Bonfanti
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, deve
receber alta na manhã de hoje. Internada no Hospital Sírio-Libanês desde a
madrugada de ontem, ela passou por uma bateria de exames após sofrer uma crise
hipertensiva. De acordo com boletim do hospital, a estado de saúde de Miriam é
estável. O último exame, uma polissonografia - que avalia a atividade elétrica
cerebral, cardíaca e respiratória - foi feito à noite.
Ontem, Miriam interrompeu os exames de rotina e
encontrou a ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no hospital, onde ele
realiza tratamento contra um câncer na laringe, diagnosticado em outubro. A
reunião durou 40 minutos. Miriam também recebeu um telefonema da presidente
Dilma Rousseff.
A ministra vinha reclamando de problemas
relacionados à pressão alta nos últimos dias. No fim da manhã de quarta-feira,
passou mal em casa. Por causa do mal-estar, cancelou uma reunião da Junta
Orçamentária, que seria realizada na Casa Civil, com a ministra Gleisi
Hoffmann, e passou a tarde fazendo exames no Instituto do Coração (Incor) de
Brasília. Com medo de um infarto, ela embarcou à noite para a capital paulista.
O governo ainda está traumatizado com a morte do
secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva
Ferreira, vítima de infarto. No último dia 19, depois de se sentir mal, ele
percorreu dois hospitais particulares de Brasília, mas não foi atendido porque
a seu plano de saúde (Geap) não era aceito e ele não tinha um talão de cheques
em mãos para pagar a caução. Quando chegou ao terceiro hospital, o quadro já
era grave e os médicos não conseguiram reanimá-lo.
Mesmo médico
Miriam Belchior está sob os cuidados do
cardiologista Roberto Kalil Filho. Ela decidiu pegar um avião da Força Aérea e
voar para São Paulo, na noite de quarta-feira, depois de conversar com o
médico. Kalil Filho também cuida da saúde da presidente Dilma Rousseff e do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma tratou de um linfoma no Hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo e Lula realiza tratamento contra um câncer na
laringe.
O Ministério da Fazenda decidiu instaurar uma
sindicância para investigar as denúncias contra Luiz Felipe Denucci, demitido
pelo ministro Guido Mantega da presidência da Casa da Moeda no sábado - o órgão
é responsável por imprimir as cédulas e cunhar as moedas de real. Ligado ao
PTB, Denucci é suspeito de ter recebido propina de fornecedores. Ontem, o
presidente do partido, Roberto Jefferson, afirmou que Mantega deveria explicar
a indicação do técnico para o cargo. Segundo o ex-deputado, Denucci é afilhado
político do ministro. No momento da nomeação, ele já era investigado pelo
Ministério Público e pela Polícia Federal por suposta sonegação fiscal.
MUNDO
Balsa
naufraga com 350 pessoas
Uma balsa que transportava pelo menos 350 pessoas
naufragou no litoral de Papua-Nova Guiné, próximo à Austrália, deixando dezenas
de desaparecidos. Até o fim do dia de ontem (horário local), as autoridades
tinham resgatado 238 passageiros, mas não sabiam confirmar o total de
desaparecidos. Oito navios mercantes e helicópteros australianos foram enviados
ao local do naufrágio, a cerca de 16km da costa, para ajudar na operação.
"A embarcação afundou completamente. Os esforços dos socorristas
continuarão enquanto for possível", declarou o capitão Nurur Rahman,
responsável pelo resgate. A previsão era de que as condições meteorológicas
piorariam durante a noite.
O navio Rabaul Queen deixou de fazer contato com a
empresa Star Chips às 6h (18h de quarta-feira em Brasília), quando navegava
entre os portos de Kime e Lae. A Autoridade Marítima de Socorro de Papua-Nova
Guiné informou que havia 350 pessoas a bordo, mas relatos dos primeiros
resgatados davam conta de superlotação. Segundo a mesma entidade, o comandante da
embarcação chegou a emitir um pedido de socorro. O Ministério das Relações
Exteriores da Austrália respondeu enviando os helicópteros. "A companhia
marítima acredita que não havia estrangeiros a bordo, mas nossa embaixada ainda
vai confirmar essa informação", disse uma fonte da chancelaria.
A primeira-ministra australiana, Julia Gillard,
lamentou o desastre. "Dada a provável perda muito elevada de vidas, todos
os australianos estarão pensando no povo de Papua-Nova Guiné e em como eles
respondem a essa tragédia", afirmou. Nurur Rahman, coordenador das
operações de resgate, garantiu que não havia excesso de passageiros. "É
raro que ocorra esse tipo de acidente. Já tivemos problemas com cargueiros, mas
nunca com uma balsa para passageiros", disse. Os naufrágios são frequentes
na costa do país e na Indonésia, por conta das condições precárias da frota.
Costa Concordia
A Promotoria de Paris decidiu abrir inquérito sobre
o naufrágio do Costa Concordia, em 13 de janeiro, na costa italiana. A ideia é
agrupar as queixas dos parentes de vítimas francesas em uma mesma ação. No
total, 462 cidadãos do país estavam no navio, e quatro deles morreram na
tragédia. Já as autoridades da Itália seguem coletando provas para esclarecer
se houve crime por parte do capitão Francesco Schettino, acusado de abandonar a
embarcação durante o naufrágio. Ontem, foram encontradas roupas femininas na
cabine. A dona, a jovem Domnica Cemortan, é uma das mais fervorosas defensoras
de Schettino.
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