PRIMEIRA PÁGINA
Dilma
aperta empreiteiras
"Queremos resultados. E isso será
cobrado", foi o recado da presidente, em Floresta, no início de sua visita
às obras da transposição. Mesmo sem ter
tocado diretamente no assunto, ela deixou claro seu apoio ao ministro Bezerra
Coelho
Falta
espaço no Recife para o Minha Casa
Quem quer financiar a casa própria pelo programa
deve buscar locais como Abreu e Lima, Paulista, Camaragibe e Jaboatão
Oficiais
podem aderir à greve na Bahia
Tropas que cercam a Assembleia Legislativa, ocupada
por PMs grevistas, tiveram reforço e proibiram entrada de alimentos. Em
resposta, oficiais podem aderir à paralisação
COLUNAS
Cláudio
Humberto
Demissões no lucro
Um velho ditado atribuído a Lênin ensina que a
prática é o critério da verdade. Em 2011, enquanto se dizia “o banco mais
sustentável do planeta”, o Itaú, na surdina, fazia demissões em massa,
eliminando 4 mil postos num país que criou 1,9 milhão de empregos. O custo da
folha caiu 13,4% no último trimestre do ano, cerca de R$ 215 milhões. No mesmo
período, o lucro bateu recorde: R$ 14,6 bilhões. Um dos efeitos da atitude do
Itaú é sua liderança nas listas de queixas no Banco Central, Procon, além das
ações na Justiça. Na divulgação do lucro sideral, o presidente do Itaú, Roberto
Setúbal, disse que “agora estamos prontos para uma agenda pró-cliente”.
Ficou livre
Denunciado pelo Ministério Público por fraude no
exame da OAB em Goiás, o presidente da Cia Nacional de Abastecimento (Conab),
Evangevaldo Moreira dos Santos, finalmente vai deixar o cargo, como queria o
ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (foto). Se não pedisse para sair, ele
seria demitido sumariamente. Luiz Carlos Bono Garcia, atual diretor financeiro,
é o candidato do ministro a presidir a Conab.
O pretexto
Evangevaldo Santos alega que sai para se dedicar à
campanha a prefeito do seu protetor, Jovair Arantes (GO), líder do PTB na
Câmara.
Passado negro
A Controladoria-Geral da União detectou falhas em
contratos com a Conab, que resultaram na queda do ex-ministro Wagner Rossi.
Motim vitorioso
O Palácio do Planalto considera iminente o
cancelamento do Carnaval de Salvador, por decisão do governador Jaques Wagner
(PT).
Passou bem
Acompanhado de nove pessoas, o governador do DF,
Agnelo Queiroz (PT), almoçou ontem no restaurante Damici, no Leme, Rio de
Janeiro.
Reparos
O PMDB desbancou o senador Renan Calheiros (AL) e
deu espaço ao deputado Henrique Alves (RN) nas inserções que vão ao ar no rádio
e na TV de sexta a domingo. Candidato à presidência da Câmara, ele se desgastou
ao defender o aliado acusado de corrupção no DNOCS.
O protegido
O deputado Gabriel Chalita, candidato a prefeito de
São Paulo, também terá tratamento privilegiado nas inserções do PMDB na
televisão. É a principal aposta do partido nas eleições municipais deste ano.
Prejuízo bilionário
O governador Renato Casagrande explicou ontem aos
líderes no Senado por que é contra proposta do governo de reduzir o ICMS sobre
produtos importados: o Espírito Santo perderia R$ 1 bilhão por ano.
“O Estado é nóis”
O governo Dilma deixou correr frouxa a baderna dos
motins de PMs no Maranhão e no Ceará, mas quando a confusão se estabeleceu na
Bahia, governada por um petista, a crise virou “questão de Estado”, com
presença de ministro da Justiça, tropas do Exército etc.
Mais do mesmo
A executiva do PV definirá hoje em Brasília o
calendário para eleição de sua nova direção. À frente da sigla há 13 anos, José
Luiz Penna será candidato só para cumprir o rito. Já é dado como reeleito.
Frase
"Era um campo minado. Contrariei muitos
interesses" -
Ex-ministro de Cidades Mario Negromonte sobre as
circunstâncias de sua demissão
Buracos torturam
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal
Federal, continua atormentado pelas dores na coluna. Ele vai ao trabalho
deitado no banco traseiro do carro oficial, para suportar os solavancos nas
esburacadas vias de Brasília.
Desembucha!
O ministro Guido Mantega (Fazenda) se recusou a
“dar pistas” sobre o novo contingenciamento nos gastos. Poderia ao menos dar
pistas do seu real envolvimento no escândalo de corrupção da Casa da Moeda.
EDITORIAL
Justiça
para o CNJ
Após meses sob a pressão de questionamentos que, na
prática, cercearam as suas atividades, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
recupera a legitimidade. Com a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal
(STF) na última quinta-feira, o CNJ tem a prerrogativa de fiscalização mantida.
Numa votação apertada, o Supremo decidiu por seis votos a cinco a favor da
independência do Conselho, e do respaldo da competência do órgão para
investigar os magistrados. Processos que se encontram no fundo das gavetas de
corregedorias locais podem ser alvo de cobrança pelo CNJ, a partir da
fundamentação devida, ao contrário do que defendia a Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB), entidade autora da ação no STF.
Criado em 2005 – portanto quase uma novidade no
meio jurídico nacional – o CNJ ganhou a simpatia popular ao detectar casos
suspeitos de corrupção e favorecimento, assim como ao atuar em prol da
aceleração dos processos. A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de
Justiça, ganhou a mídia ao apontar privilégios e desvios éticos de juízes em
vários Estados. A reação da AMB atendeu aos reclamos da classe, contrapondo-se
às denúncias levantadas sob a alegação velada de que a Justiça estaria acima de
qualquer suspeita. Não está, nem aqui nem em qualquer país do mundo. Como
afirmou na leitura de seu voto o ministro Joaquim Barbosa: “As decisões do
Conselho passaram a expor situações escabrosas do seio do Judiciário nacional.
Aí, veio essa insurgência súbita a provocar toda essa reação corporativa contra
um órgão que vem produzindo resultados importantíssimos no sentido da correição
das mazelas do nosso sistema de Justiça”.
Para o presidente nacional da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, o renascimento do Conselho como agente de
controle dos juízes é motivo de júbilo para toda a sociedade. A OAB foi uma das
grandes aliadas do CNJ, apoiando o cumprimento de suas atribuições e sua
validade constitucional, além de mobilizar a opinião pública neste sentido.
Ophir Cavalcante declarou que “a visão conservadora, de juízes e tribunais
inalcançáveis” precisava “ceder a um ideal republicano”. Na mesma linha, o
jurista Hélio Bicudo lembrou que as entidades de juízes atendem aos interesses
de seus associados, enquanto o CNJ, aos anseios da sociedade. Foi neste embate
entre o corporativo e a coletividade que o STF se pronunciou.
O resultado da polêmica, no entanto, não recupera
apenas a vitalidade ameaçada do CNJ. Devolve também a confiança abalada na
instituição judiciária, cuja instabilidade motivou o discurso enfático do
presidente do STF, Cesar Peluso, em defesa do papel primordial da Justiça no
ambiente democrático, um dia antes da votação, quando negou que estaria em
curso uma crise em decorrência do esvaziamento das funções do Conselho.
Note-se, com isso, a importância de tais funções, que extrapola o âmbito das
cortes. Para que o Poder Judiciário continue a exercer soberanamente esse
papel, e contribuir para o aprimoramento democrático, o olhar vigilante do CNJ
é bem-vindo e necessário.
Costa
institui a Ficha Limpa para o Recife
Projeto veda nomeação de inelegíveis na capital
Otávio Batista
O prefeito João da Costa (PT) está mesmo
aproveitando a trégua do “fogo amigo” petista para promover uma agenda
positiva. O petista assinou, na manhã de ontem, projeto que cria a Lei
Municipal da Ficha Limpa, e enviou para votação na Câmara Municipal. O texto é
uma emenda à Lei Orgânica do Município e veda a nomeação para cargos
comissionados de qualquer nível, inclusive para secretários municipais, de
pessoa considerada inelegível, nos mesmos critérios da Lei Complementar
nº135/10, a famosa Lei da Ficha Limpa.
O projeto ainda proíbe a PCR de assinar contrato
com empresas condenadas por crimes de corrupção que já tenham transitado em
julgado, ou seja, que não cabe mais recursos. Segundo o secretário de Assuntos
Jurídicos do Recife, Cláudio Ferreira, a regra se estende além da pessoa
jurídica – os gestores responsáveis pelas empresas também se enquadram na lei e
ficam proibidos de fazer novos negócios com a PCR. Fora os crimes de corrupção,
as empresas que tenham sido condenadas, também em última instância, por crime
ambiental não vão poder prestar serviços à prefeitura.
Como já é costume nos seus últimos atos
administrativos, João da Costa inseriu a iniciativa em uma série de outras
relacionadas ao tema feitas na sua gestão. “É mais um avanço que fazemos em
termos de transparência, eficiência e modernização da gestão pública”, enfatizou,
após elencar outros projetos como a criação da Controladoria Municipal. Para
ele, a institucionalização da Ficha Limpa em forma de Lei é importante porque
supera a vontade pessoal do gestor e se torna uma obrigação para qualquer um
que esteja ocupando a cadeira de prefeito.
A PCR segue uma tendência nacional. Desde que a Lei
da Ficha Limpa foi sancionada pelo então presidente Lula, diversos Estados e
municípios tomaram a mesma iniciativa, incluindo Pernambuco que já tem o seu
projeto aprovado. O presidente da Câmara, Jurandir Liberal, garantiu que a
Ficha Limpa Municipal será tratada com prioridade na casa e em 60 dias já sairá
o resultado da votação. “Trabalharemos para que o projeto seja aprovado e
sancionado sem vetos”, prometeu.
Assim como a versão nacional da Ficha Limpa, a
municipal nasceu também da sociedade civil organizada e mobilizada nas redes
sociais. A Organização Pernambucana Contra a Corrupção (OPECC) tomou a frente
na elaboração e movimentação para concretização do projeto, inclusive em
contato com vereadores e com a prefeitura. “Essa era nossa principal bandeira.
Vamos lutar agora para garantir a aprovação na Câmara”, afirmou Karlos
Bungestab, um dos líderes do movimento.
Dilma
eleva o moral de Bezerra Coelho
FLORESTA – Apesar de não ter tocado no assunto de
maneira explícita, ficou bastante evidente que a visita às obras da
transposição do Rio São Francisco, nesta cidade no Sertão de Pernambuco, tinha
como um de seus objetivos levantar o moral do ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra Coelho, depois da onda de denúncias contra ele e sua família
que surgiu desde o final do ano passado. Bezerra, que é pernambucano, ficou o
tempo todo ao lado da presidente e dividiu com ela a entrevista coletiva
improvisada no meio do canteiro de obras, num calor que beirava os 40 graus.
Em suas falas, Dilma procurou deixar claro que foi
o ministro que esteve à frente em todas as negociações, atribuiu a ele a
resolução das pendências e deu a Fernando Bezerra a maior parcela de
responsabilidade no que diz respeito a cobrar prazos dos consórcios
responsáveis por 13 lotes da transposição.
“O ministro renegociou contratos, reequilibrou
estes contratos e agora temos uma clara perspectiva de fazer com que essa obra
entre em regime de cruzeiro, fazer com que essa obra não tenha nenhum problema
de continuidade”, afirmou.
“Eu e o ministro estamos aqui hoje (ontem) para
sinalizar uma coisa: para o Brasil é importante o investimento público. Vamos
tirar o investimento público do papel”, reforçou, voltando a se dirigir a
Fernando Bezerra.
E não parou por aí. “O ministro, inclusive, vai
estar trabalhando por um método mais eficiente. Ele trabalha por meta”, disse,
referindo-se ao novo modelo de monitoramento e execução da transposição, que
leva em consideração metas estabelecidas para cada trecho.
Os outros dois ministros que acompanham a
presidente, Paulo Sérgio Passos (Transportes) e Eva Chiavon (interina de
Planejamento) ficaram mais afastados de Dilma e não foram citados pela
presidente uma única vez. Os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),
e do Ceará, Cid Gomes (PSB), também não falaram e apenas acompanharam a
entrevista. (D.G.)
Susto
com pane no helicóptero
Sérgio Montenegro Filho
MAURITI (Ceará) – Logo após cumprir seu segundo
compromisso da agenda de visitas às obras da Transposição do Rio São Francisco,
nesta cidade do Sertão do Ceará, a presidente Dilma Rousseff (PT) e sua
comitiva sofreram um pequeno susto. Uma pane elétrica impediu que o helicóptero
presidencial levantasse voo. Embora as hélices já estivessem ligadas, o piloto
optou não subir, para evitar um acidente. Desligados os motores, Dilma, o
ministro Fernando Bezerra Coelho e os governadores Eduardo Campos (PE) e Cid
Gomes (CE) desceram da aeronave Puma e embarcaram em outra semelhante,
pertencente ao Exército, que fazia a escolta presidencial. Outra parte da
comitiva, composta por assessores e convidados – que utilizava esse segundo
helicóptero – teve que descer e seguir para Juazeiro do Norte (CE) pela
estrada, em duas vans providenciadas pelo cerimonial.
Dilma evitou contatos com a imprensa. Mas pouco
antes de embarcar, e de passar pelo susto, o governador Eduardo Campos admitiu
que, durante os contatos que teve com a presidente ontem – tanto em Floresta
(PE), pela manhã, como no voo até Mauriti, à tarde – houve conversas políticas.
Mas assegurou que só giraram em torno de temas nacionais. Questionado sobre se
teria comentado as dificuldades de articulação interna no PT pernambucano para
definir uma posição sobre a sucessão no Recife, Eduardo resumiu: “A presidente
não quer saber desses assuntos locais. Não se conversou sobre isso",
despistou Eduardo, que juntamente com Bezerra Coelho ainda acompanhou a
presidente em Juazeiro (CE), ontem, na reunião com representantes das empresas
consorciadas da transposição.
Hoje, o governador e o ministro estarão novamente
ao lado de Dilma no segundo e último dia da programação, que tratará basicamente
do andamento e dos problemas na construção da Ferrovia Transnordestina. O
primeiro compromisso será uma vistoria ao trecho da obra que liga as cidades
pernambucanas de Parnamirim e Terra Nova, no Sertão Central, previsto para as
9h30. Em seguida, às 11h, a comitiva segue para São José do Belmonte, na mesma
região do Estado, onde a presidente vai conhecer o trabalho de assentamento de
trilhos da ferrovia. À tarde, Dilma estará em Salgueiro, para o último ponto da
agenda, uma reunião com as empresas encarregadas da construção da
Transnordestina.
ECONOMIA
Ação
contra a inadimplência
SPC e Serasa ampliam parceria. Agora, consumidor que tiver
o nome sujo em uma, estará automaticamente negativado na outra
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a
Serasa Experian anunciaram, ontem, no Recife, ampliação da parceria entre as
entidades. Na prática, o consumidor que tiver o nome negativado em uma estará
automaticamente negativado na outra. Segundo dados da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL) do Recife, existem cerca de 530 mil pessoas com o nome sujo na
cidade. Para os lojistas, a novidade é sinônimo de agilidade, já que será
possível usufruir da união dos serviços e da diminuição no tempo de consulta ao
sistema. A expectativa é que o intervalo de espera passe de um segundo para 200
milissegundos.
A taxa de crescimento da inadimplência cresceu 4,6%
em 2011 no Recife, enquanto no Brasil o índice fechou o ano em 5,4%. A maioria
dos endividados (36%) está em falta com os pagamentos no cartão de crédito.
É importante observar que não se trata de uma
fusão. O convênio não irá interferir nas operações individuais do SPC e da
Serasa.
A união possibilitará consulta a dados de pessoas
físicas e jurídicas. Isto porque o perfil do SPC é complementar ao da Serasa. O
primeiro domina o acesso a informações entre consumidores e lojistas, está mais
ligado ao varejo regional e aos pequenos e médios varejistas. Enquanto o
segundo é mais voltado para dados de pessoas jurídicas, com destaque para
bancos. O SPC está presente em 58 CDLs de Pernambuco, enquanto a Serasa possui
apenas um ponto no Estado, na Zona Sul do Recife.
A expectativa é que, num futuro próximo, o processo
de limpar o nome seja feito de forma instantânea. Hoje o SPC demora até 24
horas para finalizar o processo e a Serasa até uma semana.
O presidente da Confederação Nacional dos
Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro, aproveitou o evento para traçar
um panorama geral da concessão de crédito em 2012. “A mobilidade social e a
entrada maciça de recursos para acesso ao crédito foram responsáveis por uma
grande transformação no mercado. Estamos agora num momento de maturação, e o
crédito continuará sendo uma grande alavanca de vendas, apesar de as
expectativas para o comércio estarem andando a uma aceleração menor”. Ele
espera ainda que a união anunciada ontem ajude a engordar o número de
consumidores inscritos no cadastro positivo.
CERTIFICAÇÃO
A CDL Recife começará a emitir, dentro dos próximos
dias, a certificação digital, tanto para empresas quanto para pessoas físicas.
O presidente da entidade, Eduardo Catão, alerta que, dentro de cerca de 90
dias, a assinatura digital passará a ser obrigatória. Trata-se de um mecanismo
eletrônico que faz uso de criptografia, mais precisamente de chaves
criptográficas, considerando processos de confidencialidade e autenticidade.
Taxa de
cheque sem fundos é de 1,93%
SÃO PAULO – O percentual de cheques devolvidos no
mês de janeiro foi de 1,93%, abaixo da taxa de 1,99% registrada em dezembro
passado, mas maior do que o 1,7% do mesmo mês de 2011, segundo indicador da
Serasa Experian divulgado ontem. No mês passado, foram devolvidos 1.530.103
cheques, contra 1.667.420 em dezembro e 1.446.285 em janeiro de 2011.
De acordo com a avaliação dos economistas da
Serasa, a redução dos juros e da inflação e o uso de parte do 13º salário para
o pagamento das dívidas levaram à queda do número de cheques sem fundos ante os
compensados em janeiro.
Deve-se ressaltar também que o menor consumo no
primeiro mês do ano, em razão da quitação das compras parceladas de Natal, os
pagamentos agendados de impostos, como o IPTU e o IPVA, e as despesas com
educação – matrícula e compra de material escolar – determinaram um volume
menor de cheques sem fundos, informou a instituição em nota.
Roraima foi o Estado com o maior percentual de cheques
devolvidos (14,61%). São Paulo, por sua vez, foi o de menor percentual (1,45%).
Entre as regiões, a Norte foi aquela com maior percentual de devolução de
cheques no primeiro mês de 2012, com 4,11%, seguida pelo Nordeste (3,17%),
Centro-Oeste (2,64%) e Sul (1,83%). Na outra ponta do ranking está o Sudeste,
com 1,57%.
Recife
não tem projetos para o Minha Casa
Quem quer financiar a casa própria pelo programa deve
buscar locais como Abreu e Lima, Paulista, Camaragibe e Jaboatão
Viviane Barros Lima
A Caixa Econômica Federal admitiu que vai ser
praticamente impossível lançar novos imóveis dentro do Minha Casa, Minha Vida
na cidade do Recife. O banco diz que há projetos para as outras cidades da
região metropolitana como Abreu e Lima, Paulista, Camaragibe e Jaboatão dos
Guararapes, entre outras, mas não para a capital. A declaração cria uma dúvida
na população que se inscreveu no programa e colocou o Recife como cidade
preferencial de moradia.
O problema é que quem fez a inscrição na Companhia
Estadual de Habitação e Obras (CEHAB), responsável pelo cadastro dos
interessados nos imóveis do programa, não pode fazer uma nova inscrição e mudar
a cidade de preferência. Ou seja, quem se inscreveu querendo morar no Recife, a
maioria dos inscritos, vai ter uma chance muito, mas muito menor de ter um
imóvel do programa do que aqueles que colocaram as cidades vizinhas como
preferenciais.
Segundo Wagner Lima, diretor de gestão da Cehab, a
Secretaria de Patrimônio da União (SPU) criou um grupo de trabalho para
identificar terrenos no Recife para serem doados ao programa como uma forma de
solucionar parte do problema. A falta de projetos no Recife se deve sobretudo
ao tamanho da cidade. Ela é pequena em comparação com as outras capitais
brasileiras. Por causa do tamanho, o número de terrenos é menor e aqueles que
são bem localizados e têm boa infraestrutura são geralmente usados para
projetos com unidades mais caras. Na hora de fechar a conta com a compra de um
terreno bem localizado e a venda de uma unidade por até R$ 150 mil, a
construtora desiste.
“Recife é um município difícil de se construir
porque é muito pequeno. Quem colocou o Recife como local prioritário para morar
em um imóvel dentro do Minha Casa deve começar a considerar outras cidades como
opção”, informa o superintendente regional da Caixa, Paulo Nery.
As construtoras dizem que depois do programa Minha
Casa e com o aumento da demanda da classe média por imóveis em detrimento da
diminuição do número de ofertas, por conta da retenção dos novos lançamentos, o
preço dos terrenos no Recife aumentou bastante. Em alguns bairros, o metro
quadrado quase triplicou de preço. Esse incremento impede que moradias
populares sejam erguidas.
Outro problema é a falta de infraestrutura, como a
pavimentação de ruas e o abastecimento d’água dos terrenos da capital. Além
disso, muitos terrenos são bem localizados, mas estão irregulares com relação à
documentação.
TRANSPOSIÇÃO NOVOS OBSTÁCULOS
Não
pense que a água será de graça
Textos: Giovanni Sandes
A água da transposição será paga. E a conta mensal
será rateada com quem não vai beber do projeto. Apesar de um estudo apontar que
a tarifa pode ficar entre as mais altas do País, o governo avisa: o valor não é
final e pode cair. Na quinta reportagem desta série, entenda como a obra, antes
esperada para 2012, ainda tem questões cruciais indefinidas: da futura gestão a
pequenas usinas, que poderiam virar “elefantes brancos”.
A água que vai correr pelos 713 quilômetros dos canais da transposição do São Francisco não será gratuita. Apesar de ser fundamental para evitar que 12 milhões de pessoas vivam em racionamento e para a economia futura da região, até ver os benefícios o governo precisa fazer uma difícil conta. Muito embora toda a obra fosse esperada, originalmente, para este ano, uma estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feita a pedido do governo mostra que, em 2015, novo prazo de entrega da transposição, a conta da água do projeto terá um dos preços mais altos do Brasil. O número não é definitivo. A FGV já recebeu a tarefa de atualizar a projeção, de 2005. Mas o governo deixa claro que a tarifa será suportável através de subsídio cruzado. Em Pernambuco, por exemplo, uma área onde a água chega hoje mais barata terá impacto da conta mensal da transposição.
A água que vai correr pelos 713 quilômetros dos canais da transposição do São Francisco não será gratuita. Apesar de ser fundamental para evitar que 12 milhões de pessoas vivam em racionamento e para a economia futura da região, até ver os benefícios o governo precisa fazer uma difícil conta. Muito embora toda a obra fosse esperada, originalmente, para este ano, uma estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feita a pedido do governo mostra que, em 2015, novo prazo de entrega da transposição, a conta da água do projeto terá um dos preços mais altos do Brasil. O número não é definitivo. A FGV já recebeu a tarefa de atualizar a projeção, de 2005. Mas o governo deixa claro que a tarifa será suportável através de subsídio cruzado. Em Pernambuco, por exemplo, uma área onde a água chega hoje mais barata terá impacto da conta mensal da transposição.
A primeira projeção da FGV mostrava que o preço do
metro cúbico da água da transposição custaria R$ 0,13 em 2010 e R$ 0,15 em
2015. Apesar de ser bem mais alto que a média nacional de hoje, R$ 0,02, os
governos avisam que a comparação não é tão direta.
Esse valor será repartido entre as companhias
estaduais de água, que vão fixar o preço para o consumidor final. O presidente
da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, diz que a
tarifa terá subsídio cruzado, quando uma área de maior rentabilidade banca uma
região com o custo menor ou mesmo prejuízo.
O Bispo de Floresta, Dom Adriano Vasino, questiona
o futuro equilíbrio financeiro da transposição. Ele lembra do prazo dado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um dos canais, o Eixo Leste,
esperado para 2010 e que ficou para 2014.
Dom Adriano não sabe se confia no novo cronograma.
“Isso é muito difícil de poder dizer. Eu estou torcendo para que isso [a
entrega no prazo novo aconteça, mesmo com todas as dúvidas a respeito da
viabilidade econômica deste Eixo. Porque eles têm que elevar a água a 360 e
tantos metros, com cinco estações de bombeamento”, comenta Dom Adriano.
Apesar da pequena imprecisão das informações, o
problema no custo é exatamente o citado pelo bispo, a relação entre a subida de
água e o gasto de energia. O Eixo Leste usará seis estações de bombeamento para
elevar a água a uma altura total de 300 metros, equivalente a mais do que a
soma das duas torres da Moura Dubeux no Cais José Estelita, no Recife. Ou, em
uma medida internacional, equivale a 80% da altura do famoso Empire State
Building, o prédio americano escalado na ficção pelo gorila gigante King Kong.
Justamente por isso, a engenharia da transposição
envolve a construção das estações elevatórias e reservatórios de compensação,
para, após atingir altura e volume suficientes, a água correr a maior parte do
caminho por ação da gravidade. Com isso, as grandes bombas serão desligadas de
três a quatro horas por dia para economizar energia.
Há ainda a manutenção física dos canais e a
segurança, que será bem trabalhosa. Será necessário fiscalizar áreas muito
afastadas e com difícil acesso, para evitar furto de água e garantir que pessoas
e animais não caiam nos canais. Na viagem de 2.600 quilômetros a todos os 13
lotes da transposição com empreiteiras, a reportagem constatou a facilidade com
que bois e cabritos hoje circulam pela obra, como no lote 1, próximo a Cabrobó.
Um animal morto num dos canais poderia contaminar a água que mais adiante
chegaria nas torneiras das casas.
Uma projeção da soma de todos esses custos,
operação, manutenção e segurança, foi o que originou aquela conta inicial da
FGV, números considerados ultrapassados pelo governo. “Vamos revisar, atualizar
e detalhar esses números. Desde que aqueles números foram gerados, há 5, 6
anos, mudou o cenário econômico e político, de aquisição de bens e insumos. Com
certeza ele vai variar e até para baixo”, afirma José Luiz de Souza, engenheiro
e coordenador substituto do Conselho Gestor do Projeto São Francisco, no
Ministério da Integração Nacional.
Secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de
Pernambuco, Almir Cirilo reforça que mesmo o resultado desse cálculo será o preço
da chamada água bruta, antes de entrar nos sistemas estaduais de tratamento e
distribuição. Cirilo, doutor em engenharia civil, é também professor da
Universidade Federal de Pernambuco. Na disputa pela vaga, apresentou a tese
Água e Desenvolvimento: Estudo de Caso do Semiárido Brasileiro.
Almir conversa sobre a parte técnica e ambiental da
transposição. Tanto no trabalho acadêmico, quanto na discussão, defende o
projeto. “A água mais cara é aquela que o cidadão não tem”, afirma Cirilo.
Mas a ideia de água a qualquer preço não é bem
recebida, no Semiárido. A simples ideia de cobrança é vista como um impeditivo
da transposição. “Uns dizem que vai beneficiar o povo. Outros que não, que quem
quiser ter acesso vai pagar uma conta”, diz a professora Josefa Siqueira, 45
anos.
Ela vive na área rural de Sertânia, às margens da
PE-280, uma área que, a princípio, não terá água da transposição. Apesar de o
tempo todo querer se mostrar em cima do muro, sem atacar ou defender a obra, o
tom crítico surge da forma inversa: ela não se importa com o projeto. Seu
marido vende água de poço em carros-pipa e sua casa está sempre abastecida.
“Para quem vai se beneficiar eu acho que tem
dificuldade [no futuro da transposição. Você ter um pedacinho de terra, vender,
como muitos venderam, e ainda mais usar a água sendo comprada... É o que os
outros dizem, eu não vou ser beneficiada mesmo”, afirma Josefa. Questionada
sobre a política em torno da obra, Josefa ri um pouco e, de novo, busca mostrar
alguma isenção na discussão, ficando em cima do muro. “Quem não entende bota
política no meio. O povo é que faz politicagem”.
A VISITA DA PRESIDENTE NO SERTÃO
Dilma
pressiona construtoras
Presidente vem a Pernambuco, reúne-se com responsáveis pela
transposição, critica atrasos e diz que quer resultados
Felipe Lima
Enviado especial
FLORESTA E JUAZEIRO DO NORTE (CE) – O recado foi
direto: “Nós negociamos, resolvemos os problemas técnicos que haviam. Agora
queremos resultados. E isso será cobrado”, afirmou ontem a presidente Dilma
Rousseff embaixo do sol do Sertão. A mensagem teve como endereço os consórcios
responsáveis pelas obras da transposição do Rio São Francisco.
Conforme vem mostrando uma série de reportagens do
JC, nove dos 14 lotes estão com os trabalhos paralisados desde o ano passado
porque as empresas pediram mais dinheiro pelos serviços. Milhares de
trabalhadores foram demitidos e as frágeis economias de pequenos municípios
cortados pelo projeto sentiram o baque.
Ostentando a ingrata marca de pior ano de execução
de serviços (5%) em seus primeiros 12 meses de mandato, a presidente cumpriu
ontem nos Estados de Pernambuco e Ceará uma agenda estritamente técnica de
vistorias e sobrevoos a trechos da obra e finalizada com uma reunião com os
empresários dos consórcios na cidade de Juazeiro do Norte (CE), no começo da
noite.
“Nós escutamos os pleitos. Aqueles que consideramos
tecnicamente justificáveis o ministro [Fernando Bezerra Coelho aceitou, fez um
processo de renegociação, quase uma reengenharia. A partir de agora nós vamos
cobrar metas e resultados concretos. Aceitamos as negociações e queremos que a
parte dos consórcios seja feita. Eu pretendo sistematicamente, a partir de
agora, olhar detalhadamente os prazos”, afirmou a presidente em uma rápida
entrevista, após ter visitado o canal de aproximação construído pelo Exército
que irá captar água da barragem de Itaparica, e uma estação de bombeamento,
ambos em Floresta. Ele esteve sempre acompanhada do governador Eduardo Campos.
Dilma informou ainda que a transposição será
controlada, sendo alvo de um monitoramento “com mecanismos on line” e
“praticamente mensal”, além de assinalar visitas constantes do ministro da
Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e da observação de um grupo
interministerial que acompanha as obra do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). “Não queremos saber no final do ano. Quando houver algum problema
queremos saber antes. Temos uma clara perspectiva de fazer com que essa obra
entre em regime de cruzeiro. Que esta obra não tenha nenhum problema de
continuidade”, resumiu.
A presidente explicitou ainda que o ministro da
Integração Nacional será cobrado e, ele, por sua vez, deverá cobrar eficiência
dos funcionários da pasta que comanda. “E nós todos vamos cobrar daqueles que
estão executando em parceria conosco as obras. As empresas privadas e o
Exército”, reforçou.
Depois de classificar a obra como estratégica,
desafiadora e prioritária, Dilma reconheceu que o povo precisa ver a água
chegando aos canais. “Porque se não fica difícil para as pessoas perceberem o
benefício. O benefício é esse: levar água na casa. Água é condição essencial da
vida, do crescimento e do desenvolvimento”, declarou, em leve tom de discurso.
CAPA DOIS
Médicos
otimistas com Lula
SÃO PAULO – Com o fim do tratamento de
radioterapia, cuja última sessão está marcada para a sexta-feira da próxima
semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve passar por uma bateria
de exames para avaliar sua recuperação do câncer na laringe, diagnosticado em
outubro. A perspectiva da equipe médica é “bastante positiva” e a expectativa é
de que o petista não precise mais, daqui para a frente, ser submetido a sessões
de quimioterapia ou de radioterapia. O último exame detalhado realizado por
Lula, em dezembro, apontou uma redução do tumor de 75% em relação ao seu
tamanho inicial, de 2,5 centímetros de diâmetro. Esse diagnóstico, que
apresentou um resultado acima do esperado, foi feito antes do terceiro e último
ciclo de quimioterapia, realizado também em dezembro.
O cronograma inicial da equipe médica é de que, em
março, o ex-presidente realize uma laringoscopia e, em abril, seja submetido a
exames de imagem, como tomografia e ressonância. A realização de um PET-scan, procedimento
usado para detecção precoce de tumores ou metástase, não é descartada. O
intervalo entre o fim da radioterapia e a realização dos exames médicos deve-se
aos efeitos colaterais do ciclo de radioterapia que, desde a semana retrasada,
têm se manifestado na voz e no apetite do petista.
“As datas dos exames poderão sofrer alterações
diante da recuperação do ex-presidente às sessões de radioterapia”, explicou um
dos membros da equipe médica. Nos dois primeiros anos, a partir da conclusão
dessa fase do tratamento médico, o petista fará acompanhamento médico bimestral
ou trimestral, o qual deve se tornar quadrissemestral ou semestral nos anos
seguintes.
Nas últimas semanas, o ex-presidente tem evitado
despachar na sede do Instituto Lula, na capital paulista. Após as sessões de
radioterapia, no Hospital Sírio-Libanês, o petista, que tem apresentado
rouquidão e incômodo na laringe, tem retornado ao seu apartamento, na região
central de São Bernardo do Campo (SP).
BRASIL
Polícia
suspeita de grupos de extermínio
SALVADOR – A polícia baiana vê indícios da ação de
grupos de extermínio em parte das 136 mortes ocorridas desde o início da greve
de policiais militares em Salvador, que entra hoje no décimo dia. A reportagem
apurou que a polícia suspeita da participação de PMs nesses grupos.
O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa (DHPP), Arthur Gallas, anunciou que casos com características de
extermínio receberão prioridade nas investigações.
Entre eles estão a chacina de cinco moradores de
rua no bairro da Boca do Rio, o assassinato de uma mulher que também vivia na
rua, morta enquanto amamentava a filha recém-nascida, na praça da Piedade, e o
triplo homicídio no bairro de Valéria. O governador Jaques Wagner (PT) ligou
policiais grevistas às mortes de moradores de rua. O líder dos grevistas Marco
Prisco chamou o petista de leviano e o desafiou a provar suas acusações.
CARNAVAL
Uma reunião realizada no início da tarde de ontem
entre as 19 principais entidades de Carnaval da Bahia – entre associações de
blocos e entidades carnavalescas e sindicato de músicos profissionais –
garantiu a realização da folia em Salvador, mas cobrou do governo baiano a
segurança na festa. “Um evento desse porte não depende apenas de alguns,
depende sim do desejo e da organização do povo. E o povo da Bahia quer o
Carnaval”, diz trecho do comunicado oficial divulgado após a reunião.
Cena gay
vetada em vídeo contra aids
BRASÍLIA – O Ministério da Saúde vetou e determinou
ao Programa contra a Aids, da própria pasta, que retirasse da internet o vídeo
institucional de um filmete com cenas de afeto numa relação homossexual entre
dois homens.
A peça seria exibida na campanha do Carnaval nas
emissoras de TV e na internet, como chegou a ser anunciado pelo programa em
material de divulgação. Mas o ministro Alexandre Padilha afirmou ontem que esse
vídeo, agora, será exibido em ambientes fechados, como boates e festas privadas
de homens gays.
O vídeo dura 30 segundos e a cena acontece numa
boate. Nas imagens, dois rapazes trocam carícias, mas descobrem que não estão
com preservativo. Então, aparece uma fada que entrega uma camisinha ao casal. E
a voz do locutor diz: “Na empolgação, rola tudo. Só não rola sem camisinha”.
Esse filmete da campanha foi divulgado nas redes sociais. No final, aparece o
logotipo do Ministério da Saúde.
“Não tem nenhum tipo de veto. São novas estratégias
do Ministério da Saúde, anunciadas no dia 1º de dezembro. Precisamos ter
materiais diferentes para segmentos populacionais diferentes”, disse Alexandre
Padilha. “Temos vídeos que vão circular em ambiente fechado só. Nas boates, com
quem estamos fazendo parcerias, nas festas fechadas, que têm uma característica
para dialogar com aquele público que frequenta mais comumente aquele lugar”,
completou o ministro.
Entidades e ONGs que atuam na questão da aids
criticaram a atitude do Ministério da Saúde em não exibir o vídeo em TV aberta.
Para os ativistas, a medida foi um retrocesso e avaliam entrar na Justiça
contra o governo sob acusação de desperdício de dinheiro público.
Padilha afirmou que o vídeo para a TV aberta será
outro. “A estratégia em TV aberta combina uma mensagem para a população em geral
e continua combinando a mensagem específica para o principal público-alvo do
Ministério da Saúde deste ano, que são jovens homens que fazem sexo com homem”,
disse Padilha.
ESPORTE
Rápidas
- Receita cobra R$ 8,4 mi do Santos
O Santos foi notificado pela Receita Federal nesta
semana por apropriação indébita. O clube é cobrado em R$ 8,4 milhões, valor
referente ao recolhimento de impostos que deveria ter sido feito no período de
2007 a 2009, quando Marcelo Teixeira era o presidente. Os impostos (cerca de R$
4 mi) foram deduzidos dos funcionários, mas nunca foram entregues à Receita. Ao
valor foram somados multa de R$ 3 mi e juros de R$ 1 mi.
Rápidas
- Rio: mais de 700 mi em patrocínios
A quatro anos da realização dos Jogos Olímpicos do
Rio, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman,
disse que a meta inicial de arrecadar pelo menos R$ 700 milhões em patrocínios
para o evento já foi superada. Ontem, ele oficializou a entrada da Nissan no
seleto grupo de patrocinadores oficiais (nível 1) do Comitê Organizador da
Olimpíada de 2016, que já contava com Bradesco, Bradesco Seguros, Embratel e
Claro. O COB também já concluiu um parceiro de nível 2 (apoiador), a
consultoria Ernst & Young. Segundo Nuzman, a distribuição dos patrocinadores
em três grupos – o maior deles do Comitê Olímpico Internacional (COI) – segue
as normas da entidade, que controla também o cronograma das negociações.
INTERNACIONAL
Para
padre, pedofilia é mais tolerada no Brasil
CIDADE DO VATICANO – Líderes católicos “não têm
ideia” do que fazer em relação aos abusos sexuais cometidos por sacerdotes no
Brasil, onde a pedofilia é “mais tolerada culturalmente” do que em outros
países ocidentais. A afirmação foi feita ontem pelo padre Edênio Valle, um
psicólogo conselheiro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que
fornece orientação a padres, em um encontro no Vaticano sobre o tema.
“Medidas e procedimentos efetivos por parte da
Igreja no curto, médio e longo prazo, até onde eu sei, não estão sendo
planejados”, disse. “Não há locais de amparo, recuperação e cuidado para as
vítimas. Geralmente, elas são apenas removidas da cena”, acrescentou.
A conferência de quatro dias na Universidade
Gregoriana do Vaticano tem por objetivo aplicar na Igreja Católica com mais
força as estritas regras contra abusos. Valle afirmou que há boa vontade na
Igreja brasileira – em parte devido à insistência do Vaticano – para encontrar
“respostas urgentes e competentes”, mas isso se tornou mais difícil pela
tolerância cultural pela pedofilia. “Esta moderação relativa em relação aos
escândalos dos padres católicos é devido ao fato de que a pedofilia e a
efebofilia são mais tolerados no Brasil do que na Europa ou na América do
Norte”, explica.
Valle disse que os bispos brasileiros devem adotar
uma posição clara contra o abuso sexual, assim como estabelecer comitês
especiais para conduzir pesquisas, inspecionar a implementação de regras e
prover apoio às vítimas.
BAHIA
Salvador
garante: haverá Carnaval sim
Com greve ou sem greve da PM, cidade promete colocar nas
ruas os trios de axé. Serão mantidos os tradicionais três circuitos por onde
deverão passar mais de 223 agremiações
A polícia ainda está em greve. A Bahia está um
caos. Mas a pátria do axé não vai se render ao baixo astral. E se você ouviu
falar que os trios elétricos não sairão da garagem este ano, fique sabendo que
é boato. “Está mantida a programação do Carnaval. Todas as estruturas para a
festa estão sendo montadas dentro do cronograma”, afirma, categórico, o
presidente da Saltur, Claudio Tinoco, no site oficial da folia soteropolitana
(www.carnaval.salvador.ba.gov.br). Portanto, a quem interessar possa, o trade
mais carnavalesco do Brasil garante: por mais que prévias tradicionais, como as
de Ivete Sangalo e da Banda Eva, tenham sido canceladas, a festa vai ser boa.
E, se tudo correr como planejado, tomará as ruas e as rédeas daquele Estado,
com a bênção do finado Jorge Amado, entre os próximos dias 16 e 21.
Foi o célebre escritor que serviu de inspiração
para o tema da folia momesca de 2012, ano em que comemoraria 100 primaveras. Ou
melhor, carnavais. Quanto à estrutura, a festa continua a mesma. Serão mantidos
os tradicionais três circuitos da folia: Osmar (em Campo Grande), Dodô (na
Barra-Ondina) e Batatinha (no Centro Histórico) por onde deverão passar mais de
223 agremiações, entre afoxés, blocos afro, blocos alternativos e,
principalmente, blocos de trio.
A chamada Cidade do Carnaval, montada entra ano e
sai ano em Salvador, vai ocupar uma área de 25 quilômetros, transformando ruas
e praças em camarotes, arquibancadas e avenidas para a festa. E será
oficialmente inaugurada na próxima quinta, na Praça Municipal (ou Thomé de
Souza), onde o prefeito João Henrique entregará as chaves da cidade ao Rei
Momo, à Rainha e às princesas.
Daí em diante, as principais atrações da festa irão
se apresentar nos circuitos Dodô e Osmar. Entre as atrações, não poderiam
faltar: Chiclete com banana, Ivete Sangalo, Banda Eva, Timbalada, Asa de Águia,
Jammil, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Moraes Moreira,
Parangolé, Cheiro de Amor e por aí vai.
DELÍCIA
Outra alternativa para quem quiser curtir o melhor
do axé é a festa de Porto Seguro, cidade localizada a 722 quilômetros da
capital baiana. Batizada de Carnaporto (www.axemoifolia.com.br), a festa tem
três dias de duração, de 22 a 24 próximos, e acontece na Arena Axé Moi. Além de
conforto, os organizadores garantem paz. “Nada de brigas, nem arrastões”,
ressalta o site da empreitada. Entre as nove atrações, destacam-se o fenômeno
mundial Michel Teló, além de Claudia Leitte, Timbalada e Araketu.
Também tradicional, mas bem menor, o Carnaval de
Maragojipe, a 133 quilômetros de Salvador, aposta nos festejos de rua, sem
cordões, nem portões. Em compensação, sem grandes atrações também. Até agora,
está confirmada a participação dos Zambiapungas, Nêgo Fugido, Caretas de Acupe,
Cabeçorras e Mandus e do Jegue Trio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário